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Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 2 DIREÇÃO A direção é a função administrativa que se refere ao relacionamento interpessoal do administrador com os seus subordinados. Para que o planejamento e organização possam ser eficazes, eles precisam ser complementados pela orientação e apoio às pessoas, através de uma adequada comunicação, liderança e motivação. Está diretamente relacionada com a atuação sobre as pessoas na organização. É fundamental dirigir uma empresa a fim de conseguir que os empregados executem as tarefas (ou serviços) pelas quais respondem. MOTIVAÇÃO É sempre importante conceituar o tema para facilitar sua compreensão. Assim, motivação é o processo responsável pela intensidade, pela direção e pela persistência dos esforços de uma pessoa para alcançar determinada meta. Embora a motivação, de maneira geral, esteja relacionada ao esforço para atingir qualquer objetivo, reduziremos nosso foco durante o curso aos objetivos organizacionais, para refletir interesse específico no comportamento relacionado ao trabalho. Os três elementos chave em nossa definição são intensidade, direção e persistência. A intensidade refere-se a quanto esforço a pessoa despende. É o elemento ao qual a maioria de nós se refere quando falamos de motivação. Contudo, uma alta intensidade não é capaz de levar a resultados favoráveis de desempenho profissional, a menos que canalizada em uma direção favorável. Portanto, precisamos considerar a qualidade do esforço, tanto quanto sua intensidade. O tipo de esforço que devemos buscar é aquele que vai em direção aos objetivos da organização e que é coerente com esses objetivos. Por fim, a motivação tem uma direção de persistência. Essa é uma medida de quanto tempo uma pessoa consegue manter seu esforço. Os indivíduos motivados mantêm-se na realização da tarefa até que seus objetivos sejam atingidos. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 3 CICLO MOTIVACIONAL Chiavenato apresenta em seu livro que a compreensão da motivação do comportamento exige o conhecimento das necessidades humanas, por se tratar de um dos motivos internos mais importantes que orientam o comportamento e o desempenho do individuo. Ao longo da sua vida, o homem evolui os estágios de motivação à medida que vai amadurecendo, ultrapassando os estágios mais baixos e desenvolvendo necessidades de níveis gradativamente mais elevados. Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessidades fisiológicas, psicológicas e de auto-realização. a) Necessidades Fisiológicas São as necessidades vitais ou vegetativas, relacionadas com a sobrevivência do indivíduo. São inatas e instintivas. Situadas no nível mais baixo, as necessidades fisiológicas são também comuns aos animais. Exigem satisfação periódica e cíclica. Fome, sono, sede, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de segurança física contra perigos. b) Necessidades Psicológicas São necessidades exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades. As necessidades psicológicas são raramente satisfeitas em sua plenitude. O homem procura indefinidamente maiores satisfações dessas necessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticam gradativamente. Necessidade de Segurança Íntima: autodefesa, procura de proteção contra o perigo, à ameaça ou à privação potenciais. Conduz a uma busca incessante de ajustamento e tranquilidade pessoal. Necessidade de Participação: É a necessidade de fazer parte, de ter contato humano, de participar conjuntamente com outras pessoas de alguma coisa ou empreendimento. Necessidade de Autoconfiança: Decorrente da auto-avaliação de cada indivíduo. Refere-se à maneira pela qual cada pessoa se vê e se avalia, ao auto-respeito e a consideração que tem para consigo mesmo. Necessidade de Afeição: É a necessidade de dar e receber carinho. c) Necessidades de Auto-realização É a síntese de todas as outras necessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de estar em contínuo autodesenvolvimento no sentido mais elevado do termo. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 5 através da descarga provocada pela satisfação. Essa tensão acumulada mantém o estado de desequilíbrio. Por outro lado, o ciclo motivacional pode ter outra solução além da satisfação da necessidade ou da frustração: a compensação ou transferência. Ocorre a compensação (ou transferência) quando o indivíduo tenta satisfazer alguma necessidade impossível de ser satisfeita através da satisfação de outra necessidade complementar ou substitutiva. Assim, a satisfação de outra necessidade aplaca a necessidade mais importante e reduz ou evita a frustração. Desta forma, toda a necessidade humana pode ser satisfeita, frustrada ou compensada. Conforme Chiavenato, as organizações geralmente possuem um sistema de recompensas e de punições. O primeiro oferece incentivos e alicientes para estimular comportamentos que a organização deseja obter e valorizar seus participantes. Por outro lado, as punições aplica castigos e penalidades para coibir certos tipos de comportamentos não desejados pela organização. Recompensa é considerada um retorno positivo do trabalho de valor para o indivíduo. Um ambiente de trabalho motivador é rico em recompensas para pessoas cujos resultados de desempenho ajudam a atingir os objetivos da organização. Consideramos recompensa o conjunto de instrumentos coerentes e alinhados com a estratégia da empresa, de natureza material e imaterial, que constituem a contrapartida da contribuição prestada pelo empregado aos resultados do negócio, através do seu desempenho profissional e se destinam a reforçar a sua motivação e produtividade. Os principais objetivos deste sistema são atrair, reter e motivar trabalhadores de elevado potencial, reconhecendo que as pessoas são o principal e maior recurso das organizações. O sistema de recompensas deve ter algumas características para que seja considerado justo e para que atinja os seus objetivos, ou seja o sistema deve ter uma ligação estreita com a estratégia da empresa pois é uma forma de orientar os trabalhadores para que estes atinjam os objetivos organizacionais e deve ser bem aceite e compreendido pelos trabalhadores. Em princípio, o sistema de recompensas e punições deve basear-se no conceito de reforço positivo de Skinner que se fundamenta nos princípios básicos: Cada pessoa procura desempenhar o seu trabalho de maneira a obter maiores recompensas ou benefícios. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 6 As recompensas obtidas atuam no sentido de reforçar cada vez mais a manutenção do desempenho bem sucedido em relação ao seu alcance. A teoria do reforço positivo de Skinner fundamenta-se no pressuposto de quetodo comportamento é determinado pelas suas consequências. O reforço positivo é orientado para os resultados desejados e parte do fato de que as pessoas se comportam em função de duas razoes que são: quando um tipo ou nível de desempenho é consistentemente recompensado e quando um padrão de desempenho já foi recompensado de tal maneira que ele será repetido na expectativa de que a recompensa venha a se repetir. Dessa forma, para que o sistema de recompensa e punições funcione com eficácia, é necessário basear-se em dois aspectos: Retroação constante e realimentação frequente para contribuir como reforço positivo d comportamento desejado. A realimentação deve reforçar, fortalecer e incrementar o desempenho excedente. Ligação estreita entre as recompensas e os resultados ou entre os desempenhos desejados ou previamente definidos. Destacam-se dois tipos básicos de recompensa disponíveis para pessoas no trabalho, recompensas extrínsecas e intrínsecas. RECOMPENSAS EXTRÍNSECAS são administradas externamente. São resultados de valor atribuídos a alguém por outra pessoa - tipicamente, um supervisor ou diretor de nível mais alto. Exemplos comuns de recompensas extrínsecas disponíveis no ambiente de trabalho são pagamentos de incentivos, promoção, dispensas de trabalho, tarefas especiais, instalações de trabalho melhoradas, benefícios, prêmios, elogios, e outros semelhantes. Em todos os casos o estimulo a motivação de recompensas extrínseca origina-se externamente ao indivíduo. RECOMPENSAS INTRÍNSECAS são componentes de natureza imaterial que conferem motivação e estão intimamente ligadas ao trabalho realizado como, por exemplo, responsabilidade, autonomia, crescimento pessoal e progressão de carreira. Este tipo de recompensas gera envolvimento e cria a identificação entre o trabalhador e a empresa, pois dão sentido e importância ao trabalho que faz. As principais origens de recompensas intrínsecas são o sentimento de competência, desenvolvimento pessoal, e autocontrole experimentado pelas pessoas em seus trabalhos. O estímulo motivador de recompensas intrínsecas é, portanto interno e não depende das ações de terceiros. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 8 se transformam de acordo com as exigências do mercado, que cada dia torna-se mais competitivo. As mudanças chegam também à forma como as organizações são geridas, hoje com uma perspectiva mais humanística, visto que as empresas começam a agregar valor ao capital humano. Chiavenato afirma que entramos na Era da informação e estamos deixando a Era Industrial para trás. Na Era Industrial predominavam os ativos tangíveis e bens físicos como máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas e o capital financeiro. Na Era da Informação, estão predominando ativos intangíveis e bens intelectuais. O capital intelectual está em alta. Cada vez mais, as organizações estão aumentando seu valor patrimonial por meio de ativos intangíveis e intelectuais. O conhecimento está se tornando a moeda mais importante do terceiro milênio. Assim, as organizações começam a entender a importância de se investir no capital humano para o crescimento da mesma. Para se estudar o fator humano, é necessário primeiramente conhecê-lo, saber lidar com pessoas diferentes, saber se relacionar e se comunicar com elas; para isso a priori é necessário compreender o comportamento humano como meio de se alcançar a eficiência e eficácia das empresas. O comportamento organizacional é uma área que trata do comportamento individual, isto é de tópicos como personalidade, atitudes, percepção, aprendizado, motivação. Além disso, o comportamento organizacional também está relacionado com o comportamento grupal, incluindo tópicos como normas, papéis, construção de equipes e conflito. Para Chiavenato, há três níveis diferentes de comportamento nas organizações que podem ser explorados: macroperspectiva do comportamento organizacional que discute o comportamento do sistema organizacional como totalidade; perspectiva intermediária do comportamento organizacional no qual aborda o comportamento de grupos e equipes na empresa; e o microperspectiva do comportamento organizacional que trata do comportamento individual de cada colaborador ao trabalhar sozinho na corporação. Nessa perspectiva, Chiavenato define que a abordagem macro do comportamento organizacional se fundamenta em questões como comunicar, liderar, proporcionar decisões, lidar com estresse e conflito, proporcionar negociação, tipos de poder e política e coordenar atividades de trabalho. Já a perspectiva intermediaria do comportamento organizacional se baseia em observações sobre equipes, no qual busca descobrir formas de socialização que Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 9 estimulem a cooperação entre os indivíduos e a progresso da produtividade em grupo. Logo, a microperspectiva do comportamento organizacional possui uma forte orientação psicológica por focar as diferenças particulares e de personalidade, percepção e atribuição, motivação e satisfação no trabalho. Conforme estudamos, Robbins também analisa o comportamento organizacional em três níveis: o nível individual (examina-se fundamentos da conduta pessoal: valores, atitudes, percepção, aprendizagem, o papel da personalidade e das emoções nesse comportamento, a motivação individual e o processo individual de tomada de decisão), o nível do grupo (pondera-se modelos de comportamento de grupo: temas relacionados à comunicação e à tomada de decisão dos grupos, liderança, confiança, poder, política, conflitos, negociação, dentre outros), e o nível do sistema organizacional (discute-se como o comportamento pode ser afetado por diferentes dimensões das organizações. Além disso, aborda-se temas como as políticas e as práticas de recursos humanos e como elas influenciam os componentes das organizações e a como a cultura institucional influencia o comportamento dos membros). Bowditch e Buono ressaltam que um dos principais problemas do comportamento organizacional se detém ao porque as pessoas se comportam da maneira como o fazem em seu trabalho e em suas empresas. Assim como o porquê de algumas pessoas darem o máximo de si enquanto outras somente realizam o trabalho necessário. A resposta para esses questionamentos encontram-se na discussão de alguns elementos que compõe o comportamento organizacional como: motivação; percepção, atitudes e diferenças individuais; comunicação; liderança; e comportamento grupal e intergrupal. Considera-se percepção o processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais, com a finalidade de dar sentido ao seu ambiente. O que uma pessoa percebe pode ser substancialmente diferente da realidade objetiva. Alguns fatores moldam ou distorcem a percepção, tais como: Observador - Quando uma pessoa observa um alvo e tenta interpretar o que está percebendo, esta interpretação é fortemente influenciada pelas características pessoais do observador. Alvo - As características do alvo que está sendo observado também podem afetar a percepção. Os alvos não são observados isoladamente, a sua relação com o cenário influencia a percepção, como nossa tendência a agrupar coisas próximas ou parecidas. Contexto - O contexto dentro do qual percebemos os objetosou eventos é muito importante. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 10 Para um maior entendimento desses questionamentos, Chiavenato descreve três variáveis independentes (variáveis no nível do sistema organizacional, variáveis no nível do grupo e variáveis no nível do individuo) como principais determinantes das variáveis dependentes (produtividade, absenteísmo, rotatividade, satisfação com o trabalho e cidadania organizacional). As variáveis independentes no nível do sistema organizacional referem-se à soma da estrutura formal ao conhecimento da conduta das pessoas e dos grupos. Já as variáveis no nível do grupo fazem menção à diferença de comportamento das pessoas enquanto trabalham sozinhas ou em grupo. Para as variáveis no nível do indivíduo o autor ressalta a importância das características pessoais de cada um e como elas afetam o comportamento do mesmo no trabalho (valores, atitudes, personalidade, emoções, percepção, a tomada de decisão, a aprendizagem e a motivação). As organizações bem-sucedidas precisam de pessoas que façam mais do que os seus deveres normais e apresentem desempenho além das expectativas. Como nas organizações bem-sucedidas as tarefas são cada vez mais realizadas em equipe e a flexibilidade é um fator importante, elas necessitam de pessoas que adotem um comportamento de boa cidadania, oferecendo-se voluntariamente para tarefas extraordinárias, ajudando os colegas em suas equipes, fazendo declarações positivas sobre o trabalho de seu grupo e de sua organização evitando conflitos desnecessários, cuidando do patrimônio da empresa, respeitando as leis e regulamentos, e sendo tolerantes com ocasionais aborrecimentos e imposições decorrentes do trabalho. TEORIAS CLÁSSICAS DA MOTIVAÇÃO Antes de apresentá-las é necessário ressaltar que essas teorias são recordistas em questões de concursos. Portanto, leia com bastante atenção os detalhes e as diferenças entre elas. As teorias motivacionais de subdividem em: Teorias de CONTEÚDO - referem-se a “o que” motiva o comportamento humano como a Teoria da Hierarquia de Maslow, Teoria dos Dois Fatores, Teoria das Necessidades, Teoria ERC. Teorias de PROCESSO - refere-se em “como” o comportamento é motivado. Destacam-se como exemplo a Teoria do Reforço, Teoria da Equidade, Teoria da Expectativa de Vroom. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 11 Conforme o livro Comportamento Organizacional dos autores Stephen P. Robbins, Timothy A. Judge e Filipe Sobral, destacam-se as seguintes Teorias CLÁSSICAS da Motivação: Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 15 TEORIA X E TEORIA Y Douglas Mcgregor propôs duas visões distintas do ser humano: uma basicamente NEGATIVA, chamada de Teoria X, e outra POSITIVA, chamada Teoria Y. TEORIA X – baseada em premissas incorretas e distorcidas a respeito do ser humano. É praticada pelos administradores que não acreditam nas pessoas e impõem forte dependência dos subordinados em relação às chefias. Ela pressupõe que o ser humano tem aversão ao trabalho e, portanto, a maioria das pessoas precisa ser coagida, controlada, dirigida, ameaçada de punição e premiada materialmente para se esforçar e produzir de forma eficiente e eficaz. As atividades das pessoas devem ser simplificadas, padronizadas e dirigidas em função dos objetivos e necessidades organizacionais para facilitar essa ação controlada da empresa. Características da Teoria X: As pessoas são indolentes e preguiçosas, evitando o trabalho sempre em função de recompensas salariais diretas e imediatas. As pessoas não têm ambições, não gostam de assumir responsabilidades e preferem ser dirigidas para se sentirem seguras. As pessoas são egocêntricas e os seus objetivos individuais geralmente se opõem aos objetivos da empresa. As pessoas resistem às mudanças, pois procuram o seu status quo e a sua segurança e não assumem riscos que possam coloca-las em perigo. As pessoas são incapazes de autocontrole e de autodisciplina devido à sua dependência. Precisam ser dirigidas e controladas. Objetivo das pessoas – Segurança individual. Motivação para produzir – Emprego e remuneração. Instrumentos do empresário e dos gerentes – Disciplina e prêmios materiais. TEORIA Y – tem uma visão oposta, pressupõe que o ser humano aceita responsabilidades. Para produzirem de forma eficiente e eficaz, as pessoas devem ser motivadas em função das suas necessidades específicas, que podem incluir o relacionamento no trabalho, a perspectiva de valorização profissional e pessoal e o Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 16 desafio de um projeto profissional interessante. Os dirigentes desenvolvem um estilo de administração dinâmico e aberto, democrático e que cria oportunidades. Características da Teoria Y: O trabalho pode ser fonte de satisfação das pessoas e de recompensas quando é voluntariamente desempenhado ou pode ser fonte de punição quando imposto ou forçado. As pessoas possuem motivação individual, potencial de desenvolvimento, ambições e capacidade para assumir responsabilidades. Os objetivos individuais das pessoas nem sempre se opõem aos objetivos da empresa. As pessoas podem aceitar responsabilidades dentro de certas condições. A fuga à responsabilidade, a falta de ambição e a preocupação exagerada com segurança pessoal são características de experiências negativas de cada pessoas e não uma generalização humana. Pressupostos – As pessoas NÃO são preguiçosas e assumem responsabilidades. Objetivo das pessoas – Realização pessoal e profissional. Motivação para produzir – Participação. Instrumentos do empresário e dos gerentes – Mentalização e treinamento. Para entender a Teoria X e a Teoria Y mais profundamente, pense na hierarquia de Maslow. A Teoria Y supõe que as necessidades de nível superior são as dominantes. McGregor, pessoalmente, acreditava que as premissas da Teoria Y eram mais válidas que as da Teoria X. Assim, propõe que ideias como a do processo decisório participativo, das tarefas desafiadoras e de muita responsabilidade, bem como um bom relacionamento de grupo, maximizariam a motivação dos funcionários. TEORIA DOS DOIS FATORES A Teoria dos Dois Fatores, também chamada Teoria da Higiene Motivação, foi proposta pelo psicólogo Frederik Herzberg. Nos anos 50, o autor entrevistou centenas de trabalhadores para o desenvolvimento da teoria, investigando a seguinte questão: “O que as pessoas desejam do trabalho?”. Ele pediu às pessoas Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 20 Primeiro, os indivíduos sentem-se altamente motivados quando o trabalho tem bastante responsabilidade, feedback e um graumédio de riscos. Os grandes realizadores, por exemplo, são muito bem sucedidos em atividades empreendedoras, como gerenciar o próprio negócio ou uma unidade de negócios de uma grande organização. Segundo, uma grande necessidade de realização não faz de alguém, necessariamente, um bom gestor, em especial nas grandes organizações. Essas pessoas estão mais interessadas em se sair melhor sob o ponto de vista pessoal, e não em convencer os outros a melhorar o desempenho. Vendedores com alto grau de realização não são necessariamente bons gerentes de vendas, e os bons gerentes gerais de grandes empresas não costumam ter uma alta necessidade de realização. Terceiro, as necessidades de poder e de afiliação costumam estar intimamente ligadas ao sucesso gerencial. Os melhores gestores têm alta necessidade de poder e baixa necessidade de afiliação. De fato, uma grande motivação pelo poder pode ser considerada um requisito para a eficácia administrativa. TEORIA ERC – ALDERFER Desenvolvida pelo psicólogo Clayton Alderfer, a Teoria ERC concorda que a motivação do trabalhador pode ser medida seguindo uma hierarquia de necessidades, porém diverge da Teoria de Maslow em alguns pontos básicos. Maslow via as pessoas subindo progressivamente dentro da hierarquia das necessidades. Já Alderfer percebia que as pessoas subiam e desciam dentro da hierarquia das necessidades e que existiam apenas três fatores essenciais para motivação: Necessidade existencial - necessidades básicas de Maslow, ou seja, necessidades de sobrevivência. Necessidades de relacionamento - o ser humano tem necessidade de relacionamentos interpessoais, ou seja, sociabilidade e relacionamento social. Necessidades de crescimento - necessidade que o ser humano tem de criar, dar sugestões, participar, desenvolvimento do potencial humano. Essa teoria adota o princípio de frustração-regressão, ou seja, uma necessidade inferior pode ser ativada quando uma necessidade mais elevada Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 22 TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA Essa teoria sustenta que a introdução de recompensas externas, como pagamento, para trabalhos que eram anteriormente gratificantes apenas por seu conteúdo, tendem a reduzir a motivação intrínseca para realizá-los. A Teoria da Avaliação Cognitiva defende que as recompensas extrínsecas reduzem o interesse intrínseco em uma tarefa se elas foram vistas como forma de controle da organização sobre o comportamento dos trabalhadores. Quando alguém é pago por um trabalho, tem a impressão de que aquilo é menos uma coisa que ele quer fazer e mais uma coisa que ele tem de fazer. A Teoria da Avaliação Cognitiva fundamenta-se na Teoria da Autodeterminação. Esta última sustenta que as pessoas, além de serem guiadas por uma necessidade de autonomia (ou autodeterminação) e, consequentemente, determinarem o próprio comportamento, também buscam maneiras de adquirir competências e relacionamentos positivos com os outros. Um grande número de estudos tem sustentado ambas as teorias. Como veremos, as principais implicações delas estão relacionadas às recompensas no trabalho. Quando as organizações utilizam recompensas extrínsecas, como prêmios por um desempenho superior, os funcionários podem deixar de sentir que estão fazendo um bom trabalho por causa de seu desejo intrínseco de se superar, mas porque é isso o que a organização quer deles. A eliminação da recompensa extrínseca pode substituir a explicação externa do motivo que alguém tem para realizar determinada tarefa. Estudos recentes que examinaram como as recompensas extrínsecas aumentaram a motivação para certas tarefas criativas sugerem que talvez precisemos colocar as implicações da teoria da avaliação cognitiva sob um contexto mais amplo. Estabelecer objetivos é mais eficiente para aumentar a motivação, por exemplo, quando há recompensas para alcançá-los. Os autores originais da teoria da avaliação cognitiva admitem que recompensas extrínsecas, como elogios e feedback sobre a competência de alguém, podem aumentar até mesmo a motivação intrínseca sob determinadas circunstâncias. Isso está de acordo com o tema central da teoria: as recompensas e os prazos diminuem a motivação quando são vistos como coercitivos e como uma forma de controle imposto pela organização. Um desenvolvimento recente da teoria da avaliação cognitiva é a AUTOCONCORDÂNCIA, que considera o grau em que as razões das pessoas para perseguir objetivos são coerentes com seus interesses e valores essenciais. Se os indivíduos perseguem objetivos por causa de um interesse intrínseco, provavelmente tenderão a atingi-los e se contentarão mesmo que não o consigam porque o processo de lutar por eles é divertido. Além disso, as pessoas que Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 23 perseguem objetivos por razões extrínsecas (dinheiro, status ou outros benefícios) têm menor probabilidade de alcançá-los e ficam menos felizes mesmo quando os atingem porque as metas são menos significativas para eles. As pesquisas em comportamento organizacional sugerem que as pessoas que perseguem objetivos profissionais por razões intrínsecas são mais satisfeitas com seu trabalho, sentem que se adaptam melhor às suas organizações e podem apresentar melhores desempenhos. Essa teoria significa que você deve escolher seu trabalho por razões que não sejam extrínsecas. Para as organizações, significa que os gestores precisam proporcionar incentivos intrínsecos além dos extrínsecos. Eles precisam fazer que o trabalho seja