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Microbiologia Especial 03

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	V e t e r i n a r i a n D o c s
www.veterinariandocs.com.br
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Microbiologia Especial
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Vírus
Papilomavirus:
	Pertencem à família Papillomaviridae (antigamente Papovaviridae) cujo o único gênero é o Papillomavirus.
		Deltapapilomavirus
		Xipapapillomavirus
	-Características: 
		-Pequenos
		-Não envelopados
		-Oncogênicos (possuem genes que podem levar ao tumor)
		-Partícula resistente ao meio ambiente e a solventes lipídicos,
		-Genoma Viral: DNA fita dupla (dsDNA) circular de 7,3 a 8kpb.
		-A maioria apresenta seis genes que codificam proteínas não-estruturais: E1 a E7 (regulam processos de transcrição – proteínas precoces ‘early’). Duas proteínas do capsídeo L1 e L2.
		-São altamente espécie-tecido-específicos
		-Difícil cultivo (porque se multiplicam in vivo no epitélio escamoso estratificado, que não é reproduzido em culturas celulares monocamadas)
		-Identificação por biologia molecular (PCR)
		-Hospedeiros: bovinos, caninos, ovinos, felinos, aves, hamsters e eqüinos
		-Distribuição: mundial
	-Replicação:
		-Adsorção as células basais do epitélio
		-Receptor desconhecido
		-Descapsidação e migração do DNA até o núcleo.
		-Primeiros indicadores de transcrição são as expressões das proteínas E1 e E2.
		-Proteína E6 liga-se ao p53
		-Proteína E7 liga-se ao pRB 
*p53 e pRB são proteínas repressoras de tumores (controlam a formação de tumores – impedem).
		-O genoma é replicado no núcleo em fases distintas.
			-Células basais (50 a 400 cópias)
			-Junto com a divisão celular, número de cópias constante
			-Nas células diferenciadas da epiderme (muitas cópias)
		-Montagem coordenada pelas proteínas L1 e L2 (pode ocorrer a formação de partículas sem material genético)
		-Liberação por desestabilização da queratina intracelular (E4 – proteínas precoces)
	-Patogenia:
		-É um vírus específico por espécie
		-Pode haver infecção inter-espécie
			-Sarcóide eqüino: atinge normalmente membros, e são os papilomavírus bovino tipo 1 e 2 (BPV 1 e 2) que podem infectar eqüinos, mas não é produtiva (não produz mais partículas de vírus, não é transmissível).
		-Tropismo por epitélio cutâneo ou mucoso
		-O vírus necessita da diferenciação celular do epitélio para se replicar.
		-Infecção ocorre através de microlesões.
			-Célula sensível: tem receptores (células basais)
			-Célula permissível: tem vias metabólicas (células escamosas)
	-Período de Incubação:
		-Varia de acordo com o local infectado
		-Na pele (mãos e pés) em humanos – 6 a 18 meses
		-Genitais em humanos – 2 a 6 meses
		-Podem ser encontrados em PMN (células polimorfonucleares)
			Ex.: BPV 1 ( cutâneo
			 BPV 4 ( mucosas
	Papilomas e Tumores:
		-Associados a neoplasias:
	-Urogenitais e pulmonares em humanos
	-Câncer de pele em humanos e coelhos
	-Câncer do Trato Gastrointestinal superior e bexiga em bovinos
	-Carcinoma oral em cães
*Células transformadas (tumorais), não permitem mais a maturação dos vírions (não produzem mais vírus);
	*Vírion: é a partícula viral completa, mas está fora das células hospedeiras.
*Pode estar relacionado somente ao inicio do processo tumorgênico.
*A maior parte dos vírus não progride para câncer.
	Diagnóstico:
-Observação de lesões
-Histológico: identifica neoplasia intra-epitelial
-Imunohistoquímica: baixa sensibilidade e especificidade
-Southern blot: ‘padrão ouro’. É um método da biologia molecular que serve para verificar se uma determinada seqüência de DNA está ou não presente em uma amostra de DNA analisada. Isso é feito por meio do realce do resultado de uma eletroforese em gel de agarose.
