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Conversão de Eletromecânica de Energia II Máquinas de Corrente Contínua Máquinas de Corrente Contínua • As máquinas de corrente contínua podem ser utilizadas tanto como motor quanto como gerador. Porém, uma vez que as fontes retificadoras de potência podem gerar tensão contínua de maneira controlada a partir da rede alternada, pode-se considerar que, atualmente, a operação como gerador fica limitada aos instantes de frenagem e reversão de um motor. Componentes • O motor de corrente contínua é composto de duas estruturas magnéticas: • · Estator (enrolamento de campo ou ímã permanente); • · Rotor (enrolamento de armadura). Partes Constituintes – Estator • Enrolamento auxiliar de campo: igualmente alojado sobre o pólo principal. À semelhança do enrolamento de compensação, tem por função compensar a reação da armadura reforçando o campo principal; • Pólos de Comutação: são alojados na região entre os pólos e constituídos por um conjunto de chapas laminadas justapostas; Partes Constituintes – Estator • Enrolamentos de Comutação: são percorridos pela corrente de armadura, sendo ligados em série com este. Têm por função facilitar a comutação e evitar o aparecimento de centelhamento no comutador; Partes Constituintes – Rotor • Comutador: é constituído de lâminas de cobre (lamelas) isoladas umas das outras por meio de lâminas de mica (material isolante). Tem por função transformar a tensão alternada induzida numa tensão contínua; • Eixo: é o elemento que transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor a uma carga a ele acoplada. Partes Constituintes – Rotor • Núcleo Magnético: é constituído de um pacote de chapas de aço magnético laminadas, com ranhuras axiais para alojar o enrolamento da armadura; • Enrolamento da Armadura: é composto de um grande número de espiras em série ligadas ao comutador. O giro da armadura faz com que seja induzida uma tensão neste enrolamento; Estator • O estator é composto de uma estrutura ferromagnética com pólos salientes aos quais são enroladas as bobinas que formam o campo, ou de um ímã permanente. Rotor • O rotor é um eletroímã constituído de um núcleo de ferro com enrolamentos em sua superfície que são alimentados por um sistema mecânico de comutação Rotor • Esse sistema é formado por um comutador, solidário ao eixo do rotor, que possui uma superfície cilíndrica com diversas lâminas às quais são conectados os enrolamentos do rotor; e por escovas fixas, que exercem pressão sobre o comutador e que são ligadas aos terminais de alimentação. Funcionamento do motor CC de dois pólos. Principio de Funcionamento Modelo do circuito elétrico do motor CC Modelo do circuito elétrico do motor CC • A Lei de Kirchhoff aplicada ao circuito de armadura resulta em: Modelo do circuito elétrico do motor CC • Ua = Tensão de armadura • Ra = Resistência da armadura • Ia = Corrente de armadura • E = Força Eletromotriz induzida ou Força Contra-Eletromotriz da armadura Modelo do circuito elétrico do motor CC • Pela Lei da Indução de Faraday, a força eletromotriz induzida é proporcional ao fluxo e à rotação, ou seja: Modelo do circuito elétrico do motor CC • n = velocidade de rotação • k1 = constante que depende do tamanho do rotor, do número de pólos do rotor, e como essas pólos são interconectados. • φ = fluxo no entreferro Modelo do circuito elétrico do motor CC • Admitindo-se que a queda de tensão na armadura é pequena Modelo do circuito elétrico do motor CC • Portanto, a velocidade é diretamente proporcional à tensão de armadura, e inversamente proporcional ao fluxo no entreferro. Modelo do circuito elétrico do motor CC • O controle da velocidade, até a velocidade nominal1, é feito através da variação da tensão de armadura do motor, mantendo- se o fluxo constante. • Velocidades superiores à nominal podem ser conseguidas pela diminuição do fluxo, mantendo-se a tensão de armadura constante. Modelo do circuito elétrico do motor CC • Sabendo que o fluxo é proporcional à corrente de campo, ou seja: • k2 = constante. • If = corrente de campo Modelo do circuito elétrico do motor CC • O conjugado do motor é dado por: • C = conjugado eletromagnético do motor • k3 = constante Modelo do circuito elétrico do motor CC • Como dito anteriormente, o