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DISTÚRBIOS DE HIPERSSENSIBILIDADE

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Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia 
DISTÚRBIOS DE 
HIPERSENSIBILIDADE 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS IMUNOMEDIADAS 
Os distúrbios de hipersensibilidade ocorrem 
quando o sistema imune reage de maneira 
exacerbada a algo que deveria ser inócuo, ou 
seja, que não deveria provocar reação. 
As causas dos distúrbios de hipersensibilidade 
são a autoimunidade (como na anemia hemolí-
tica autoimune), as reações a microrganismos 
(com uma reação exagerada à infecção) e as 
reações contra antígenos ambientes, que são 
chamados de alérgenos. 
As abordagens terapêuticas para doenças imu-
nomediadas são: agentes anti-inflamatórios, 
depleção de células T e de anticorpos, terapias 
anticitocinas, agentes que inibem interações 
entre células nas respostas imunológicas e 
aplicação de IgG intravenosa. 
 
CLASSIFICAÇÃO CLÁSSICA 
Na classificação clássica, as reações de hiper-
sensibilidade podem ser divididas em quatro 
tipos, de acordo com o tipo de resposta e com 
o mecanismo efetor. 
A hipersensibilidade do tipo I é aquela em que 
anticorpos IgE causam a degranulação de mas-
tócitos. São as reações alérgicas. 
A hipersensibilidade do tipo II é mediada por 
anticorpos que agem sobre células, tecidos ou 
receptores. 
A hipersensibilidade do tipo III está relacionada 
com a deposição de imunocomplexos. 
A hipersensibilidade do tipo IV está relaciona-
da aos linfócitos T CD4+ (helper) e CD8+ (cito-
tóxico). É a hipersensibilidade tardia. 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO I 
É resultante da degranulação de mastócitos 
pela ação de anticorpos IgE. 
É uma hipersensibilidade imediata, visto que a 
resposta é muito rápida. 
Ocorre devido à ligação de antígenos aos anti-
corpos IgE. 
A ligação de IgE nos receptores de superfície 
dos mastócitos gera a degranulação e a libera-
ção do conteúdo dos seus grânulos. São as 
substâncias liberadas pelos mastócitos que 
causam a cascata de sintomas envolvida em 
uma reação alérgica. 
O processo que ocorre quando um antígeno, 
que normalmente não causa uma resposta 
inata, gera uma reação imunológica no indiví-
duo, é chamado de alergia ou atopia. 
Existem fatores genéticos envolvidos nesse 
processo de alergia ou atopia. 
Essa reação é dividida em três fases: 
FASE DE SENSIBILIZAÇÃO – ocorre na pri-
meira exposição do organismo a determinado 
alérgeno. 
Um linfócito B captura o antígeno e o apresen-
ta para o linfócito T. Caso o indivíduo seja alér-
gico, o linfócito T se diferencia em linfócito 
Th2. 
O linfócito Th2 estimula o linfócito B a sofrer 
maturação e fazer a troca de classe dos anti-
corpos para IgE. 
A IgE se liga aos mastócitos, e a partir disso, 
diz-se que o mastócito está sensibilizado. 
Caso não haja nenhuma outra exposição, não 
acontecerá nenhum tipo de reação alérgica. 
FASE DE ATIVAÇÃO – ocorre em uma se-
gunda exposição do organismo ao alérgeno. 
O antígeno se liga à IgE presa na membrana 
do mastócito por meio de ligação cruzada, ou 
seja, várias moléculas de IgE se ligando a dife-
rentes porções do antígeno. 
A ligação cruzada da IgE ao alérgeno provoca 
a ativação do mastócito e a sua degranulação, 
causando a liberação das aminas vasoativas e 
dos mediadores lipídicos presentes no interior 
dos grânulos. 
FASE EFETORA – ocorre com a degranulação 
dos mastócitos. 
A liberação do conteúdo dos grânulos causa a 
reação de hipersensibilidade imediata, a qual 
acontece em até cerca de 15 minutos após a 
segunda exposição ao alérgeno. 
As aminas vasoativas (como a histamina) e os 
mediadores lipídicos (como prostaglandinas, 
leucotrienos e fator ativador de plaquetas) 
liberados irão aumentar a permeabilidade vas-
cular e causar vasodilatação, broncoconstrição 
e hipermotilidade intestinal. 