-PCR (Reação em cadeia da polimerase): principal alvo é o gene L1. 
	-Muito usado na rotina laboratorial
	-Níveis de sensibilidade e especificidade bons
	-Permite avaliação por fragmento de restrição (enzimas de restrição)
Hibridização: sonda de DNA – não é rotina, é usado para classificar o grupo o qual pertence. Precisa-se de pelo menos 10 a 20 cópias de genoma viral por célula. Não é utilizado como rotina.
	Imunologia:
-As lesões podem ocorrer em imunossuprimidos e imunocompetentes. 
-Após a infecção primária, animais ficam mais resistentes
-Não existe resistência cruzada entres os tipos.
Herpesvirus:
	-Pertencem a família Herpesviridae com subfamílias:
		-Alphaherpesviridae: ocasionam lesões na pele e mucosas
		-Betaherpesviridae
		-Gamaherpesviridae
	-Características: 
-DNA fita dupla linear que varia de 125kb a 240kb.
-Capsídeo icosaédrico
-Possui tegumento (matriz – faz o preenchimento entre o envelope e o capsídeo), que está localizado entre o capsídeo e envoltório
-Envoltório lipoproteíco e contém numerosas espículas glicoprotéicas (função de ligação aos receptores celulares)
-São sensíveis a ácidos, solventes lipídicos, detergentes, radiação UV e desinfetantes diversos.
	-Álcool 70-70% por 5 minutos
	-Formaldeido 0,2-0,8%
	-Glutaraldeido 2%
	-pH menor que 3 ou maior que 11 por 10 minutos
-Praticamente todos os herpesvírus causam latência
	*Latência: ausência de replicação viral e de sinais clínicos.
-Uma vez infectado o animal, permanecerá com o vírus toda a vida.
-Um ancestral comum originou 2 linhagens:
	-Herpesvírus de aves e mamíferos (α,β e γ)
	-Herpevírus de animais de sangue frio.
Propriedades gerais:
		-Codificam um grande número de enzimas
		-Síntese do DNA e montagem ocorrem no núcleo
		-Envelope é adquirido na membrana nuclear ou de organelas (Ex.: Complexo de Golgi)
-O vírus se mantém latente no hospedeiro (genoma na forma epissomal)
*Forma Epissomal: DNA viral permanece circular no núcleo da célula do hospedeiro
	-Estrutura:
		-Molécula de DNA fita dupla e linear
		-Capsídeo icosaédrico 
		-Presença de tegumento (matriz) envolvendo o capsídeo
		-Envelope com glicoproteínas: 
			HSV-1 : 11 tipos, 9 identificados (gB, gC, gD, gE, gG, gH, gI, gK e gM)
	-Replicação:
De acordo com a função e a expressão dos genes foram divididos em:
	-Genes Alfa (imediatamente precoces)
	-Genes Beta (precoces)
	-Genes Gama (tardios)
-Subfamília Alphaherpesviridae:
	-Possuem vários hospedeiros 
	-Possuem um ciclo replicativo curto de 24h
	-Destroem rapidamente as células em cultivo
	-Estabelecem infecções latentes nos gânglios sensoriais e autonômicos
	-Gêneros:
		-Varicellovirus (VZV)
		-Simplexvirus (HSV 1)
		-Mardivirus (Marek)
		-Iltovírus (ILTV)
	-O herpesvírus simples, responsáveis por lesões cutâneas, penetram no hospedeiro através de microfissuras ou escarificações da pele e mucosas. A primeira multiplicação ocorre nas células epiteliais locais, seguida de disseminação pelas vias hematogênica e neurogênica, para os órgãos alvo.
	-Nas células infectadas pode ocorrer a formação de células multinucleadas e com corpúsculos de inclusão intranucleares.
	-O estágio de vesícula é o estágio mais contagioso, devido ao elevado número de partículas virais presentes no exsudato.
	-Tratamento: uma das drogas antivirais mais utilizadas por herpesvirus simplex é o Aciclovir (pomada ou injetável), é um análogo a desoxiguanosina que bloqueia a síntese de DNA viral.
