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Diagnóstico por Imagem - 12-06

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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTÔMAGO
Anatomia radiográfica normal
Radiograficamente duas regiões:
Fundo e piloro (direita e ventral)
Posição radiográfica – gás e fluido
- Lateral direita – fluido e piloro, gás no fundo.
- Lateral esquerda – gás no piloro, fluido no fundo.
Posição e forma
Variável dependendo da espécie – cão x gato
- Estômago felino predominante dentro do quadrante cranial esquerdo, piloro está medial.
- Estômago canino estende da parede abdominal esquerda até a direita.
- Conformação – tórax fundo x largo
	- Largo: estômago estende-se na borda do arco costal.
	- Fundo: estômago mais dentro do arco costal.
- Conteúdo / grau de distenção
- Efeitos sobre outros órgãos – fígado, baço, pâncreas, diafragma.
Tamanho
Variável – órgão distensível, sem linhas absolutas, pós-prandial, distensão com gás e/ou fluido pode ser indicativo de afecção.
Marginação
Mais facilmente avaliado usando contraste; rugosidade da mucosa – espessamento dependente da distensão. Parede espessa – dependente da distensão (espessamento máximo 3-5 mm quando distendido).
ESTÔMAGO - GASTROGRAMA
Oral x administração orogástrica
Tubo orogástrico permite administrar mais rapidamente o contraste dentro do estômago: distensão gástrica, avaliação acurada do tempo de esvaziamento gástrico.
Incidências
- VD, DV, lateral direita x lateral esquerda
- Usando estudo contrastado positivo, pode ser avaliado somente a parede gástrica que esta tangencial aos raios x.
- Realize todas as quatro incidências se a suspeita for uma doença gástrica, para melhor análise.
Sedação – pacientes de difícil manejo
Pacientes excitados ou assustados usualmente diminuem a motilidade gastrointestinal; é preferível não utilizar nenhuma contenção química.
- Se for necessário a utilização de drogas, de preferência a pequenas doses de acepromazina para cães e diazepan para gatos – mínimo efeito na motilidade gastrointestinal.
Avaliação / interpretação
Devido a inerente variabilidade da aparência do estômago, a chave para o diagnostico está na repetibilidade da lesão. Espessamento, uniformidade, parede e pregas modificadas. Contrações simétricas – normal 3 -5 contrações/minutos no cão; gato 5-7. Marginação uniforme.
AFECÇÕES DO ESTÔMAGO
Corpos estranhos
Opacidade: corpos estranhos radiopacos x outras opacidades,
Textura: marginação e retenção do contraste pode determinar o tipo de corpo estranho não visualizado na radiografia simples – administre pequena quantidade de bário 10-20 ml e observe o revestimento.
Estudo contrastado: defeito de preenchimento, resíduo, mobilidade.
Deslocamento – anormalidade posicional
Anormalidade em órgãos adjacentes: fígado, baço, pâncreas e colon.
Dilatação aguda e/ou volvulo: predominantemente distenção gasosa (ex: obstrução crônica do fluxo do piloro).
Dilatação aguda
Sinais radiográficos: manutenção normal da posição do estômago; identificar a posição do piloro é chave para avaliação:
- Radiografias, especialmente lateral direita e esquerda; meio de contraste para observar o estomago; localizar a junção gastroduodenal.
Dilatação aguda e volvulo
Sinais radiográficos: piloro se desloca da região ventral direita para esquerda (no sentido horário); grande curvatura move-se para parede costal direita acompanhada por aumento do baço; compartimentalização (observada nestes casos); dilatação do intestino delgado e esôfago.
compartimento posterior vai estar cheio de gás pela fermentação, então vai aumentar de tamanho com relação ao compartimento anterior à dilatação gástrica.
Úlcera gástrica
Usualmente não é reconhecida no exame radiográfico simples. Estudo contrastado aparece uma cratera na parede do estomago durante esvaziamento do contraste e espessamento localizado na parede gástrica.
Dificuldade para distinguir se maligno ou benigno: alta associação com neoplasia gástrica.
Local de predileção de ulcera gástrica é região de piloro e curvatura menor do estômago
Neoplasia gástrica
Piloro, região de curvatura menor são locais de predileção. Muitos diagnósticos requerem contraste.
Possuem aparência variável – tamanho, forma e localização do tumor; carcinoma x sarcoma.
Devido a variabilidade normal na aparência gástrica, suspeita de anormalidade deve ser observada em mais de uma radiografia.
Gastrite difusa mural infiltrativa
Requer estudo contrastado para o diagnóstico. Sinais: lisa ou nodular, espessamento mural (da parede), aumento ou diminuição das pregas. Não tem sinal de doença específica: infecciosa, inflamatória, neoplásica.
Perfuração gástrica
Sinais evidentes – anormalidade peritoneal: libera gás, fluido, peritonite, etc.
O estudo contrastado é necessário para documentar a perfuração, deve ser utilizado o contraste iodado, devido o extravasamento.
RADIOLOGIA DO INTESTINO DELGADO
Afecções do Intestino Delgado
Íleo
Definição: falha de passagem do conteúdo intestinal;
Classes: íleo mecânico; íleo paralítico; inflamação focal/íleo traumático
Distinção importante devido a diferença no tratamento e prognóstico.
Íleo mecânico
Sinônimos: obstrutivo ou dinâmico.
Falha na passagem devido a bloqueio físico 
- Localização obstrução: intrínseca: neoplasia, estreitamento, intussuscepção; Intraluminal: corpo estranho, parasitas.
Obstrução pode ser completa ou parcial.
