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Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST Engenharia Química REFERENCIAL TEÓRICO A INFLUÊNCIA DO SOLO NO PROCESSO DE CORROSÃO Marinélio Gomes Costa – 1315140318 1 - SOLOS É formado por uma mistura de compostos de origem mineral e orgânicos, constituído pela interação de processos físicos, químicos, e biológicos, surgidos através do horizonte inicial, que nesse caso é a rocha primária. A atividade doa agentes no solo, constitui faixas horizontais, chamadas de horizontes, as quais dão a cada horizonte perfis próprios. O solo é para os seres vegetais além de meio de fixação, uma forma de nutrição essencial ao desenvolvimento das plantas . Muitas das vezes, o solo que vemos hoje em alguns lugares, pode ter sofrido modificações do homem. Ele é formado por partes líquidas, gasosas e sólidas. [1][2] De forma geral, podemos dizer que solo é a camada que recobre a crosta terrestre, constituído de matéria orgânica, seres vivos, minerais, ar e água. É no solo que está a maior parte da biosfera. O solo é utilizado para diversos fins: utilizado para fazer plantações até servir de suporte para construções. 1.1 - HORIZONTES DO SOLO Seções quase paralelas que se diferem uma das outras por fatores como: origem do material formador, transformações de energia e outros. O horizonte do solo possui características próprias, trazendo a cada um, uma determinada importância na vida dos seres humanos. Sob a atuação de um conjunto de ocorrências biológicas, físicas e químicas. O solo se origina através de um encadeamento de camadas uma em cima da outra de forma que cada horizonte apresenta distinções devido suas inúmeras propriedades. Sobras de plantas são acumuladas mais próximas a superfície, ficando mais escura com a presença da matéria orgânica depositada no solo. Alguns materiais sólidos se transferem sob a ação de fenômenos externos e internos de um lugar para outro, tendo como produto final, horizontes decaídos sobre horizontes ricos em determinados compostos orgânicos e minerais. As mudanças e retiradas ocorridas pelo conjunto de fenômenos físicos, químicos e biológicos acontecem com grande proporção na parte de cima do solo. [1][3] O perfil de solo pode conter os seguintes horizontes, como mostra a Figura 1.1. Figura 1.1 – Perfil do solo e seus principais horizontes Fonte: Meurer, 2004. Podemos concluir que, cada horizonte apresenta estilos que os tornam um diferente do outro. As divergências mais distintas entre os horizontes está principalmente nas cores que cada um apresenta, devido os materiais que são formadores de cada seção. Diferentes características quando combinadas são as que tornam os solos adequados para as inúmeras formas de uso, sendo que cada horizonte apresenta grande importância para a sociedade. . 1.2 - MORFOLOGIA DO SOLO A identificação do solo é realizada por características que cada tipo de solo possui. As características morfológicas podem ser realizadas sem máquinas tecnologicamente avançadas, o que torna mais fácil o estudo das classes dos solos. As características e propriedades do solo são importantes para um melhor entendimento de conceitos e expressões. As principais propriedades morfológicas analisadas são: cor, textura, estrutura e consistência. [3][4] 1.2.1 - Cor: é uma das características que mais chama a atenção no exame de um perfil do solo, e é facilmente distinguível por análise visual e por outros métodos. Temos solos escuros, cinzentos, amarelados, vermelhos, brunados, nas mais variadas intensidades. [3][4][5] 1.2.2 - Textura: Fase mineral sólida do solo é a principal propriedade determinante da retenção e da dinâmica da água no solo. Importantes processos e reações físicas e químicas que ocorrem nos solos estão associados à textura. [3][4][6] 1.2.3 - Estrutura: o arranjo ou disposição das partículas constituintes do solo. Importantes processos e reações físicas e químicas que ocorrem nos solos estão intimamente associados à estrutura do solo. [4][7] 1.2.4 - Consistência: refere-se à resistência do solo quanto a deformação e ruptura. Ocorrem de acordo com o grau de umidade do solo. [4][7] Saber como cada solo se comporta, quais suas características, é de fundamental importância para qualquer estudo voltado a ciência do solo. O tamanho do grão do solo, sua coloração, a consistência e outras características dão a cada tipo de solo, uma forma correta de ser utilizado, um local apropriado para sua utilização e outras aplicações. Conhecer a anatomia dos solos é um dos fatores decisivos para identificar qualquer situação que envolva essa mistura de compostos minerais e orgânicos. Assim como, atráves da morfologia do solo estudar quais os principais meios de evitar ou entardecer esse tipo de problema. O solo é um dos fatores que frequentemente está atuando no processo de corrosão, visto que, grande parte de dutos que transportam algum material, estão enterrados. Enfim, corrosão é hoje, um fenômeno presente em qualquer lugar. 