A liberação de citocinas pelos mastócitos leva 
a um processo inflamatório, gerando quimio-
taxia e ativação de linfócitos, os quais irão cau-
sar a resposta do tipo tardia. 
Ocorre a liberação de enzimas que irão causar 
lesão e remodelamento tecidual, além da libe-
ração de IL-5, que irá recrutar e ativar eosinófi-
los para o local da reação. Os eosinófilos cau-
Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia 
sam lesão tecidual através da liberação de 
enzimas no local. 
A histamina liberada pelos mastócitos também 
causa reação inflamatória, havendo produção e 
liberação de TNF e recrutamento de eosinófi-
los, basófilos, neutrófilos e linfócitos Th2, que 
atuarão na resposta tardia. 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO II 
É a hipersensibilidade mediada por anticorpos 
ou por auto-anticorpos. 
São mediadas por IgG, a qual se liga a antíge-
nos na superfície das células e faz a ativação 
do sistema complemento, culminando em lise 
celular. 
Pode ocorrer via ativação do complemento e 
também via citotoxicidade celular mediada por 
anticorpos (ADCC). 
ANTICORPOS LIGADOS A CÉLULAS 
Quando o anticorpo se liga a uma célula pró-
pria e a opsoniza. Ocorre a ligação de um 
fagócito à célula e a fragmentos do comple-
mento que foram formados a partir da união 
do anticorpo com a célula. 
Os subprodutos do complemento causarão 
reação inflamatória e lesão tecidual por meio 
da ativação de neutrófilos. 
Essa ligação entre anticorpo e célula própria é 
a responsável pela anemia hemolítica e pela 
púrpura trombocitopênica. 
ANTICORPOS LIGADOS A TECIDOS 
FEBRE REUMÁTICA – a bactéria Streptococ-
cus pyogenes é uma comum causadora de in-
fecções de garganta. No entanto, essa bactéria 
apresenta antígenos que são muito semelhan-
tes a moléculas presentes nas válvulas cardía-
cas. 
Com a produção de anticorpos contra a bacté-
ria, é possível que eles ataquem também as 
válvulas cardíacas, causando um processo in-
flamatório que pode culminar na destruição da 
válvula. 
ANTICORPOS LIGADOS A RECEPTORES 
É possível que o anticorpo tenha afinidade ao 
receptor e ao se ligar a ele, provoque a sua 
estimulação. Isso acontece na doença de Gra-
ves, na qual a ligação de anticorpo contra re-
ceptor de TSH provoca o aumento da secreção 
dos hormônios T3 e T4 na tireoide. 
Por outro lado, o anticorpo pode inibir a liga-
ção do ligante ao seu receptor, como o que 
acontece na miastenia gravis. Nessa doença o 
anticorpo se liga ao receptor da acetilcolina no 
músculo, bloqueando a sua ligação ao neuro-
transmissor. 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO III 
É a hipersensibilidade mediada por imu-
nocomplexos. 
A formação de imunocomplexos pode aconte-
cer contra antígenos estranhos e contra antí-
genos próprios. 
Os imunocomplexos são formados normal-
mente no organismo. No entanto, quanto es-
ses imunocomplexos são formados em excesso 
ou quando não são removidos de forma ade-
quada, eles se depositam nos tecidos e ativam 
o sistema complemento, desencadeando res-
posta inflamatória. 
Essa reação inflamatória, com a liberação de 
enzimas pelos neutrófilos, causa destruição 
tecidual. 
Um exemplo de doença causada pela hiper-
sensibilidade mediada por imunocomplexos é 
o lúpus eritematoso sistêmico. 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV 
É a hipersensibilidade mediada por linfócitos T, 
tanto CD4+ quanto CD8+. 
Pode ser chamada de hipersensibilidade tardia, 
uma vez que pode demorar até 48 horas para 
ocorrer. 
Os linfócitos T ativados reconhecem antígenos 
próprios por apresentação de APCs ou por 
apresentação da própria célula do tecido nor-
mal. 
Ocorre uma reação inflamatória pela liberação 
de citocinas que culminam em lesão tecidual. 
É a hipersensibilidade do tipo IV a responsável 
pela rejeição a enxertos (transplantes). 
ESCLEROSE MÚLTIPLA – linfócitos T CD4+passam a reconhecer antígenos presentes na 
bainha de mielina que reveste os neurônios. 
Os linfócitos recrutam macrófagos que des-
troem a bainha de mielina, causando um grave 
déficit neurológico. 
