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UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DCH-CAMPUS IX JOÃO VITOR PEREIRA DOS SANTOS KAIO GABRIEL DA CONCEIÇÃO SANTOS MARCUS AURÉLIO DE MEDEIROS ESCORPIONISMO NO BRASIL BARREIRAS – BAHIA DEZEMBRO DE 2014 2 UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DCH-CAMPUS IX JOÃO VITOR PEREIRA DOS SANTOS KAIO GABRIEL DA CONCEIÇÃO SANTOS MARCUS AURÉLIO DE MEDEIROS ESCORPIONISMO NO BRASIL Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina ZOOLOGIA AGRÍCOLA, no curso ENGENHARIA AGRONÔMICA, na UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA. Prof. Dr. MARCO ANTONIO TAMAI. BARREIRAS – BAHIA DEZEMBRO DE 2014 3 RESUMO Os escorpiões que são pertencentes à ordem Scorpiones são seres datados a mais de 400 milhões de anos atrás, que se desenvolveram dotados de características magníficas, passando por um processo evolutivo no qual possivelmente deixaram de serem animais aquáticos para serem animais terrestres, tendo esta evolução o objetivo de encontrar um meio de menor concorrência e maior variabilidade de alimentos. E assim conseguiu se disseminar por quase todo o globo terrestre. Algo que pode ter facilitado essa distribuição por toda Terra, foram às características adquiridas, principalmente no fator reprodutivo, sendo que algumas espécies se adaptaram a uma forma de reprodução assexuada, permitindo que em casos com poucos indivíduos, ainda assim a população se mantenha estável. De forma geral, os escorpiões conseguiram uma adaptação maior em regiões de clima quente e úmido, característica predominante em países de clima tropical, como o Brasil. Assim, o escorpionismo tornou-se um importante fator de saúde pública no Brasil, já que devido a sua fácil proliferação os números de indivíduos escorpiônicos crescem se tornando muito comum o contato entre escorpiões e humanos, favorecendo o crescimento nos índices de acidentes no país. Sendo assim no Estado brasileiro são relatados diversos casos de incidência, acidentes, lesões e fatalidade. Mas, apesar dos altos números coletados pelos institutos e centros de pesquisa, são números defasados, visto que nem todos os casos de escorpionismo são diagnosticados, ou mesmo não são emitidos notas para agregação dessa informação em bancos de dados nacional. Palavras-chave: Escorpionismo; Brasil; Soro Antiescorpiônico; Saúde Pública; Envenenamento. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................5 1.1. Evolução dos Escorpiões..........................................................................5 1.2. Características dos Escorpiões no Brasil..................................................5 2. ESCORPIONISMO NO BRASIL.............................................................................7 2.1. Características Gerais...............................................................................7 2.1.1. Anatomia Escorpiônica................................................................7 2.1.2, Nicho Ecológico...........................................................................7 2.1.3. Reprodução.................................................................................8 2.2. Descrição Das Principais Espécies do Escorpionismo No Brasil.............9 2.3. Escorpionismo..........................................................................................11 2.3.1. Quadro Clinico............................................................................11 2.3.1.1. Manifestações Locais...................................................12 2.3.1.2. Manifestações Sistêmicas............................................12 2.3.2. Tratamento.................................................................................13 2.3.3. Prevenção de Acidentes............................................................13 2.3.4. Controle e Manejo de Escorpiões..............................................14 CONCLUSAO..........................................................................................................15 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................16 APENDICES............................................................................................................17 5 1. INTRODUÇÃO 1.1 . EVOLUÇÃO DOS ESCORPIÕES A gênese dos escorpiões ainda é indefinida, uma vez que não sabe ao certo sua cadeia evolutiva. Porém, existe uma corrente de pesquisadores que acreditam que os escorpiões têm como ancestrais os artrópodes marinhos, outros acreditam que ambos têm um ancestral em comum. Sabe-se que a ordem Scorpiones existe há mais de 400 milhões de anos, com registros fósseis datados dos períodos Siluriano, Devoniano e Carbonífero, da era Paleozóica. Outrossim, com o processo de evolução, os escorpiões se disseminaram por todas as regiões do globo, com exceção da Antártida. Mesmo com uma distribuição tão ampla, estes aracnídeos estão perdendo cada vez mais seu habitat natural, e tendo que se adaptar a novos ambientes, por exemplo, em zona urbana, causando assim uma serie de consequências biológica. 