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Sociedade, educação e vida moral
1 O homem faz a sociedade ou a sociedade faz o homem?
Tensão entre:
Sociedade como estrutura com poder de coerção e determinação sobre as ações individuais
Indivíduo como agente criador e transformador da vida coletiva
2 Durkheim (1858-1917) e o pensamento sociológico
Influências do cientificismo e biologismo do século XIX
Delimitação clara do objeto de estudo e do método da sociologia
Vislumbrou a existência de um “reino social” ( reino moral) 
2 Durkheim e o pensamento sociológico
O reino moral
Lugar dos fenômenos morais
Composto pelas ideias ou ideais coletivos
Toda a vida social se passa ali
O meio moral está para as consciências individuais assim como os meios físicos estão para os organismo vivos
É determinante na vida das pessoas
2 Durkheim e o pensamento sociológico
O papel do sociólogo
É o único preparado para detectar os estados coletivos
Assumir a mesma postura dos físicos, químicos ou biólogos em seus laboratórios
A sociedade, a vida coletiva, deve ter suas leias próprias, independentes das vontades humanas
2 Durkheim e o pensamento sociológico
A sociologia positiva e seu estudo
Seguindo os métodos certos pode-se descobrir as leis sociais
Lei como relação necessária entre dois fatos, descoberta da lógica inscrita no próprio real e apresentada na forma de enunciado
O fator social é sempre determinante
Separação entre teoria e prática
2 Durkheim e o pensamento sociológico
A sociologia positiva e seu estudo
Meio moral deve ser tomado como um dado bruto à observação do investigador, que não deve assumir os valores nele contidos
Religião, moral, direito, economia, educação, são sistemas de valores
Não podemos nos contaminar com os valores expressos nos fenômenos
2 Durkheim e o pensamento sociológico
Os fatos sociais como objeto privilegiado da sociologia
Coerção exterior
Existência própria, independente das manifestações individuais que possam ter
Devem ser considerados como coisas
2 Durkheim e o pensamento sociológico
Significado de coisas
Idéia vaga e confusa dos fatos sociais (ilusão de conhecimento)
Senso comum como contrário ao estudo científico dos fenômenos sociais
Deve-se desconfiar das primeiras impressões
Devemos nos livrar das pré-noções, preconceitos não científicos
2 Durkheim e o pensamento sociológico
Significado de coisas
“Coisa” para ele é todo objeto de conhecimento que a inteligência humana não penetra de modo imediato, necessitando o auxílio da ciência. Tratar os fatos sociais como coisas, portanto, é uma postura intelectual, uma atitude mental (p. 20).
2 Durkheim e o pensamento sociológico
Coerção dos fatos sociais
moda, casamento, correntes de opinião são exteriores às vontades individuais
Crime é de conhecimento coletivo que deva receber uma sanção – é fato social assim como a lei que prevê sua punição
2 Durkheim e o pensamento sociológico
Coerção dos fatos sociais
São fatos sociais não só porque são normais, mas porque são percebidos como fatos sociais pelos membros da sociedade; e porque exercem alguma pressão sobre os indivíduos, alguma coerção, alguma obrigatoriedade (p. 20).