controle de velocidade, até à rotação nominal é feito através da variação da tensão da armadura, mantendo-se o fluxo constante. Dessa forma a corrente de armadura se eleva transitoriamente, de forma apreciável, de modo a produzir o conjugado total requerido pela carga, mais o conjugado necessário para a aceleração. Modelo do circuito elétrico do motor CC • Se o conjugado requerido pela carga for constante, o motor tenderá a supri-lo, sempre absorvendo uma corrente de armadura também praticamente constante. Somente durante as acelerações provocadas pelo aumento da tensão, que transitoriamente a corrente se eleva para provocar a aceleração da máquina, retornando após isso, ao seu valor original. Modelo do circuito elétrico do motor CC Modelo do circuito elétrico do motor CC • Portanto, em regime, o motor CC opera a corrente de armadura essencialmente constante também. O nível dessa corrente é determinado pela carga no eixo Modelo do circuito elétrico do motor CC • Assim, no modo de variação pela tensão de armadura, até a rotação nominal, o motor tem a disponibilidade de acionar a carga exercendo um torque constante em qualquer rotação de regime estabelecida, como mostra a figura 6, que representa as curvas características dos motores CC. Modelo do circuito elétrico do motor CC • O controle da velocidade após a rotação nominal é feito variando-se o fluxo e mantendo a tensão de armadura constante e, por isso, chama-se zona de enfraquecimento de campo. Tipo de Excitação Série Tipo de Excitação Série • Bobinas de campo estão em série com o enrolamento da armadura • Só há fluxo no entreferro da máquina quando a corrente da armadura for diferente de zero (máquina carregada) • Conjugado é função quadrática da corrente, uma vez que o fluxo é praticamente proporcional à corrente de armadura Tipo de Excitação Série • Conjugado elevado em baixa rotação • Potência constante • Velocidade extremamente elevada quando o motor é descarregado, por isso não se recomenda utilizar transmissões por meio de polias e correias Tipo de Excitação Paralelo Tipo de Excitação Paralelo • Velocidade praticamente constante • Velocidade ajustável por variação da tensão de armadura Tipo de Excitação Independente Tipo de Excitação Independente • Motor excitado externamente pelo circuito de campo • Velocidade praticamente constante • Velocidade ajustável por variação da tensão de armadura e também por enfraquecimento de campo Tipo de Excitação Independente • São os motores mais aplicados com conversores CA/CC na indústria • Aplicações mais comuns: máquinas de papel, laminadores, extrusoras, fornos de cimento, etc. Tipo de Excitação Independente • Enrolamento de campo independente • Apresenta um fluxo mínimo mesmo com o • motor em vazio. Vantagens • · Ciclo contínuo mesmo em baixas rotações • · Alto torque na partida e em baixas rotações • · Ampla variação de velocidade • · Facilidade em controlar a velocidade • · Os conversores CA/CC requerem menos espaço Vantagens • · Confiabilidade • · Flexibilidade(vários tipos de excitação) • ·Relativa simplicidade dos modernos conversores CA/CC Desvantagens • Os motores de corrente contínua são maiores e mais caros que os motores de • indução, para uma mesma potência • · Maior necessidade de manutenção (devido aos comutadores) • · Arcos e faíscas devido à comutação de corrente por elemento mecânico (não pode ser aplicado em ambientes perigosos) Desvantagens • · Tensão entre lâminas não pode exceder 20V, ou seja, não podem ser • alimentados com tensão superior a 900V, enquanto que motores de corrente • alternada podem ter milhares de volts aplicados aos seus terminais. • · Necessidade de medidas especiais de partida, mesmo em máquinas pequenas. Efeito da Fmm da armadura Quando a corrente de armadura é zero a corrente de campo estabelece o fluxo resultante na máquina. Efeito da Fmm da armadura Quando uma corrente circula pelo enrolamento de armadura, a distribuição original de fluxo na máquina é alterada. O fluxo produzido pela armadura se opõe ao fluxo produzido pelo enrolamento de campo em uma metade de pólo e se soma ao fluxo produzido pelo enrolamento de campo na outra metade deste mesmo pólo. Conversão de Energia I Efeito da Fmm da armadura O fluxo produzido pela armadura se opõe ao fluxo produzido