1.2 . CARACTERÍSTICAS DOS ESCORPIÕES NO BRASIL Escorpiões são artrópodes pertencentes à classe Arachnida capazes de causar envenenamentos em seres vivos em geral, de alta relevância sanitária. Estes indivíduos podem ser encontrados em todas as regiões e nos diversos ecossistemas brasileiro. No Brasil são registradas quatro famílias: Bothriuridae, Chactidae, Liochelidae e Buthidae. A Secretaria de Vigilância em Saúde cita a família Buthidae como a que engloba as espécies de interesse para a saúde pública. O gênero Tityus que faz parte dessa família representa cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical, as principais espécies de escorpiões ligadas à importância médica no Brasil pertencem a este gênero, sendo elas: T. serrulatus, T. stigmurus, T. bahiensis e T. obscurus. Os escorpiões, em especial essas quatro espécies atingiram um alto nível de disseminação no território brasileiro, visto que os fatores climáticos, clima tropical, favoreceram a sua adaptação e permanência nesses habitats, e somado, ainda, a 6 esses fatores, há a vasta disponibilidade de alimentos. Possuem um hábito noturno em especial no crepúsculo do dia. 7 2. ESCORPIONISMO NO BRASIL 2.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 2.1.1. Anatomia Escorpiônica São animais facilmente reconhecidos por sua aparência marcante, com corpo dividido em cefalotórax e abdômen (Figura 1). Sendo o abdômen subdividido em tronco e cauda. A região do cefalotórax não apresenta subdivisão, e é composta por dois olhos na região mediana e até cinco em cada lateral, além de seis pares de apêndices ligados à região ventral, que são: um par de quelíceras em forma de pinças, utilizadas para triturar os alimentos; um par de pedipalpos, que apresentam quelas, conhecidas como pinças, em suas extremidades, que desempenham a função de imobilização de presas, defesa, condução do parceiro no ritual da corte e percepção sensorial; e quatro pares de pernas. O abdômen é composto por 12 metâmeros, dos quais sete formam a região do tronco, sendo estes metâmeros dorsais e ventrais, e cinco formam a região caudal. Naparte terminal da cauda encontra-se o télson, subdividido em duas glândulas de veneno emparelhadas que desembocam em dois orifícios em um afiado aguilhão utilizado para inoculação do veneno. 2.1.2. Nicho ecológico Escorpiões são aracnídeos de hábito terrestre, distribuídos em quase todo o planeta Terra. Podem ser encontrados desde desertos às regiões úmidas. De hábito predominantemente noturno, abrigam-se durante o dia sob pedras ou madeiras, troncos podres, enterrados no solo úmido das matas ou nas areias dos desertos, com o objetivo de se afugentar de predadores e, fatores climatológicos. A grande maioria das espécies de escorpiões apresenta exigências específicas em relação ao habitat, porem, algumas espécies possuem alta plasticidade ecológica, adaptando-se facilmente aos variados ambientes, inclusive 8 ambientes antrópicos, como em habitações humanas e entulhos, onde encontram esconderijos de fácil acesso. Em regiões de clima tropical, que apresentam períodos mais quentes e chuvosos, a atividade escorpiônica se torna mais intensa. Os escorpiões são carnívoros, que tem principalmente como base alimentar baratas, grilos, larvas de insetos e aranhas, e alguns casos o próprio canibalismo. A captura desses alimentos advém da estratégia adotada por esses animais, que são dos tipos forrageadores e oportunistas, segurando as presas com as pinças e utilizando de sua peçonha, apenas quando a presa oferece resistência. Podem passar muito tempo sem se alimentar. Apesar de serem animais predadores, servem também como fonte de alimento para corujas, morcegos, aranhas, sapos, lagartos, e ainda outros animais oportunistas, como macacos, quatis, galinhas e seriemas. 