	-Replicação:
Dois ciclos (produtivo ou lítico e latente)
	-Ciclo Produtivo ou Lítico:
-Ocorre nos locais de penetração dos vírus
-Depois migra para os neurônios (entra em latência)
-Na reativação da infecção latente
-Ocorre a expressão de todos os genes virais
-Há produção de partículas infecciosas
-É incompatível com a sobrevivência das células
	-Ciclo Latente:
-Ocorre em neurônios dos gânglios sensoriais e autossômicos
-Pode ocorrer em outros tipos celulares
-Caracterizado pela interrupção do ciclo produtivo
-Ocorre após a entrada no núcleo das células nervosas
-Não há produção de proteínas, genoma e nem partículas virais-Genoma fica no núcleo pelo resto da vida do hospedeiro
-Ocorre reativação em determinadas situações (Ciclo Latente ( Ciclo Lítico)
*Corticóides: diminuem a imunidade do animal e ativam novamente o vírus que estava latente.
-Proteínas nucleares inibem a transcrição dos genes α (interrompe o ciclo)
-Subfamília Betaherpesviridae: (sem interesse a medicina veterinária)
	-Poucos hospedeiros
	-Ciclo replicativo longo
	-Células infectadas aumentam de volume (citomegalia)
	-Podem ficar latente em tecidos glandulares, células linforreticulares, rins entre outros
	-Gêneros:
		-Cytomegalovirus (HCMV)
		-Muromegalovirus (cytomegalovirus murino)
		-Roseolovirus (HHV-7)
-Subfamília Gamaherpesviridae:
	-Poucos hospedeiros
	-Estabelecem latência principalmente em células linfoblastóides.
	-Possuem potencial oncogênico
	-Podem ser especificamente adaptados a linfócitos B e T.
	-Gêneros:
		-Lymphocryptovirus (HHV4)
		-Rhadinovirus (herpesvirus Saimiri)
		-Ictalurovirus (hepersvirus de Catfish)
Herpesvírus de Interesse Veterinário:
	1-Herpesvírus Bovino (Alphaherpesviridae)	
BHV-1
Rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) – BHV 1.1
Vulvovaginite/balanopostite (prepúcio) – BHV 1.2
BHV-2
Mamilite herpética bovina
BHV-5
Meningo encefalite
*Sorologicamente impossível diferenciar BHV1 de BHV5.
Herpesvirus bovino (Gamaherpesviridae)
BHV-4 (baixa morbidade – não se dissemina muito)
Febre Catarral Maligna
Atinge bovinos, cervídeos e ovinos 
Herpesvirus de Caprinos
CpHV-1
Sinais respiratórios e genitais
Relacionado ao BHV-1
Geralmente infecção sub-clínicas 
Herpesvirus de suínos
SHV-1
Doença de Aujeszky ou pseudoraiva 
Importantes perdas na suinocultura
Restrições no comércio internacional
Em bovinos, ovinos, cães e gatos a infecção é fatal (não contagiosa, pois são hospedeiros terminais)
Herpesvirus de eqüinos 
EHV-1
Mais relacionado a problemas reprodutivos (aborto)
EHV-4
Mais relacionado a problemas respiratórios
Causa Rinopneumonite eqüina 
EHV-3
Causa o exantema coital (lesões no trato genital)
Herpesvirus canino
CHV-1
Possui somente um sorotipo viral
Induz a formação de sincício (efeito citopatogênico caracterizado por célula gigante multinucleada)
Distribuído em todo o mundo. 
Causa aborto (animais se infectam no parto, há a morte dos fetos)
Herpesvirus de felinos
FHV-1
Causa rinotraqueíte infecciosa felina
Herpesvirus de aves
Vírus da Doença de Marek
Altamente infecciosa
Restrições de comércio 
Diagnóstico: 
Herpesvírus bovino (BHV 1)
Material – swab nasal, ocular, vaginal e prepucial. 
Na necropsia: traquéia, pulmão, tecidos fetais (rim, fígado e pulmões).