2 - CORROSÃO A corrosão significa de forma geral, a deterioração de um material como resultado de sua reação com o meio ambiente. A corrosão em sua maioria, é um processo espontâneo. Apesar de ser comumente associado aos metais, este é um fenômeno muito mais amplo e também ocorre com materiais não metálicos. Ocorrem com frequência danos aos equipamentos e instalações acarretando complicações do ponto de vista de segurança industrial e ambiental. [8][9][10] 2.1 - CLASSIFICAÇÃO DE CORROSÃO Na classificação de corrosão, ocorrem três tipos: a corrosão eletrolítica, a corrosão química e por fim, a corrosão eletroquímica, está última (corrosão eletroquímica) que é muito comum de acontecer, principalmente na presença de umidade. [8] Corrosão eletroquímica – é um processo espontâneo, passível de ocorrer quando um metal está em contato com um eletrólito, onde acontecem, simultaneamente, reações anódicas e catódicas. É mais frequente na natureza e realiza-se necessariamente na presença de água. Como por exemplo, a formação da ferrugem. (Eq. 2.1 e 2.2) [10] Reação anódica (oxidação): Fe → Fe2+ + 2e¯ (Eq. 2.1) Reação catódica (redução): 2H₂O + 2e¯ → 2OH¯ (Eq. 2.2) A corrosão, ato de deterioração de um material, podendo ser ou não metálico é um fenômeno comum em nosso dia-a-dia. O ato de deteriorar, assim como a questão do solo deve ser estudado com uma dada atenção, pois, existem diversas formas e classificações, bem como, soluções e prevenções diferentes para cada caso. Como por exemplo, a solução aplicada para evitar corrosão em pilares de construções, não é a mesma utilizada para dutos enterrados, visto que, cada situação apresenta fatores incomuns. 3 - CORROSÃO E SOLOS O comportamento do solo como meio corrosivo deve ser considerado de grande importância, levando-se em consideração as enormes tubulações enterradas. A velocidade de corrosão no solo não é muito influenciada por pequenas variações de composição ou estrutura do material metálico, sendo mais influente a natureza do solo. [3] [8] [11] 3.1 - CORROSIVIDADE DE SOLOS Nos solos, assim como em outros meios, a corrosão consiste numa reação eletroquímica de oxirredução onde alguns constituintes do solo são reduzidos enquanto que o metal é oxidado a íons positivos. As características do solo, facilitam uma atuação especial na corrosão eletroquímica, alterando as características dos processos anódico e catódico. A açãodo solo no processo corrosivo, deriva de suas propriedades e suas peculiaridades. [8] [11] [12] [13] 3.1.1 – Elementos que atuam na corrosividade dos solos 3.1.1.1 - Textura e estrutura do solo: solos argilosos possuem partículas finas, de baixa permeabilidade, e por isso, há tendência de retenção de umidade que normalmente favorece a corrosão do metal. Por outro lado, os grandes vazios de solos arenosos permitem rápida penetração de ar e alta permeabilidade de água, ocasionado pouca retenção de água, o que gera baixa corrosividade. [3] [8] 3.1.1.2 - Resistividade: a prova de quão resistente é o solo, é uma maneira de informar com que intensidade a corrosão do solo está atuando no metal enterrado. Essa resistência é modificada ao passar dos tempos, dependendo de inúmeros fatores, tanto externos quanto internos [1] [8] [12] [13] . Métodos para testar essa resistividade do solo, estão cada vez mais sendo utilizados. Dentre eles, o Método de Wenner, ou Método dos 4 pinos, é o mais utilizado [13] . 3.1.1.3 - Potencial Redox: Através do potencial redox é possível estimar se o solo é aeróbio ou anaeróbio e se compostos químicos, tais como óxidos de ferro ou nitratos foram quimicamente reduzidos ou ainda estão presentes nas suas forma oxidadas. Através de medidas entre um eletrodo inerte, em geral platina, e um eletrodo de referência, obtém-se o potencial redox, e através dele pode-se estimar a corrosividade dos solos. Um meio oxidante possui um potencial redox positivo. [3][13] 3.1.1.4 - Potencial de hidrogênio: é a medida do pH no solo. Solos com pH abaixo de 5 podem ajudar para uma corrosão severa e rápida. Solos com pH 6 promovem corrosão com baixa resistividade. O pH entre 6,5 e 7,5 em falta de oxigênio promove corrosão com microrganismos. Já pH maior que 8 contendo sais dissolvidos, tem baixa resistência. [1][8][12][13] 3.1.1.5 - Umidade: o teor de umidade do solo pode alterar de forma significativa a resistência do solo. A água promove a ionização dos eletrólitos presentes no solo completando assim, o circuito do processo corrosivo. Em solos secos, as condições tornam-se mais aeróbias e as faixas de difusão de oxigênio são maiores. [8][12] 3.2 - CORROSÃO EM DUTOS ENTERRADOS Os dutos são materiais sujeitos a corrosão. A corrosão pode levar ao rompimento de tubulação seja ela de gasoduto, transporte de água, oleodutos. Caso ocorra o vazamento do produto que é transportado, grande será o prejuízo financeiro como também o ambiental. Essa corrosão em estruturas enterradas é resultado de propriedades físico-químicas, biológicas e por fatores externos. Como já foi citado