2.1.3 Reprodução Existe uma vasta gama no processo reprodutivo dos escorpiões, variando de espécie a espécie, mas de forma geral são seres vivíparos, em sua grande maioria por reprodução sexuada na maioria, que se inicia pelo processo corte do macho para a fêmea, composta por etapas elaboradas por três fases principais: iniciação, dança e transferência de espermatozóides. Após o processo de corte, ocorre a fecundação dos gametas masculino e feminino no interior da fêmea, consequentemente o desenvolvimento dos ovos, ocorrerá o nascimento da prole. Este desenvolvimento pode ser separado em embrionário e pós-embrionário. O período embrionário é relativo à gestação dos filhotes, que pode variar de 3 a 18 meses, a depender de fatores como a espécie e disponibilidade de alimento. E o desenvolvimento pós-embrionário compreende a período após o nascimento até a fase adulta, e pode ser dividido em duas fases: pré-juvenil e juvenil. A fase pré- 9 juvenil é a fase em que os filhotes ficam agarrados ao dorso da mãe. A fase juvenil inicia-se após a primeira ecdise até alcançar a fase adulta. O tempo de vida dos escorpiões pode ser extraordinariamente longo, variando de 4 a 25 anos. Algumas espécies como a do gênero Tityus, possuem a capacidade de reprodução assexuada por meio da partenogênese, a qual não se faz necessário a presença do macho para que a fêmea inicie um processo gestacional. Essa característica pode ser dotada como uma evolução da espécie, para que em mesmo em situações de carência de indivíduos machos, a fêmea continue a procriar. 2.2. DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DO ESCORPIONISMO NO BRASIL O Brasil apresenta um quadro diverso de espécies escorpiônicas, sendo as espécies do gênero Tityus as mais comuns. Sendo as mesmas, do ponto de vista medicinal, as que mais ocasionam acidentes. Os diagnósticos levantados em relação a esses tipos de acidentes descrevem como principais espécies: T. serrulatus, T. stigmurus, T. bahiensis e T. obscurus. Outras espécies são estudadas por também causarem acidentes, porém de menor gravidade, sendo algumas delas: T. metuendus, T. silvestris, T. brazilae, T. confluens, T. costatus, T. fasciolatus, T. neglectus, T. mattogrossensis, Ananteris balzanii e Rhopalurus Agamêmnon. Tityus serrulatus: É um animal de fácil adaptação ecológica, apresenta reprodução partenogenética, sendo estes fatores que justificam a numerosa quantidade de indivíduos distribuídos pelo território brasileiro, consequentemente a principal espécie causadora de acidentes no Brasil. Tem como características tamanho aproximado de 7 cm de comprimento, coloração amarelada, com pernas e cauda amarelo-claras, e o tronco escuro, além da presença de mancha escura na face ventral do último anel da cauda. Nos terceiro e quarto seguimentos da cauda apresenta uma crista de 3 a 5 dentes, formando uma espécie de serrilha, o que designa o nome da espécie.(Figura 2). 10 O mapa de distribuição geográfica dessa espécie é constituído pelas regiões do Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste (com exceção do Mato Grosso). (Figura 3). Tityus stigmurus: apresenta características morfológicas como o dorso amarelo escuro, apresentando uma faixa longitudinal de cor escura na região mediana, além da presença de uma mancha escura em forma de triângulo, com vértice posterior, no cefalotórax. E outras semelhanças anatômicas ao T. serrulatus, como de reprodução partenogenética, tamanho médio, a presença de serrilha na cauda e de mancha escura na face ventral do último anel da cauda (Figura 4). A distribuição geográfica dessa espécie é constituída por toda região do Nordeste e os estados de Santa Catarina e Paraná. (Figura 5). Tityus bahiensis: Denominado como escorpião marrom, apresenta reprodução sexuada, possui uma coloração marrom escura ou avermelhada no tronco e cauda, atingindo cerca de 7 cm de comprimento e manchas nos palpos e pernas. Diferentemente do T. serrulatus e do T. stigmurus, não apresenta serrilha na cauda. (Figura 6). Essa espécie pode ser encontrada nas regiões do Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. (Figura 7). Tityus obscurus: Espécie que pode atingir cerca de 9 cm de comprimento, devido sua coloração negra quando atinge a maturidade é popularmente conhecido como escorpião preto da Amazônia. E em sua fase juvenil apresenta corpo e apêndices castanhos com manchas escuras. No habitat da região amazônica são encontradas diversas espécies de escorpiões, o que ocasiona uma similaridade dessa espécie com as demais. (Figura 8). O T. obscurus é normalmente encontrado na região Norte e no estado do Mato Grosso. (Figura 9). 