 
 
 
 
 
 
Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia 
CLASSIFICAÇÃO ATUAL 
 
DOENÇAS CAUSADAS POR ANTICORPOS 
Essas doenças são correspondentes às reações 
de hipersensibilidade do tipo 2. 
Ocorre a ligação de anticorpos a antígenos da 
matriz extracelular. 
A partir disso, há ativação da via clássica do 
complemento e recrutamento de células infla-
matórias por receptores Fc. 
Além disso, neutrófilos e macrófagos são re-
crutados para fazer a lesão tecidual. 
→ Anemia hemolítica autoimune; 
→ Púrpura trombocitopênica autoimune; 
→ Pênfigo angular; 
→ Vasculite causada por ANCA; 
→ Síndrome de Goodpasture; 
→ Febre reumática aguda; 
→ Miastenia gravis; 
→ Doença de Graves; 
→ Diabetes resistente à insulina; 
→ Anemia perniciosa. 
MECANISMOS EFETORES 
Os principais mecanismos efetores das doen-
ças causadas por anticorpos são: 
• Opsonização e fagocitose: 
A célula opsonizada pode ativar o sistema 
complemento ou ser fagocitada. 
• Inflamação mediada por receptor Fc e 
pelo complemento: 
Os subprodutos do complemento C3a e C5a 
atuam como anafilotoxinas que ativam neutró-
filos e promovem a inflamação. 
• Respostas fisiológicas anormais sem 
lesão celular e tecidual: 
Na doença de Graves, anticorpos contra o re-
ceptor de TSH estimulam a produção de T3 e 
T4, havendo uma junção entre reações de hi-
persensibilidade e de autoimunidade. 
Já na miastenia gravis, anticorpos inibem a 
ligação da acetilcolina ao seu receptor. 
 
DOENÇAS CAUSADAS POR ANTICORPOS 
CONTRA ANTÍGENOS CELULARES E TE-
CIDUAIS 
REAÇÕES ALOIMUNOLÓGICAS TIPO II 
São reações transfusionais que ocorrem devido 
à incompatibilidade do fator Rh ou devido a 
transplantes de órgãos. 
ERITROBLASTOSE FETAL – ocorre quando a 
mãe é Rh-, o pai é Rh+ e o filho é Rh+. 
No momento do parto, algumas hemácias do 
feto passam para a circulação materna. Com 
isso, o sistema imune da mãe passa a produzir 
anticorpos contra o fator Rh. 
Na primeira gestação há somente a sensibiliza-
ção. A partir da segunda gestação pode ocor-
rer a doença. 
Para evita-la, faz-se injeção de anticorpos anti-
Rh até 72 horas após o nascimento do primei-
ro filho, os quais destruirão as hemácias da 
criança circulantes, antes que o sistema imune 
da mãe produza anticorpos. Com isso não há a 
sensibilização nem a formação de memória 
imunológica. 
REAÇÕES AUTOIMUNOLÓGICAS TIPO II 
ANEMIA HEMOLÍTICA – o organismo passa 
a produzir anticorpos contra as próprias hemá-
cias. 
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁ-
TICA – o organismo passa a produzir anticor-
pos contra as próprias plaquetas. 
REAÇÕES MEDICAMENTOSAS DO TIPO II 
Fármacos causam essas reações. 
ANEMIA HEMOLÍTICA – pode ser causada 
por clorpromazina e fenacetina. 
AGRANULOCITOSE – pode ser causada por 
amidopirina e quinidina. 
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNCIA – pode 
ser causada por sedormid. 
DOENÇAS MEDIADAS POR IMU-
NOCOMPLEXOS 
Esse tipo de lesão corresponde às reações de 
hipersensibilidade do tipo 3. 
Ocorre um excesso de complexos imunes cir-
culantes que podem se depositar. 
Há ativação do sistema complemento e pro-
moção de inflamação. 
→ Doença do soro; 
→ Lúpus eritematoso sistêmico; 
→ Poliarterite nodosa 
→ Glomerulonefrite pós-estreptocócica. 
Ocorrem por exposição a um excesso de antí-
genos durante um período prolongado. 
Pode ser causada por uma infecção persistente 
por um microrganismo, por autoimunidade a 
componentes próprios ou por contato repetido 
com componentes ambientais. 
Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia 
Esses fatores podem levar à formação de com-
plexos imunes em excesso. 
MECANISMOS EFETORES 
O complexo antígeno-anticorpo promove a 
agregação plaquetária e a ativação do sistema 
complemento. 