Soro – amostras pareadas (fase aguda X fase convalescente – 20 a 30 dias depois para comparação de títulos de anticorpos)
Testes: soroneutralização (sorologia), imunofluorescência e cultivo celular (fácil isolamento).
Herpesvírus bovino (BHV 5) – tecido nervoso 
Herpesvírus bovino (BHV 2)
Material – fluido vesicular, crostas
Testes:
Microscopia eletrônica
Isolamento em cultivo de células (crescimento a baixas temperaturas, 34 a 35ºC)
Herpesvirus suino (SHV 1)
Material – cérebro, pulmão, tonsila, baço, fígado, rim e soro.
Tecidos fetais – fígado e baço.
Em outros animais – porções de tecido subcutâneo em regiões com prurido e medula espinhal. 
Testes:
Soroneutralização, aglutinação em látex, ELISA
Imunofluorescência 
Inoculação em ovo embrionado (membrana corioalantóide).
Herpesvirus equino (EHV 1)
Swab nasal, sangue total, fluido cérebro espinhal, soro pareado. Tecido nervoso de animais com sinais nervosos.
Tecidos fetais – fígado, pulmão, baço e timo
Testes:
Imunofluorescência 
Isolamento em cultivos celulares de origem eqüina e de coelho (RK13).
Quando associado a sintoma nervoso o isolamento é mais difícil.
Herpesvirus equino (EHV4)
Material – swab nasal, sangue total (amostra pareada)
Teste – inoculação em cultivos de origem eqüina e de coelho. O EHV4 só replica em células de origem eqüina.
Sorologicamente usar anticorpo monoclonal para diferenciar do EHV 1
Rhabdovírus:
	-Pertence a ordem Monogavirales.
	-Infectam plantas, artrópodes e vertebrados (peixes, aves e mamíferos).
	-Principais vírus: vírus da raiva e da estomatite vesicular
	-Gêneros:
		-Vesiculovirus*: vírus da estomatite vesicular (VSV)
		-Lyssavirus*: vírus da raiva (RabV)
		-Ephemerovirus*: vírus da febre efêmera de bovinos (BEFV)
		-Novirhabdovirus*: vírus da necrose hematopoiética em peixes (IHNV)
		-Cytorhabdovirus: sem importância veterinária
		-Nucleorhabdovirus: sem importância veterinária
	-Características:
		-Tem formato de bastão
		-Possui genoma RNA de fita simples de 11 a 15 kpb
		-Envelopado
		-Ribonucleoproteína (RNP)
*RNP: envolvem o RNA e dão formato ao vírus
	-Replicação:
-Ocorre no citoplasma da célula hospedeira
-Enzima viral faz a transcrição do RNA (Polimerase)
-A transcrição é regulada por um sistema chamado de ‘atenuação de transcrição’
-Gradiente de produção de transcrição
N > P > M > G > L
-A ‘região leader’ é transcrita e migra até o núcleo, inibindo a transcrição celular
-Vírus de Importância Veterinária:
	1- Vírus da Raiva (RabV):
Características:
	-Pertencem ao gênero Lyssavirus
	-É uma das doenças mais documentadas da história
		-Conhecida a mais de 2000 anos
		-Primeiro registro de raiva canina – Demócrito 500 a.C.
	-Possui 7 genótipos principais, de acordo com o local de distribuição
		-Genótipo 1 ( Vírus da Raiva (RabV)
	-Distribuição mundial (Austrália, Antártida, Ilha Britânicas e algumas ilhas da Índia estão livres)
*Inglaterra, Japão, Irlanda e países Escandinavos – erradicaram 
	-É um vírus sensível por ser envelopado, é destruído por calor a 50ºC por 15 minutos, dessecamento, radiação UV, luz solar, Hipoclorito de sódio e soda caustica a 2% e solventes lipídicos
	-Hospedeiros naturais: morcegos, guaxinins, raposas, cães selvagens
	-Hospedeiros terminais: bovinos, eqüinos, caninos e felinos
	-Transmissão: 
		-Principal: por inoculação (mordedura)
		-Via aerógena é rara (cavernas)
		-Transplantes de doador com encefalite de causa desconhecida
	-Ciclos:
		-Urbano: caninos e felinos
		-Rural: bovinos e eqüinos
		-Aéreo: morcegos
		-Silvestre: associado a espécies silvestres
	-Patogenia: 
		O vírus é inoculado na musculatura, onde ocorre a replicação, posteriormente ocorre o deslocamento para feixes nervosos, migrando até o SNC, onde há uma nova replicação produzindo uma encefalite grave e freqüentemente fatal. Possui um período de incubação bastante grande, que varia de 6 dias até 1 ano. A doença tem um inicio por um período podrômico, com queixas incluindo irritabilidade, sensações anormais no local do traumatismo e hiperplasia da pele. Patologicamente a raiva é uma encefalite, com degeneração neuronal da medula espinhal e do cérebro. Os corpúsculos de Negri, dentro dos neurônios afetados constituem a descoberta microscópica mais característica. 	