3 A sociedade na cabeça de cada um
A noção de representações coletivas
Representações individuais
Representações coletivas
Na cabeça do ser social não trafegam apenas estados mentais sociais
Conjunto de crenças, hábitos, valores, que revelam os quanto há dos outros em nós (pessoas que convivem conosco e que já morreram)
3 A sociedade na cabeça de cada um
A noção de representações coletivas
Não apenas o indivíduo faz parte da sociedade
Uma parte da sociedade faz parte do indivíduo
Por outro lado, a sociedade só existe em sua plenitude se tomarmos o conjunto (não cabe completa em um só indivíduo)
3 A sociedade na cabeça de cada um
A noção de representações coletivas
Derivam da cooperação dos indivíduos
Sentimentos privados só se tornam sociais quando se combinam entre si, são compartilhados e geram, em decorrência, algo novo
O todo tem precedência sobre as partes
A sociedade tem vontade própria
3 A sociedade na cabeça de cada um
A noção de representações coletivas
Pensa, sente, deseja, embora não o possa fazer a não ser através dos indivíduos
Consciência coletiva existe através das consciências individuais
A vida coletiva é obra também das gerações passadas
Crenças, valores e regras – vontade da sociedade
3 A sociedade na cabeça de cada um
A noção de representações coletivas
Agimos de acordo com a vontade da sociedade porque assim aprendemos, fomos educados para isso
A educação tem conteúdos
Existe um meio moral no qual somos educados (crenças, valores, e regras produzidos pelas gerações passadas e presentes)
4 A diferenciação da sociedade
O meio moral é produzido pela cooperação entre os indivíduos
Na sociedade industrial, essa cooperação se dá pelo processo de interação que Durkheim chamou de divisão do trabalho social
Condição essencial para que a sociedade possa existir é o consenso
Sem consenso não há cooperação
4 A diferenciação da sociedade
Com pouca divisão do trabalho, há solidariedade por semelhança entre os indivíduos
Na solidariedade orgânica (moderna sociedade industrial) as pessoas cooperam porque dependem umas das outras
A divisão do trabalho é a solução pacífica para a luta pela vida 
4 A diferenciação da sociedade
O consenso e o individualismo
Nas sociedades com pouca divisão do trabalho, a consciência coletiva é mais forte, as pessoas desempenham funções sociais muito semelhantes, “pensam com a mesma cabeça”
Nas sociedades com maior divisão do trabalho, as pessoas têm maior margem de liberdade, para pensar e agir por conta própria – margem maior para a interpretação pessoal 
4 A diferenciação da sociedade
O consenso e o individualismo
Valores, crenças, normas compartilhados no seio de uma cultura pelos indivíduos são mais imperativos, obrigatórios e homogêneos numa sociedade pouco diferenciada
Sofrem interferências de grupo, de status e de classe numa sociedade muito diferenciada
4 A diferenciação da sociedade
O consenso e o individualismo
No primeiro caso, todos são rigidamente ensinados a obedecer as mesmas normas, a compartilhar as mesmas crenças e os mesmos valores
No segundo, em função da divisão do trabalho e da especialização, cada indivíduo, assume valores, crenças e normas diferenciadas conforme o grupo ao qual se vincula na vida profissional, as regras gerais são relativizadas
4 A diferenciação da sociedade
O consenso e o individualismo
Quando há forte diferenciação social há muitos lugares diferentes de onde se olhar as regras. A tendência será, então, o conflito, decorrente da competição imposta pela diferenciação. Os indivíduos passam a guiar-se pela busca da satisfação de interesses que são cada vez mais pessoais e cada vez menos coletivos, na luta pela sobrevivência que aprendem na sociedade complexa em que nascem
4 A diferenciação da sociedade
Individualismo e liberdade
Só numa sociedade complexa e diferenciada é que se torna possível diminuir a rigidez das regras sociais, sua validade geral e indistinta, e só assim o indivíduo pode ter certa liberdade de julgamento e de ação. Mas, quanto mais liberdade individual, mais individualismo, entendido como perda dos sentimentos gregários...
Sociedade, educação e emancipação
O que existe por trás das aparências dessa nova, maravilhosa e terrível realidade parida a fórceps pela moderna sociedade industrial capitalista?
Quais os mecanismos de enquadramento sobre os indivíduos e a que interesses eles de fato servem?
Que forças sociais emergentes neste novo momento histórico são capazes de controlar as consciências dos homens?
Diante do acúmulo das mazelas sociais já desde o berço da sociedade capitalista, como transformar esta realidade?
Com impedir que os muitos que estão por baixo sejam esmagados pelos poucos que estão por cima?
Será que o ato de educar pode ser algo mais do que um mecanismo de manutenção da ordem?
Será possível educar para a emancipação do homem,
para livrá-lo de toda a opressão que o esmaga?
