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AP1_propriedade_intelectual_Estudo_Dirigido_I

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Instrução Normativa UNIABEU/CGG nº. 10/2009. 
 
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Cópias Rubrica Coordenador Prova Atividade(s) Nota total Rubrica Professor 
CURSO: TADS 
 PROFESSOR (A): 
 [ X ] AP1 [ ] AP2 [ ] AS 
 
UNIDADE DE ESTUDO: PROPRIEDADE INTELECTUAL E ÉTICA 
TURMA: I351 DATA: até 27/04/2015 
 (via portal acadêmico) 
 
 
CONSULTA? [ x ] SIM [ ] NÃO 
 
ANEXAR FOLHA? [ ] SIM [ x ] NÃO 
Nome legível: HUDSON FERREIRA 
Nome legível: THIAGO CAVALCANTI DA SILVA 
 
Nº: 
Assinatura: 
 
Instruções: 
1. Esta prova deverá ser desenvolvida e enviada, obrigatoriamente, pelo portal acadêmico, sob pena de não ser atribuída, ao estudante, a 
possibilidade de revisão. 2. Não serão consideradas avaliações entregues fora do prazo estabelecido via portal acadêmico. 3. As respostas às 
questões discursivas deverão ser legíveis, respeitando-se a norma padrão da Língua Portuguesa. 4. Esta prova é constituída de 6 questões e o valor 
de cada questão encontra-se ao lado dos respectivos enunciados. 5. Esta prova poderá ser individual ou em dupla com consulta. 6. Os conteúdos 
abordados nessa avaliação referem-se aos conteúdos abordados nos textos que seguem, pertencentes ao conteúdo do 1º bimestre. 7. O valor 
total deste instrumento é de 8,0 pontos. 
 
ESTUDO DIRIGIDO 
1. Direito e sociedade 
O homem não vive isolado. Precisa de seus semelhantes para conviver e desenvolver suas potencialidades. De 
acordo com Paulo Nader: 
 É na sociedade que o homem encontra o ambiente propício ao seu pleno desenvolvimento. 
Qualquer estudo sobre ele há de revelar o seu instinto de vida gregária. O pretenso ‘estado 
de natureza’, em que os homens teriam vivido na solidão, originariamente, isolados uns dos 
outros, é mera hipótese, sem apoio na experiência e sem dignidade científica.1 
Desta forma, as pessoas e grupos sociais se relacionam buscando alcançar seus objetivos. Esta interação, no 
entanto, se apresenta sob três formas: a cooperação, a competição e o conflito, sendo o Direito o instrumento de apoio 
que protege esta dinâmica de ações. Na cooperação, porque movidas por um objetivo comum, as pessoas unem seus 
esforços. Já na competição, as pessoas procuram obter o que desejam, excluindo as outras. Por fim, o conflito surge a 
partir quando os interesses em jogo não conseguem uma solução pelo diálogo, recorrendo às partes à luta ou a uma 
solução judicial. Indique três situações em que na primeira seja identificada a cooperação, na segunda a competição e na 
terceira o conflito: (1,5 pontos) 
 
a) Cooperação: Voluntariado um cidadão motivado pela solidariedade e participação em prol de causas de 
interesse social e comunitário, como a doação de alimentos para desastres naturais. 
 
b) Competição: é o que ocorre entre espécies de trevo, Lemna gibba e Lemna polyrrhyza, cada uma das espécies 
cresce bem sozinha, mas Lemna gibba sempre elimina Lemna polyrrhyza, quando crescem juntas. L. gibba 
cresce e forma uma cobertura sobre a outra espécie, que acaba morrendo. 
 
c) Conflito: Uma guerra, A luta pela reforma agrária ou uma revolução. Atualmente podemos ver um desses 
conflitos acontecendo na região árabe, onde vários países estão em crise política por causa de ditaduras que 
dominaram seu modo de governar por anos. Agora a população da região luta por melhores condições e 
democracia, Ex.: I Guerra Mundial, II Guerra Mundial, Guerra Fria, Guerra do Iraque, Revolta Árabe 
 
