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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO NOMOFOBIA: UMA SÍNDROME NO SÉCULO XXI LUANA DE ANDRADE PINHEIRO BORGES NATAL/RN 2015 LUANA DE ANDRADE PINHEIRO BORGES NOMOFOBIA: UMA SÍNDROME NO SÉCULO XXI Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Prof a . Ma.Thelma Pignataro NATAL/RN 2015 Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA Borges, Luana de Andrade Pinheiro. Nomofobia: uma síndrome no século XXI/ Luana de Andrade Pinheiro Borges. – Natal, RN, 2015. 69f. Orientador: Prof.ª Me. Thelma Pignataro. Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas. 1. Administração – Monografia. 2. Tecnologia da informação – Monografia. 3. Nomofobia - Síndrome no século XXI - Monografia. 4. Saúde - Uso abusivo do celular – Monografia. I. Pignataro, Thelma. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 658:004:621 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO LUANA DE ANDRADE PINHEIRO BORGES NOMOFOBIA: UMA SÍNDROME NO SÉCULO XXI Monografia apresentada e aprovada em 09/12/2015, pela banca examinadora composta pelos seguintes membros: ______________________________________ Profª M. Sc. Thelma Pignataro Orientadora _______________________________________ Profº M. Sc. Francisco de Assis Medeiros Examinador ________________________________________ Profº M. Sc. Ruan Costa Examinador Natal, 09 de Dezembro de 2015. Dedico este trabalho a minha querida mãe que sempre lutou e buscou oferecer uma excelente educação acompanhado de muito amor e carinho. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por ser tão justo e bom, cuidando de mim e fortalecendo meu ser em todos os dias de minha vida. Ao meu Santo Expedito, capaz de resolver tudo aquilo que não consigo. Em especial a minha mãe, por ter se dedicado tanto a mim com o seu afeto e seu doce carinho. À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tão sonhada e almejada por mim, e que conseguiu superar todas as minhas expectativas. Ao meu noivo, Fábio Henrique P. Cabral, por suportar e me ajudar todos os finais de semana na conclusão do meu curso. A minha madrinha, Adriana Seabra, que me ajudou no momento em que mais precisei; e a Heitor Marinho por tornar meus domingos melhores. A Dayllane Carvalho, por me dar tanta força e me fazer acreditar em minha capacidade nessa monografia. A minha orientadora, que me ajudou e me incentivou neste trabalho e se tornou uma amiga para mim neste momento de conclusão de curso. Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram e torcem por meu sucesso. RESUMO Com base na fundamentação teórica, por ser um assunto recente e recorrente na mídia nos dias atuais, e na percepção da pesquisadora em ter notado o uso abusivo dos celulares, observou-se a necessidade de explorar a temática nomofobia. Dando ênfase aos sintomas da síndrome, para alertar os leitores dos prejuízos a saúde física e mental. Para melhor recorte do tema, o estudo é exploratório-descritivo, tendo como objetivo geral analisar a síndrome entre os estudantes de graduação do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E como objetivos específicos: identificar o perfil socioeconômico dos entrevistados; determinar o curso mais comprometido pela síndrome; assim como, quais sintomas da síndrome são mais presentes no CCSA-UFRN. Como tratamento estatístico, utilizou a análise multivariada (teste qui-quadrado, nível de significância, p - valor e software R). Os dados obtidos foram digitados e armazenados no Excel versão 2010. Além disso, foi criado uma escala para os cinco sintomas da síndrome Nomofobia: segurança e excitação, relevância, tolerância, abstinência e conflitos na vida real; a fim de identificar se as variações presentes no trabalho (sexo, idade e curso) eram detentores da doença psicológica. Após a análise dos dados, verificou-se que os seguintes aspectos se sobressaem: maioria da amostra do sexo masculino, com idades que variam entre os anos 1978 a 1994 e renda média salarial de até três salários mínimos. Dentre os sintomas físicos associados às variáveis, observa-se que não existe relação entre o sexo e o sintoma relevância. Por sua vez, relacionando ano em que nasceu com os sintomas, nota-se a presença de todas as dimensões citadas. Em relação ao curso, o sintoma relevância também não está presente entre os entrevistados. Por fim, é importante destacar que o curso com maiores índices de sintomas está presente na graduação em Turismo; por sua vez, a graduação em tecnólogo em gestão de cooperativas apresenta os índices de sintomas mais baixo. Palavras-chave: nomofobia, sintomas, síndrome, saúde. ABSTRACT Based on the theoretical foundation, being a recent and recurring theme in the media today, and perception of the researcher to have noticed the misuse of mobile phones, there is a need to explore the Nomophobia theme. Emphasizing the symptoms of those who have the syndrome to alert readers of harm to physical and metal health. To better study Subject Cropping is exploratory and descriptive to a survey to analyze the syndrome among the graduate students of the Center for Health Sciences, Federal University of Rio Grande do Norte with mobile devices - smartphones. Having thus, the following objectives: determine the most committed course for the syndrome;identify the socioeconomic profile of respondents and identify syndrome symptoms are more present in the CCSA / UFRN. For the statistical analysis we used the multivariate analysis (chi-square test, significance level, value - eg R software). Data were entered and stored in Excel version 2010. In addition, a range for the five symptoms of Namophobia syndrome was created: security and excitement, relevance, tolerance, withdrawal and conflicts in real life; in order to identify whether changes in the labor (gender, age and course) were holders of psychological illness. After analyzing the data, it was found that the following stand out: Most of the male sample, with ages ranging between the years 1978 to 1994 and average wage income up to three minimum salaries. Among the physical symptomsassociated variables, it is noted that there is no relationship between sex and symptom relevance. In turn, relating year you were born with the symptoms, there is the presence of all these dimensions. Regarding the ongoing relevance also the symptom is not present among respondents. Also, it is important to note that the course with higher rates of symptoms is a graduate in Tourism, ep lowest level is the technologist in cooperative management. Keywords: Nomophobia, symptoms , syndrome, health. “O mais importante não é conquistar a vitória, e sim merecê-la.” Apócrifo LISTA DE TABELAS Tabela 1: Classificação dos níveis dos sintomas.............................................................. 34 Tabela 2: Gênero do entrevistado.................................................................................... 36 Tabela 3: Ano de nascimento.......................................................................................... 37 Tabela 4: Renda média da família.................................................................................... 38 Tabela 5: Curso............................................................................................................... 39 Tabela 6: Você possui Smartphone? ................................................................................ 40 Tabela 7: Quantos você possui? ...................................................................................... 41 Tabela 8: Gênero/nível de excitação e segurança............................................................ 42 Tabela 9: Gênero/nível de relevância................. ............................................................. 43 Tabela 10: Gênero/nível de tolerância.............................................................................. 43 Tabela 11: Gênero/nível de abstinência........................................................................... 43 Tabela 12: Gênero/nível de conflito................................................................................ 43 Tabela 13: Ano que nasceu/nível de excitação e segurança............................................ 44 Tabela 14: Ano que nasceu/nível de relevância.............................................................. 44 Tabela 15: Ano que nasceu/nível de tolerância............................................................... 44 Tabela 16: Ano que nasceu/nível de abstinência............................................................. 45 Tabela 17: Ano que nasceu /nível de conflito.................................................................. 45 Tabela 18: Curso/nível de excitação e segurança.......................................................... 45 Tabela 19: Curso/nível de relevância............................................................................. 46 Tabela 20: Curso/nível de tolerância............................................................................. 46 Tabela 21: Curso/nível de abstinência........................................................................... 47 Tabela 22: Curso/nível de conflito................................................................................. 47 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Vendas no Brasil............................................................................................. 15 Gráfico 2- Gênero dos entrevistados................................................................................. 37 Gráfico 3- Ano que nasceu............................................................................................... 