*Corpúsculos de Negri: são inclusões virais citoplasmáticas localizadas nas células de Purkinje (cerebelo) do animal afetado com raiva. 
	-Diagnóstico:
Tecido – encéfalo (eqüinos também medula espinhal)
Animais pequenos podem ser enviados ao laboratório inteiros.
Amostras devem ser mantidas sob refrigeração.
*Locais sem refrigeração imergir o tecido em líquido de Vallée (Tampão fosfato (KH2PO4, K2HPO4), glicerina neutra 50%, ajustar pH em 7,4 a 7,8)
O principal método utilizado é a Imunofluorescência.
Inoculação intracerebral em camundongos lactentes – cultivos celulares.
Histopatologia - observação dos corpúsculos de Negri 
PCR 
Sorológico: Utilizado para avaliar eficácia de vacinas (status sorológico de população)
2- Vírus da Estomatite Vesicular (VSV):
Características:
	-Hospedeiros: eqüinos,bovinos e suínos
	-Confunde com febre aftosa (mas a febre aftosa não ataca eqüinos) 
	-Distribuição: mundial
-Três sorotipos importantes – Indiana, New Jersey e Alagoas (mais recente) 
-Transmissão: não é bem conhecida 
	-Via oral ou através de abrasões
	-Contato direto e indireto (fômites)
	-Artrópodes
-Diagnóstico:
Material: liquido vesicular, saliva, mucosa afetada.
Deve ser feito rapidamente, diferencial de Febre Aftosa.
ELISA (Antígenos ou IgG/IgM): positivo ( alto nível de IgM
Fixação do Complemento
RT-PCR
Imunofluorescência 
*Se na propriedade possui bovinos infectados e eqüinos saudáveis ( pode indicar a presença de febre aftosa
*Se na propriedade eqüinos e bovinos infectados ( estomatite vesicular
Retroviridae:
-Subfamília Orthoretrovirinae que possui os 7 gêneros:
	-Alpharetrovirus: vírus da leucose aviária
	-Betaretrovirus: vírus Mason-Pfizer dos macacos
	-Deltaretrovirus: vírus da leucose bovina
	-Gammaretrovirus: vírus da leucemia felina
	-Epsilonretrovirus: retrovírus de répteis tipo C
	-*Lentivirus: FIV, BIV, SIV, HIV, MVV, CAEV e EIAV
-Características:
	-Possuem a enzima transcriptase reversa (RNA ( DNA)
	-HIV possui similaridade clínica com o vírus da imunodeficiência felina (FIV)
	-HIV possui similaridade genômica (estrutural) com o Maedi Visna em ovinos (MVV)
	-HTLV possui similaridade com o vírus da leucose bovina
	-Infectam praticamente todos os vertebrados e está distribuído mundialmente
	-Causam infecções persistentes devido a sua característica de replicação
	-Alguns retrovírus podem causa tumores
	-Os vírions são esféricos e envelopados
	-A superfície do envelope viral possui projeções ou espículas
-Genoma e estrutura:
-Genoma é um dímero RNA de fita simples de polaridade positiva, linear e de 10 kpb.