Sinais radiográficos: destruição focal, marcada distenção de fluido e gás proximal a obstrução – 5 a 6 vezes o tamanho da costela com obstrução completa.
Sinais: o íleo mecânico é diagnosticado no exame radiográfico, o estudo contrastado do intestino delgado não é indicado – afecção cirúrgica. Acumulação de meio de contraste e distensão intestinal próximo da obstrução; massa intraluminal/estenose luminal (faz-se ressecção de porção do intestino); tempo de transito do contraste prolongado; peristaltismo (observa se está funcional ou não, pois se houver perda é íleo paralítico).
Íleo funcional
Sinônimos: paralítico, adinâmico.
Falha na passagem devido a problema neurológico ou disfunção muscular na parede intestinal (causa acumulo de substancia).
Sinais radiográficos: as paredes intestinais se tornam rígidas e paralelas:
- A dilatação pode ser localizada ou generalizada, moderada a severa. Distensão com fluido e gases moderada – 3 a 4 vezes o diâmetro da costela. Ocorre flacidez das alças - adinâmico. A dilatação severa pode indicar obstrução (basicamente por corpo estranho).
- Usualmente não é observado na avaliação radiográfica. Pode ser caso de perfuração ambíguos devido a íleo mecânico/falha cirúrgica. Tempo de trânsito aumentado.
Corpos estranhos
Corpo estranho metálico ou mineral são bem visualizados
Pode resultar em obstrução parcial ou completa; pode ocorrer falha no preenchimento na coluna de contraste. Se um corpo estranho for pontiagudo, verifique a possibilidade de perfuração e usar iodo; radiopaco vs radioluscente; corpo estranho linear é comum em gatos, alças ficam com aspecto de sanfona ou plissada, franzidas.
Intussuscepção
Invaginação de um segmento de intestino dentro da porção adjacente. Pode resultar em obstrução mecânica completa ou incompleta. Pode ocorrer em vários segmentos – local mais comum é no íleo distal e ao exame radiográfico resulta em íleo mecânico; sinal ‘salsicha’ – imagem de opacidade água ou gás. Pode ocorrer intussuscepção íleo-cólica ou colo-cólica (mais comuns).
não diferencia entre intussuscepção e ileo mecânico se tiver fluido dentro.
EXAME RADIOGRÁFICO DE INTESTINO GROSSO
Ceco
Canino: cólon ‘cajado de pastor’, ceco em formato de C, compartimentalizado, usualmente contem gases.
Felino: pequeno divertículo formado de cone compartimentalizado; usualmente não é visto na radiografia (nem no cão e nem no gato).
Colon
Ascendente, transverso e descendente; tubo distensível; cólon transverso passa cranial à raiz do mesentério (alteração que causa efeito massa no linfonodo mesentérico, o primeiro ponto quealtera posição é o colon transverso. Se houver por exemplo neoplasia ou inflamação no mesentério, há essa alteração).
Reto
A partir da entrada da pelve até o esfíncter anal.
Posição
Relativamente frouxo: mesocólon, ligamento duodenocólico, canal pélvico.
Deslocado facilmente pelos órgãos adjacentes: indicador de deslocamento do órgão.
Importante para conhecimento da relação anatômica.
Intestino grosso
Tamanho
Órgão distensível, aumenta de tamanho mais do que o diâmetro de 1,5 de comprimento da L7. Aumento pode ser localizado ou generalizado.
Exame contrastado
Administração de ar dentro do reto e inicio do cólon; indicação para identificação e localização do cólon; visualização dos linfonodos sublmbares; identificação de massas intraluminais.
Faz lavagem, retirando as fezes de dentro. Com uma sonda de diâmetro grande (18-20-24) introduz via retal, fazendo lavagem e administração de ar. Se não fizer boa lavagem, haverá artefatos.
Vantagens: não precisa preparação, custo baixo.
Desvantagens: não distingue as camadas, distensão não é uniforme, artefatos.
Exame contrastado – enema de bário
Procedimento:
- Enemas múltiplos para limpeza de colon; anestesia geral pode ser usada (é bastante viável); cateter com balão (pode ser sonda de fole); suspensão de sulfato de bário pode ser de 15 a 30%, diluindo uma parte de contraste para três de água normalmente. Administra entre 3 e 5 ml/kg, essa quantidade é bastante alta pois deve ser suficiente para distender o cólon, interrompe-se o fluxo de contraste quando este chegar na junção íleo-cólica.
Indicação: intussuscepção ileocolica ou cecocolica; obstrução mecânica de intestino grosso, doença infiltrativa colônica ou massas e lesões de ceco e cólon.
Exame com contraste positivo seguido por duplo contraste – faz primeiro com contraste positivo (faz lavagem do cólon, administra contraste positivo. Depois injeta ar ou gás carbônico). Complicação: ruptura colônica com peritonite – devido à grande distensão.
Pode ser focal ou multifocal.
Doença infiltrativa do intestino grosso
Aparência similar da do intestino delgado. Pode ser pedunculado, linear, ou circunferencial. Vários graus de obstrução colônica.
Etiologia pode ser de origem neoplásica, infecciosa ou inflamatória.
Megacólon
Pode ser por lesão primária neuromuscular ou adquirida, usualmente seguido de trauma.
Sinais radiográficos: colon normal menor que 1,5 vezes o diâmetro da L7. cólon afetado com constipação, aumento de fezes. Pode ser devido a anormalidade congenital da coluna sacral (sacralização – L7 se funde ao sacro e a inervação do colon, especialmente descendente, sai do espaço intervertebral, comprometendo o sistema neurológico – maior frequência é em gato) ou trauma na coluna e pelve, ou ainda, devido a afecção neurológica como síndrome da cauda equina.

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