38 Gráfico 4- Renda média.................................................................................................... 39 Gráfico 5- curso................................................................................................................ 40 Gráfico 6- Possui Smartphone?........................................................................................ 41 Gráfico 7- Quantos Smartphones você possui?................................................................ 42 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Alunos dos cursos de graduação do CCSA....................................................... 16 Quadro 2: Seis sintomas.................................................................................................... 27 Quadro 3: Recomendações para o uso do celular em sala de aula................................... 29 Quadro 4: Liberar ou banir o uso do celular...................................................................... 30 LISTA DE FIGURAS: Figura 1: Estratégia utilizada pelo CCSA........................................................................... 17 Figura 2: As cinco dimensões............................................................................................. 18 Figura 3: Ano que nasceu/excitação e segurança................................................................ 48 Figura 4: Curso/excitação e segurança................................................................................ 49 Figura 5: Gênero/relevância................................................................................................ 50 Figura 6: Ano que nasceu/relevância.................................................................................. 51 Figura 7: Curso/relevância.................................................................................................. 52 Figura 8: Curso/tolerância .................................................................................................. 53 Figura 9: Ano que nasceu/abistinência................................................................................ 54 Figura 10: Curso/abistinência............................................................................................. 55 Figura 11: Ano que nasceu/conflito................................................................................... 56 Figura 12: Curso/ conflito.................................................................................................. 57 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 13 1.1 Tema e delimitação do tema.......................................................................................... 14 1.2 Caracterização da Organização...................................................................................... 15 1.3 Problema da Pesquisa..................................................................................................... 18 1.4 Objetivos do Estudo....................................................................................................... 19 1.4.1 Geral............................................................................................................................ 19 1.4.2 Específicos.................................................................................................................. 19 1.5 Justificativa do estudo....................................................................................................19 2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................... 20 2.1 Tecnologia da informação.............................................................................................. 20 2.2 A evolução dos aparelhos móveis.................................................................................. 23 2.3 Nomofobia e seus sintomas............................................................................................ 24 2.4 O uso demasiado do celular em sala de aula relacionado à gestão educacional............ 28 2.4.1 Um mundo mágico...................................................................................................... 31 3 METODOLOGIA........................................................................................................... 32 3.1Caracterização da pesquisa............................................................................................. 32 3.2 População e amostra....................................................................................................... 33 3.3 Instrumentos e coleta de dados...................................................................................... 33 3.4 Tratamento estatístico e forma de análise..................................................................... 34 3.4.1 Teste Qui-Quadrado.................................................................................................... 34 3.4.2 Nível de significância................................................................................................. 35 3.4.3 Valor-p ou p-valor...................................................................................................... 35 3.4.4 Software.................................................................................................................... 4 RESULTADOS............................................................................................................... 35 36 4.1 Associações.................................................................................................................... 43 4.2 Análise de correspondência............................................................................................ 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 58 REFERÊNCIAS................................................................................................................... 60 APÊNDICES........................................................................................................................ 66 APRESENTAÇÃO Toda atividade prazerosa tem um potencial aditivo, porém somente aquelas não aprovadas socialmente representam dependências em vez de serem vistas como hábitos. A Nomofobia passou a ser considerada como doença psicológica há pouco tempo. O que antes passava despercebido, por ser uma situação corriqueira da maioria das pessoas durante o dia, atualmente é notícia recorrente entre os meios de comunicação. A partir desse ponto, o pesquisador observou que no dia a dia durante a sala de aula, são poucos os professores que conseguem reter a atenção dos alunos, no conteúdo que está sendo exibido. É tarefa quase impossível trazê-los de volta desse mundo fantasioso e distante que o dispositivo móvel proporciona. Além disso, as pesquisas científicas sobre o assunto são recentes e muitas pessoas desconhecem e/ou não se classificam como um nomofóbico. Dessa forma, a pesquisa tem por objetivo analisar a síndrome entre os estudantes de graduação do CCSA/UFRN, assim como, identificar o perfil socioeconômico dos entrevistados, determinar o curso mais comprometido pela síndrome; e quais sintomas da síndrome - excitação e segurança, relevância, abstinência, tolerância e conflito (INSTITUTO DELETE, 2015) são mais presentes entre os entrevistados. Para melhor exposição do tema foi definido cinco tópicos para o referencial teórico. O primeiro, “tecnologia da informação”, teve como papel principal mostrar sua evolução, assim como, aplicações para fins administrativos. O segundo tópico, “a evolução dos aparelhos móveis”, buscou exemplificar o desenvolvimento dos celulares, expondo as diversas funcionalidades que surgiram com o passar dos anos. O terceiro, “nomofobia e seus sintomas” exemplificou o desenvolvimento da síndrome, classificou sintomas e expôs estudos científicos sobre o caso. O quarto, “o uso demasiado do celular em sala de aula relacionado à gestão educacional” propôs alternativas para que o uso exacerbado do telefone móvel, por parte dos alunos, pudesse ser convertido pelos professores em aprendizagem. Além disso, nesse tópico pode ser observado alternativas contra e à favor da usabilidade da ferramenta. Por fim, o quinto tópico, “um mundo mágico”, demonstra o quão os celulares são encantadores, através da busca da realidade em situações virtuais. 