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Princípios Gerais e Constitucionais do Direito Processual Princípio do devido processo legal (due process of law) Não basta às partes terem o direito de acesso ao Judiciário. Para que o socorro jurisdicional seja efetivo é preciso que o órgão jurisdicional observe um processo que assegure o respeito aos direitos fundamentais, o devido processo legal (CF, art. 5º, LIV) Princípio da Imparcialidade do juiz→ garantia de justiça para ambas às partes, pois, o juiz não pode ter nenhum interesse na causa ou qualquer relação com as partes. Fundamentando este princípio, veja in verbis, o que diz o atual CPC; Dos Impedimentos e da Suspeição Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário: I - de que for parte; II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; V - quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz. Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo. Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal, impede que o outro participe do julgamento; caso em que o segundo se escusará, remetendo o processo ao seu substituto legal. Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser recusado por qualquer das partes (art. 304). Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição: I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do art. 135; II - ao serventuário de justiça; III - ao perito; IV - ao intérprete. § 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos; o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da causa, ouvindo o arguido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a prova quando necessária e julgando o pedido. § 2o Nos tribunais caberá ao relator processar e julgar o incidente. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, contida na proclamação feita pela Assembléia Geral das Nações Unidas reunidas em Paris em 1948, estabelece: “toda pessoa tem direito, em condições de plena igualdade, de ser ouvida publicamente e com justiça por um tribunal independente e imparcial, para a determinação de seus direitos e obrigações ou para o exame de qualquer acusação contra ela em matéria penal.” Princípio da Igualdade ou isonomia Art. 5º. CF. Necessidade de um tratamento equilibrado entre os sujeitos do processo. Exemplo: Art. 125 CPC. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: I - assegurar às partes igualdade de tratamento. Art. 508. Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário, no recurso especial, no recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de 15 (quinze) dias. Art. 454. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e ao do réu, bem como ao órgão do Ministério Público, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez), a critério do juiz. § 1o Havendo litisconsorte ou terceiro, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. § 2o No caso previsto no art. 56, o opoente sustentará as suas razões em primeiro lugar, seguindo- se-lhe os opostos, cada qual pelo prazo de 20 (vinte) minutos. § 3o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por memoriais, caso em que o juiz designará dia e hora para o seu oferecimento. Nesse sentido, veja a máxima Aristotélica: “Tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente na medida de suas desigualdades”. Assim; *Art. 188 CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. MP e Fazenda Pública têm que cumprir uma série de burocracias e formalidades para se manifestar no processo. São entidades que representam interesses de grande relevância social, interesses públicos. Princípio do Princípio do Juiz Natural Significa três coisas: que a instituição dos órgãos jurisdicionais (juízos e tribunais) deve ser anterior ao fato motivador de sua atuação; que a competência dos órgãos seja determinada por regra geral; e, finalmente, que a designação dos juízes seja feita com base em critérios gerais estabelecidos por lei ou procedimentos fixados em lei. Este princípio está previsto na CF, art. 5º, incisos XXXVII e LIII. A CF proíbe a existência de tribunais de exceção, garantindo ainda que ninguém será sentenciado senão pela autoridade competente. Só o juiz pode julgar. Princípio da Inafastabilidade do controle da jurisdição ou Princípio da exclusividade da jurisdição pelo judiciário ou Princípio do acesso à Justiça Art. 5º XXXV CF, in verbis; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Todo aquele que se sentir lesado ou ameaçado em seus direitos tem assegurado o acesso aos órgãos judiciais; não podendo a lei vedar esse acesso. É a possibilidade assegurada a todos pela Constituição Federal de acudir aos órgãos do Poder Judiciário para pedir a proteção jurisdicional do Estado. Em tese, significa que nenhum conflito pode ser excluído da apreciação do Judiciário. Por outras palavras, a função jurisdicional é atribuída, preponderantemente, ao Judiciário, sendo excepcional seu exercício pelo Poder Legislativo (CF, art. 52, I) e por árbitros (Lei nº 9.307, de 23-9-1996). Contraditório Art. 5º LV, in verbis; LV – “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Não