pelo enrolamento de campo em uma metade de pólo e se soma ao fluxo produzido pelo enrolamento de campo na outra metade deste mesmo pólo. Efeito da Fmm da armadura A densidade de fluxo resultante é a soma do fluxo gerado pelo enrolamento de campo e o produzido pelo enrolamento de armadura. Efeito da Fmm da armadura A soma dos fluxos não é linear devido ao efeito de saturação do material ferromagnético. O valor máximo de densidade de fluxo é atenuado pela saturação do material magnético. Efeito da Fmm da armadura Dessa forma a comutação entre as espiras não ocorre sob tensão nula, o que pode vir a danificar o gerador ou motor. A reação da armadura provoca um deslocamento do ponto de fluxo zero, além de distorcer a forma de onda do fluxo no entreferro. Comutação Como ambas a Fmm de armadura e a tensão de reatância são proporcionais à corrente de armadura, o enrolamento de comutação (interpolo) deve ser conectado em série com o enrolamento de armadura. Comutação Uma onda de fluxo muito distorcida pode induzir numa bobina tensões elevadas devido a rápida variação do fluxo distorcido. A tensão na bobina pode se tornar suficientemente elevada para romper o ar entre as lâminas vizinhas do comutador, resultado em um arco elétrico entre elas. Devido a presença do plasma que conduz a corrente de armadura do comutador até as escovas, a tensão de ruptura não é elevada porque o ar próximo ao comutador está em condições favoráveis a ruptura. A máxima tensão permitida entre as lâminas é da ordem de 30 a 40 [V]. Comutação Essa elevada distorção no fluxo ocorre com máquinas funcionando com sobrecarga elevadas, cargas rapidamente variáveis ou campo principal fraco. Um arco entre as lâminas pode se espalhar rapidamente por todo comutador e, além de seus possíveis efeitos destrutivos sobre o comutador, representa um curto-circuito direto para a linha de alimentação. Comutação Esse efeito pode ser consideravelmente abrandado pela compensação ou neutralização da Fmm de armadura debaixo das faces polares. Tal compensação pode ser conseguida por meio de um enrolamento de compensação ou de face polar alojado em ranhuras presentes na face do pólo e com uma face oposta à do enrolamento de armadura vizinho. Comutação O enrolamento de campo de compensação também deve conduzir a corrente de armadura, visto que a reação de armadura aumenta com a carga (corrente de armadura). Comutação Dispositivos presentes para melhorar a comutação e evitar sobre tensão na bobina. Operação das máquinas CC Tensão terminal do gerador em função da corrente de carga Variação da tensão terminal do gerador em função da corrente de carga. Gerador com excitação independente Exercício 1 a) Negligenciando a reação de armadura. Determine a tensão terminal para corrente nominal; (Vt = 88 [V]) b) Considerando que a reação de armadura para carga nominal é equivalente 0,06 ampères da corrente de campo. b.1) Determine a tensão terminal quando operando com corrente nominal; (Vt = 86 [V]) b.2) Determine a corrente de campo requerida para produzir uma tensão terminal de 100 [V], quando operando com corrente nominal. (If = 1,46 [A]) Obs. Considerar condições nominais aplicadas a armadura. Um gerador CC em condições nominais fornece uma corrente de armadura de 120 [A] quando operando em 1000 [rpm]. Esse gerador tem uma resistência de armadura Ra=0,1[Ω], a resistência do enrolamento de campo Rfw=80 [Ω], e Nf = 1200 espiras por pólo. A corrente de campo nominal é 1 [A]. As características de magnetização para 1000 [rpm] é apresentada abaixo. A máquina está operando com excitação de campo independente, sendo a velocidade de rotação do gerador CC de 1000 [rpm]. Exercício 1 Bibliografia FITZGERALD, A. E., KINGSLEY Jr. C. E UMANS, S. D. Máquinas Elétricas: com Introdução à Eletrônica De Potência. 6ª Edição, Bookman, 2006. Capítulo 7 – Máquinas CC KOSOW, I. Máquinas Elétricas e Transformadores. Editora Globo. 1986. Capítulo 3 – Relação de Tensão nas Máquinas CC – Geradores CC TORO, V. Del, MARTINS, O. A. Fundamentos de Máquinas Elétricas. LTC, 1999. Capítulo 7 – Geradores de Corrente Contínua; Bim, Edson. Máquinas Elétricas e Acionamento. Editora Elsevier, 2009. Capítulo 7 – Regime permanente de máquinas de corrente contínua
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