 
O Direito irá disciplinar as formas de cooperação e competição onde houver relação potencialmente conflituosa. 
Sendo assim, pode-se afirmar que o: 
Direito está em função da vida social. A sua finalidade é a de favorecer o amplo 
relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais (...). Em relação ao conflito, a ação do 
Direito se opera em duplo sentido. De um lado, preventivamente, ao evitar desinteligências 
quanto aos direitos que cada parte julga ser portadora. (...) De outro lado, diante do conflito 
concreto, o Direito apresenta solução de acordo com a natureza do caso, seja para definir o 
titular do direito, determinar a restauração da situação anterior ou aplicar diferentes 
penalidades de diferentes tipos.2 
 
1 NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 31.ed. Forense: Rio de Janeiro, 2009. p. 24. 
2 NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 31.ed. Forense: Rio de Janeiro, 2009. p. 27. 
 
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Pode-se, então, concluir que o Direito é criado pela sociedade para organizar a própria vida social e para 
promover o bem comum, que implica justiça, segurança, bem estar e progresso. O termo Direito, no entanto, pode 
apresentar diferentes conotações. Relacione as colunas abaixo quanto a estes diversos significados: (1,0) 
( 1 ) norma, lei (4 ) ciência do Direito 
( 2 ) poder do Estado de criar as leis (5 ) fenômeno da vida coletiva 
( 3 ) justiça 
 
( 5 ) O direito faz parte da vida em sociedade. 
( 4 ) Cabe ao Direito estudar os crimes digitais. 
( 3 ) O Direito brasileiro não permite a pena de morte. 
( 1 ) Educação pública é direito de todos. 
( 2 ) O Estado tem o direito de Legislar. 
 
2. Ramos do Direito 
O Direito para ser melhor estudado se divide em dois grandes ramos: direito público e direito privado. Quando 
prevalece o interesse geral, o direito é público. Se prevalecer o interesse particular, será privado. Se as partes envolvidas 
encontrarem-se no mesmo patamar, o direito será privado. Se o Estado estiver em posição de superioridade, usando de 
seu poder de império, o direito será público. Assim, um contrato celebrado entre um prestador de serviços de 
informática e seu cliente é fundado em normas de direito privado, seguindo o princípio da autonomia da vontade. Já as 
normas do Imposto de Renda seguem o Direito Público. 
Além destes dois grandes ramos do Direito, temos outras subdivisões destes ramos: (1) Direito Constitucional, 
(2)Direito Administrativo, (3)Direito Penal ,(4) Direito Tributário ,(5) Direito Internacional , (6)Direito Eleitoral, 
(7)Direito civil, (8)Direito Empresarial, (9)Direito do Trabalho etc. 
Associe cada uma destas subdivisões à matéria regulamentada: (1,0) 
( 2 ) regulamenta a organização e funcionamento da administração pública( 5 ) regulamenta as relações dos Estados soberanos entre si 
( 1 ) regulamenta a estrutura do Estado e as funções de seus órgãos 
( 9 ) regulamenta as relações trabalhistas 
( 8 ) regulamenta as relações comerciais e empresariais 
( 4 ) disciplina as relações entre o fisco e os contribuintes 
( 7 ) regulamenta os interesses dos particulares, em relação uns com os outros, em relação a seus bens, obrigações e 
sucessão 
( 6 ) regulamenta os aspectos pertinentes às eleições 
( 3 ) tipifica, define e dá as sanções aos ilícitos penais 
 