na (Secção 3.1.1) [3][11] No meio de inúmeros materiais que podem sofrer o processo de corrosão, o aço carbono é o mais utilizado na indústria e, cerca de 20% do aço fornecido, destina-se a recomposição de materiais, partes ou equipamentos que sofreram processo de corrosão. As indústrias de petróleo e petroquímica são as mais atingidas pela ação da corrosão, pois como consequência criam despesas em toda a produção do material que seria produzido, desde a extração até a refinação do petróleo [14][9] . Dutos enterrados passam por uma variedade de solos, texturas, profundidades, e em alguns casos, os íons agregam a corrosividade do solo. [3] A corrosão de tubulações no solo é um processo eletroquímico com uma reação anódica, onde o metal é oxidado e uma reação catódica com a redução do oxigênio, conforme (Eq. 3.1 e Eq. 3.2). [11] Fe → Fe2+ + 2e¯ (Eq. 3.1) 1 2 O2 + H2O + 2e¯ → 2OH¯ (Eq. 3.2) As causas mais comuns em solos responsáveis pela corrosão eletroquímica são: [3] Eletrodos metálicos diferentes; Concentração diferencial; Aeração diferencial; Temperatura diferencial. Tubulações enterradas estão sujeitas também, a corrosão por correntes elétricas, microorganismos e outros meios. 3.3 – MÉTODOS PARA PROTEGER DUTOS ENTERRADOS Com o grande poder corrosivo que o solo apresenta, a busca por meios que venham a prevenir e proteger ao dutos enterrados, estão cada vez mais sendo estudados e analisados os que já estão em comercialização. As formas mais usuais para proteção externa são [8] : Revestimentos: as ações protetoras de revestimento anticorrosivos podem ser explicadas devido a formação de películas de óxidos, hidróxidos e outros compostos pela reação de metais. Os requisitos de um bom revestimento são: baixa permeabilidade, resistência química ao meio agressivo e outras propriedades físicas adequadas. Nessa forma de proteção, os materiais mais comuns utilizados são: betume, polietileno, alcatrão de hulha- epóxi e fita plástica. [8][11][14] Proteção catódica: proteger catodicamente uma estrutura é eliminar, por processo artificia, áreas anódicas fazendo com que a estrutura tenha característica catódica. Em dutos, o aço é polarizado a uma condição de imunidade, devido a ação da proteção catódica. [3] Sua finalidade é complementar a ação dos revestimentos diminuindo assim, a incidência de falhas. Os protetores catódicos são íons capazes de reagir com alcalinidade catódica, produzindo compostos não solúveis. [14] É feita com ânodos galvânicos ou de sacrifício (geralmente utiliza-se o magnésio), por corrente impressa ou forçada. [8] REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] LUCHESE, E. B.; FAVERO, L. O. B.; LENZI, E. Fundamentos da Química do Solo. 2.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2002. [2] EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. [3] LOUREIRO, Aline Marta Vasconcelos. Estudo da Corrosão de dutos enterrados em solos contaminados por substâncias químicas. Rio de Janeiro, 2005. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos) – Escola de Química, Universidade do Rio de Janeiro, 2005. [4] MEURER, E. J. Fundamentos de Química do Solo. 2.ed. Porto Alegre: Gênesis, 2004. [5] LEPSCH, I.F. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. [6] MAGALHÃES, Regiane Campos. As características físicas, químicas, mineralógicas e hidráulicas do solo e sua susceptibilidade ao processo de terras caídas: Comunidade do Divino Espírito Santo – Iranduba/AM. Manaus, 2011. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal do Amazonas, 2011. [7] CAPUTO, H.P. Mecânica dos Solos e suas aplicações. 6ed., vol.1, Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 1988. [8] GENTIL, Vicente. Corrosão. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora, 2011. [9] SANTOS, A. D. Estudo da resistência a corrosão em aço e revestimentos visando aplicação em hastes de bombeio de petróleo. Aracaju, 2008. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos) – Universidade Tiradentes, 2008. [10] MERÇON, F.; Guimarães, P.I.C. Corrosão: Um Exemplo Usual de Fenômeno Químico, Química Nova na Escola, Rio de Janeiro, v.1, n.19, p. 11 – 14, 2004. [11] SILVA, Sabrina Neves da. Estudo da Corrosão no Solo de aços para dutos protegidos catodicamente. Rio Grande do Sul, 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007. [12] BRASIL, S.L., SILVA, J. da. Critério de avaliação da corrosividade de solos baseado na sobretensão de hidrogênio, Corrosão e Protecção de Materiais, Lisboa, v.29, n.1, p.19 – 25, 2010.[13] LOUREIRO, A.; BRASIL, S.;YOKOYAMA, L. Estudo da corrisividade de solo contaminado por substâncias químicas através de ensaios de perda de massa e índice de Streinrath, Corrosão e Protecção de Materiais, Lisboa, v.26. n.4, p.113 – 121, 2007. [14] Frauches,C. S.; Albuquerque, M. A.; Oliveira, M. C. C.; Echevarria, A. A Corrosão e os Agentes Anticorrosivos, Revista Virtual de Química, Rio de Janeiro, v.6, n.2, p. 293 – 309, 20014.
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