interessante, reconhecer e apoiar o crescimento e o desenvolvimento dos funcionários. Aqueles que sentem que o que fazem está dentro de seu controle e é resultado de livre escolha tenderão a ser mais motivados pelo trabalho que executam e mais comprometidos com seus empregadores. TEORIA DO ESTABALECIMENTO DE OBJETIVOS No final da década de 1960, Edwin Locke sugeriu que a intenção de lutar por um objetivo é a maior fonte de motivação no trabalho. Ou seja, um objetivo diz ao funcionário o que precisa ser feito e quanto esforço terá de ser despendido para alcançá-lo. Objetivos específicos melhoram o desempenho e objetivos difíceis, quando aceitos, melhoram mais o desempenho do que aqueles mais fáceis e o feedback conduz a melhores desempenhos. Objetivos específicos produzem resultados melhores que metas genéricas. A especificidade do objetivo em si funciona como um estímulo interno. Se fatores como a capacitação e a aceitação do objetivo forem mantidos constantes, também podemos afirmar que, quanto mais difícil o objetivo, mais alto o nível do desempenho. Entretanto, é lógico pressupor que os objetivos mais fáceis serão provavelmente aceitos dessa mesma forma. Porém, uma vez que um funcionário se compromete com um objetivo difícil, espera-se que ele despenda um alto nível de esforços até atingi-lo. Objetivos difíceis prendem nossa atenção e nos ajudam a focar. As metas difíceis nos dão energia, pois temos de trabalhar mais para atingi-las e nos levam a descobrir estratégias que nos ajudam a desempenhar o trabalho ou a tarefa de maneira mais eficaz. Se temos de lutar para encontrar uma forma de resolvê-los, sempre pensamos no melhor modo de solucionar oproblema. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 24 As pessoas trabalham melhor quando recebem feedback com relação a seu progresso, pois isso as ajuda a perceber as discrepâncias entre o que fizeram e o que precisava ser realizado para alcançar o objetivo. Ou seja, o feedback funciona como um guia para o comportamento. Além do feedback, três outros fatores influenciam a relação objetivo- desempenho: o comprometimento com o objetivo, as características da tarefa e a cultura nacional. A teoria do estabelecimento de objetivos pressupõe que o indivíduo está comprometido com o objetivo, ou seja, que ele está determinado a não abandoná-lo. De uma perspectiva comportamental, isso significa que um indivíduo acredita que pode alcançar o objetivo e quer alcançá-lo. O compromisso com o objetivo tem maior tendência de ocorrer quando este é público, quando os indivíduos têm um locus de controle interno e quando os objetivos são auto estabelecidos em vez de atribuídos. A teoria do estabelecimento de objetivos não funciona igualmente bem para todas as tarefas. As evidências sugerem que os objetivos parecem ter um efeito mais substancial no desempenho quando as tarefas são simples (e não complexas), conhecidas (e não novas) e independentes (e não interdependentes). Para as tarefas interdependentes, os objetivos de um grupo são preferíveis. Finalmente, o ato de estabelecer objetivos específicos, difíceis e individuais pode ter diferentes efeitos em diversas culturas. A maior parte dos estudos de fixação de objetivos foi feita em países onde as conquistas e o desempenho individuais são altamente valorizados. Até o presente momento, as pesquisas não mostraram que os objetivos estabelecidos em grupos são mais eficientes em culturas coletivas do que naquelas individualistas. Há evidências de que em culturas coletivistas e com grande distância de poder, os objetivos de alcance moderadamente difícil podem ser mais motivadores do que os difíceis. Assim, os objetivos designados parecem criar mais comprometimento em culturas de grande distância de poder do que nas de baixa distância. Implementação do estabelecimento de objetivos Uma forma sistemática de utilizar a fixação de objetivos é por meio de um programa de administração por objetivos. A administração por objetivos (APO ou MBO, em inglês sigla para management by objectives) enfatiza que os objetivos devem ser tangíveis, verificáveis e mensuráveis, além de serem estabelecidos de maneira participativa. APO é a forma de organizar o trabalho na qual líder e liderado acordam os objetivos em função dos quais o liderado irá trabalhar. Os objetivos gerais da organização são traduzidos em objetivos específicos que são Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 25 desdobrados para cada nível subsequente, como os níveis departamentais ou individuais. Quatro ingredientes são comuns aos programas de APO: especificação dos objetivos, participação na tomada de decisões, um horizonte temporal explícito e feedback de desempenho. Muitos dos elementos dos programas de APO coincidem com as propostas da teoria de estabelecimento de objetivos. Por exemplo, o tempo claramente definido para cumprir os objetivos coincide com a ênfase existente na teoria do estabelecimento de objetivos. A única área de uma possível discordância entre a APO e a teoria do estabelecimento de objetivos refere-se à questão da participação: a APO defende-a fortemente, ao passo que a teoria do estabelecimento de objetivos demonstra que normalmente os gestores, ao fixarem as metas, são eficazes da mesma forma. TEORIA DA AUTOEFICÁCIA A autoeficácia se refere à convicção individual de que se é capaz de realizar determinada tarefa. Quanto maior a autoeficácia de alguém, maior sua confiança na possibilidade de realizar uma tarefa com sucesso. Assim, acredita-se que as pessoas com baixa autoeficácia apresentam maior probabilidade de diminuir seus esforços ou desistir completamente, ao passo que aquelas com elevada autoeficácia tentam vencer o desafio com maior ardor. Além disso, as pessoas com elevada autoeficácia parecem responder ao feedback negativo com mais determinação e motivação, ao passo que as que têm baixa autoeficácia tendem a perder seu empenho quando o recebem. A teoria do estabelecimento de objetivos e a da autoeficácia se complementam e os gestores podem ajudar seus funcionários a atingir altos níveis de autoeficácia combinando as duas teorias. Quando um gestor estabelece objetivos difíceis para os empregados, isso faz que estes obtenham níveis mais altos de autoeficácia já que estabelecer objetivos para as pessoas transmite confiança. O pesquisador que desenvolveu essa teoria, Albert Bandura, argumenta que há quatro maneiras de se aumentar a autoeficácia segundo a figura a seguir: Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 27 Uma contrapartida à teoria do estabelecimento de objetivos é a teoria do reforço. A primeira é uma abordagem cognitiva, sugerindo que os propósitos de uma pessoa orientam suas ações. Já a teoria do reforço é uma abordagem behaviorista, que argumenta que o reforço condiciona o comportamento. Ambas estão em evidente desacordo sob o ponto de vista fisiológico. Os teóricos do reforço veem o ambiente como causa do comportamento. Não devemos nos preocupar, dizem eles, com os eventos cognitivos internos; o que controla o comportamento são os reforços – qualquer consequência que, seguindo imediatamente uma reposta, aumente a probabilidade de que aquele comportamento se repita. O reforço positivo pode ser realizado através de premiações, promoções, elogios, entre outros. Já o reforço negativo condiciona o funcionário à não se comportar de maneira desagradável e pode ser, por exemplo, uma repreensão. TEORIA DA EQUIDADE/ JUSTIÇA ORGANIZACIONAL Os funcionários estabelecem uma relação entre o que recebem por seu trabalho (remuneração, aumentos, reconhecimento) e o que investem nele (esforço, experiência, educação, competência), e depois comparam essa relação entre o que recompensas-insumos com a mesma relação no caso de outros funcionários. Quando percebemos que as relações são desiguais, que somos desvalorizados, por exemplo, cria-se um sentimento de raiva e revolta. Quando percebemos que recebemos recompensas em excesso, a tensão cria o sentimento de culpa. J. Stacy Adams sugere que esse estado de tensão negativa oferece motivação para uma ação corretiva. O ponto de referência escolhido pelo funcionário aumenta a complexidade da teoria da equidade. Existem quatro pontos de referência que podem ser usados na comparação: 1. Próprio-interno: as experiências do funcionário em outra posição dentro da mesma empresa. 2. Próprio-externo: as experiências do funcionário em uma situação ou posição fora de sua empresa atual. 3. Outro-interno: outra pessoa ou grupo da mesma empresa. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 28 4. Outro-externo:outra pessoa ou grupo fora da empresa. TEORIA DA EXPECTATIVA De todas as teorias contemporâneas, a teoria da expectativa, elaborada pelo autor Victor Vroom, é a que mais cai em concursos. A teoria da expectativa sustenta que a força da tendência para agir de determinada maneira depende da força da expectativa de que essa ação trará certo resultado e da atração que esse resultado exerce sobre o indivíduo. Por exemplo, um funcionário sente-se motivado a despender um esforço quando acredita que isso resultará em uma boa avaliação de desempenho, que a boa avaliação resultará em recompensas organizacionais (uma promoção) e que essas recompensas satisfarão suas metas pessoais. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 31 Já Maximiano define liderança como a realização de uma meta por meio da direção de colaboradores humanos. A pessoa que comanda com sucesso seus colaboradores para alcançar finalidades específicas é um líder. Após a conceituação do termo, é importante conhecer a diferença entre dois tipos de liderança muito cobrados em concurso e frequentemente abordado por autores renomados: Liderança FORMAL - exercida por pessoas escolhidas para posições de autoridade formal nas organizações. Liderança INFORMAL - exercida por pessoas que se tornam influentes pelas suas habilidades especiais, que servem as necessidades. Além disso, o autor McGregor afirma que a liderança não é apenas atributo da pessoa, mas uma combinação de quatro variáveis: As características do líder; A atitude, as necessidades e outras características pessoais dos seguidores; A natureza da organização, seus propósitos, sua estrutura, e as tarefas a realizar; O ambiente social, político e econômico. Muitas organizações atribuem o poder aos gerentes e supervisores com base nos cargos que ocupam. Para Dubrin, Ivancevich e Konopaske, existem alguns tipos de poder concedidos aos líderes. As bases principais de poder são: Poder legítimo – tem por base os direitos que o cargo lhe confere. Poder de coerção – o controle do grupo tem por base ameaças e punições. As pessoas obedecem por medo das ações que possam ser tomadas contra elas. Por isso, podem gerar uma reação de vingança e improdutividade. Poder de recompensas – é o oposto do poder coercitivo. O gestor tem o poder de oferecer premiações pelos trabalhos bem realizados. Poder de especialização – a pessoa que tem grande conhecimento em uma área especializada é respeitada por esse conhecimento, exercendo um poder sobre o grupo que valoriza esse tipo de poder. Poder de referência – é a habilidade de influenciar os outros, baseados no carisma pessoal decorrente de traços de personalidade. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 34 Segundo a abordagem situacional, o estilo de liderança a ser adotado pelo líder deve se basear em características do contexto e também nas características do líder e dos liderados. Gabarito: CORRETA Destacam-se as principais hipóteses a respeito da liderança situacional, apontado seus pontos fortes e suas fragilidades na visão dos autores Tannenbaum e Schmidt, Fiedler e Hersey-Blanchard. Modelo de TANNENBAUM E SCHMIDT O modelo propõe três critérios para avaliar a situação a fim de identificar o estilo de liderança a ser adotada: I. O líder – o próprio líder é um dos principais componentes da situação e a forma como se comporta é influenciada por sua formação, conhecimento, valores e experiência. Uma pessoa que valorize a iniciativa e a liberdade, por exemplo, tende a dar prioridade aos comportamentos democráticos. II. Os funcionários – as características dos funcionários influenciam a escolha e a eficácia do estilo de liderança. O dirigente deveria proporcionar maior participação e liberdade de escolha para os funcionários quando estes apresentassem características como: capacidade de identificar as características da organização, desejo de assumir responsabilidades e tomar decisões, experiência para desenvolver o problema eficientemente, entre outros. III. A organização – o clima da organização, o grupo de trabalho, a natureza da tarefa e a pressão do tempo caracterizam a situação dentro da qual os estilos funcionam com maior ou menor eficácia. Em uma organização com cultura hierarquizada, os gerentes irão preferir os estilos orientados para a tarefa. Modelo de FIEDLER O modelo entende que as situações que os líderes enfrentam podem ser avaliadas em termos de três características. Essas características permitem avaliar o grau de favorabilidade da situação para o líder. Ou seja, propõe que a eficácia do desempenho do grupo depende da Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 37 o categorias situacionais I, II, III, VII ou VIII - Quando diante dessas categorias situacionais, os líderes orientados para as tarefas teriam um desempenho melhor. o categorias situacionais IV a VI - Porém, os líderes orientados para as pessoas desempenhariam papel melhor nas situações moderadamente favoráveis, categorias IV a VI. A partir das abordagens sobre o modelo de liderança situacional de Fiedler, chegamos às seguintes conclusões: A liderança orientada para a tarefa é eficaz nas situações muito favoráveis ou muito desfavoráveis para o líder. Já a liderança orientada para pessoas é eficaz nas situações de dificuldade intermediária. Modelo de HERSEY-BLANCHARD Para esses autores, a maturidade do subordinado, avaliada em termos de grau de capacidade e interesse de fazer um bom trabalho, é a principal característica da situação que qualquer líder enfrenta. A maturidade deve ser analisada em relação a uma tarefa específica, de forma que uma pessoa ou grupo não é jamais imaturo de forma completa, porque pode dominar diferentes tarefas de forma diferente. Quanto mais maduro o seguidor, menos intenso deve ser o uso da autoridade pelo líder e mais intensa a orientação para o relacionamento. Inversamente, a imaturidade deve ser gerenciada por meio do uso forte da autoridade, com pouca ênfase no relacionamento. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 38 Esta ideia é dividida em quatro estilos de liderança: I. E1 – DETERMINAR/ COMANDO – adequado para pessoas com pouco grau de maturidade, prevê alto nível de comportamento orientado para a tarefa, com pouca ênfase no relacionamento. Um comportamento nesse caso é dar ordem e reduzir o apoio emocional. II. E2 – PERSUADIR/ VENDA – Alto nível de comportamento orientado para a tarefa e o relacionamento e ajusta-se a pessoas com elevada vontade de assumir responsabilidades, mas pouca experiência ou conhecimento. Líder precisa ser diretivo e oferecer apoio emocional que reforça o entusiasmo. III. E3 – COMPARTILHAR/ PARTICIPAÇÃO – estilo orientado para o relacionamento, pouca ênfase na tarefa e ajusta-se com grande competência, mas pouco interesse em assumir responsabilidades, devido a sentimentosde insegurança ou motivação. IV. E4 – DELEGAÇÃO – pouca atenção à tarefa e ao relacionamento, ajustando-se a pessoas que tenham as condições ideais para assumir responsabilidades. Os estilos de liderança E1, E2, E3 e E4 são melhor visualizados no quadro a seguir: Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 40 decisões sozinha, ou seja, o próprio líder distribui tarefas e determina como serão desempenhadas. O principal é compreender que este estágio tem orientação baixa ao relacionamento e alta à tarefa. O segundo estágio (E2) é persuadir. Neste estágio, o líder tem ênfase na tarefa e nas pessoas. As pessoas conhecem os trabalhos, mas anda não têm maturidade suficiente para assumi-los sozinhas. O terceiro estágio (E3) é compartilhar (E3). As pessoas conhecem bastante o trabalho e já têm competência para tomarem decisões sozinhas. O líder e a equipe tomam as decisões juntos, compartilhando responsabilidades. O quarto estágio (E4) é delegar. O subordinado já possui maturidade suficiente para tomar as decisões sozinho (M4) e o líder delega as decisões a respeito de como os trabalhos serão realizados. A orientação, nesse quadrante, é baixa para a tarefa e para os relacionamentos. Querido aluno, conseguiu entender o gráfico do modelo HERSEY- BLANCHARD (E1, E2, E3 e E4)? Este conteúdo não é simples e precisa ser bem compreendido porque é muito cobrado em prova!! Se houver qualquer dúvida, me pergunte no fórum. Além dos estilos de liderança e liderança situacional, adicionei algumas principais teorias sobre a Liderança, segundo o autor Stephen Robbins, que podem ser questionadas na prova. TEORIAS DOS TRAÇOS DE LIDERANÇA Teorias que buscam identificar as qualidades e características pessoais que diferem líderes de não líderes. Os líderes são identificados com base em seus traços de personalidade, focando qualidades e características pessoais. Reconhecemos líderes como, por exemplo, o presidente da Apple Steve Jobs e o técnico de vôlei Bernardinho como carismáticos, entusiastas e corajosos. A procura