	-4 genes principais que codificam as proteínas virais: 
-Gag: codifica proteínas estruturais como a da matriz, do cápside e do nucleocapsíde
-Pro: codifica as proteínas protease, transcriptase reversa e a integrase,
-Pol
-Env: codifica glicoproteínas de envelope (uma de superfície outra transmembrana).
-Replicação:
	 Etapas:
Adsorção: receptor viral em contato com o receptor celular
Penetração: momento da entrada
Desnudação: cápside rompe com posterior exposição do material genético e enzimas ao citoplasma
Transcrição: RNA ( DNA pela ação da enzima transcriptase reversa, então este DNA viral segue em direção ao núcleo onde há a incorporação deste DNA viral com o DNA da célula hospedeira, havendo então a transcrição de novos RNA virais.
Tradução: produção das proteínas estruturais e material genético
*Os vírus saem por brotamento para infectar outras células.
Vírus de Interesse Veterinário:
Vírus da Leucose Bovina (BLV)
-Características:
-Infecta bovinos, búfalos, zebuínos e capivaras.
-Tem baixa transmissibilidade.
-Necessita contato direto entre animais em situação susceptível.
-Infecta linfócitos B.
-Mais comum forma iatrogênica. 
-Pode causar tumores nos animais infectados, mas não possui genes tumorais.
-Diagnóstico:
	-Sorologia por imunodifusão em ágar gel ou ELISA
	2- Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) e Vírus da Leucemia Felina (FeLV):
-Características:
	-Infectam felinos domésticos e selvagens
	-Distribuição mundial
	-Via de transmissão: principal é a saliva
	-O FeLV está associado à várias síndromes e aparecimento de tumores
	-O FIV está relacionado a sintomatologia nervosa em casos avançados da infecção.
-Diagnóstico:
	-Imufluorescência a partir de esfregados sanguíneos ou dos tecidos alvos
	-PCR a partir das células brancas do sangue
	3- Vírus da Anemia Infecciosa Equina (EIAV):
-Características:
	-Distribuição mundial
	-Infecta eqüídeos
	-Pode ter reação sorológica cruzada com HIV
	-Transmissão: principalmente por vetores mecânicos – tabanídeos
	-Também por forma iatrogênica, através de materiais infectados com células infectadas.
	-Animais positivos são sacrificados, e todos os doentes devem ser notificados
-Diagnósticos:
	-Imunodifusão em ágar gel
Reoviridae:
-Características:
	-Vírus não envelopado
	-Simetria icosaédrica
	-Genoma de RNA fita dupla e segmentado
	-Replicação ocorre no citoplasma
	-3 gêneros de interesse veterinário:
		-Orthoreovirus
		-Rotavirus	
		-Orbivirus
		1- Gênero Orthoreoviridae: 
-Características:
	-Capsídeo duplo
	-Bastante resistente ao meio ambiente
	-Fontes de Infecção: excreções e secreções
	-Os que atacam mamíferos possuem capacidade hemoaglutinante e os aviários não
	-Genoma de aproximadamente 23.500 pb divididos em 10 segmentos
	-Segmentos divididos em 3 classes conforme o tamanho:
		-L (large): L1 (precoce), L2 (tardia) e L3 (tardia)
		-M (medium): M1 (tardia), M2 (tardia) e M3 (precoce)
		-S (small): S1 (tardia), S2 (tardia), S3 (precoce) e S4 (precoce).
	-Hospedeiros: bovinos, ovinos, suínos, cães e gatos
	-Infectam tanto o trato respiratório como o intestinal, em geral sem produzir doença.
	-Produzem corpúsculos de inclusão citoplasmáticos característicos.
		2- Gênero Rotavirus:
-Características:
	-Capsídeo possui 3 camadas protéicas (capsídeo interno, intermediário e externo).
		Proteínas: -VP4 e VP7 são os do capsídeo externo
			 -VP6 do capsídeo intermediário
			 -VP1, VP2 e VP3 são os do capsídeo interno
	-Genoma composto de 11 segmentos
	-Os segmentos possuem tamanho de 600 a 3000 pb (importante no diagnóstico)
	-São mais suscetíveis a recombinações.