13 1 INTRODUÇÃO Seja em casa, na escola, no caminho para o trabalho, ou até mesmo em um momento de maior privacidade, celulares e tablets complementam cada vez mais o aparato mínimo de sobrevivência moderna. As lembranças se confundem, e o virtual acaba sendo real. Ou melhor, o real acaba sendo virtual. Afinal, quantos episódios interessantes já aconteceram na vida das pessoas em apenas um clique? Esses dispositivos são tão valorizados na área da informação que o uso excessivo deles tem causado uma série de problemas psicológicos. Mas esse problema não se desenvolveu à toa. Antes as funcionalidades dos aparelhos celulares eram restritas. Atualmente com o surgimento dos Smartphones, diversas funções foram reinventadas e outras surgiram para encurtar tempo e distância; assim como, possibilitar maior flexibilidade e interação entre as pessoas; informar em tempo real endereços, opções de lazer, ou até mesmo pagamento de boleto através dos aplicativos de transações bancárias. Chegou a era digital. Tudo isso em decorrência da tecnologia. É a vida profissional e pessoal na palma da mão em um único dispositivo. Se por um lado a facilidade as ferramentas de informações trouxeram vários benefícios, já que a internet é algo inegavelmente útil, por outro o uso demasiado desses dispositivos vem preocupando muita gente e sendo caso de estudo entre as universidades em diversos países. A Nomofobia, ou seja, o medo de ficar sem celular e/ou tecnologia cresce a cada dia de forma rápida entre crianças, jovens e adultos. Para os indivíduos mais jovens a tecnologia começa a ser como ar: essencial, porém invisível (TAPSCOTT, 2010). Apesar do cigarro e o álcool levar a fama de vilão o que vem preocupando os estudiosos é a “dificuldade de desligar”. De acordo com a revista eletrônica Isto é (2013) essa dificuldade de desconectar já virou transtorno psicológico que vem avançando e disseminando-se no mundo. O IAD (Internet Addiction Disorder) é a sigla em inglês criada para aqueles que possuem um distúrbio de dependência em internet. De acordo com a publicação, os entrevistados apresentaram sintomas de abstinência no mesmo grau que os apresentados por dependentes em droga ou em jogo, de quando privados do objeto de sua compulsão (ISTO É, 2013). Com as diversas funções presentes no aparelho móvel a presença física se confunde, e a facilidade que a tecnologia proporciona acaba tornando ação rotineira. Power, pensando na dificuldade que muitos sentem em ficar sem internet, propõe que seja considerado um convívio: 14 “Entendemos aos poucos, de uma forma visceral alto custo de estar sempre conectado. Ao mesmo tempo, como agora estávamos distantes costumeira, demos valor a suautilidade e passamos a aproveitá-la melhor.” (Powers, 2012, p. 200). O mundo real acaba se entrelaçando com o virtual e passam a ser vividos simultaneamente. De acordo com Lévy (2010) “é virtual toda entidade ‘desterritorializada’, capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem, contudo estar ela mesma presa a um lugar ou tempo em particular” (LÉVY, 2010, p. 54). Dessa forma, com base nos conceitos vistos e com o intuito de contribuir com os estudos na área de ensino da Administração, este trabalho busca analisar se a Nomofobia está presente entre os alunos em graduação do CCSA – Centro de Ciências Sociais Aplicadas - da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Observando assim, se os entrevistados possuem sintomas que possam detectar a síndrome. Para que isso ocorra, conforme trata Beuren (2008) a metodologia adotada é a exploratório-descritiva, uma vez que busca aprofundar os conhecimentos junto aos materiais já existentes sobre o assunto e descrever as características da população foco do estudo. A realização da pesquisa contou com a elaboração de um instrumento de coleta entre os dias 16 e 26 de outubro de 2015, sendo entrevistados 353 estudantes. 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO DA PESQUISA Neste cenário atual de facilidade de conexão contínua, os desejados Smartphones – celulares com diversas funcionalidades que podem ser estendidas por meio de programas executados em um sistema operacional (OS), chamados de apps - passam a ser utensílio obrigatório entre as pessoas. Segundo dados divulgados pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) o Brasil terminou Julho de 2015 com 281,5 milhões de celulares e densidade de 137,65 cel/100 hab. Além disso, o mês de Julho de 2015 apresentou adições líquidas de um milhão de celulares. (TELECO, 2015). Esses dados só confirmam o que já é notório e bastante frequente: independente do objetivo, seja ele para trabalhar, pesquisar, jogar, fazer amigos, realizar pagamentos, se promover; o celular tornou-se ferramenta indispensável na vida da população. Dados da Anatel apontam que este ano a IDC (International Data Corporation) Brasil espera a venda de cerca de 63,3 milhões de aparelhos em 2015. O estudo da IDC aponta também que o número fique entre 30% e 35% de aparelhos 15 vendidos em 2015. (TELECO, 2015). O Gráfico1 mostra o resultado de vendas no Brasil do uso dos Smartphones comparado com os celulares tradicionais entre 2011 a 2014. Gráfico 1:Vendas de celulares no Brasil, 2011-14 (em milhões de unidades) Fonte: TELECO, 2014. A influência das tecnologias digitais de informação e comunicação proporciona um sedutor mundo digital através de telas e cria a ilusão de um refúgio considerado como “ideal” em um ambiente distante, levando muitos casos a várias doenças psicológicas, como a nomofobia. De acordo com Powers (2012), “a melhor criatividade humana só se manifesta quando há espaço e tempo mental para pegar um pensamento novo e segui-lo para onde quer que ele leve. No mundo das telas, elas seriam “instrumentos de liberdade, crescimento, e do melhor tipo de união, como devem ser. A questão é: como será possível fazer isso?” (POWERS, 2012, p.68). Dessa forma, por meio de pesquisa exploratória-descritiva, levanta-se dados sobre a questão, verificando, ainda, a doença relacionada e seus sintomas. 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA De acordo com informações recolhidas do portal do CCSA, o Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi criado em 13 de novembro de 1973, mediante o Decreto Federal nº 73144 e reformulado pelo Decreto Federal nº 74211, de 24 de junho de 1974. Constituído por departamentos acadêmicos (ciências administrativas, biblioteconomia, ciências contábeis, ciência da informação, direito privado, 16 direito público, economia, serviço social, turismo) responsáveis por difundirem áreas específicas para o crescimento do conhecimento humano. Já os programas de pós-graduação são nas áreas de administração, direito, serviço social e educação. Além das unidades acadêmicas, o CCSA possui quatro unidades suplementares responsáveis por apoiarem as atividades de ensino e pesquisa: prática forense, núcleo de educação infantil, núcleo da seca e oficina de tecnologia educacional. Além disso, o Centro tem como órgão máximo deliberativo, normativo e consultivo em matéria acadêmica, científica, cultural e artística, e sobre matéria administrativa, orçamentária, financeira e de recursos humanos o Conselho de Centro e, como órgão executivo, a direção. Compõem o Conselho de Centro: a diretora, o vice-diretor, e oito coordenadores de cursos de graduação. Já nos programas de pós-graduação, o Centro conta com sete coordenadores e os chefes de departamentos acadêmicos, bem como representantes do corpo docente, discente e técnico- administrativo. Na área da graduação, o CCSA possui um total de 4.792 alunos, incluindo neste montante os alunos do ensino a distância, distribuídos nos cursos de graduação. Na relação aluno/professor o Centro está acima do ideal considerado pelo MEC (18 alunos por professor) totalizando 23,49 (vinte e três inteiros e quarenta e nove centésimos) de alunos por professor. (CCSA, 2014). A seguir pode-se verificar a distribuição com a quantidade de aluno por curso ofertado: Quadro 1: Alunos dos cursos de graduação do CCSA CURSO DE GRADUAÇÃO NÚMERO DE ALUNOS Administração 952 Administração Pública à Distância 529 Biblioteconomia 210 Ciências Contábeis 867 Ciências Econômicas 330 Direito 1121 Serviço Social 417 Turismo 322 Tecnólogo em Gestão de Cooperativas 44 TOTAL 4792 Fonte: Sigaa-Ufrn, 2014. 17 Entre as várias ações realizadas pelo centro acadêmico com o intuito de diminuir a deficiência, melhorar a aprendizagem e aproximar o aluno, criou-se um mapa estratégico. A figura 1, a seguir, expõe essa estratégia: Figura 1: Estratégias utilizadas pelo CCSA Fonte: Portal CCSA, 2014. De acordo com o mapa acima é cabível afirmar que o Centro desenvolve várias ações que contribuem para o processo ensino-aprendizado. Entre elas, podem ser citadas a preocupação do mesmo com programas que aumentem a oferta de cursos, estruturas de apoio para desenvolvimento de pesquisa, modernização do Centro desde infraestrutura ao acervo literário, dentre outros. Como é do conhecimento de todos os usuários do Centro, sejam eles alunos, professores ou colaboradores o acesso à internet wifi é livre para todos em toda a área do mesmo. Afinal, não podia ser diferente com o cenário atual. Por outro lado, o CCSA não possui ações voltadas para coibir o uso abusivo do celular em sala de aula. O único projeto voltado para está atividade situa-se nos laboratórios de informática dos Setores I e V em que sites indesejados, como redes sociais, por exemplo, são bloqueadas quando há acesso por parte dos usuários dos computadores. Por outro lado, a falta de bloqueio de sites que não condizem com a aprendizagem acadêmica em todo Centro, pode aumentar o uso exacerbado do aparelho no ambiente de aula, uma vez que não existe nenhum tipo de punição por parte do mesmo. ATENDIMENTO ESTUDANTIL COMUNICAÇÃO COM A SOCIEDADE RESPONSABILIDA DE SOCIAL ATIVIDADE S DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO GESTÃO SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA 18 1.3 PROBLEMA DA PESQUISA Verificar mensagens a cada minuto, “curtir” uma foto de um amigo, atualizar a rede social, seguir famosos, ser desafiado porjogos, assistir a vídeos, ver imagens, falar de forma instantânea com quem está a quilômetros de distância, tirar fotos; são situações cotidianas comuns durante o dia de quem é adepto ao uso do Smartphone. O problema não está no uso frequente do aparelho, e sim, da perda do controle de sua utilização. De acordo com Eduardo Guedes, diretor do Instituto Delete da UFRJ (2015), “usar muito esses dispositivos não configuram necessariamente uma dependência. A síndrome está relacionada à perda de controle das cinco dimensões”, representadas na figura 2 a seguir: Figura 2: As cinco dimensões Excitação e segurança Relevância Tolerância Abstinência Conflitos da vida real Fonte: Instituto Delete, 2015. Na figura 2 acima de acordo com o Instituto delete, o sintoma “excitação e segurança” pode estar presente na tentativa de esquecer problemas