3. A pessoa 
O Direito regulamenta a vida das pessoas em sociedade. O termo pessoa para o Direito, no entanto, tem 
significado próprio: “ é o ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações”. Existem, pois, dois tipos de 
pessoas: as pessoas físicas ou naturais (os seres humanos) e as pessoas jurídicas (unidade de pessoas naturais ou de 
patrimônios, que objetiva atingir certos fins). As pessoas são reconhecidas pela ordem jurídica como sujeitos de direitos 
e obrigações. (0,5) 
Assim, quando falamos da empresa Mundo Digital Ltda, nos referimos a uma pessoa jurídica e quando 
falamos de José Silva, Pedro Menezes e Carlos de Oliveira, sócios desta empresa, nos referimos a pessoas físicas. 
3.1. Personalidade jurídica 
A essa possibilidade genérica de adquirir direitos e obrigações chamamos de personalidade jurídica. A 
condição estipulada pela norma para se adquirir personalidade jurídica é o nascimento com vida, não importando por 
quanto tempo a pessoa ficará viva. E para se considerar que nasceu com vida basta respirar, mesmo que seja uma única 
vez. A aquisição de personalidade jurídica tem imensa importância para o que diz respeito aos direitos sucessórios, pois, 
adquirindo personalidade, a pessoa adquire direitos sobre o patrimônio de seus pais. 
Vamos analisar a seguinte situação: Pedro Alves e Marina Cardoso são casados e possuem patrimônios 
particulares adquiridos antes da união. Marina está grávida de 8 meses. O casal decide fazer uma viagem de barco pela 
costa pernambucana. No entanto, ocorre um grave acidente. Pedro morre na hora e Marina é levada com vida para o 
hospital. Lá, nasce Gabriela, sua filha. 
Observe que, com a morte de Pedro, se Gabriela nascer com vida, ou seja, se tiver adquirido personalidade 
jurídica (se tiver respirado mesmo uma única vez), herdará integralmente o patrimônio de seu pai e, se vier a falecer, 
 
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passará este patrimônio totalmente para sua mãe, de acordo com o disposto em lei sobre sucessão legítima, uma vez que 
os filhos têm direito à herança em primeiro lugar. O cônjuge só recebe junto com os filhos se o regime de bens for de 
comunhão universal, que não é o comum nos dias de hoje. 
Se Gabriela, no entanto, nascer morta, não tendo adquirido personalidade jurídica, quem herdará serão os pais 
de Pedro, se estiverem vivos, junto com Marina, porque, após os filhos, estão na ordem de vocação hereditária os pais. 
Assim, Marina receberá 1/3 dos bens de Pedro. Essa é a razão da importância da aquisição de personalidade jurídica 
para o Direito. 
3.2. Capacidade jurídica 
Outra definição importante para o Direito é a de capacidade jurídica. A capacidade jurídica é adquirida, via de 
regra, ao se completar a maioridade, isto é, aos 18 anos é corresponde à possibilidade de exercer por si só os atos da 
vida civil. 
Digo via de regra, porque a legislação cível também apresenta hipóteses de antecipação da capacidade plena 
para a prática de atos da vida civil. É o instituto da emancipação. A emancipação pode ocorrer a partir de 16 anos 
completos em certas circunstâncias previstas em lei. Vale ressaltar que o emancipado continua sendo menor de idade, 
mas pode sozinho praticar todos os atos da vida civil, sendo responsável por eles, como se maior fosse. Ser responsável 
pelos atos da vida civil, no entanto, não se confunde com a responsabilidade penal, que é de outro âmbito. Mesmo 
emancipada, a pessoa, por exemplo, com 17 anos não comete crime, mas sim ato infracional e não sofre a sanção de 
reclusão ou detenção, mas medida socioeducativa, de acordo com O Estatuto da Criança e do Adolescente. Isto porque 
responsabilidade civil não se confunde com responsabilidade penal, uma vez que estamos falando de áreas diferentes do 
Direito, como vimos anteriormente. 
São hipóteses de emancipação (art. 5º, parágrafo único do Código Civil): 
a) Por concessão dos dois pais, através de instrumento público. Observe que se os dois forem vivos, ambos 
têm que ir ao cartório assinar. Só na hipótese de existir apenas um é que a lei dispensa a concordância do 
outro, É importante também observar que o documento não pode ser particular, tem de ser feito em 
cartório. Vale também lembrar que, neste caso, se o emancipado cometer algum ilícito civil, causando 
prejuízo que deve ser reparado pecuniariamente, os pais irão responder também com relação à 
indenização; 
b) Decisão judicial, quando os pais tiverem morrido, mas neste caso será ouvido o tutor; 
c) Exercício de emprego público efetivo, sem necessidade de qualquer pedido dos pais ou decisão do juiz; 
d) Casamento civil; 
e) Colação de grau em curso superior; 
f) Estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego que possibilite ao menor ter 
economia própria. A lei, no entanto, não diz o que é “ter economia própria”. Mas se considerarmos que o 
salário mínimo é considerado suficiente para o sustento de uma família, qualquer pessoa que receba este 
valor teria economia própria. Veja que na área de informática um prestador de serviços de 17 anos, por 
exemplo, que trabalhe em casa, está estabelecido comercialmente e consegue receber valores maiores que 
o salário mínimo. Observe que a lei diz estabelecido civil ou comercialmente não diz que tem que ter 
empresa aberta e regularmente funcionando. Também não diz que tem de ter carteira assinada como 
empregado de uma empresa, pois ter relação de emprego não implica obrigatoriamente assinatura da 
CTPS. A assinatura é considerada apenas prova desta relação. Ter relação de emprego é prestar serviço 
com subordinação, habitualidade, onerosidade, pessoalidade por pessoa física. 
Analise, então, a situação abaixo: 
Pedro, 17 anos, casou-se com Maria, 18 anos, em agosto de 2011. Ao se conhecerem Pedro trabalhava como 
auxiliar de serviços gerais em um escritório de contabilidade, no Centro do Rio. Para adquirirem os móveis da casa 
onde iriam morar, Pedro fez um empréstimo no banco Cati S/A. Em virtude de dificuldades financeiras, em dezembro 
de 2011, Pedro deixou de pagar as parcelas. O banco começou a fazer cobranças e Pedro argumentou que não poderia 
ser cobrado, porque na data da contratação do empréstimo era solteiro e menor de idade e não possuía capacidade plena 
para realizar atos da vida civil. 
 Pergunta-se: (1,0 cada - 2,0 pontos) 
a) Está correto o argumento de Pedro? Por quê? Pode-se considerar que Pedro era emancipado? Por quê? 
b) Os pais de Pedro são também responsáveis pelo prejuízo causado ao banco? Por quê?Instrução Normativa UNIABEU/CGG nº. 10/2009. 
 
