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Contestação - acidente de transito

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 13ª Vara Cível de Duque de Caxias/RJ.
Processo nº. 457889-27.2018.8.07.0007
Requerente: JENIFER RODRIGUES DOS SANTOS
Requerido: THOR DE OLIVEIRA FUHRKEN BATISTA
CONTESTAÇÃO
THOR DE OLIVEIRA FUHRKEN BATISTA, brasileiro, solteiro, inscrito no CPF sob o nº 062.891.753-86 e portador do RG nº2007010302768, residente e domiciliado na Rua 15, nº 54, Bairro Centro, na comarca de Duque de Caxias – RJ, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, com reciprocidade de respeito, por intermédio de seu patrono (procuração anexa) que abaixo assina, perante Vossa Excelência, apresentar
CONTESTAÇÃO À AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS C/C ALIMENTOS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
que lhe move a Sra. JENIFER RODRIGUES DOS SANTOS, já devidamente qualificada nos autos, o que faz, tempestivamente, mediante os substratos fáticos e jurídicos adiante expostos.
1. DaS ALEGAÇÕES DAO AUTOR
O Requerente afirma que na noite de 17 de janeiro de 2019, aproximadamente às 19h, próximo ao KM 101 da BR-040, sentido Petrópolis, Xerém, Duque de Caxias, o requerido, na direção de veículo automotor Mercedes-Benz, SLR MacLaren, placa EIK-0063-RJ, violou o dever objetivo de cuidado cuja observância era obrigatória, atropelando Wanderson Pereira dos Santos, que efetuava a travessia da referida via em sua bicicleta, causando-lhe a morte.
Aduz ainda que o requerido conduzia o veículo automotor pela via pública em velocidade incompatível para o local, superior a 110 km/h, de acordo com o único laudo pericial acostado nos autos, o qual não apresenta todos os cálculos, impedindo o princípio do contraditório e da ampla defesa do réu.
Relataram também de uma suposta ultrapassagem por um ônibus da linha Petrópolis/Nova Iguaçu (Empresa Única Fácil) pela faixa da direita e, em seguida, segundos antes de atingir a vítima, repetiu a manobra ao ultrapassar o veículo Ford Fiesta, placa KOP-3640.
Diante do exposto, aduz, ademais, que tais fatos geraram, para a requerente, danos de várias espécies, tais quais os danos morais, materiais e a necessidade de pensão alimentícia para a subsistência da família.
Tentado por diversas vezes um acordo para a reparação amigável dos danos, quedou-se o Sr. Thor inerte em solucionar a demanda.
 
2. Da REALIDADE FÁTICA
Inicialmente, Excelência, é importante informar que a vítima fatal agiu culposamente, em extrema imprudência e com negligência, ao iniciar a travessia à noite, em pista de rolamento de alta velocidade, mal iluminada, de bicicleta, sem capacete e sem itens de segurança obrigatórios tais como campainha, sinalização noturna e espelho retrovisor esquerdo, que poderiam ter alertado antecipadamente o condutor do veículo sobre a travessia do pedestre, evitando, por conseguinte, o resultado morte. 
Ademais, o laudo de exame toxicológico realizado na vítima constatou a presença de etanol em seu sangue, na proporção de 15,5 dg/L, como se pode notar no laudo em anexo, sendo certo, ainda, que no para-brisa do veículo conduzido pelo apelante foram encontrados fragmentos de lata de cerveja e resíduos de sacola plástica, tudo indicando que a vítima atravessava a pista, que como dito é de alta velocidade (110 km/h), sob a influência de álcool.
O Réu foi surpreendido com a presença repentina da vítima não podendo no momento fazer nada para que fosse evitado o desastre. Ora, pois, Excelência, deve ser demonstrada a omissão estatal perante a falta de planejamento da rodovia, a qual deixava a desejar no mínimo uma passarela para que ciclistas tivessem por onde cruzar tal avenida de alta velocidade.
O Laudo, apresentado pela perícia demonstrou que no corpo da vitima havia o teor alcoólico de 15,5 dg/L. 
O Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9.503/97) estabelece, como, limite máximo permitido de 6 dg/L(decigrama de álcool/litro) para que a pessoa permaneça no seu estado natural, ou seja capaz de raciocinar de forma coerente os seus atos. 
Portanto, a vitima não fazia jus de suas habilidades e sentidos de forma plena. 
3. do direito
da dispensa da audiência de conciliação
O Requerido deixa expresso que não haverá proposta de acordo, portanto assim, dispensa-se a audiência de conciliação, conforme o art. 334, §4º, inciso I do CPC/15:
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência
(...)