pessoais, buscando a tecnologia como um meio melhor ou mais seguro. Primeiro indício normalmente mascarado com a falsa sensação de satisfação experimentada ao utilizar a tecnologia. Por sua vez, “relevância” pode ser reconhecida como a importância que dá à necessidade de se conectar e usar dispositivos. Ocorre quando não consegue desligar o pensamento de forma que a tecnologia começa a dominar lentamente o comando da sua vida. Já “tolerância” encontra-se no tempo dedicado e nível de controle que se tem dela. Gastam cada vez mais horas para buscar as mesmas sensações experimentadas antes. Perde o controle e substitui os programas reais do dia por maior tempo na tecnologia. O sintoma “abstinência”, é identificado quando os dependentes não estão conectados ou não conseguem usar certos dispositivos ou aplicativos, tornam-se irritados, ansiosos e com medo, podendo gerar alterações no padrão do sono ou alimentação e ainda sinais de 19 depressão. Por fim, “conflitos na vida real” estar presente quando o uso excessivo compromete as relações na vida real. Este é o momento em que percebem a evidência do problema, mas sentem-se incapazes de reduzir ou parar, podendo comprometer a educação, desempenho profissional e social. (INSTITUTO DELETE, 2015). Assim, pode-se considerar que o comportamento de cada indivíduo é a ação responsável pelo desenvolvimento da nomofobia. De acordo com uma publicação exibida no site Publicitários Social Club (2015): “Não há como desplugarmos dos nossos celulares, pois eles fazem parte do nosso dia a dia, porém utilizar dessa ferramenta como um aliado é fundamental para a qualidade de vida de todos nós. Se tornar um escravo do celular, não compensa…já que a única pessoa que perde com isso é você.” Um ponto relevante notado é o período em que esses adeptos da tecnologia nasceram. Geralmente, os usuários mais frequentes ao uso da ferramenta são jovens. Dessa forma, foi realizada uma pesquisa de carácter quantitativa (entrevistas estruturadas) nos Setores I e V do CCSA-UFRN para responder à seguinte questão: A síndrome nomofobia está presente nos alunos do Centro de Ciências Sociais Aplicadas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte? 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Geral Analisar a síndrome da nomofobia entre os alunos do CCSA-UFRN. 1.4.2 Específicos Identificar o perfil socioeconômico dos entrevistados; Determinar o curso mais comprometido pela síndrome; Identificar quais sintomas da síndrome são mais presente no CCSA. 1.5 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO É inquestionável que o uso da tecnologia encurta fronteiras, diminui o tempo, facilita escolhas. Afinal, com a explosão dos Smartphones o mundo está nas mãos de qualquer pessoa, seja aquele que possui um simples ou um sofisticado celular. Além disso, devido ao 20 uso constante, o aparelho deixa de ser objeto e passa a ser praticamente o melhor amigo dos usuários. Mas com o crescente uso, uma síndrome está se desenvolvendo de forma quase que instantânea entre os indivíduos. No Brasil, já existem até centros de desintoxicação vinculados às Universidades Federais, que oferecem tratamento para o problema neurológico por meio de terapia, remédios e intervenção familiar. Um exemplo desses centros, é o Instituto Delete, criado dentro do Núcleo de Psiquiatria da UFRJ, com o objetivo de ajudar os dependentes com ações voltadas para a pesquisa científica, tratamento e programas de conscientização junto a empresas e a sociedade. (INSTITUTO DELETE, 2015). A razão da escolha do tema deve-se ao fato dos estudos sobre a dependência virtual serem relativamente novos, e apesar das pesquisas documentarem que se trata de um problema crescente de atendimento à saúde, o entendimento científico do problema ainda está em evolução. Segundo DEBORD, 1997, p.15: A sociedade que repousa sobre a indústria moderna não é fortuitamente ou superficialmente espetacular, ela é fundamentalmente espetaculista. No espetáculo da imagem da economia reinante, o fim não é nada, o desenvolvimento é tudo. O espetáculo não quer chegar a outra coisa senão a si mesmo. (DEBORD,1997, p.15) Além disso, o “medo de desligar” está presente entre a geração que já nasceu na era digital. “Talvez em poucos anos, a tecnologia barata e flexível dos celulares estará avançada de tal forma a não mais podermos deixar de integrá-la nos processos de ensino-aprendizagem exercidos na escola.” (GARCIA, 2009, p.313). É exatamente o que acontece com a UFRN, a Universidade que dispõe de um excelente sinal de internet acessível a todos que frequentam o Centro, mas não possuem controle sobre o conteúdo acessado (com exceção das salas de laboratório). Por fim, a pesquisadora observou que enquanto os professores dão aula muitos alunos estão conectados não com a aula em si, mas com o mundo fora de sala. Sendo assim, a pesquisa foi realizada para sanar e informar aos leitores sobre a existência da doença psicológica propriamente dita, em que muitas pessoas acham que não tem e/ou não existe. 2.0 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 21 É fato que a Tecnologia da Informação surgiu para organizar, controlar e processar toda a informação recebida nas mais diversas áreas de atuação. Seja no mundo dos negócios, na educação, saúde, segurança, comunicação através dos celulares e tablets, entre outros; a TI reformulou e melhorou o potencial de qualidade, assim como, o acesso. Devido as diversas formas de utilização e as várias funções, existem várias definições para a ferramenta do uso de informação. Um dos primeiros conceitos que definem a TI são dos teóricos Porter e Millar (1985). De acordo com eles, a tecnologia da informação é mais do que apenas computadores. “Além dos computadores, os equipamentos de reconhecimento de dados, tecnologias de comunicação, automação de fábrica, e outro hardware e serviços estão envolvidos na ferramenta”. (PORTER E MILLAR,1985). Silva (2003) enfatiza o surgimento na década de 90 como ferramenta de apoio à gestão das empresas sendo entendida como a “integração das operações da empresa e entre empresas, com ganhos de agilidade e redução nos custos operacionais” (SILVA, 2003, p.15). Existem alguns autores que relacionam a TI com empresas. É o caso de Gonçalves & Filho. Eles afirmam que: A informação é hoje poderoso recurso das organizações, permitindo a estas perfeito alinhamento estratégico - mediante constantes fluxos bidirecionais entre a empresa e o macroambiente, e criando condições para que se viabilizem seus objetivos e se cumpra sua missão corporativa. As empresas têm, no fluxo informacional, o elo que une e coordena seus componentes, o que propicia a manutenção do equilíbrio e da integração (Gonçalves & Filho 1995, p. 22). O trechoacima publicado há 10 anos, é relativamente antigo, por outro lado, é o que acontece atualmente. A TI é de fundamental importância no desenvolvimento de diversas áreas. É sinônimo de uma modernidade necessária e essencial em que a aplicação cresce cada vez mais. Em uma publicação exibida pela revista Exame, a TI é diretamente relacionada ao uso dos celulares. Na mesma publicação, Gonçalves e Filho já afirmavam que a tecnologia da informação surgiu como ferramenta de redução de custos e agilizadora do processamento de informação, e passou cada vez mais a ser aplicada em todos os ramos da atividade humana, devido ao crescimento exponencial de seus recursos e habilidades. (GONÇALVES E FILHO, 1995, p.22). Outros autores enfatizam a palavra informação com a sociedade. É o caso de Valentim (2012); “a sociedade da informação traz paradigmas da economia, como produtividade e qualidade, cria novos caminhos para o desenvolvimento e exige uma nova postura diante das mudanças sociais. Gerar, obter e aplicar conhecimento passa a ser item básico para enfrentar essas mudanças.” 22 Concordando com o conceito, Luftman (1992, p.43) viabiliza a Tecnologia da Informação, com a inclusão dos sistemas de informação, do uso de hardware e software, telecomunicações, automação, recursos multimídia, utilizados pelas organizações para fornecer dados, informações e conhecimento. Em uma edição mais nova, Luftman (1996, p.200), afirma que a evolução da TI está dividida em três eras: era do controle de recursos, ou era da automação, onde o planejamento dos sistemas de informação era focado na automação de processos e o papel do administrador era apenas prover o controle dos recursos funcionais. Laurindo (2001, p.161), “a T.I evoluiu de uma orientação tradicional de suporte administrativo para um papel estratégico dentro da organização. A visão da TI como arma estratégica competitiva tem sido discutida e enfatizada, pois não só sustenta as operações de negócio existentes, mas também permite que se viabilizem novas estratégias empresariais.” Se por um lado, a TI se desenvolveu aos poucos, por outro é cabível afirmar que o uso da ferramenta desencadeou uma onda de inovações tecnológicas em coletar, armazenar, processar, transmitir e apresentar informações. Os responsáveis por criar e desenvolver essas ferramentas são os profissionais de TI que atuam em diversas áreas, assim como, a própria tecnologia. Entre os segmentos estão: banco de dados, desenvolvimento, infraestrutura, redes, segurança, gestão de recursos, entre outros. Desta forma, a TI oferece várias opções de empregabilidade, a maioria com o intuito de melhorar, desenvolver, corrigir erros, selecionar, diminuir tempo, fidelizar clientes, entre outros. Quando o assunto é o ramo empresarial, em contrapartida, com as teorias de sucesso, HENDERSON & VENKATRAMAN (1993, p.472) geram dúvidas sobre a existência de ganhos