A agregação plaquetária leva à liberação de 
aminas vasoativas e à isquemia, a qual pode 
causar necrose e hemorragia. 
Já a ativação do sistema complemento leva à 
geração de anafilotoxinas, por meio da degra-
nulação de basófilos e mastócitos que liberam 
aminas vasoativas. Ocorre o aumento da per-
meabilidade vascular, o que causa maior depo-
sição de imunocomplexos, vasodilatação e 
edema. 
Além disso, a ativação do sistema complemen-
to também leva à formação de fatores quimio-
táticos, que geram o acúmulo de neutrófilos. 
Com isso há a liberação de enzimas lisossômi-
cas e lesão da parede vascular, o que também 
pode levar à necrose e à hemorragia. 
LESÕES INFLAMATÓRIAS DECORRENTES 
DE COMPLEXOS FORMADOS NO LOCAL 
REAÇÃO DE ARTHUS – é uma reação expe-
rimental. 
Faz-se a injeção intradérmica de um antígeno. 
Os anticorpos se ligam e ativam o sistema 
complemento. 
Há uma reação eritematosa e edematosa de-
pois de 3 a 8 horas, com intenso infiltrado de 
neutrófilos, produção de anafilotoxinas, degra-
nulação de mastócitos, ativação de macrófagos 
e agregação plaquetária. 
REAÇÃO INTRAPULMONAR DO TIPO AR-
THUS – é o chamado “pulmão de fazendeiro”. 
Ocorre de 6 a 8 horas após a exposição à poei-
ra do feno mofado com fungos patogênicos 
que são inalados. 
Ocorre a formação de imunocomplexos, a de-
granulação de mastócitos, o recrutamento de 
neutrófilos e o processo inflamatório. 
DOENÇAS CAUSADAS POR 
LINFÓCITOS T 
Essas doenças são correspondentes às reações 
de hipersensibilidade do tipo IV ou tardias. 
→ Artrite reumatoide; 
→ Esclerose múltipla; 
→ Diabetes mellitus tipo 1; 
→ Doença intestinal inflamatória; 
→ Miocardite autoimune. 
REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE TAR-
DIA (DTH) 
Ocorre em muitas reações alérgicas a bactérias, 
vírus e fungos. 
Essa reação leva mais de 12 horas para ser 
desencadeada. 
SENSIBILIZAÇÃO – ocorre quando há ativa-
ção de células Th1 que secretam citocinas. 
SEGUNDA EXPOSIÇÃO – ocorre a ativação 
das células Th1 de memória. 
Há a formação de granulomas causados pela 
infecção e pela ativação crônica dos macrófa-
gos. 
REAÇÃO DE MANTOUX – é um exemplo de 
reação de hipersensibilidade tardia. 
Ocorre a formação de eritema e induração 
entre 24 e 48 horas após a aplicação do antí-
geno. 
Há envolvimento perivascular de células mo-
nonucleares e exsudação intensa de células 
mono e polimorfonucleares. 
→ Tuberculose; 
→ Hanseníase; 
→ Leishmaniose; 
→ Listeriose; 
→ Esquistossomose; 
→ Sífilis; 
→ Doença intestinal inflamatória; 
→ Dermatite de contato. 
DOENÇAS ALÉRGICAS E RESPOSTAS 
IMUNES DEPENDENTES DE IMUNO-
GLOBULINA-E (IGE 
Essas doenças são correspondentes às reações 
de hipersensibilidade do tipo I. 
É uma hipersensibilidade imediata provocada 
por alérgenos. 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
Ativação de células Th2 e produção de IgE. 
Sensibilização de mastócitos. 
Forte predisposição genética. 
Produção de IL-4 (estimula a produção de IgE), 
IL-5 (degranulação eosinófilos) e de IL-13. 
Reação vascular e do músculo liso. 
MECANISMO EFETOR 
Em uma primeira exposição ao antígeno, ocor-
re a ativação de células Th2 e estimulação para 
a troca de classe dos anticorpos para IgE nas 
células B. 
Jéssica N. Monte Turma 106 P2 Imunologia 
Os plasmócitos secretam IgE que se liga a su-
perfície de mastócitos através de receptores da 
porção Fc. Com isso, o mastócito fica sensibili-
zado. 
Em uma segunda exposição ao antígeno, este 
se ligará às IgEs localizadas na superfície dos 
mastócitos, que sofrerão degranulação e terãoo conteúdo de seus grânulos liberados. 
