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53 VISTAS AUXILIARES SECUNDÁRIAS As Vistas Auxiliares Primárias não resolvem todos os problemas de posição de objetos geométricos. Problemas complexos podem exigir mudanças duplas ou múltiplas, dependendo do que se quer obter, medir ou projetar. A grande maioria dos problemas é resolvida com mudanças duplas, mas podem haver casos de mudanças triplas. Vistas auxiliares secundárias (VAS) são resultantes de duas mudanças de Sistema de Referência (MSR) duplas e consecutivas, gerando um Sistema de Referência (SR) totalmente novo em relação ao SR original. As VAS são necessárias quando uma única MSR não é suficiente para posicionar o objeto em estudo em relação ao SR de acordo com as necessidades específicas do problema. Um exemplo disto é a obtenção de projeção acumulada de reta oblíqua (útil para a determinação de distâncias em relação à reta), uma vez que é necessário haver uma projeção em VG da reta para que o processo possa ser iniciado. Outra aplicação usual é a determinação de VG de uma face oblíqua, pois é necessário, para isto, que uma das projeções da face esteja acumulada. Assim, nestas duas situações, a solução é realizar duas MSR consecutivas. A primeira posiciona o objeto em relação ao SR de forma que, com mais uma MSR, seja possível obter a situação desejada, sendo a Vista de Base (VB) da segunda MSR correspondente à Vista Auxiliar (VA) gerada na primeira MSR. (a) (b) Figura 52: Mudança de Sistema de Referência Dupla (MSRD) para a obtenção de VG de face oblíqua. A Figura 52 apresenta um exemplo de MSR dupla para obter a VG de uma face oblíqua em 3D. É possível observar que a primeira MSR acumula a face em questão. A segunda mudança consecutiva é realizada com um plano paralelo à acumulação da face, fornecendo a sua VG. 54 Obtenção de VG de Plano sem projeção acumulada Planos sem projeção acumulada, oblíquos e de rampa, exigem duas MSR para a obtenção de sua VG, sendo a primeira para acumular o plano e a segunda para achar a VG a partir da projeção acumulada. O processo de dupla MSR em épura obedece aos mesmos princípios da MSR simples. No entanto, é necessário tomar cuidado com o posicionamento correto das linhas de terra de acordo com o que se pretende obter e com as medidas a serem transferidas. A Figura 53 apresenta uma épura de uma face plana oblíqua. A seguir, será descrito como obter a VG desta face através de uma VAS com dupla MSR. Na primeira MSR, do tipo Horizontal, a nova linha de terra (eixo x’) é traçada perpendicular à reta frontal contida na face oblíqua e são transferidos os afastamentos (y) do SR original para o no novo sistema em y’. Assim, a face oblíqua fica acumulada no SR O’ como um plano vertical. A segunda MSR é feita a partir da Vista Auxiliar Primária (VAP) obtida com a primeira MSR. Assim, é traçada uma nova linha de terra (eixo x”) paralela à projeção acumulada da face na VAP, uma vez que o objetivo aqui é obter a projeção em VG da face. Os eixos são representados seguindo os mesmos procedimentos da primeira MSR, mantendo a coerência do sistema de representação. Desta forma, como a vista de base é horizontal (plano xy’), o eixo y” é perpendicular à nova linha de terra e aponta para o lado da VB. Portanto, e eixo z” é construído na mesma direção e sentido oposto. (a) (b) (c) Figura 53: Mudança de Sistema de Referência Dupla (MSRD) para a obtenção de VG de face oblíqua. x y z A1 B1 A2 B2 C2 C1 x y z A1 B1 A2 B2 C2 A’1≡B’1 C’1 C1 x y z A1 B1 A2 B2 C2 A’1≡B’1 C’1 C1 B”2 C”2 A”2 VG 55 Em seguida, são traçadas linhas de chamada a partir dos vértices da peça na VAP e perpendiculares à nova linha de terra. As coordenadas z’ de cada vértice são transferidas para as linhas de chamada e medidas a partir da nova linha de terra para cada um dos vértices. Este é um procedimento que deve ser observado com cuidado, pois é comum haver confusão sobre quais coordenadas transferir. Portanto, deve ficar bem claro que as coordenadas a serem transferidas para a segunda MSR são aquelas tomadas a partir do SR resultante da primeira MSR. A Vista Auxiliar Secundária (VAS) é finalizada com a conexão dos vértices segundo a topologia da peça em estudo. É possível observar que, no SR O”, resultante da dupla MSR, a peça está numa posição totalmente distinta da original. A face, que era oblíqua, agora é frontal e, portanto, em VG na nova projeção frontal. (a) (b) (b) Figura 54: Mudança de Sistema de Referência Dupla (MSRD) para a obtenção de VG de face oblíqua. Z Y O Y´ Z´ O´ Y” Z” O” y z O y´ z´ O´ Y” Z” O” Z Y O Y´ Z´ O´ 56 A Figura 54 mostra todo o processo de obtenção da VG de uma face oblíqua do sólido Exemplo 2 em épura, destacando as transferências de coordenadas entre as projeções. A Figura 55 apresenta o mesmo processo em 3D, onde é possível ver o posicionamento dos novos planos de projeção de forma a acumular a face oblíqua e, em seguida, determinar a sua VG. (a) Sólido Exemplo 1 com a face oblíqua em primeiro plano. (b) Primeira MSR para acumular a face oblíqua, com um novo PF de Projeção. (c) Segunda MSR com um plano paralelo à face acumulada, com um novo PH de projeção. (d) O Sistema de projeção resultante sob um outro ponto de vista, onde é possível ver a projeção final da peça com a VG da face. (e) Face oblíqua em destaque. (f) Face oblíqua com as suas projeções: PR, PA e VG. Figura 55: Processo de dupla MSR para a determinação da VG da face oblíqua do sólido.
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