por traços sociais, físicos, intelectuais ou de personalidade que possam descrever os líderes e Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 41 diferenciá-los dos demais remonta aos estágios iniciais das pesquisas sobre liderança. Com base em pesquisas realizadas sobre Teorias dos Traços de Liderança, chegamos a duas conclusões: A primeira é que os traços de personalidade (extrovertidos, disciplinados, criativos, flexíveis, defendem a inteligência emocional, entre outros) podem auxiliar na identificação de liderança. A segunda conclusão é que os traços funcionam melhor para prever o surgimento da liderança do que para distinguir entre líderes eficazes e ineficazes. O fato de um indivíduo apresentar determinados traços e ser considerado um líder pelos demais não significa, necessariamente, que será bem sucedido em liderar seu grupo no alcance dos objetivos. TEORIAS COMPORTAMENTAIS As falhas dos primeiros estudos sobre traços de liderança levaram os pesquisadores a seguir por outra direção do final dos anos 1940 até final dos anos 1960. Eles procuraram descobrir se havia alguma coisa específica na maneira como estes se comportavam. Enquanto as teorias dos traços de liderança forneceram uma base para solucionar a pessoa certa para exercer a função de liderança, as teorias comportamentais sugeriam que é possível treinar pessoas para serem líderes. As teorias comportamentais mais abrangentes e mais reproduzidas resultaram de uma pesquisa iniciada no final de 1940 na Universidade Estadual de Ohio, na qual os pesquisadores identificaram duas categorias que demonstravam ser responsáveis por boa parte dos comportamentos de liderança. Chamaram essas duas dimensões de estrutura de iniciação e consideração. Estrutura de iniciação – refere-se ao grau em que um líder é capaz de definir e estruturar o próprio papel e o dos funcionários na busca do alcance dos objetivos. Isso inclui a organização do trabalho e das relações de trabalho e a definição de metas. O lide com alto grau de estrutura de iniciação pode ser descrito como alguém que delega tarefas, espera que os trabalhadores mantenham um padrão de desempenho definido e enfatiza o cumprimento dos prazos. Consideração – é o grau em que uma pessoa é capaz de manter relacionamentos de trabalho caracterizados por confiança mútua, respeito às ideias dos funcionários e cuidado com seus sentimentos. Um líder com alto grau de consideração pode ser definido como alguém Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 42 que ajuda seus funcionários nos problemas pessoais, é amigável e disponível e trata como iguais todos os subordinados, além de expressar apreço e dar apoio. Os estudos sobre liderança na Universidade de Michigan possuíam objetivos semelhantes: identificar características comportamentais de líderes que pudesse estar relacionadas com um desempenho eficaz. O grupo de Michigan também propôs duas dimensões comportamentais: O líder orientado para as pessoas – enfatiza relações interpessoais por meio do interesse pessoal pelas necessidades do funcionário e aceitação das diferenças pessoais entre os membros dos grupos. O líder orientado para a produção – enfatiza os aspectos técnicos e práticos do trabalho, ou seja, revela uma preocupação direcionada à execução das tarefas e ao cumprimento das metas do grupo. As dimensões definidas por Ohio e por Michigan estão relacionadas. A liderança orientada para o funcionário é semelhante à dimensão consideração, ao passo que a liderança orientada para a produção é semelhante à dimensão estrutura de iniciação. Uma revisão recente das teorias comportamentais de liderança revelou que os seguidores de líderes orientados para as pessoas estavam mais satisfeitos com seus trabalhos, mais motivados e tinham mais respeito por seus líderes. Por sua vez, a liderança orientada para a produção estava mais relacionada com níveis de produtividade do grupo e da organização mais elevados e com avaliação de desempenho mais positivas. Os líderes com determinados traços de personalidade e que demonstrem consideração e estruturação realmente parecem ser mais eficazes. Talvez você se pergunte se os líderes conscienciosos (a conscienciosidade é um traço) são mais propensos a ser estruturantes (a estruturação é um comportamento) e se líderes extrovertidos (extroversão é um traço) têm maior tendência a revelar consideração (consideração é um comportamento). Segundo o autor, infelizmente não podemos ter certeza de que haja uma conexão. São necessárias pesquisas futuras para que essas abordagens sejam integradas. Alguns líderes podem ter os traços certos e demonstrar os comportamentos corretos e, ainda assim, fracassarem. Além disso, muitos líderes podem deixar a empresa no momento em que ela está no auge do sucesso e, posteriormente, Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 43terem sua carreira e legado manchados por fatos obscuros descobertos após sua saída. Apesar de a teoria dos traços e as teorias comportamentais serem importantes para a identificação dos líderes eficazes, elas não garantem que um líder tenha sucesso. O contexto também tem muita relevância. LIDERANÇA CARISMÁTICA Para entender esse estilo de liderança é importante entender o significado da palavra carisma. O sociólogo Max Weber definiu carisma como certa qualidade da personalidade de um indivíduo através do qual ele se distingue das pessoas comuns e que o faz ser tratado como se fosse dotado de poderes ou qualidades sobrenaturais ou pelo menos particularmente excepcionais. Weber argumentou que a liderança carismática era um dos tipos ideais de autoridade. Robert House foi o primeiro pesquisador a considerar a liderança carismática e sua relação com o comportamento organizacional. De acordo com a teoria da liderança carismática de House, os liderados atribuem capacidades heróicas ou extraordinárias de liderança a seus líderes quando observam neles determinados comportamentos. Destacam-se algumas características pessoais dos líderes carismáticos: Eles têm visão – são capazes de estabelecer a importância da visão em termos compreensíveis para os demais. Estão dispostos a correr riscos pessoais por ela – assumem os custos de suas atitudes e sacrificam-se para atingir sua visão. São sensíveis às necessidades de seus liderados – são perceptivos com relação às capacidades dos outros e sensíveis as suas necessidades e sentimentos. Exibem comportamentos não convencionais – comportamentos vistos como inovadores e que vão contra as normas. Os indivíduos nascem com traços que fazem deles pessoas carismáticas e influenciam seus liderados começando com a articulação de uma visão atraente, uma estratégia de longo prazo para alcançar uma meta por meio da conexão entre o presente e um futuro melhor para a organização ou grupo. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 44 LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL Outra corrente de pesquisa muito importante é a corrente que tem buscado diferenciar os líderes transformacionais dos transacionais. Os estudos da Universidade de Ohio e o modelo de Fiedler descrevem líderes transacionais, que são os líderes que conduzem ou motivam seus seguidores em direção às metas estabelecidas por meio do esclarecimento das funções e das exigências das tarefas. Por sua vez, os líderes transformacionais inspiram seus liderados a transcender os próprios interesses pelo bem da organização ou do grupo, sendo capazes de causar um profundo impacto em seus liderados. Características do líder TRANSACIONAL: Recompensa contingente – negocia a troca de recompensas por esforço, promete recompensas pelo bom desempenho, reconhece as conquistas. Administração por exceção (ativa) – procura e observa desvio das regras e padrões, tomando as atitudes corretivas necessárias. Administração por exceção (passiva) – intervém apenas quando os padrões não são alcançados. Laissez-faire – abdica das responsabilidades, evita tomar decisões. Características do líder TRANSFORMACIONAL: Influência idealizada – oferece uma visão e o sentido da missão, estimula o orgulho, ganha respeito e confiança. Motivação inspiracional – comunica suas altas expectativas, utiliza símbolo para focar os esforços, expressa propósitos importantes de maneira simples. Estímulo intelectual – promove a inteligência, a racionalidade e a cuidadosa solução de problemas. Consideração individualizada – dá atenção personalizada, trata cada funcionário individualmente , aconselha, orienta. Os líderes transformacionais são mais eficazes porque são mais criativos, e também motivam seus seguidores a serem assim. Nas empresas com líderes transformacionais, há maior descentralização, os gerentes são mais propensos a assumir riscos e os planos de recompensa são associados a resultados de longo prazo, tudo para facilitar o envolvimento e empreendedorismo dos trabalhadores. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 45 Seguidores de líderes transformacionais têm mais tendência a buscar metas mais ambiciosas, estão mais alinhados com os objetivos estratégicos da organização e tendem a acreditar que as metas que perseguem são pessoalmente importantes. GRID GERENCIAL Os pesquisadores Robert Blake e Jane Mouton desenvolveram a representação gráfica de uma visão bidimensional dos estilos de liderança orientados para o funcionário e orientado para a produção conforme a figura a seguir. Eles foram capazes de identificar cinco estilos de liderança: O estilo de gerenciamento empobrecido – o exercício de um mínimo de esforço para obter o trabalho necessário é o suficiente para manter a aflição à organização. O gerenciamento do clube de campo – atenção às necessidades das pessoas de relacionamento útil, levando a um clima organizacional e ritmo de trabalho confortáveis e amistosos. O estilo autoridade/ conformidade – obediência à autoridade. A eficiência operacional resulta da provisão de condições de trabalho de modo que os elementos humanos interfiram ao mínimo. O estilo gerenciamento do meio da rua – gerenciamento do homem da organização. O desempenho adequado da organização é possível através do equilíbrio da necessidade de realizar o trabalho com a manutenção da moral das pessoas num nível satisfatório. Gerenciamento de equipe – o trabalho é realizado por pessoas que têm um compromisso, a interdependência através de um interesse comum nos propósitos da organização leva a relações de confiança e respeito. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 47 relacionamento. Uma pessoa possui poder em relação à você se ela controlar algo que você deseja. Mas que diferenças existem entre liderança e poder? O poder não requer a compatibilidade de objetivos, apenas a relação de dependência. Por outro lado, a liderança requer alguma congruência entre os objetivos do líder e os daqueles que são liderados. Além disso, a liderança enfoca a influência descendente do líder sobre o liderado. Ela minimiza a importância dos padrões ascendente e lateral de influencia; o poder, não. Mintzberg trata sobre a estrutura e o fluxo do poder dentro e em torno das organizações. O autor busca compreender os elementos básicos do jogo chamado poder organizacional - especificamente quem são os seus jogadores ou influenciadores, quais são os meios ou sistemas de influência que eles usam para ganhar poder e quais são os produtos que resultam dos seus esforços. A tipologia das configurações de poder proposta por Mintzberg é resultado da inter-relação dos influenciadores externos e internos das organizações. Os influenciadores externos são aqueles que não são das organizações e tentam influenciar o comportamento dos que participam da organização, como, por exemplo, as associações, os sindicatos, os fornecedores, os clientes e os órgãos reguladores. Esses formam a coalizão externa. Os influenciadores internos são os participantesque são da organização e formam a coalizão interna. A partir dos influenciadores internos e externos, Mintzberg estabelece seis configurações de poder: Configuração de Poder Instrumento - a organização serve a um influenciador externo dominador (ou a um grupo deles agindo em conjunto). Os empregados são induzidos a contribuir com os seus esforços, tendo pouca oportunidade para jogar os jogos do poder. Esse tipo de configuração tende a emergir quando a organização vivencia um poder externo que é focalizado e organizado tipicamente em torno de uma dependência crítica ou de uma prerrogativa legal, emanado por um influenciador externo com objetivos claros e operacionais. Configuração de Poder Sistema Fechado – Os próprios participantes da organização, especialmente os do nível estratégico, são os grandes controladores das decisões organizacionais. Para tanto, fazem uso dos padrões burocráticos no exercício do controle interno. Configuração de Poder Autocracia - A Autocracia também enfrenta uma Coalizão Externa Passiva, mas desenvolve um tipo bem diferente de Coalizão Interna. Todo o poder está focalizado no dirigente da organização que a controla pessoalmente. Essa forma rígida de controle significa uma ausência virtual de jogos políticos - os empregados ou expressam uma lealdade ao dirigente ou vão embora. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 48 A Autocracia persegue e, se necessário, maximiza qualquer objetivo que o dirigente deseje. As autocracias tendem a ser: organizações pequenas e pouco visíveis; organizações novas ou antigas que sejam dirigidas por seus fundadores; organizações que operam em ambientes simples e dinâmicos, algumas vezes com líderes fortes ou enfrentando crises severas. Configuração de Poder Missionária – O grande influenciador que mantém a coalizão passiva. A organização favorece a forte identificação dos seus participantes com as metas e objetivos ideológicos. A Missionária é tão dominada por uma ideologia, que a sua Coalizão Externa também é Passiva. Ao invés de ser influenciada pelo seu ambiente, a Missionária frequentemente busca influenciá-lo, impondo a sua missão. A forte ideologia serve para amarrar a Coalizão Interna em torno dos seus objetivos ideológicos e permite, também, que os seus membros sejam confiáveis para tomarem decisões, uma vez que todos eles compartilham as mesmas crenças e tradições. Assim, dificilmente os jogos políticos são jogados nessa configuração. Todos os esforços são devotados para perseguir o objetivo de preservar, expandir e/ou aperfeiçoar a missão da organização. A Missionária tende a emergir quando a organização vivenciou uma liderança carismática no passado e, talvez, uma história importante, passando a desenvolver fortes tradições em torno de uma missão clara, distinta e atrativa aos seus membros. Configuração de Poder Meritocracia – O poder está concentrado nas mãos dos especialistas. Assim, a Coalizão Interna é profissional. Entretanto, a presença de diferentes tipos de especialistas geralmente propicia uma boa dose de atividade política, especialmente na estrutura administrativa onde os especialistas discutem sobre recursos, limites e estratégias de cada candidato. Dessa forma, a Coalizão Externa pode ser melhor descrita como sendo Passiva, embora ela pareça estar dividida. Devido ao seu treinamento, os especialistas possuem muitas oportunidades para a rotatividade e, por isso, a sua lealdade à organização é um fator fraco. A condição chave que faz surgir a Meritocracia é a necessidade da organização desempenhar um trabalho complexo, o qual requer um alto nível de especialização na sua Coalizão Interna. Configuração de Poder Arena Política - A organização como arena política é caracterizada por conflito, tanto na Coalizão Externa, que é dividida, quanto na Coalizão Interna, que é politizada. Algumas arenas políticas são caracterizadas por um intenso conflito, o qual dura pouco tempo (senão a organização não sobrevive), enquanto outras são caracterizadas por um tipo de conflito mais moderado. Embora a Arena Política pareça ser uma disfunção - a harmonia permite melhor que as organizações atinjam as suas missões do que o conflito - ela não necessariamente é uma aberração. A Arena Política pode servir como um estágio funcional e, na verdade necessário, de transição de uma Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 49 configuração de poder para outra. Ela emerge quando uma organização vivencia um desafio à sua ordem de poder existente ou aquela existente entre os seus influenciadores. Ela também emerge quando há forças equilibradas e irreconciliáveis dentro da organização. As configurações de poder devem ser vistas como instáveis, ou seja, elas podem passar por alterações n momento, por exemplo, em que uma organização passar de um ciclo de vida para outro. Cada uma permanece estável apenas sob certas condições. Gestão participativa é característica de uma gestão democrática, em que funcionários e diretores participam conjuntamente das decisões. Ulrich afirma que envolver os funcionários em uma decisão geralmente significa dividir com eles o contexto e a justificativa para a decisão. Esse procedimento leva os funcionários a desenvolverem habilidades como aprender a pensar, modificar, aperfeiçoar, inovar coletivamente, para cumprir metas programadas, visando alcançar objetivos que sobreponham aos seus interesses individuais. Conforme Robbins, gestão participativa é um processo participativo que utiliza a competência total dos funcionários, e se destina a encorajar o maior comprometimento com o sucesso da