11 2.3 ESCORPIONISMO A FIOCRUZ (Fundação Oswald Cruz) define escorpionismo como um quadro de envenenamento humano propiciado pela inoculação da toxina produzido pelos escorpiões. Outra observação relevante, feita pela Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), são os números de acidentes de grande importância devido a frequência e gravidade com o que ocorrem, atingindo principalmente as crianças e os idosos pela a espécie do Tityus serrulatus. A alta taxa de acidentes escorpiônicos apresenta-se em ascensão com o passar dos anos, se tornando reconhecido, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como um problema negligenciado, ligado, portanto, às situações de pobrezas. O Ministério da Saúde (MS) realizou um levantamento de dados entre os anos 2000 a 2007, no qual foram registradas cerca 27281 acidentes escorpiônicos por ano. Sendo que as regiões Nordeste e Sudeste somadas são responsáveis por cerca de 89% dos casos registrados no país. 2.3.1. Quadro clínico O veneno escorpiônico é uma mistura bastante complexa, de aminoácidos, peptídeos e proteínas, que propiciam quadros clínicos que variam de dores abdominal, sialorreia, sudorese e vômitos até a bradicardia, priapismoe hipotensão arterial, que dependendo de outros fatores, como a quantidade de toxina inoculada e do tipo de neurotransmissores atingidos, pode chegar a casos extremos como o óbito. O quadro clínico por acidente escorpiônico pode ser divido em local e sistêmico. 12 2.3.1.1. Manifestações Locais Essa se inicia devido à deflagração da peçonha, e ou não, a injeção do veneno na vítima. As manifestações locais são aquelas que têm como característica marcante, a dor local, podendo ser discreta e limitada ao local da picada ou podendo irradiar-se por todo o membro. Ou ainda, não possuir nenhum sintoma, devido a não inoculação do veneno ou até mesmo quando o sintoma é camuflado por manifestações sistêmicas. 2.3.1.2. Manifestações Sistêmicas As manifestações sistêmicas caracterizam-se pelo agravamento do caso. Essas manifestações possivelmente presentes em acidentes escorpiônicos, são subdivididas em: Manifestações gastrointestinais: São de intensidades variáveis, caracterizadas principalmente por sialorreia, náuseas e vômitos. Com menor frequência, podem ser observados casos que evoluem com diarreia, levando a quadros de desidratação. Alguns casos podem apresentar dor abdominal em cólica, possivelmente por ação tóxica do veneno no pâncreas. Manifestações respiratórias: caracterizadas por rinorreia, tosse, espirros, hipersecreção traqueal e faringeana, estertores pulmonares e sibilos, taquipneia, dispneia. Manifestações cardiocirculatórias: são as responsáveis pelos casos mais graves de escorpionismo. Podem estar presentes quadros de taqui ou bradicardia, hipo ou hipertensão arterial, arritmias cardíacas, sensação de opressão torácica, insuficiência cardíaca congestiva, edema agudo de pulmão e choque cardiogênico. Manifestações neurológicas: essas manifestações apresentam reações como tremores, contrações musculares, agitação, mioclonias, sonolência, confusão mental, hipertonia, distúrbios visuais e, mais raramente, cefaleia e convulsões. 13 2.3.2. TRATAMENTO A profilaxia do envenenamento escorpiônico visa conter a propagação das toxinas no corpo e neutralizar seus efeitos. Esse tratamento pode ser dividido em: Sintomático: É tratado através do controle da dor local com uso de anestésicos locais ou regionais e analgésicos. Especifico: Utilização de soroterapia antiveneno específica. Suporte as condições vitais: é o monitoramento contínuo do sistema cardiorrespiratório, pressão arterial, oxigenação, equilíbrio ácido-básico e estado de hidratação. Lembrando que o tratamento só terá sucesso uma vez que esses processos estejam interligados aos métodos clínicos sintomáticos e específicos. Alguns sintomas mais0 graves como insuficiência cardíaca e choque cardiogênico, devem ser combatidos com medicamentos específicos. 2.3.3. Prevenção de acidentes Os acidentes ocasionados por escorpiões normalmente ocorrem durante as atividades cotidianas, relacionados ao ambiente doméstico, profissional, entre outros. Deste modo, grande parte dos acidentes pode ser evitada com as seguintes instruções: Em ambiente doméstico devem-se revistar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de utilizá-los. Num ambiente profissional é necessária a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas de raspa de couro e calçados fechados. Dentre outras formas de prevenção cita-se: vedar frestas e buracos em paredes, soleiras de portas e janelas, vãos entre o forro da casa e as paredes, e consertar rodapés soltos; telar ralos, pias e tanques, além de tampas de esgoto e de redes de energia que fiquem 14 próximas às residências; evitar a formação de entulhos nas proximidades das casas, como acúmulos mal acondicionados de lixo, folhas secas e materiais de construção; combater a presença e proliferação de insetos que possam servir de alimentos para escorpiões, principalmente baratas, preservar os predadores naturais dos escorpiões, como aves, lagartos, sapos, macacos; entre outras. 