há processo justo sem que se realize o contraditório. O verdadeiro processo se realiza em contraditório, ou seja, exige que seus sujeitos tomem conhecimento de todos os fatos que venham a ocorrer durante seu curso, podendo ainda se manifestar sobre tais acontecimentos. *Se for proposta uma ação, deve-se citar o réu (ou seja, informá-lo da existência de um processo em que este ocupa o polo passivo) para que o mesmo possa oferecer sua defesa.Da mesma forma, no curso do processo, se uma das partes juntar aos autos um documento qualquer, é preciso “intimar” a parte adversa, para que esta, tomando conhecimento da existência do documento, possa, sobre ele, se manifestar. *→ O princípio do contraditório em suma é além de citar, permitir que a parte se defenda. *Princípio da Ampla Defesa Somente haverá ampla defesa quando todas as partes envolvidas no litígio puderem exercer, sem limitações, os direitos que a legislação vigente lhes assegura, dentre os quais se podem enumerar o relativo à dedução de suas alegações e à produção de provas. → na ampla defesa é válido todas as provas, salvo as ilícitas ou com intuito de protelar. 21/02/2011 - Aula IV – 13 à 16. Qualquer país que se proclame como democrático deve assegurar à parte, em litígio judicial ou administrativo, o direito e a garantia de ampla defesa, conferindo ao cidadão o direito de alegar e provar o que alega, bem como o direito de não se defender. Optando pela defesa, o faz com ampla liberdade, ocupando-se de todos os meios e recursos disponibilizados. Em conformidade com o princípio constitucional da ampla defesa, pode a parte utilizar- se de todos os meios legais pertinentes à busca da verdade real, proibindo-se taxativamente qualquer cerceamento de defesa. Princípio da Ação, ou Princípio da Demanda, ou Princípio da Inércia Indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional. A jurisdição é inerte e para a sua movimentação exige-se a provocação do interessado. É o sistema adotado pelo ordenamento brasileiro, quem na esfera penal (CPP, arts. 24, 28 e 30), quer na esfera civil (CPC, art. 2º, 128 e 262). CPP: Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. CPC: Art. 2º Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. Existem exceções, todavia, que a própria lei abre à regra da inércia dos órgãos jurisdicionais: - na execução trabalhista: Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior. - em matéria de inventário: Art. 989 (CPC) - O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal. Princípio da Disponibilidade e Indisponibilidade No processo civil prevalece o princípio da disponibilidade, que é a liberdade que as pessoas têm de exercer ou não seus direitos. A pessoa é que resolve se vai apresentar ou não sua pretensão em juízo, com exceção nos casos de direitos indisponíveis. No processo penal prevalece o princípio da indisponibilidade, pois o crime é uma lesão irreparável ao interesse coletivo e a pena é aplicada para restauração da ordem pública violada. Caráter público da Lei Penal. Exceção, crimes de Ação Penal Pública Condicionada a Ação Penal Privada. Princípio da Livre Apreciação da Prova ou Persuasão Racional do Juíz Art. 131 CPC, in verbis; “O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento”. Fica-lhe proibido, contudo, exercer esse poder sobre fatos e circunstâncias não constantes dos autos ou emitir convicção de natureza íntima (o juiz não pode considerar informações extra-autos, ou confiar em informações amigáveis). “Quod non est in actis no est in mundo”. (Quando não constar nos autos não existe no mundo jurídico). No Processo Civil o juiz usará a verdade formal, que é a que for obtida das provas dos autos. No Processo Penal vigora o princípio da investigação da prova material, que determina que não só as partes devem procurar pela prova, mas também o juiz. Ao juiz compete investigar, esclarecer oficiosamente o fato sujeito a julgamento. Ele próprio pode carrear para o processo as provas necessárias para fundamentar a sua decisão. Princípio do Impulso Oficial Uma fez instaurado o processo o juiz o moverá fase a fase até o final. Princípio da Oralidade A discussão oral da causa em audiência é tida como fator importantíssimo para concentrar a instrução e julgamento no menor número possível de atos processuais. Na audiência, grande parte das dúvidas e equívocos sobre fatos ou documentos podem serem esclarecidos pelo simples uso da palavra. O advogado tem a prerrogativa de usar a palavra “pela ordem”, para intervir sumariamente e esclarecer qualquer dúvida ou equívoco capaz de influenciar no julgamento. Exemplo: - depoimento pessoal das partes; (o juiz ouvirá as partes) Art. 344. “A parte será interrogada na forma prescrita para a inquirição de testemunhas. Parágrafo único. É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao interrogatório da outra parte”. - oitiva de testemunhas (art. 410); (as partes podem arrolar testemunhas) Art. 410. “As testemunhas depõem, na audiência de instrução, perante o juiz da causa, exceto: I - as que prestam depoimento antecipadamente; II - as que são inquiridas por carta; III - as que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de comparecer em juízo (art. 336, parágrafo único); IV - as designadas no artigo seguinte”. - contradita (art. 414 § 1º); Art. 414. “Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome por inteiro, a profissão, a residência e o estado civil, bem como se tem relações de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo. § 1o É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição. Se a testemunha negar os fatos que Ihe são imputados, a parte poderá provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até três, apresentada no ato e inquiridas em separado. Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou Ihe tomará o depoimento, observando o disposto no art. 405, § 4o”. Princípio da Motivação das Decisões Art. 93, IX CF, in verbis; “IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”; → Toda decisão judicial será motivada sob pena de nulidade. As partes precisam saber o motivo que levou o juiz a decidir as questões da maneira como decidiu, para se convencerem ou para fundamentar seus recursos. É do interesse público averiguar se o juiz não foi parcial. Princípio da Publicidade Visa tornar transparentesos atos praticados pelo juiz durante a persecução civil ou penal. Exceção: relevante o motivo ou quando tratar-se de questões de família. Art. 5º LX CF, in verbis; “LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”; Art. 93 IX CF, in verbis; “IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”; Os atos processuais são públicos, excetos os que o exigirem o interesse público e os de direito de família, conforme o art. 155 CPC, in verbis; Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos: I - em que o exigir o interesse público; Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite. 28/02/2011 - Aula V – 17 à 20. Princípio da Lealdade Processual A boa fé, a ética, a lisura e a probidade na condução do processo, deixaram de serem meros apontamentos morais. O processo não é só um instrumento técnico, sendo, sobretudo um instrumento ético. Está posto à disposição das partes não exclusivamente para a resolução de seus conflitos, mas também para a efetivação do Direito e da paz social. O dever de lealdade é inerente a todos àqueles que de alguma forma participem do processo, sejam juízes, promotores, partes, advogados, peritos, serventuários da justiça, testemunhas, conformes artigos abaixo, in verbis; Partes; Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - proceder com lealdade e boa-fé; III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento; IV - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito. V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final. Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. Ministério Público; Art. 81. O Ministério Público exercerá o direito de ação nos casos previstos em lei, cabendo-lhe, no processo, os mesmos poderes e ônus que às partes. Juiz; Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte. Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no no II só depois que a parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não Ihe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias. Serventuários; Art. 144. O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis: I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos que Ihes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, Ihes comete; II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa. Perito; Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer. Depositário e Administrador; Art. 150. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada; mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo. No Processo Civil, a punição ao litigante de má fé é prevista no artigo 18 do CPC, in verbis; Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. § 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento. Na seara criminal, a punição está prevista no Código Penal no capítulo “Dos Crimes Contra a Administração da Justiça”, nos artigos 338 à 359. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição É a possibilidade facultada à parte vencida em um processo judicial de ter o conflito reexaminado. Ou seja, é a possibilidade de recorrer a fim de que o processo seja julgado por mais um juiz, a fim de garantir a idoneidade da decisão proferida e assegurar não ter havido proteção de interesses particulares quando da prestação da tutela jurisdicional pelo Juiz. Obs.: 1ª instância→ 1º grau → juízes; 2ª instância→ 2º grau → tribunais. Princípio da Economia Processual e da Instrumentalidade das Formas A máquina judiciária deve despender o mínimo possível de esforço com vistas a fornecer uma efetiva prestação jurisdicional. A instrumentalidade consiste no aproveitamento dos atos processuais, quando, realizados de uma determinada forma, ainda que não sendo àquela prevista em lei, tenham atingido sua finalidade e não cause prejuízo a qualquer das partes ou ao interesse público.
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