organização. Assim, a gestão participativa cria um elo entre os colaboradores e a empresa uma vez que, à medida que eles passam a conhecer a missão, a visão e os objetivos organizacionais e se identificarem com eles, os mesmos passam a contribuir de forma mais pró-ativa para que esses objetivos organizacionais sejam alcançados. Segundo Chiavenato, a partir de 1962 com o movimento de Desenvolvimento Organizacional (DO), as relações entre organizações e colaboradores passaram por mudanças estruturais, devido a uma visão sistêmica onde se percebeu a interdependência dos mesmos. Com o crescimento das organizações e complexidade dos sistemas, houve a necessidade de maior interação com os colaboradores, visto que eles são os responsáveis pela execução das tarefas nos diversos níveis. Isso reflete diretamente na empresa, pois ela se torna mais competitiva e preparada para enfrentar os desafios futuros. Robbins nos mostra a necessidade de adequação das organizações devido a alguns fatores: a mão de obra está mais treinada, a competitividade global exige Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 50 que as organizações sejam capazes de mudar com rapidez e há o efeito do desmantelamento das hierarquias organizacionais. As organizações visualizaram o grande potencial existente em cada individuo. Dessa forma, com a decorrência da Teoria das Relações Humanas, as organizações perceberam a importância do capital humano, e desde então os métodos gerenciais sofreram mudanças. Com o auxilio de psicólogos e sociólogos, as organizações procuravama melhor maneira de gerenciar os colaboradores. Depois de muito tempo centralizando o poder sobre um chefe, as grandes empresas perceberam o valor da equipe como um todo, em vez de focar todas as decisões na alta direção. Perceberam que, se todos participassem das tomadas de decisão, o trabalho poderia ser executado com mais eficiência e prazer. Gil afirma que as equipes autogerenciadas fornecem, pois, um meio para as empresas aumentarem sua produtividade e qualidade e constituem uma importante resposta ao desafio da competitividade. De posse de tais conhecimentos, evidencia-se que Gestão Participativa é um modelo de gestão atual e contemporâneo que enfatiza as pessoas, que fazem parte da organização. Segundo Maranaldo, a Administração Participativa é o conjunto harmônico de sistemas, condições organizacionais e comportamentos gerenciais que provocam e incentivam a participação de todos no processo de administrar. Na gestão participativa é necessário comprometimento total com os resultados e cada pessoa deverá estar consciente da sua responsabilidade com os resultados a serem alcançados. Para Santos, antes de se implantar a gestão participativa numa empresa, é necessário harmonizar três aspectos: Os seus Sistemas (produção, comercialização, recursos humanos, administração e finanças, entre outros) - se há conflitos de estilos diferentes de gestão entre estes sistemas, é difícil implantar a gestão participativa numa empresa; Condições Organizacionais - é preciso flexibilizar a estrutura organizacional com menor número de níveis hierárquicos e normas mais adaptáveis; Comportamentos Gerenciais - os gerentes são os principais mobilizadores das pessoas para o processo participativo e o bom relacionamento da chefia com os subordinados é fundamental na relação participativa. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 51 COMUNICAÇÃO A comunicação é o processo de transferir significado de uma pessoa para outra na forma de ideias ou informação. Segundo Lacombe, a comunicação é uma mensagem que envolve a transmissão de conteúdos emocionais ou intelectuais, na maioria dos casos ambos estão presentes. A comunicação envolve um fluxo de mão dupla, com um emissor e um receptor, em que o que recebe a informação responde a ela alguma forma, de imediato ou após certo tempo. Segundo Chiavenato, comunicar é tornar algo comum. Esse algo pode ser uma mensagem, uma notícia, uma informação, um significado qualquer. Assim, a comunicação é uma ponte que transporta algo de uma pessoa para oura ou de uma organização para outra. A mensagem pode ser transmitida na forma de um documento ou de uma comunicação visual ou audível. Muitos problemas ocorrem por causa de comunicações inadequadas ou falhas, pois todo processo de comunicação está sujeito a distorções. As distorções devem-se ao fato de que é necessário que o emissor codifique seu pensamento em palavras, que transmita sua mensagem sob forma codificada de palavras e que o receptor decodifique essas palavras em novo pensamento, fazendo com que, nessa codificação e decodificação, ocorram distorções relativamente fortes. Além disso, existe o ruído, que e tudo aquilo que não faz parte nem do emissor nem do receptor, mas interfere na mensagem distorcendo-a. Uma das formas de se procurar obter a comunicação correta é inserir no processo a retroinformação, isto é, introduzir o mecanismo de feedback. Mesmo assim, as distorções podem continuar. Lacombe apresenta em seu livro algumas características importantes sobre a importância da comunicação segundo o empresário Jack Welch: É preciso investir em comunicação. Tempo e dinheiro investidos na comunicação com os funcionários são os melhores investimentos a curto e longo prazo no desempenho empresarial. A comunicação é o caminho direto para a inovação. A comunicação clara cria expectativas claras. A clareza da comunicação é refletida na clareza das expectativas. Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 52 A comunicação torna a vida mais simples. A comunicação honesta é sempre a melhor atitude para o longo prazo, apesar de tentações ilusórias de curto prazo. Os principais meios de comunicação são: Contato direto – são obtidos por meio de palestras, encontros pessoais, conversas formais ou informais, reuniões de grupos de trabalhos, reuniões formais periódicas, conversas no almoço, festas. Documentos escritos – têm a vantagem de permitir uma recuperação da informação e, portanto, da comunicação. Os mais comuns são os relatórios, atas de reuniões, cartas, boletins, memorandos, entre outros. Meios eletrônicos – exemplo: correio eletrônico, teleconferência. É a forma mais usual de comunicação. Para Robbins, nenhum grupo pode existir sem comunicação, ou seja, sem a transferência de significados entre seus membros. Apenas através da transferência de significado de uma pessoa para outra é que as informações e as ideias podem ser transmitidas. A comunicação, contudo, é mais do que simplesmente transmitir um significado. Ela precisa ser compreendida. Portanto a comunicação precisa incluir a transferência e a compreensão do significado. Uma boa comunicação começa pela capacidade de ouvir, de compreender o que o outro deseja comunicar, de saber interpretar o que ele deseja. É também saber silenciar no momento certo e estar disponível para escutar o interlocutor dando-lhe a devida atenção. As principais características de uma boa comunicação do ponto de vista do comunicador são: Objetividade Conhecimento do interlocutor (público alvo) Compreensão do interlocutor (saber ouvir) Linguagem adequada Clareza e simplicidade Preferência pela voz ativa Correção Concisão Administração Geral em Teoria e Exercícios Auditor Fiscal do Trabalho Aula 04 – Direção, Motivação, Liderança, Comunicação e Controle Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LILIAN LIMA QUINTÃO 54 A comunicação organizacional constitui o processo específico através do qual a informação se movimenta e é intercambiada entre as pessoas dentro de uma organização. Algumas comunicações fluem na estrutura formal da hierarquia, enquanto outras se movimentam na direção lateral ou horizontal. Da mesma forma como o processo de comunicação interpessoal apresenta alterações afetando seu resultado, as comunicações organizacionais apresentam 3 problemas principais de transformação: Omissão - Significa a supressão de aspectos das mensagens, mantendo o sentido da mensagem íntegro e inalterado, mas sem ser efetivamente transmitido ao destinatário. Distorção - Significa uma alteração no sentido da mensagem em suas passagens pelos diversos agentes do sistema. Sobrecarga - Ocorre quando os canais de comunicação conduzem um volume de informações maior do que a sua capacidade de processá-las. As redes de comunicação estão direcionadas ao canal de comunicação pelo qual a informação circula, mas também pode ser ainda classificada de acordo com as redes que a mesma utiliza, sendo assim denominadas de rede do tipo formal e informal. A comunicação formal é aquela que segue a cadeia de autoridade da organização definida pela estrutura. Já a comunicação informal
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