1 Marx (1818-1883) e o pensamento sociológico
Marcou como um corte de navalha o pensamento ocidental do século XIX
Objeto de pesquisa fundamental, para não dizer único, foi a sociedade capitalista
Percebeu que havia um processo histórico em curso que, enquanto levava a burguesia à condição de classe dominante, expropriava dos trabalhadores manuais seus instrumentos de produção e seus saberes, transmitidos de geração a geração
1 Marx (1818-1883) e o pensamento sociológico
Combinou em seu pensamento duas perspectivas diferentes, dois modos diversos de encarar a realidade
Seu pensamento é analítico – ver a realidade, dissecá-la e reconstruí-la conceitualmente para entendê-la
Seu pensamento é normativo – pretende vislumbrar como a realidade deveria ser, construindo uma utopia em nome da qual seria necessário agir para transformá-la 
1 Marx (1818-1883) e o pensamento sociológico
Não era somente um pensador
Era militante político. Pretendia colocar suas idéias em prática através de um partido
Seu socialismo era científico
Sua ciência lhe dizia que o socialismo estava fadado a triunfar
1 Marx (1818-1883) e o pensamento sociológico
Para ele não havia contradição entre teoria e prática
Nem entre o modo como as coisas são e o modo como devem ser
Se a sociedade verdadeiramente humana “deve ser” um dia uma sociedade sem exploração e opressão
Esta possibilidade está dada já agora, no modo mesmo como a sociedade presente “é” 
1 Marx (1818-1883) e o pensamento sociológico
Acreditou haver descoberto o mecanismo segundo o qual a história humana funciona
Engels (1820-1895) acreditava que assim como Darwin havia descoberto as leis da evolução das espécies, Marx havia descoberto as leis da história
Para Marx, o que move a história é a luta entre as classes sociais
1 Marx (1818-1883) e o pensamento sociológico
Compreensão da natureza da sociedade capitalista e a direção na qual ela estaria se transformando, graças às suas contradições 
2 As leis da história
História humana seria a da relação dos homens com a natureza e dos homens entre si
Nos dois tipos, o intermediário seria o trabalho humano como elemento essencial
Muda a natureza e coloca-a a seu serviço
Para melhor se desencumbir de sua tarefa, criou instrumentos de trabalho, como extensões de seu corpo
2 As leis da história
Com o gênio, foi cada vez mais sendo capaz de aumentar e melhorar os resultados obtidos pelo trabalho 
Nesse processo, trabalho manual e reflexão intelectual jamais se separaram, embora o predomínio de homens sobre outros tenha gerado uma distorção no modo pelo qual os homens tomam consciência da relação entre o mundo material e o mundo das idéias
2 As leis da história
Ao longo da história, cada vez mais, se desenvolveram as “forças produtivas”, responsáveis pelo incremento da produtividade e aumento do domínio do homem sobre a natureza, conforto e riqueza material acumulados ao longo da história
Para aumentar a produtividade o homem foi organizando a produção, distribuindo tarefas e benefícios entre os membros da sociedade
2 As leis da história
Processo de divisão do trabalho
Divisão sexual 
Agricultura e criação de animais
Campo e cidade
Produção agrícola e industrial
Indústria e comércio
2 As leis da história
Divisão do trabalho como parte do conjunto das forças produtivas – determinação mútua 
Div. trabalho é tb. expressão da existência de diferentes formas de propriedade no seio de uma dada sociedade num dado tempo histórico
Div. propriedade diz respeito aos tipos de relações sociais predominantes numa sociedade a partir dos tipos de propriedades
2 As leis da história
Separação básica:
Instrumentos ou meios utilizados para o trabalho
Próprio trabalho
Nem sempre os homens que possuem os meios para realizar o trabalho trabalham e nem sempre os que trabalham possuem os meios para isso
2 As leis da história
Relações de propriedade como a base das desigualdades sociais
Divisão do trabalho possibilitou a existência de homens que trabalham para outros homens que não precisam trabalhar
A esses modos específicos de organização do trabalho e da propriedade, Marx e Engels deram o nome de “relações sociais de produção”
2 As leis da história
Cada época histórica possui um conjunto de forças produtivas desenvolvidas, sob o controle dos homens que nela vivem
Possui também um conjunto instituído de relações sociais de produção que são o modo pelo qual os homens assumem o controle sobre as forças produtivas, relações de propriedade (conjunto total entendido como “modo de produção”) 
2 As leis da história
Grandes transformações históricas foram as mudanças de um modo de produção a outro
Modo de produção escravista antigo
Modo de produção feudal
Modo de produção capitalista
Diferentes estágios de desenvolvimento das forças produtivas materiais e diferentes formas de organização da propriedade
2 As leis da história
Relação social básica, escravidão
Relação social básica, servidão
Relação social básica, assalariamento
Dessa diferentes relações de propriedade, da posição dos homens com relação às formas de propriedade vigentes num dado modo de produção, é que surgem as classes sociais
2 As leis da história
Transformação de um modo a outro se dá pelos conflitos abertos entre a classe dominante e a dominada em cada época
As formas de propriedade, quando se estabelecem funcionam como uma forma de desenvolvimento das forças produtivas
Chega um momento em que as forças produtivas não conseguem mais se desenvolver sob a vigência daquelas relações de propriedade
3 As formas de consciência
O mundo das ideias, do conhecimento, das crenças e das opiniões se relaciona com o mundo material, da produção, do trabalho
Como explicar a consciência que os homens têm ou deixam de ter a respeito de seu próprio modo de vida, da produção material de sua sociedade e das relações de classe, sejam elas econômicas ou políticas? 