significativos de produtividade através da Tecnologia da Informação ao se considerar o agregado global da economia. Ou seja, a TI só se torna eficaz se aplicada a um considerável investimento financeiro. Já na gestão do conhecimento, CARVALHO (2000, p.34) afirma que “o papel principal da Tecnologia da Informação na Gestão do Conhecimento consiste em ampliar o alcance e acelerar a velocidade de transferência do conhecimento. As ferramentas de Gestão do Conhecimento pretendem auxiliar no processo de captura e estruturação do conhecimento de grupos de indivíduos, disponibilizando este conhecimento em uma base compartilhada por toda a organização. As organizações que têm no conhecimento seu insumo de negócios não devem mantê-lo em sistemas fechados e inacessíveis, sob pena de perderem sua eficácia empresarial.” A TI aplicada ao uso dos celulares “possibilita comunicação em tempo real, com fotos, imagens e comentários, o que pode aproximar as pessoas e colocá-las a par dos acontecimentos familiares, de relacionamentos e de acontecimentos de interesse público, 23 mesmo a longa distância.” (GAZETA DO POVO, 2014). Ainda de acordo com a publicação, existem várias aplicações para a ferramenta. A TI é benéfica sim, mas também pode ter seus malefícios. De acordo com a revista Gazeta do povo, “devemos aprender a dosar o uso das novas tecnologias de comunicação para que seus benefícios possam ser aproveitados de maneira a contribuir para a real aproximação e compartilhamento entre as pessoas, com liberdade e não como escravidão e dominação”. 2.2 EVOLUÇÃO DOS APARELHOS MÓVEIS Em 16 de outubro de 1956, foi criado o primeiro celular, o sistema automático de telefonia móvel ou MTA, como ficou conhecido. Pesando cerca de 40kgs a tecnologia da época deveria ser instalado de forma permanente em um veículo. (Minilua, 2013). “Os aparelhos foram sofisticando-se e com o passar dos anos, em 22 de outubro de 2008, surgiu o primeiro aparelho Android, o HTC Dream G1. Possuindo funcionalidades bastante avançadas para a época, como a janela de notificações, a integração profunda com o Gmail e o uma central para download de aplicativos em abril de 2009 surgiu o Android Market. A versão 1.5 do Android foi liberada pela Google, com o nome de Cupcake. Estavam entre as novidades do sistema operacional: o teclado virtual, os aplicativos de terceiros (milhares de apps criados por desenvolvedores), integração com o Youtube e capacidade de realizar os comandos “copiar e colar”. Em setembro do mesmo ano, o Android 1.6 foi lançado com o apelido de Donut (sempre um nome de doce, seguindo a ordem alfabética). Apesar de ser apenas uma evolução do Cupcake, ele apresentou grandes novidades, como uma caixa de pesquisa rápida, compatibilidade com câmeras, gravador de voz, galeria de fotos e indicador de nível de bateria. A versão 4.0 (Ice Cream Sandwich) foi liberada no dia 19 de outubro de 2011 e, atualmente, é considerada a melhor plataforma móvel do mundo. Em um estudo sobre os Cenários prospectos para a telefonia celular no Brasil: 2008- 2016, exibido na revista eletrônica Gestão e Regionalidade, destacam-se as principais tendências consolidadas da época, entre as expostas as que chamam atenção são: a penetração da tecnologia 3G; a forte ampliação dos serviços disponíveis via celular; aparelhos celulares cada vez mais funcionais, poderosos e integrados; telefone celular com recurso de inclusão social. Essa característica já pode ser reconhecida como consolidada no Brasil. Um exemplo disso é o sistema operacional do Google que passou a oferecer maior facilidade de compartilhamento de arquivos, calendário unificado, opções de alinhamento de câmera, desbloqueio por reconhecimento facial e um centro de análise de dados”. (SUPER 24 INTERESSANTE, 2015). Esse trecho da Revista online Super interessante é apenas uma das representações da evolução do sistema operacional do aparelho-móvel. É fato que a tecnologia oferecida pelos celulares é algo inegavelmente útil à população. Essa pode ser uma das razões do aumento do consumo do aparelho entre as pessoas. Se antes o celular era usado apenas para localizar pessoas, agora é ferramenta quase que indispensável pelo alto grau de funcionalidades que oferece. 2.3 NOMOFOBIA E SEUS SINTOMAS O primeiro estudo sobre dependência em internet aconteceu em 1996 pela Dra. Kimberly Yong nos Estados Unidos da América. No estudo realizado, ela apresentou seus achados sobre 600 sujeitos que satisfaziam uma versão modificada dos critérios considerados para os viciados em jogos de azar. Seu artigo “Internet Addiction: The emergence of new disorder” no início provocou controvérsias, mas depois as pesquisas sobre a dependência nessa área só aumentaram com o passardos anos. Em 1999, a maior pesquisa feita sobre o assunto foi realizada com 17.000 pessoas detectando a dependência presente em 6% da população entrevistada nos Estados Unidos. (YONG, 1996, p.240). Depois desse fato, foi disseminado o assunto e rapidamente a dependência virtual foi identificada como um problema nacional nos Estados Unidos da América, China, Coréia do Sul e Taiwan. Segundo a revista eletrônica Suíte 101: “No passado, pensava-se que quando o mundo veio para o ano de 2000 não haveria novas doenças e que, com o aumento de ciência e tecnologia doenças seria parte da história, mas hoje a realidade é muito diferente; como eles começam a aparecer apenas novas doenças que vêm do lado da ciência e das novas tecnologias” (Suíte 101, 2013). Nos últimos anos, o fenômeno clínico avançou, e as pesquisas desencadearam a nova forma de usar a internet através dos telefones móveis. E com isso, o surgimento de um novo termo nasceu na Inglaterra: nomofobia – palavra recente que surgiu do inglês, nomo significando nomobile, ou seja, falta do dispositivo móvel e fobia significando medo. Ou seja, o medo ou a fobia de ficar sem o aparelho móvel. Conforme Greenfield, (2008) neurocientista e professora de farmacologia na Universidade de Oxford, há um grande risco de as pessoas passarem a viver suas vidas exclusivamente em ambientes virtuais. A neurocientista ainda afirma que assim como as produtoras de tabaco negavam o poder viciante do cigarro, o mesmo ocorre hoje com as companhias que lucram com o uso das redes sociais e videogames. Além disso, os viciados 25 digitais não acreditam que existe o problema e que ele deve ser tratado “o ambiente digital está alterando nosso cérebro de forma inédita. Estamos cada dia mais dependentes de redes sociais e videogames”. No livro de Private life of the brain, ela ainda prevê “um futuro sombrio para os "nativos digitais", geração que passará a vida inteira online”. Outras teorias abordam o perigo de “viver uma vida virtual”. (GREENFIELD, 2008, p.36). O estudo sobre a nomofobia disseminou-se rapidamente na América e logo tornou-se assunto em grandes revistas de estudos psicológicos. É o caso da revista inglesa Discover Magaine (2011) em entrevista a Susan Greenfield, apontou a utilização da substância dopamina relacionada ao uso do aparelho. De acordo com a especialista, “a nomofobia ocorre precisamente por causa da má regulação da dopamina, associada à utilização do smartphone. Na verdade, cada vez que recebe uma notificação, em nosso cérebro leva um pequeno aumento de dopamina devido à possibilidade de que há algo interessante. E isso leva o cérebro a relacionar a ação como algo prazeroso.” (DISCOVER MAGAINE, 2011). Assim como Greenfield, a revista especializada em doenças de carácter psicológico, Psiconlinews (2015), acredita que o vício no smartphone pode ser relacionado com a molécula do prazer e circuito da recompensa, a dopamina. A publicação enfatiza que o uso do aparelho provoca sensações de tolerância, abstinência e exclusividade, ou seja, participação iguais da dopamina em processos bioquímicos. Eles ainda ressaltam que “o uso exagerado do aparelho pode causar inúmeros problemas de saúde física como: problemas de coluna, torcicolo, tendinites, insônia, estresse, ressecamento da retina, perdas auditivas, dentre outros” (PSICONLINEWS, 2015). Por sua vez, existem teóricos que acredita que os avanços tecnológicos trazem problemas de perda do conceito de fronteiras causada pela globalização. Harvey afirma que há várias formas de compreender o espaço temporal na atual fase da mobilidade e das redes sem fio, para ele os indivíduos estão imersos em uma nova relação com o tempo, com o espaço e com os diversos territórios. (HARVEY, 1992, P.30). Lemos (2006), confirma o mesmo pensamento e diz que as tecnologias móveis se desenvolveram e trouxeram problemas nos processos de territorialização e de desterritorialização. (LEMOS, 2006, P.4). Mas para Nardi, Quevedo e Silva (2013), antes de titular uma pessoa como dependente, é preciso diferenciar o termo “dependência”, para que não haja dúvida quanto a conotação. Para eles a “dependência normal é aquela que permite ao indivíduo tirar proveito de toda tecnologia para crescimento pessoal, profissional, social.” Por sua vez, a dependência patológica “acompanha uma inadequação e precisa haver sintomas para ser estabelecida. O comportamento nomofóbico (sensação de angústia, desconforto, ansiedade e nervosismo 26 quando da impossibilidade de se comunicar por intermédio desses ambientes virtuais) que leva o indivíduo a depender do TC sinaliza a existência de um possível transtorno, que deve ser investigado e tratado”. (NARDI, QUEVEDO & SILVA, 2013. P.68) Ainda segundo os autores citados acima, o uso constante do telefone celular é relacionado com a agorafobia, ou seja, um comportamento provocado por lugares ou situações de escape difícil ou embaraçoso