	-São estáveis no ambiente
	-resistente ao pH entre 3 e 9
	-Sensível a formalina, cloro e etanol 95%
	-Pode ser classificado por sorogrupos ou eletroferogrupos
-Associado a doença entérica e respiratória em várias espécies animais (suínos, bovinos, caninos, eqüinos e ovinos) e humanos.
-Distribuído mundialmente. 
	-Classificação por sorogrupos:
		-Baseada nas diferenças antigênicas das proteínas do capsídeo VP6.
		-Forma 7 grupos (de A a G)
		-A,B e C são mais encontrados em humanos e animais
		-D e G: exclusivamente de animais
-A grande maioria das infecções em humanos e animais é por vírus do grupo A.
-Do grupo B já foram identificadas infecções em humanos, bovinos, suínos e roedores.
-No grupo C da foram identificadas infecções em humanos e suínos. 
-Classificação por eletroferogrupos:
-Baseado no perfil de migração dos segmentos genômicos em PAGE (eletroforese em gel de poliacrilamida).
-7 grupos distintos chamados eletroferotipos (A-G).
-A migração dos rotavirus A padrão, é distribuída em 4 classes de I a IV onde: 
Segmentos 1 a 4 – classe I
Segmentos 5 e 6 – classe II
Segmentos 7, 8 e 9 - classe III
Segmento 10 e 11 – classe IV 
-Diagnóstico:
-Material – fezes, secreções respiratória e do intestino.
-Testes utilizados
-PAGE (eletroforese em gel de poliacrilamida)
-Imunofluorescência 
-ELISA
3-Gênero Orbivirus:
-Características:
-Infectam ruminantes domésticos e selvagens, eqüídeos, roedores, morcegos, primatas, marsupiais e aves.
-Utilizam vetores biológicos no ciclo de infecção (mosquitos e carrapatos)
-Genoma composto por 10 segmentos de RNA, fita dupla. 
-Vírus da Língua Azul (BTV)
Características:
Doença clínica é mais comum em ovinos e cervídeos.
Transmitido por mosquitos Culicoides.
A infecção está distribuída em áreas tropicais e subtropicais 
No Brasil existe a evidência sorológica da infecção, entretanto sem casos clínicos.
-Diagnóstico:
O principal método de diagnóstico é a imunodifusão em gel de ágar.
ELISA
RT-PCR 
Flaviviridae:
-Características:
	-Pequenos e envelopados
	-RNA linear de polaridade positiva
	-3 gêneros
		-Flavivirus
		-*Pestivirus
		-Hepacivirus 
	-Replicação:
-Após a entrada na célula o genoma é liberado e traduzido.
-Após tradução é gerada uma poliproteína que é então clivada por enzimascelulares e virais, dando inicio a replicação. 
Gênero Pestivirus: 
-Características:
-Para classificação dentro do gênero pestivirus são levados em conta os seguintes critérios:
-Hospedeiro de origem.
-Características antigênicas e reatividade cruzada.
-Homologia entre as seqüências de nucleotídeos 
	Espécie
	Abreviatura
	Hospedeiro
	Vírus da Peste Suína Clássica
	CSFV
	Suínos
	Vírus da Diarréia Viral Bovina tipo 1
	BVDV – 1
	Ruminantes e suínos
	Vírus da Diarréia Viral Bovina tipo 2
	BVDV – 2
	Ruminantes e suínos
	Vírus da Doença da Fronteira
	BDV
	Ovinos, caprinos e cervídeos
	
	
	
	
Diarréia Viral Bovina (BVDV 1 e 2)
-Características:
-Distribuição: Mundial
-Hospedeiros: Bovinos, ruminantes silvestres 
-Transmissão
Através das mucosas (oronasal/genital)
Transplacentária 
Dois Biotipos: Citopatogênico (CP) e não-citopatogênico (NCP)
Dois Genótipos Tipo I e Tipo II 
-Diagnostico Pestivirus: 
Material: órgãos afetados (rim, fígado, encéfalo, pulmão, abortos)e soro.
Testes 
Isolamento e cultivo células.
Imunofluorescência em cortes de tecido congelado.
