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Multiculturalismo no Design Brasileiro

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Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio 
Departamento de Artes e Design - DSG1132 
Prof. Bianca Maria Rego Martins 
2017.1 - Turma 1AA 
Laurence Alves Pereira 
 
Multiculturalismo no design brasileiro - do lixo ao luxo 
 
No decorrer do processo de industrialização do país, durante a primeira modernidade, iniciou-se o 
processo de institucionalização do design que foi baseado no modelo racional-funcionalista 
europeu. No entanto, esse modelo gerou diversas dificuldades, uma vez que dificultou a inserção 
dos ícones da cultura local brasileira na cultura material e nos artefatos industriais. Além disso, o 
modelo racional-funcionalista não conseguia se adequar a um país tão múltiplo e de grande 
diversidade cultural como o Brasil, iniciaram-se assim conflitos e desacordos pela falta de unicidade 
cultural no design. 
Esse processo de industrialização possibilitou o avanço tecnológico no Brasil que foi proveitoso 
para o desenvolvimento dos artefatos industriais e culturais do design brasileiro. Além disso, a 
industrialização, com suas multinacionais, permitiu uma maior evolução do design gráfico frente ao 
design de produto no país. Devido a produção sistêmica nas indústrias multinacionais, onde o 
produzido aqui no sul era apenas reprodução do criado no norte, impossibilitou o avanço do design 
de produto. Já no campo do design gráfico, o "colonizador" abria espaço para a expressão do 
design local através das imagens gráficas e dos catálogos promocionais dos artefatos industriais 
aqui produzidos, o que possibilitou maior avanço da área. Dessa forma, o desenvolvimento do 
design gráfico junto a ​grande diversidade cultural e estética do multiculturalismo brasileiro 
propiciaram uma maior complexidade em expressões das imagens gráficas, como colagens, 
fragmentações de elementos gráficos ou miscelâneas compositivas. 
Como estamos falando ao longo de todo o ensaio, o Brasil apresenta uma sociedade heterogênea, 
híbrida e plural, formada por diversas culturas, em especial a indígena, africana e européia. 
Claramente, a grande quantidade de referências e símbolos culturais tornam impossível a 
convergência de todas essas informações em uma única identidade cultural e estética. Assim, 
entendemos a falta de unicidade no design brasileiro. No entanto, devido a força do modelo 
racional-funcionalista, esse fato não era aceito e desencadeou toda uma geração de baixa 
autoestima nos nossos designers, a falta de uma identificação única era vista como prejudicial ao 
produto da nossa cultura material. 
 
Felizmente, com a pós-modernidade, conseguimos amadurecer nosso pensamento e nossa 
interpretação dessa falta de unicidade e compreender como ela pode ser extremamente relevante 
devido a sua riqueza cultural e um diferencial competitivo frente a outros países, como Itália, 
Alemanha, conhecidos por sua identidade extremamente unificada e homogênea. 
A busca por uma unicidade no design brasileiro mostrou que, na verdade, a falta de unicidade era a 
chave de nossa identidade cultural, desde que o excesso de informação fosse transformado em 
equilíbrio e harmonia estética. Assim, trouxe esperança aos designers brasileiros que estavam com 
baixa autoestima pelos conflitos que a falta de unicidade trazia ao design do país, pois agora eles 
viam força no multiculturalismo e o potencial que o novo design brasileiro teria de alcançar 
expressão e reconhecimento internacional. 
 
O laboratório Brasil pode ser considerado uma referência para o novo mundo globalizado porque a 
globalização traz nada mais que um excesso de informação e culturas diversas procurando uma 
convergência. Logo, a forma como encontramos, no Brasil, equilíbrio e harmonia entre essas 
diversas culturais e informações, sem subestimar alguma cultura em relação a outra, gera um 
modelo/procedimento de como agir frente a esse novo mundo globalizado.

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