caso ocorra um ataque de pânico ou mal-estar. “Nessas situações, o indivíduo pode desenvolver a dependência patológica do TC para se sentir mais seguro”. (NARDI, 2013, p.68). Entre as várias edições publicadas sobre o assunto, uma das mais respeitadas atualmente é o manual e guia de avaliação escrito pela primeira difusora do assunto. Yong e Abreu, especialista em dependência virtual de renome internacional, destacaram os fatores etiológicos que causam a doença. No livro, Yong e Abreu, 2011, p. 22, definem como dependência: “As dependências são definidas como a compulsão habitual a realizar certas atividades ou utilizaralguma substância,apesar das consequências desvastadoras sobre o bem-estar físico, social, espiritual, mental e financeiro do individuo.” Uma das formas de tratar a síndrome está presente na Terapia Conginitivo Comportamental conhecida entre os estudiosos como TCC. “A TCC é um tratamento muito conhecido, baseado na premissa de que os pensamentos determinam os sentimentos. Em um estudo com 114 pacientes, a TCC foi usada para ensiná-los a monitorar seus pensamentos,e identificar aqueles que desencadeavam novas habilidades de manejo e maneiras de evitar recaída. A TCC requereu três meses de tratamento,ou aproximadamente 12 sessões semanais de uma hora. O primeiro estagio da terapia é comportamental, visando àqueles comportamentos e situações específicos em que o transtorno do controle dos impulsos provoca a maior dificuldade. Conforme a terapia progride, o foco passa para as suposições e distorções cognitivas desenvolvidas e para os efeitos do comportamento compulsivo”. (YONG & ABREU, 2011, p.23). Em uma reportagem exibida pela revista Veja (2015) a forma como o Smartphone é utilizado pode ser um retrato fiel da depressão de seus usuários. Ainda segundo a reportagem, pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, usaram dados do GPS do celular e o tempo gasto com jogos ou aplicativos para detectar os sintomas do distúrbio com 27 bastante precisão. De acordo com eles, Indivíduos depressivos ficam 68 minutos por dia ligados no telefone e visitam poucos lugares. (VEJA, 2015). Segundo os autores Abreu, Eisensteins, Graciela e Estefenon (2013) o vício em celular entraria em casos do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR). Este por sua vez, controlaria os implusos do transtorno para aqueles com vício em jogos patológicos. Conforme a publicação existem projeções para tratamento daqueles que são dependentes sem ingerir substâncias, ou seja, as dependências comportamentais classificariam no manual DSM-5. (VIVENDO ESSE MUNDO DIGITAL, 2013, p.334). No livro Vivendo esse mundo digital, os autores adaptaram umaclassificação feita por Brown, Griffiths e Huant, enumeram não só cinco sintomas, como consta no Instituto Delete da UFRJ, e sim, seis sintomas que estariam presentes nos dependentes do telefone móvel, que podem ser vistos a seguir no quadro 2: Quadro 2: Seis sintomas Saliência Cognitiva Quando o uso do telefone domina os pensamentos e os comportamentos do individuo Alteração do humor Euforia ou alívio de curto prazo, isto é uma sensação de prazer por está usando o aparelho celular Tolerância O individuo necessita passar cada vez mais tempo usando o celular para obter o mesmo prazer obtido anteriormente Abstinência Desconforto apresentado quando o sujeito se encontra impossibilitado de usar seu telefone celular Conflito O uso do celular criando conflitos com outras pessoas (em geral pessoas do entorno mais próximo, como conjugue e/ou familiares) e também gerando conflitos com outras atividades no cotidiano. Recaída Ocorre quando o sujeito apresenta tentativas malsucedidas de diminuir o uso de celular, voltando a usar o aparelho com a mesma frequência anterior aumentando ainda mais ouso Fonte: Vivendo em um Mundo Digital, 2013. Muitos estudiosos afirmam que a síndrome está relacionada ao uso das redes sociais. É o caso da publicação do site Revista direito legal, em que uma médica psiquiátrica afirma que: A internet e as redes sociais trazem uma quantidade enorme de conteúdos estimulantes, divertidos, prazerosos, capazes de produzir dependência. Além disso, a tecnologia faz com que esses conteúdos sejam de fácil e rápido 28 acesso, de qualquer lugar em que estejam. Ou seja, hoje em dia, com os Smartphones, tablets, notebooks e outros dispositivos, temos a sensação de uma disponibilidade de conteúdo interminável e constante, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Toda atividade que causa prazer tende a ser repetida, pois estimula uma parte do cérebro passa a “pedir” que o mesmo prazer seja encontrado o tempo todo, o que leva as pessoas com essa dependência a perderem o controle do tempo que passam na rede”. (REVISTA DIREITO LEGAL). Para outros autores a tecnologia é a principal causadora da dependência, é o caso de King, Valença e Nardi (2010): As interferências tecnológicas no comportamento humano requerem acompanhamento constante, a fim de que seja possível avaliar passo a passo as modificações e consequências resultantes. A convivência diária do indivíduo com os veículos modernos de comunicação vem revelando respostas “boas e ruins”, as quais precisam ser ininterruptamente estudadas para que possam ser compreendidas. Podem-se observar conveniência, conforto, segurança e bem-estar ao se dispor desses aparelhos, em contraste com dependência patológica, medo e angústia, entre outros sentimentos, causados quando da impossibilidade de uso de tais dispositivos.” (KING, VALENÇA & NARDI, 2010). Os relatos e estudos científicos mostram que a dependência existe e já é fator preocupante em diversos países. O problema é que não é reconhecido pelos adeptos a vida virtual e apenas considerado como “engraçado”, sendo assim, descartado pela falta de importância. 2.4 O USO DEMASIADO DO CELULAR EM SALA DE AULA RELACIONADO À GESTÃO EDUCACIONAL Professores versus celulares. Atualmente, um sério embate em sala de aula. A geração que já nasceu na época digital. Herda, do mundo moderno, o maior interesse pelo que não é real e acaba ausentando-se em sala para navegar pelo envolvente mundo da internet. Por outro lado, a tecnologia que o celular proporciona pode ser aliado do aprendizado em sala de aula. Segundo o documento “Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel” do ano de 2013, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) os celulares podem “permitir a aprendizagem a qualquer hora, em qualquer lugar”, “minimizar a interrupção em aulas de conflito e desastre” e “criar uma ponte entre a educação formal e a não formal”. (UNESCO, 2013). As recomendações feitas pela organização sobre o uso do celular aliado à gestão educacional, estão descritas no quadro 3 a seguir: 29 Quadro 3: Recomendações para o uso do celular em sala de aula Promover os usos das tecnologias móveis que fortalecem o sistema Encorajar as escolas e os educadores individuais a se comunicarem, com estudantes e pais, por meio de aparelhos móveis. Ampliar o alcance e a efetividade dos sistemas de informação e de gestão educacional, integrando o suporte para as tecnologias móveis Considerar o apoio das tecnologias móveis na coleta de informações educacionais, após um conflito ou um desastre Fonte: Unesco, 2013 É notório que o processo ensino-aprendizagem é complexo e exige muito da formação de seus docentes e o comprometimento de seus discentes para o sucesso. Segundo Luck, “o necessário reforço que se dá a gestão visa, em última instância, a melhoria das ações e processos educacionais, voltados para a melhoria da aprendizagem dos alunos e sua formação, sem o que aquela gestão se desqualifica e perde a razão de ser. Em suma, aperfeiçoa-se e qualifica-se a gestão para maximizar as oportunidades de formação e aprendizagem dos alunos. A boa gestão é, pois, identificada, em última instância, por esses resultados”. (LUCK, 2000, p. 17-18). Este conceito exprime a importância da utilização de mecanismos e instrumentos gerenciais em todos os setores da dinâmica escolar, além da relevância do planejamento para que exista um enfoque de visão de conjunto e orientação estratégica de futuro. Isso se tornou mais fácil depois das difusões das novas tecnologias em sala de aula através das Tic’s, que pode ser definida como uma: “Ferramenta que podem contribuir com o acesso universal da educação, a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a gestão, a governança e a administração educacional ao fornecer a mistura certa e organizada de políticas, tecnologias e capacidades”. (UNESCO, 2014). Por outro lado, o uso do celular no ambiente escolar é algo tão recorrente que o livre acesso a rede pode trazer prejuízos em sala de aula, pelo simples fato dos alunos acessarem conteúdos que não condizem com o que está sendo tratado em determinado momento. Com a finalidade de saber se o uso do aparelho móvel no ambiente escolar prejudicaria o aprendizado, a Universidade London School of Economics, situada na Inglaterra, avaliou estudantes ingleses através de uma pesquisa. O estudo intitulado “Technology, distraction and 30 performance of student” realizada em maio deste ano afirma que os alunos das escolas inglesas que retiraram os telefones celulares durante o período de aula melhoraram 14% de rendimento escolar. Por outro lado, a pesquisa afirmou que o fato aconteceu apenas com aqueles que apresentavam notas mais baixas. “Na Inglaterra, não há uma legislação sobre o uso de Smartphones nas escolas. Cada colégio define sua própria política”. (FOLHA UOL, 2015). No Brasil, o assunto se tornou lei que segue em vigor nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Minas