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a) Não. Por ocasião do empréstimo constituído, Pedro tinha uma relação de emprego que 
caracterizava sua situação de capacidade econômica própria. 
Conforme dito, sim, Pedro era emancipado pela de relação de emprego com renda fixa. 
b) Não. Porque esta penalização cabe apenas na situação em que o menor é emancipado por concessão 
dos pais, através de instrumento público. Nesse caso os pais poderão ser responsabilizados por 
prejuízos pecuniários, resultantes de compromissos contraídos pelo menor. 
 
3.3. Incapacidade absoluta e relativa 
Há pessoas que mesmo completando 18 anos não adquirem capacidade, por lhes faltar discernimento para a 
prática dos atos da vida civil. Estas pessoas são chamadas de incapazes. A incapacidade está relacionada seja a 
determinadas faixas etárias, seja a problemas congênitos de má formação cerebral, seja à apresentação de alguma 
doença ou alguma deformidade que impeça à pessoa de ter discernimento. O Código Civil elenca em seus artigos 3º e 
4º as hipóteses de incapacidade absoluta ( impossibilidade total para a prática de todo e qualquer ato da vida civil) e 
incapacidade relativa (impossibilidade da prática de alguns atos da vida civil). 
São consideradas absolutamente incapazes as pessoas com menos de 16 anos, devendo estar representados por 
seus pais ou tutores para realizar qualquer ato da vida civil. A realização de um ato sem representação implica em 
nulidade deste ato. 
São considerados relativamente incapazes para realizar certos atos os menores de 18 anos e maiores de 16 
anos. Estas pessoas devem estar assistidas por seus pais ou tutores. Na verdade, a lei lhes permite realizar o ato, 
devendo quem lhes assiste apenas verificar se a prática de tal ato não lhes causa nenhum prejuízo. Desta forma, a 
realização de atos sem assistência implica na possibilidade de anular o ato, caso não haja ratificação pelas partes. É 
importante lembrar também que aquele que esconde dolosamente sua idade não pode depois usar o argumento de que 
era menor para se favorecer. 
Patrícia, órfã de pai e mãe, cujo tutor é um tio materno, decide vender o carro que recebeu de herança dos pais, 
sem autorização. Carlos não sabia que Patrícia tinha 17 anos, ao comprar o automóvel. Dois meses depois, Patrícia 
decidiu ingressar na justiça para anular o negócio jurídico de compra e venda, alegando ser menor e incapaz. É possível 
este argumento? Por quê? (2,0) 
Não. Porque Patrícia escondeu de forma dolosa a informação de que era menor de idade para fazer a 
transação. Escondeu, também, o fato de que era representada por um tutor.

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