Soroneutralização, ELISA
Coleta e Remessa de Material para exame Laboratorial Virológico:
-Porque enviar um material para exame virológico:
	-Determinar o agente causador da enfermidade 
-Prevenção/intervenção – evitar a disseminação de um surto de uma determinada doença 
-Esquema de vacinas a ser adotado num plantel ou individual
-Para doenças em que o manejo do animal ou rebanho podem influenciar o prognóstico da doença (doenças respiratórias)
 	-Para certificação de região (zona) livre em casos específicos (Ex.: Febre Aftosa)
-Em inseminação artificial, transferência de embriões e transfusões sangüíneas (BHV,	BVDV e FeLV).
Fatores que afetam um diagnóstico preciso:
-Selecionar corretamente uma amostra tanto na qualidade quanto na quantidade.
-Má conservação da amostra 
-Erros na coleta dos materiais 
Requisitos necessários para uma boa amostra:
	-Condição da amostra:
-Boas condições de assepsia;
-Materiais realmente representativos da doença;
-As amostras devem ser coletadas das bordas das lesões, incluindo tecido macroscopicamente normal;
-Coletar na fase aguda da doença;
-Animais vivos ou necropsiados;
-Evitar coletar material de animais que tenham sido recentemente medicados;
-Recepientes estéreis.
-Quantidade da Amostra:
	-Swabs
-5 a 10 mL de sangue (soro)
-20 a 50 mL de fluídos 
-30 a 100g de tecidos/órgãos 
-Embalagem:
-Individualizada 
-Frasco estéril 
-Hermeticamente fechado 
	-Sacos plásticos 
-Seringas 	
-Conservação da Amostra:
	-Rápido processamento da amostra 
	- Evitando dessecação, oxidação, aquecimento, atividade enzimática 
	-Refrigeração em trânsito 
-Swab com meio de transporte – MEM
-Tamponado e refrigerado 
-Acondicionamento: 
	-Caixa isotérmica 
-Tampa vedada com fita adesiva 
-Identificação:
-Informações identificando o material ou propriedade onde se origina a amostra 
-Histórico completo 
-Dados: nome, telefone, e-mail, endereço, etc. O mais completo possível
Problemas no Envio do Material:
-Materiais para isolamento fixados em formol;
-Vísceras em putrefação;
-Remessa de vísceras não relacionadas com os locais de atividade ou multiplicação dos agentes infecciosos que se deseja detectar. 
Forma Correta de Envio:
-Coleta de material:
	-durante o curso inicial da doença
	-condições de assepsia (viabilizar isolamento)
	-material de animais vivos ou recentemente mortos/ necropsiados 
Remessa do material: 
	-não congelar e sim refrigerar
	-swabs em meios de transporte c/ Atbs 
	-identificação e histórico 
Urina:
Remessa do material: 
	-remeter no prazo máximo de 24 horas
	-caixa isotérmica com gelo reciclável
	-identificação e histórico
Fezes:
Coleta de material:
	-diretamente do reto
	-coletar com luvas ou sacos plásticos
	-conservar em geladeira a 2-8 ºC 
-Remessa do material: 
	-em gelo
	-caixa isotérmica
	-identificação e histórico 
Carrapatos, mosquitos, etc.
Coleta de material:
	-vivos → leve tração e torção (manual)
	-larvas
	-mortos	 
-Remessa do material: 
	-vivos → cx de papelão ou frasco de vidro ou plástico com furos na tampa
	-mortos → refrigerados/congelados 
	-identificação e histórico 
Referências Bibliográficas
TRABULSI, L. R., ALTERTHUM, F. Microbiologia. 4. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
DULBECCO, R., GINSBERG, H. S. Microbiologia de Davis – Virologia. 2. ed. São Paulo: Editora Harper & Row do Brasil, 1980.
Papiloma em bovinos
Tumores
ocasionam lesões sistêmicas
Produzidos até a replicação do genoma
Produzidos após a replicação do genoma
Nucleocapsídeo
Fosfoproteína
Polimerase Viral
Sequências intergênicas
Falsos-negativos
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