§ 4o A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
DA TEMPESTIVIDADE
Tem-se que o requerido foi citado em 28 de fevereiro de 2019, considerando que o Aviso de Recebimento dos correios foi juntado em 07 de março de 2019 e nos termos do art. 231, I do CPC, o termo inicial do prazo da contestação se dá na data da juntada do aviso de recebimento, quando a citação ocorrer pelo correio.
E considerando que a contagem dos prazos, nos termos do art. 219 do CPC, ocorrerá somente nos dia úteis, tem-se que está plenamente tempestiva a presente contestação.
da responsabilidade civil
É consolidado pela Jurisprudência, que uma vez que, a vitima não estando gozando de seu juízo perfeito esta concorre com culpa exclusiva em relação ao condutor:
DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. ACIDENTE ENTRE CAMINHÃO DA EMPRESA RÉ E O IRMÃO DA AUTORA. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. VÍTIMA EMBRIAGADA. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. 1. Demonstrado que o resultado danoso se deu por culpa exclusiva da vítima, irmão da autora, uma vez que, além de não se encontrar com nenhum equipamento de segurança, estava sob efeito de grandes doses de bebidas alcoólicas, vindo a colidir sua bicicleta com o caminhão da empresa ré, resta configurada a excludente de responsabilidade do condutor do caminhão. 2. Sendo o evento danoso motivado por uma excludente de responsabilidade civil, não há que se falar em reparação a título de dano moral e material. 3. Recurso desprovido. Sentença mantida.
(TJ-DF - APC: 20150510122619, Relator: JOSAPHÁ FRANCISCO DOS SANTOS, Data de Julgamento: 27/01/2016, 5ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 03/02/2016 . Pág.: 254)(grifo nosso)
Ora, Excelentíssimo, de fato, devemos concordar com o que a Autora preceitua na exordial, onde ela explicita o art. 28 do Código de Transito Brasileiro – CTB:
“Art. 28 – O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis a segurança do trânsito.”
Pois bem, o Sr. Wanderson, ao beber e dirigir, de forma despretensiosa, sua bicicleta em uma pista de rolamento de alta velocidade, acabou por ir de encontro aos arts. 34 e 35 do CTB, realizando a manobra que planejava na fatídica noite, manobra esta que deveria ser realizada da seguinte maneira:
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço.
Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos. (grifo nosso).
Com isso, fica indubitável a culpa exclusiva da vítima, a qual é suficiente para afastar qualquer tipo de responsabilidade do réu referente à indenização, de acordo com o entendimento do Tribunal de Justiça, como nota-se nas jurisprudências tanto do TJ-RJ:
E M E N T A: Indenização. Danosestéticos e moral. Atropelamento por ônibus. Improcedência. I - R. Sentença prolatada em 03/12/15, enquanto que a Apelação foi manejada em 29/02/15. Aplicação por analogia do Enunciado Administrativo n.º 2 do STJ. II - Hipótese versando sobre responsabilidade civil objetiva extracontratual, que só pode ser afastada se demonstrada à ocorrência de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima. Exegese do § 6º do artigo 37 da Constituição Federal. III - Conjunto probatório, mormente as declarações prestadas em sede policial, revela que o Autor se encontrava consumindo bebida em uma via de rolamento intenso de trânsito, vindo a ser colhido pelo coletivo de propriedade da Apelada. Comprovada a culpa exclusiva da vítima, afasta o dever de indenizar. IV - Fatos constitutivos do direito pleiteado não demonstrado. Inteligência do inciso I do artigo 333 da revogada Lei de Ritos Civil. Precedentes deste Colendo Sodalício, como transcritos na fundamentação. R. Sentença ultimando por julgar improcedente o pedido merecendo prestígio. V - Recurso que se apresenta manifestamente improcedente. Aplicação do caput do art. 557 do C.P.C. c.c. art. 31, inciso VIII do Regimento Interno deste E. Tribunal. Negado Seguimento.
TJ-RJ - APL: 04015807520128190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 44 VARA CIVEL, Relator: REINALDO PINTO ALBERTO FILHO, Data de Julgamento: 09/05/2016, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 11/05/2016)(grifo nosso)
				
Como do Tribunal de Minas Gerais:
APELAÇÃO CÍVEL. ACIDENTE FERROVIÁRIO. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA AFASTADA. RECURSO IMPROVIDO. - As concessionárias de serviço público respondem objetivamente pelos danos causados a terceiros, nos termos do art. 37§ 6º da CR/88; - A culpa exclusiva da vítima afasta o dever de indenizar; - Recurso improvido.