3 As formas de consciência
A consciência que os homens têm das relações sociais de produção não condiz com as relações materiais reais que de fato vivem
a) As idéias, concepções sobre como funciona o mundo são representações que os homens fazem a respeito de suas vidas, do modo como as relações aparecem na sua experiência cotidiana. São, portanto, aparência
3 As formas de consciência
Para Marx, essas representações implicam, num primeiro momento, numa falsa consciência, numa consciência invertida, pois se prendem à aparência e não são capazes de captar a essência das relações às quais os homens estão de fato submetidos
3 As formas de consciência
Quando se estabelece na história uma determinada forma de divisão do trabalho, ela estabelece o lugar de cada um dentro do processo produtivo.
3 As formas de consciência
As relações de propriedade vigentes, o poder político de certos grupos sobre outros e as formas de exploração do trabalho que uma determinada classe social consegue implantar numa determinada época histórica, estabelecem e determinam o que cada indivíduo está obrigado a fazer, o modo como está obrigado a trabalhar e viver
3 As formas de consciência
Na cabeça dos homens que vivem sob este sistema, isso é percebido, no plano das ideias, como algo normal, natural. Ao trabalhador lhe parece natural que certas pessoas tenham que trabalhar em troca de um salário para viver, como se isso sempre houvesse existido e, mais ainda, como se tivesse que continuar existindo para sempre. Esse indivíduo não vê a sociedade capitalista como uma sociedade historicamente construída.
3 As formas de consciência
Durkheim
Marx
3 As formas de consciência
Durkheim
Aponta que a consciência individual é dada pela preponderância de uma consciência coletiva
3 As formas de consciência
Marx
Mostra que o caráter coercitivo, dominador, não se manifesta igualmente por parte “da sociedade em geral” sobre todos os homens indistintamente, mas sim de uma parte da sociedade sobre outra. É um situação criada pela luta entre as classes
3 As formas de consciência
Marx
Se as relações de dominação existem em toda e qualquer sociedade é porque elas são socialmente construídas. Não precisam existir para sempre, pois o homem pode construir outros tipos de relações, sem a dominação de uma classe sobre a outra
3 As formas de consciência
Exemplo da passagem do modo feudal para o capitalista:
a) Mestre de ofício controlava todas as etapas de produção de uma mercadoria
b) Desenvolvimento do comércio e contratação de mestres de ofício, submissão ao regime fabril (controle da produção e agilização do processo)
c) Princípio da linha de produção
d) Introdução de máquinas que começaram a ditar o ritmo da produção
3 As formas de consciência
Exemplo da passagem do modo feudal para o capitalista:
Dupla expropriação e dupla dependência dos trabalhadores:
a) Meios de produção da vida material
b) Saber do qual dependia a fabricação de um produto e a própria posição social do artesão
As forças produtivas foram enormemente desenvolvidas, mas através de um processo social de expropriação de bens materiais e saberes
3 As formas de consciência
A alienação:
Bloqueio do entendimento das consequências do processo pelo modo como o indivíduo adquire consciência do mundo social
Aprende apenas que deve trabalhar para viver por não ser dono das fábricas
Salário desvincula o entendimento do trabalho como de controle do trabalhador
Trabalho é visto como algo pertencente a outros, fora do trabalhador
3 As formas de consciência
A ideologia:
Falsa consciência do mundo em que os homens vivem
Trabalho alienado e dominação de classe como fatos naturais
Compartilham uma concepção do mundo dentro da qual só têm acesso às aparências, sem ser capazes de compreender o processo histórico real
3 As formas de consciência
A ideologia:
Sistema ordenado de idéias, concepções, normas, regras que obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do sistema, mas, como se estivessem se comportando segundo sua própria vontade
A coerção do sistema sobre os indivíduos, na verdade, é a coerção da classe dominante sobre as classes dominadas
3 As formas de consciência
Diferença do capitalismo para outras formas de dominação:
Em outras formas de dominação anteriores, o dominado sabia quem era seu dominador:
a) Escravo sabia que era obrigado a trabalhar à força
b) Servo sabia que o dono do feudo lhe arrancava a maior parte do que plantava e colhia
b) Trabalhador considera justo que seja separado do fruto de seu trabalho mediante o salário