2.3.4. Controle e Manejo de Escorpiões O Ministério da Saúde apresenta como proposta de controle e manejo de escorpiões, técnicas relacionadas ao monitoramento ativo de escorpiões e manejo ambiental e implantando projetos educativos junto à sociedade, não sendo indicada a utilização de produtos de natureza química pois os mesmos podem vir a degradar o meio ambiente. Para a concretização desse programa são necessários trabalhos e análises que consistem em mapeamento do município, identificação de áreas de risco e áreas prioritárias, estruturação e treinamento de equipes de trabalho, aquisição de EPIs, análise das informações coletadas, e avaliação periódica do programa. Além desse processo de controle existem outras medidas em estudo no país, tal como o controle biológico com microrganismos. Uma forma encontrada para facilitar o manejo dos escorpiões tanto para estudo, quanto para a produção de soro antiescorpiônicos, é a utilização da luz ultravioleta no período noturno, na qual ao ser exposta ao escorpião é refletida uma coloração esverdeada, devido a uma característica físico-química, presente em seu corpo, denominada bioluminescência. 15 CONCLUSAO Os acidentes escorpiônicos no Brasil têm apresentado um crescimento assíduo com um relevante agrave nas regiões urbanas, devido à alta proliferação escorpiônica. Sendo a população economicamente ativa a mais atingida, no entanto os casos letais são mais frequentes em crianças e idosos. Nos meses quentes e chuvosos é registrada a maioria dos casos, sendo as Regiões Nordeste e Sudeste as de maior frequência (~90%). As maiores taxas médias anuais de incidência se localizam na região Sudeste, e as de mortalidade são registradas na Região Nordeste. A Região Sul do país apresenta as menores taxas médias anuais de incidência, mortalidade e letalidade. Contudo, institutos como o Butantan,vêm coletando cada vez mais uma quantidade significativa de veneno escorpiônico para a produção de SAEsc ( Soro Antiescorpiônico), apesar de não suprir a carência nacional. Outra dificuldade encontrada é a falta de conhecimento, principalmente por parte da vítima, quanto à identificação do escorpião agressor. O que dificulta o atendimento médico-hospitalar, uma vez que não sendo reconhecida a espécie, não se aplica o tratamento através da utilização de Soro Antiescorpiônico. Necessita-se que sejam criados programas socioeducativos ligados a conscientização da população acerca da importância deste agravo e de suas formas de controle e prevenção de escorpiões. 16 BIBLIOGRAFIA Josiele Dahsi da Silva. (2012). Escorpionismo no Brasil. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/72387/000877322.pdf?sequence=1 [Consultado em 18/11/2014] Jeane Regina Vanzuita Vieira. (2013). Orientação nos casos de acidente com picada de Escorpião. Disponível em http://www.lian.com.br/picada-de-escorpiao/. [Consultado em 22/11/2014] Sidmar Sirqueira. (2013). Escorpionismo. Disponível em http://pt.slideshare.net/SidSiqueira/escorpionismo-26202351. [Consultado em 20/11/2014]. Guilherme Carneiro Reckziegel. (2013). Análise Do Escorpionismo No Brasil No Período De 2000 A 2010. http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/14169/3/2013_%20GuilhermeCarneiroReck ziegel_Parcial.pdf [Consultado em 20/11/2014] José Brites. (2012). Recorde de Captura de Escorpiõesem Americana/SP. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ab4rPNEoxcA. 4:16 minutos 17 APENDICES Figura 1 - Morfologia externa dos escorpiões (Tityus sp.). 1. Vista dorsal. 2. Vista ventral. Adaptado de Candido e colaboradores37. Figura 2 - Escorpião amarelo (Tityus serrulatus) Figura 3 - Mapa de distribuição geográfica (Tityus serrulatus) 18 Figura 4 - Escorpião amarelo do Nordeste (Tityus stigmurus). Figura 5 - Mapa de distribuição geográfica (Tityus stigmurus). Figura 6 - Escorpião marrom (Tityus bahiensis) Figura 7 - Mapa de distribuição geográfica (Tityus bahiensis) 19 Figura 8 - Escorpião preto da Amazônia (Tityus obscurus) Figura 9 - Mapa de distribuição geográfica (Tityus obscurus)
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