Gerais, Rio grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas, no município de Recife e no Distrito Federal. Todas essas leis variam entre o ano de 2002 a 2012. (Celular com câmera, ano). Neste ano já está tramitando em Brasília o projeto de lei chamado PL 104/15. A mesma proíbe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como celulares e tablets, nas salas de aula da Educação Básica e Superior de todo o país. A justificativa do projeto diz que “para preservara essência do ambiente pedagógico” cabe a proibição de todos os equipamentos que “desviam a atenção do aluno do trabalho didático desenvolvido pelo professor”. A lei também estabelece que aparelhos só sejam permitidos em sala de aula se fizerem parte das atividades didático-pedagógicas e forem autorizados pelos professores. De qualquer maneira, professores discutem se a proibição é a melhor maneira de tratar do assunto em sala de aula e se a lei não vai na contramão das discussões sobre uso da tecnologia para aprendizagem e sobre a necessidade de formação dos professores nesta área.” (NOVA ESCOLA, 2015). Segundo uma reportagem exibida no site da Folha de São Paulo neste ano, existem diversos motivos para liberar e/ou banir o uso do celular em sala de aula conforme o quadro 4: Quadro 4: Liberar ou banir o celular? POR QUE LIBERAR O USO DO CELULAR? POR QUE BANIR O USO DO CELULAR? É preciso trabalhar com os alunos diferentes mídias, formatos e competências, como o uso eficiente de aplicativos nos celulares Ter acesso fácil ao celular faz com o que aluno tenha mais chance de distração, o que pode levar a notas mais baixas Apps como o Star Chart (usado em aulas de astronomia, que mostra estrelas da região do céu que você apontar) deixam a aula mais interessante Adolescentes ainda não têm maturidade para usar nos momentos apropriados Quando o professor menciona um evento Em ambientes liberados, é muito difícil para o 31 histórico, é possível pesquisar sobre ele imediatamente e trazer dúvidas e novidades professor monitorar a sala toda A distração sempre existiu, causada por conversas com o colega ou desenhos no caderno. O celular é só mais uma maneira de perder o foco. A distração do smartphone é muito pior do que desenhar no caderno, por exemplo, porque o aluno entra um 'universo paralelo. Professores e coordenadores são contra o aparelho, muitas vezes, pois têm medo que o aluno surja com questões que não saberão responder. Muitos colégios, mesmo particulares, ainda não têm a estrutura para abrigar ferramentas tecnológicas, como sinal wi-fi comum ou com controle à navegação. Fonte: Folha de São Paulo, 2015 De acordo com Teruya, Felipe Takara (2011, p.82) “as relações dos sujeitos da juventude no espaço escolar são complexas e exigem compreensão das culturas juvenis que são múltiplas e compostas por inúmeros saberes que se combinam, se rejeitam e se completam. Isso só afirma aquilo que já vem sendo implementado em sala de aula desde os primeiros anos de vida escolar à acadêmica: O uso da tecnologia aliado ao aprendizado de forma rápida. Assim, os alunos são preparados para o futuro com o desenvolvimento social e cultural na medida certa. Quando se pensa em uso da tecnologia em sala de aula, a primeira ideia remetida é o uso para fins educacionais. O MEC é um dos responsáveis dessa “socialização” entre os indivíduos da rede pública de ensino. De acordo com uma matéria publicada no portal Ig (2011), desde 2012 o MEC vem investindo na distribuição de tablets entre os docentes nas escolas públicas. (IG,2011). Afinal, é mais fácil o ensino quando os meios diferem do “convencional”. 2.4.1 Um mundo “mágico” “O território geográfico, nem o das instituições ou dos Estados, mas um espaço invisível dos conhecimentos, dos saberes, das forças de pensamento no seio da qual se manifestam e se alteram as qualidades do ser, os modos de fazer sociedade” (LÉVY, 1997, p.17). Provavelmente, um dos maiores atrativos que fazem os indivíduos fugirem da realidade e mergulharem de cabeça no mundo virtual seja a possibilidade da criação de um novo universo. Pessoas que são tímidas “pessoalmente” aparecem desinibidas diante de fotos e/ou 32 vídeos e se orgulham das “curtidas” que recebem. Há ainda aqueles que se sentem desafiados pelos jogos e são estimulados à competição acirrada que as fases proporcionam. Esse é apenas um dos exemplos que o mundo paralelo da internet estimula. De acordo com Campos (2009, p.14), “Os celulares convergem fetiches tecnológicos com conexões midiáticas. Eles concentram os acervos de conteúdo com o ponto de ligação entre o indivíduo e o social”. A obra “O devaneio”, de Freud (1908/1987) pode ser comparado com as relações virtuais, entre os habitantes do ciberespaço, nas redes sóciais de conversação, ou seja, uma fantasia que é criada através de um conceito de extrema relevância para pensar. (PSICOLOGADO, 2013). Para muitos “no mundo virtual estão todos aqueles jogos, atividades e diversões que não pedem para sair de casa nem para tomar um pouco de sol. Todo um mundo que inventamos para a diversão, mas que pouco a pouco foi nos absorvendo e retirando nossa capacidade para as relações reais.” (ALETEIA, 2013). 3 METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Tratando-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, buscou-se analisar e detectar os sintomas que auxiliassem na compreensão e verificação da ocorrência da nomofobia no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFRN. A Estatística Descritiva é utilizada na etapa inicial das análises quando se toma contato com os dados pela primeira vez, com o objetivo de explorar os dados pesquisados. Porém, muitas vezes é preciso utilizar outras técnicas como: testes de associações, comparação de médias etc, para retirar informações sobre o fenômeno estudado. Em outras palavras, segundo Magalhães (2010, p.3) a estatística descritiva pode ser definida como um conjunto de técnicas destinadas a descrever e resumir os dados, a fim de que se possa tirar conclusões a respeito das características de interesse. Segundo Yin (2005) trata-se de uma forma de se fazer pesquisa investigativa de fenômenos atuais dentro de seu contexto real, em situações em que as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não estão claramente estabelecidas. Com base em Vergara (1997), para auxiliar na concretização deste projeto, utilizou-se ampla pesquisa bibliográfica, desenvolvida a partir de materiais 33 publicados em livros, revistas, periódicos, a fim de subsidiar o referencial teórico e metodológico, além do uso de formulários/ entrevistas na investigação de campo. 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA A fim de abordar as seguintes técnicas de amostragem, é importante a compreensão de alguns conceitos básicos, como população e amostra. Malhotra, (2012) define população como: A população de uma pesquisa é o conjunto total de elementos, itens, objetos ou pessoas que possuem as informações buscadas pelos pesquisadores e sobre os quais serão realizadas inferências. Malhotra (2012, p.275) define amostragem probabilística como um "processo de amostragem em que cada elemento da população tem uma chance fixa de ser incluído na amostra”, ou seja, unidades amostrais são escolhidas aleatoriamente. A partir da abordagem do problema, o presente trabalho teve como objetivo tentar identificar os sintomas da nomofobia investigando os estudantes que compõem o Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foi feito um cálculo do tamanho da amostra utilizando confiança de 95%, que resultou em uma amostra de 354 estudantes da UFRN dos cursos de Administração, Biblioteconomia, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Serviço Social, Turismo e Tecnólogo em Gestão de Cooperativas que se dispuseram a responder o questionário entre os dias 16 e 26 de outubro de 2015. Trabalhou-se com uma amostra não-probabilística por conveniência através de um questionário em papel. 3.3INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS Para se realizar a coleta dos dados da pesquisa, foi elaborado um questionário, (Apêndice 1), capaz de identificar cinco sintomas (Segurança e excitação, relevância, tolerância, abstinência e conflitos na vida real); relacionados a síndrome nomofobia. Foram trinta e quatro questões adaptadas do questionário original “Mobile Phone Problem Usage”, estruturadas em uma combinação de diversos tipos de perguntas encadeadas, com escala de diferencial e fechadas, em conformidade com os objetivos do estudo. Foram elaboradas questões que permitiram identificar os fatores socioeconômicos dos entrevistados (questões de um a sete), assim como alternativas (8 a 34) de atividades cotidianas que classificavam os níveis de sintomas propostos de acordo com a Tabela 1 a seguir: 34 Tabela 1: Classificação dos níveis dos sintomas Nível Excitação e Segurança Relevância Tolerância Abstinência Conflitos Baixo 0 – 1 0 – 2 0 – 1 0 – 1 0 – 1 Médio 2 – 3 3 – 5 2 – 3 2 – 3 2 – 3 Alto 4 – 5 6 – 7 4 – 6 4 – 6 4 – 5 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. A aplicação ocorreu no mês de outubro de 2015, sendo informado aos entrevistados do CCSA tratar-se de uma pesquisa sem quaisquer efeitos avaliativos individuais e/ou institucionais e que as respostas seriam anônimas e confidenciais, garantindo-se o anonimato e a confidencialidade dos dados obtidos. 3.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO E FORMA DE ANÁLISE Para analisar as múltiplas variáveis (idade, sexo, renda, curso) dos estudantes foi realizada uma Análise Multivariada. Segundo Mingoti (2005) qualquer método que permita a análise simultânea de duas ou mais variáveis pode ser considerado como multivariado. Na presente pesquisa, foram feitas várias perguntas para cada indivíduo e com isso, existe certa dependência entre as respostas. 