3 As formas de consciência
Sobre o salário:
Mais valia
Qualquer salário é injusto porque a relação de assalariamento é injusta em si
Separa o trabalhador do resultado de seu trabalho e isso o aliena e o descaracteriza como ser humano
A suprema ironia do capitalismo é que o dominado pensa com a cabeça do dominador
3 As formas de consciência
Processo que levaria à nova sociedade:
Chegaria um momento em que o desenvolvimento das forças produtivas inevitavelmente entraria em contradição com as formas capitalistas de propriedade
Se abriria uma época de revolução social e política
Seguiria por uma fase de transição em que os resquícios do capitalismo seriam destruídos
3 As formas de consciência
A nova sociedade:
Sem exploradores e explorados
Sem alienação e ideologia
Sem classes sociais e sem Estado
O homem se reencontraria consigo mesmo, seria um ser autônomo, autocentrado e autoconsciente, trabalhador manual e intelectual ao mesmo tempo. Daria à sociedade todo o trabalho por livre vontade e receberia dela tudo o que precisasse, graças ao desenvolvimento material propiciado pelo capitalismo
Sociedade, educação e desencantamento
1 Weber (1864-1920) e o pensamento sociológico
Sociedade como resultado de uma enorme e inesgotável nuvem de interações interindividuais
Nas ciência sociais os acontecimentos dependem fundamentalmente da postura e da própria ação do investigador
A realidade não é uma coisa; ganha uma feição conforme o olhar que o cientista lança sobre ela
1 Weber (1864-1920) e o pensamento sociológico
Sociologia
O objeto das ciências da cultura será a decifração da significação da ação social
A única maneira de estudar esse objeto é a compreensão
Ação social ocorre quando um indivíduo leva os outros em consideração no momento de tomar uma atitude, de praticar uma ação
Agir em sociedade supõe algum grau de racionalidade por quem age
1 Weber (1864-1920) e o pensamento sociológico
Relação com os valores
Os homens vêem o mundo que os cerca a partir de seus valores
Valores são introjetados de modos distintos, conforme o processo de interação em que o indivíduo está inserido
Um mesmo meio cultural pode assumir significados diferentes e, no momento da ação, ocasionar diferenças de comportamento conforme o modo de assimilação dessa cultura ou o tipo de racionalidade dos indivíduos
1 Weber (1864-1920) e o pensamento sociológico
Sociologia
Realidade como encontro entre os homens e os valores aos quais se vinculam 
Sociologia como possibilidade de captação da interação entre os homens e valores no seio da vida cultural (ação social) 
Sociedade reside na interação entre os indivíduos
No fragmento a ser estudado se encontra os valores do investigador
1 Weber (1864-1920) e o pensamento sociológico
Tipos de ação social:
Ação racional com relação a fins
Ação racional com relação a valores
Ação afetiva ou emocional
Ação tradicional
1 Weber (1864-1920) e o pensamento sociológico
Tipos puros ou ideais de ação
Na prática, a vida não ocorre rigidamente como aparece segundo os tipos
É importante isolá-los para entender a ação
1 Weber (1864-1920) e o pensamento sociológico
Construção do tipo ideal: construção mental a partir de vários exemplos históricos. É um exagero que jamais será encontrado na prática (puro no sentido de mais racional possível)
Seleção, na teia inesgotável de eventos e processos, do aspecto a ser investigado
Comparação entre o mundo empírico e o tipo construído
Complexidade do real apresentada no afastamento ou aproximação do tipo id.
1 Weber (1864-1920) e o pensamento sociológico
O método individualista:
Comportamentos dos agentes são dotados de intencionalidade
Estado, igreja, capitalismo reduzem-se a categorias que se referem a determinados modos de o homem agir em sociedade
Indivíduo como único portador de comportamento provido de sentido, de intencionalidade
2 O indivíduo e as instituições sociais
O indivíduo, ao agir, leva em consideração, o comportamento dos outros. Ele é obrigado a relacionar-se também com as normas sociais consolidadas, institucionalizadas, que influenciam o seu agir
2 O indivíduo e as instituições sociais
Comunidade...
Agir em comunidade é aquele agir que se baseia nas expectativas que temos com relação ao comportamentos dos outros
Quando agimos racionalmente, esperamos que os outros também ajam assim, para que possamos calcular as possibilidades reais de levarmos nossos objetivos até o fim
2 O indivíduo e as instituições sociais
Comunidade...