(TJ-MG - AC: 10447070029379001 MG, Relator: Amorim Siqueira, Data de Julgamento: 16/04/2013, Câmaras Cíveis / 9ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 25/04/2013)
Desta forma, não se vê motivos para que seja deferida a tutela de urgência da autora, tendo em vista a necessidade do fumus boni iuris, a qual não se vê presente, haja vista a falta do nexo de causalidade, tampouco o periculum in mora, na qual não foi provado pela autora que a falta do montante requerido acarretaria numa possível perca para ela.
DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
É imperioso contestar o valor de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), requerido a título de reparação por danos morais.
O Réu contesta, desde já, o valor pleiteado a título de indenização, posto que, por mais que a vida de um ser humano seja algo delicado de se por um valor, representa quantia exacerbada, requerida aleatoriamente.
Na hipótese de Vossa Excelência entender pela ocorrência de danos morais e/ou materiais ao Autor imputáveis ao Requerido, no que não acredita, o valor indenizatório deverá ser fixado livremente por Vossa Excelência, com base nos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Portanto, requer-se de Vossa Excelência que utilize o princípio da equidade quando da fixação do quantum indenizatório, na hipótese remota de lhe vir a reconhecer o direito pleiteado, não levando em consideração o absurdo e injustificável valor pedido na inicial, tendo como fundamento diversas jurisprudências onde se põe o valor aproximado de 100 salários mínimos na vida do de cujus, um valor 06 (seis) vezes menor que o arbitrado.
					E M E N T A – APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE DE MENOR. RESPONSABILIDADE DO CONDUTOR. COMPROVADA. DEVER DE INDENIZAR. DANOS MORAIS FIXADOS EM R$ 100.000,00 (CEM MIL REAIS). OBEDIÊNCIA AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO. AUSÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DA CALÇADA EM QUE OCORREU O ACIDENTE. OMISSÃO. NEXO CAUSAL NÃO COMPROVADO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RECURSOS NÃO PROVIDOS. Mantém-se a sentença que julgou improcedente o pedido indenizatório em face do Município de Três Lagoas, porquanto é cediço que nas condutas estatais omissivas a responsabilidade civil é subjetiva, devendo, portanto, existir comprovação do ato omissivo ilícito e do dano causado, bem como do nexo de causalidade entre um e outro, além da demonstração clara da ocorrência de resultado danoso à vitima. O constrangimento e o abalo sofridos, decorrentes da morte de filho menor ocorrida em acidente de trânsito, constituem causa suficiente para ensejar direito à indenização por danos morais. A doutrina e a jurisprudência assentaram de forma superlativa que o valor da indenização fixado a título de dano moral deve atender à capacidade econômico financeira do ofensor, de modo a se constituir em fator de desestímulo do ato praticado e mitigar, por outro lado, a intensidade do sofrimento do ofendido, a gravidade, natureza e repercussão da ofensa, sem constituir-se em fonte de enriquecimento indevido à vítima.
TJ-MS 08028243520148120021 MS 0802824-35.2014.8.12.0021, Relator: Des. Sérgio Fernandes Martins, Data de Julgamento: 28/11/2017, 1ª Câmara Cível).
	Quanto à prestação de alimentos, a autora estipulou data com expectativa de vida aproximada de 76 anos, sendo isso um total absurdo, tendo em vista o risco de vida da profissão que o de cujus praticava e o estilo de vida que o mesmo vivia. Caso entenda como plausível a pensão por alimentos, pede-se que seja levada em conta todos esses fatores, diminuindo a pensão até o momento que o menor complete a maior idade.
5. DOS PEDIDOS
Em face de todo o exposto, pede e espera o Contestante que,
Seja recebida e processada a presente, para que surta seus efeitos legais;
Vossa Excelência acolha as razões aqui elencadas, para que a ação seja julgada improcedente em sua totalidade. 
Seja designada audiência de instrução para que sejam produzidas eventuais provas;
Pede também a condenação do Promovente ao pagamento das custas processuais e demais ônus da sucumbência, inclusive honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da causa.
 			Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente depoimento pessoal do Autor, ouvida de testemunhas, juntada posterior de novos documentos, perícias, vistorias etc., tudo de logo requerido.
Pede deferimento.
Duque de Caxias/RJ, 09 de março de 2019.
Kevin Klein Feijão Sousa
OAB/CE 39.340
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