Há a liberação de histamina e outras aminas 
vasoativas como prostaglandinas e leucotrie-
nos. Com isso, haverá uma resposta vascular e 
muscular lisa imediata, com vasodilatação, 
congestão e edema. 
Uma reação de fase tardia acontecerá de 2 a 4 
horas após a exposição repetida ao antígeno, 
onde passam a ser produzidas pelos mastóci-
tos citocinas com efeitos inflamatórios. 
MEDIADORES 
DERIVADOS DE MASTÓCITOS – aminas 
biogênicas (histamina) que causam vasodilata-
ção, enzimas e proteoglicanos dos grânulos 
que promovem lesão tecidual, mediadores 
lipídicos que causam broncoconstrição e hi-
permotilidade intestinal, e citocinas que cau-
sam a inflamação. 
PRÉ-FORMADOS LIBERADOS A PARTIR 
DOS GRÂNULOS DOS MASTÓCITOS – 
histamina, heparina, protease neutra, fatores 
quimiotáticos de eosinófilos e mastócitos e 
fator ativador de plaquetas. 
SINTETIZADOS DURANTE A ATIVAÇÃO – 
leucotrienos, prostaglandinas e tromboxano. 
OUTROS – IL-3, IL-4, IL-5, IL-6 e GM-CSF (fator 
estimulante de colônias de granulócitos e mo-
nócitos). 
ANAFILAXIA 
A anafilaxia é uma reação alérgica de apresen-
tação rapidamente progressiva, potencialmen-
te fatal, associada à reação de hipersensibilida-
de do tipo I (mediada por IgE). Há a liberação 
de potentes mediadores dos mastócitos teci-
duais e basófilos periféricos. Ocorre em paci-
entes previamente expostos a substâncias ex-
ternas. 
Pré-requisitos básicos: 
→ Deve haver uma exposição prévia a um 
imunógeno capaz de gerar produção suficiente 
de IgE em resposta ao estímulo. 
→ É preciso haver reexposição ao antíge-
no. 
→ Presença de IgE dirigidas contra o de-
terminante alergênico do alérgeno. 
→ Presença de mastócitos. 
Os sintomas clínicos da anafilaxia são pruridos, 
eritema, urticária, angioedema, hipotensão, 
taquicardia, broncoespasmo, edema de laringe 
ou dispneia, cólicas abdominais, vômito, diar-
reia, cólicas uterinas, obstrução respiratória, 
hipotensão severa e choque. 
Um reação anafilactóide é uma reação sistêmi-
ca imediata que mimetiza a reação anafilática, 
porém com liberação de diversos mediadores 
diretamente dos mastócitos, sem a participa-
ção da IgE. 
ALERGIA ATÓPICA 
As alergias atópicas são a resposta clínica a 
alérgenos extrínsecos. 
As doenças alérgicas mais comuns em seres 
humanos são a anafilaxia sistêmica, a asma 
brônquica, as alergias alimentares, a urticária e 
o eczema. 
DERMATITE ATÓPICA 
A dermatite atópica é uma doença inflamatória 
crônica da pele que causa prurido. 
É imunomediada por IgE. 
Indivíduos sensibilizados (atópicos) possuem 
células T e IgE específicas para o antígeno. 
As células Th2 de pacientes atópicos tem pro-
porção muito maior em relação às células T 
citotóxicas. 
A imunidade celular é defeituosa nesses indiví-
duos, causando maior suscetibilidade a infec-
ções graves de pele e testes de hipersensibili-
dade tarda com responsividade diminuída. 
CÉLULAS - as principais células envolvidas são 
as células Th2, os linfócitos B (e a sua produção 
de IgE), os mastócitos e os eosinófilos. 
SINTOMAS – eczema, prurido e descamação; 
baixo limiar ao prurido; pouco manto lipídico 
pelas glândulas sebáceas; alterações sudorais; 
lesões mais graves em face e mãos, áreas de 
maior vascularização e áreas de pele mais fina. 
TRATAMENTO – objetivam diminuir a falta de 
umidade na pele e reduzir a inflamação. 
Hidratantes são a primeira linha de tratamento, 
pois restauram a barreira epitelial; evitar sabo-
netes e demais substâncias que desfazem a 
camada protetora da pele; uso de corticoides 
tópicos em lesões agudas; anti-histamínicos, 
principalmente à noite, para controlar a cocei-
ra.

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