Agir em comunidade também pode se fundamentar:
Expectativa de que os outros dêem determinado peso a certos valores e crenças
Expectativa de que os outros se comportem de um modo regular, na média dos comportamentos geralmente usados para aquela situação
Expectativa de que se comportem de modo afetivo, emotivo
2 O indivíduo e as instituições sociais
Comunidade...
Agir em comunidade é comportar-se com base na expectativa de que os outros também se comportem de um determinado modo
2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
É um agir no qual as expectativas se baseiam nos regulamentos sociais vigentes
Quando o indivíduo calcula que é melhor agir com base nas regras também porque os outros igualmente agem segundo as regras, ele está agindo em sociedade
Regras funcionam como uma espécie de condensação de expectativas recíprocas, tornando o universo organizado e inteligível pelos atores individuais
2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Ordem social
Quanto
mais disseminada socialmente estiver a convicção de cada um de que as regras são obrigatórias para eles, melhor fundamentadas serão as expectativas de uns com relação ao comportamento dos outros
Convenção
Direito
2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Associação racional com fins
Em busca de seus objetivos e levando em consideração a existência das normas, o ator social pode deliberadamente fazer parte de uma coletividade orientada de modo comum por estes referenciais
Estipula-se os órgãos, os fins, os estatutos e o aparato da coação da associação. Cada sócio confia que os demais se comportarão conforme as normas e orienta por isso sua ação
2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Institucionalização das associações
São instituições sociais as formas de comunidade religiosa que chamamos de igreja ou formas mais estruturais de vida política entre os homens, que costumamos chamar de Estado
Quanto mais as pessoas assimilam subjetivamente as regras, mas a previsibilidade aumenta 
2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Estado
A durabilidade dessa associação através das gerações de indivíduos e a necessidade de estabelecer uma regulamentação que recubra toda a vida social faz com que o pertencimento a ela não seja voluntário
2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Estado
Historicamente, as associações políticas humanas e o Estado em particular, passaram por um processo de institucionalização. Neste processo, as regras foram se tornando cada vez mais racionais e estabelecendo os meios mais adequados para levá-los a cabo (como punições que vão de multas em dinheiro a meses de reclusão)
2 O indivíduo e as instituições sociais
...sociedade
Estado
Poder de imposição (dominação) de homens concretos sobre a “ação em associação” de outros homens
Possibilidade de aplicação de uma coação (física ou psíquica)
Agir segundo os fins da associação é agir segundo o consenso
As possibilidades do consenso ser posto em prática na vida social serão tanto maiores quanto mais houver legitimidade
3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
Crescente transformação das associações em instituições organizadas de maneira racional referentes a fins se opera na sociedade 
Abandono crescente das concepções mágicas e tradicionais como justificativas para o comportamento dos homens e para a administração social
3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
a) Dominação tradicional
a – legitimidade baseada na tradição
b) Dominação carismática
c) Dominação racional-legal
b – legitimidade baseada no carisma do líder
c – legitimidade baseada na lei e na racionalidade que está por trás da lei
3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
Se a associação estatal passa por um processo de racionalização e de burocratização, as formas de dominação no Ocidente caminham tendencialmente para o tipo racional-legal
3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
Quanto mais complexa a sociedade, mais conflitiva tende a ser a interação entre os indivíduos e grupos, uma vez que maiores serão as constelações de interesses que se contrapõem e maior tb a necessidade de regulamentá-los
Na dominação racional-legal a obediência não é devida à figura do líder, mas à posição que ele ocupa no aparato de dominação, devidamente garantida pela legislação racional
3 Desencantar o mundo
Sentido histórico do processo de racionalização
O exercício da autoridade racional depende de um quadro administrativo hierarquizado e profissional, que se caracteriza pela existência de uma burocracia
O sentido histórico do processo de racionalização é uma crescente transformação dos modos informais e tradicionais de legitimidade em instituições organizadas racionalmente, impessoal e legalmente legítimas
3 Desencantar o mundo
Formação do Estado moderno e capitalismo, e seus dois aspectos:
Lógica da racionalidade, da obediência à lei e treinamento das pessoas para administrar as tarefas burocráticas do Estado
a) Constituição de um direito racional
b) Constituição de uma administração racional em moldes burocráticos
3 Desencantar o mundo
Formação do Estado moderno e capitalismo, e seus dois aspectos:
a) Oferece as garantias contratuais e a codificação básica das relações de troca econômica e troca política que os sustentam
b) Desenvolvimento da empresa capitalista moderna oferece o modelo para a constituição da empresa de dominação política própria do capitalismo, o Estado burocrático

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