3.4.1 Teste qui-quadrado Com o objetivo de avaliar a dependência estudada na pesquisa, utiliza-se um teste de associação denominado teste Qui-Quadrado. O teste Qui-Quadrado é simbolizado pelo símbolo 𝜒2 , é um teste não paramétrico, ou seja, não é preciso estimar parâmetros populacionais como média e variância da população. O teste 𝜒2 pode ser utilizado quando se tem interesse em verificar associação entre duas variáveis qualitativas. Basicamente, o teste compara frequências esperadas com as observadas e verifica se existe alguma divergência significativa entre elas. (SIEGEL, 1976). Entretanto, uma das suposições do teste é que no máximo 25% dos valores esperados nas células das tabelas sejam menor que 5, quando isso ocorrer será utilizado o teste de Fisher que é um teste alternativo com a mesma finalidade. Nesse contexto, o teste de Fisher é usado para verificar a existência de associação entre alguns sintomas da nomofobia com questões relacionas ao perfil dos estudantes como o 35 curso, sexo e outras características. Após a realização do teste 𝜒2, quando a hipótese nula é rejeitada, não se sabe quais categorias de variáveis estão associadas e, com isso, é necessário realizar uma análise gráfica para identificar quais categorias estão associadas. A análise feita para encontrar essas associações é a Análise de Correspondência. O objetivo desta técnica, é mostrar geometricamente as variáveis e suas categorias observadas na base de dados em um espaço de baixa dimensão, com o intuito de indicar associação entre as linhas e colunas da tabela (MINGOTI, 2005). Essa análise só é utilizada quando a hipótese 𝐻0 é rejeitada e com isso, podem-se encontrar as associações. (MINGOTI, 2005). As hipóteses foram tratadas das seguinte forma: 𝐻0: não existe associação entre as variáveis versus 𝐻1 : existe associação entre as variáveis. Sendo assim, foi utilizada as Hipóteses para o teste Qui-Quadrado. Partindo do princípio, que para se testar algo é necessário estabelecer uma hipótese nula e uma alternativa, sendo ambas antagônicas. São elas: a hipótese nula denotada por 𝐻0: é uma hipótese tida como verdadeira, até que provas estatísticas indiquem o contrário. Neste trabalho são testados se alguns sintomas da nomofobia estão associados com questões relacionadas aos perfis dos estudantes. E a hipótese alternativa 𝐻1: deve ser oposta à hipótese nula. A hipótese alternativa sempre supõe desigualdade, ou seja, não existem associações entre os sintomas da Nomofobia com questões relacionadas ao perfil dos estudantes. 3.4.2 Nível de significância Para concluir o resultado do teste estatístico foi adotado o nível se significância α. Segundo Vieira (2010) esse valor representa a probabilidade da hipótese nula 𝐻0 ser rejeitada, quando na verdade ela é verdadeira. É recomendável que o valor de α seja pequeno, geralmente é utilizado α=5% ou 10%. 3.4.3 Valor-p ou p-valor O valor-p corresponde à probabilidade de se encontrar um valor tão extremo quanto encontrado na estatística. Esse teste é realizado quando a hipótese nula é verdadeira. Caso o valor p seja menor que α, diz-se que a hipótese nula é rejeitada ao nível de significância α. (MAGALHÃES & LIMA, 2010). 3.4.4 Software 36 Por fim, o software utilizado foi o R (R Development Core Team, 2015). Uma linguagem de programação é um ambiente para computação estatística e gráfica. Trata-se de uma linguagem de programação especializada em computação com dados. O R apesar de ser gratuito, é uma ferramenta bastante poderosa e utilizada por pesquisadores pelo mundo inteiro. Os dados obtidos foram digitados e armazenados no programa Excel versão 2010. O banco de dados foi exportado para o software R versão 3.2.1, em que nele foram feitas todas as análises estatísticas como: gráficos, cálculos matemáticos e outros. 4. RESULTADOS No presente estudo, com o objetivo de identificar a síndrome nomofobia e seus sintomas entre os participantes foi realizada uma amostra de 354 alunos extraída da fatalidade de alunos dos cursos do CCSA da UFRN. Os dados a seguir sintetizam as respostas dadas ao questionário. Com o objetivo de traçar um perfil dos entrevistados, foram elaboradas perguntas relacionadas ao sexo, idade, renda e curso. Considerando a variável sexo, é possível observar na Tabela 2, que os usuários do sexo masculino participaram com maior frequência na pesquisa, com um percentual de 51,13%. Tabela 2: Gênero do entrevistado Gênero Frequência % Feminino 173 48,87 Masculino 181 51,13 Total Geral 354 100,00 Fonte: Pesquisa de campo, 2015 Para melhor visualização dos dados da tabela 2, pode-se observar no gráfico 2: 37 Gráfico 2: Sexo do entrevistado Fonte: Pesquisa de campo 2015 Posteriormente, perguntou-se sobre a idade. Foi possível verificar que a faixa etária com maior destaque para a variação entre os anos 1978 a 1994 com 53,67%. De acordo com a tabela 3: Tabela 3: Ano que nasceu. Ano Frequência % 1948 a 1964 7 1,98 1967 a 1977 16 4,52 1978 a 1994 190 53,67 1995 a 2010 141 39,83 Total Geral 354 100,00 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Para melhor visualização dos dados da tabela 3, verifica-se no gráfico 3: 48,87 51,13 Feminino Masculino 38 Gráfico 3: Ano de nascimento Fonte: Pesquisa de campo 2015 Quando a pergunta foi sobre renda, pôde-se observar que 31,92% dos entrevistados têm uma renda média de 3 salários mínimos, conforme exposto na Tabela 4: Tabela 4: Qual é a renda média da sua família? Renda Frequência % Até 1 salário mínimo 31 8,76 Até 3 salários mínimos 113 31,92 Até 5 salários mínimos 77 21,75 Até 7 salários mínimos 40 11,30 Mais de 8 saláriosmínimos 93 26,27 Total Geral 354 100,00 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Para melhor visualização dos dados da tabela 4, observa-se no gráfico 4: 1948 a 1964 1967 a 1977 1978 a 1994 1995 a 2010 1,98 4,52 53,67 39,83 39 Gráfico 4: Renda média. Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Questionados sobre o curso de graduação, pode-se notar que a maior quantidade de respostas respondidas foi de Direito com 26,27% e Administração com 22,32%, correspondendo 26,27% e 22,32%, respectivamente; de acordo com a Tabela 5: Tabela 5: Curso. Curso Frequência % Administração 79 22,32 Biblioteconomia 17 4,80 Contábeis 72 20,34 Direito 93 26,27 Economia 27 7,63 Gestão de Cooperativas 4 1,13 Serviço Social 35 9,89 Turismo 27 7,63 Total Geral 354 100,00 Para melhor visualização dos dados da tabela 5, nota-se no gráfico 5: Até 1 salário mínimo Até 3 salários mínimos Até 5 salários mínimos Até 7 salários mínimos Mais de 8 salários mínimos 8,76 31,92 21,75 11,30 26,27 40 Gráfico 5: Curso. Fonte: Pesquisa de campo 2015 Os resultados abaixo estão relacionados à percepção dos alunos do CCSA a respeito do uso dos telefones móveis. Considerando, a opinião dos alunos sobre ter o Smartphones, na tabela 6, pode-se observar que 95,48% dos alunos entrevistados possuem esse tipo de aparelho, afirmando a vasta propagação do celular entre os estudantes: Tabela 6: Você possui Smartphone? Possui Frequência % Sim 338 95,48 Não 16 4,52 Total Geral 354 100,00 Para melhor visualização dos dados da tabela 6: Administração Biblioteconomia Contábeis Direito Economia Gestão de Cooperativas Serviço Social Turismo 22,32 4,80 20,34 26,27 7,63 1,13 9,89 7,63 41 Gráfico 6: Possui Smartphone. Fonte: Pesquisa de campo 2015 Com relação a afirmação “quantos Smartphones você possui”, de acordo com a tabela 7, a grande maioria dos estudantes entrevistados 85,31%, possui apenas um Smartphone. Tabela 7: Quantos Smartphones você possui? Quantidade Frequência % Não possui 19 5,37 Um 302 85,31 Dois 30 8,47 Três ou mais 3 0,85 Total Geral 354 100,00 Fonte: pesquisa de campo, 2015. 95,48 4,52 Sim Não 42 Para melhor visualização dos dados da tabela 7: Gráfico 7 – Quantos Smartphones. Fonte: Pesquisa de campo, 2015. 4.1 ASSOCIAÇÕES As hipóteses testadas foram as variáveis: Gênero, Curso e Ano de nascimento. As mesmas independem dos sintomas: Excitação e Segurança, Relevância, Tolerância, Abstinência e Conflito, ou seja, não há associação entre essas elas. Os níveis de significância usados para esses testes foram de 5% e 10%. Pode-se notar que a única variável que não está associada ao gênero é o nível de relevância, ou seja, a importância que o dependente dá à necessidade de se conectar e usar o dispositivo, ao nível de significância de 5% e 10%. Todos os outros níveis não apresentaram associação com a variável gênero. Para melhor entendimento, nas tabelas 8, 9, 10, 11 e 12, respectivamente, pode-se notar esses resultados: Tabela 8: Gênero/nível de excitação e segurança Sexo Nível de Excitação e Segurança Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Feminino 41 48,24 81 46,55 51 53,68 173 0,530 Masculino 44 51,76 93 53,45 44 46,32 181 Total 85 100,00 174 100,00 95 100,00 354 Fonte: pesquisa de campo, 2015. 5,37 85,31 8,47 0,85 Não possui Um Dois Três ou mais 43 Tabela 9: Gênero/nível de relevância Sexo Nível de Relevância Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Feminino 63 42,28 96 51,89 14 70,00 173 0,033 Masculino 86 57,72 89 48,11 6 30,00 181 Total 149 100,00 185 100,00 20 100,00 354 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Tabela 10: Gênero/nível de tolerância Sexo Nível de Tolerância Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Feminino 97 51,87 61 43,88 15 53,57 173 0,316 Masculino 90 48,13 78 56,12 13 46,43 181 Total 187 100,00 139 100,00 28 100,00 354 Fonte: Pesquisa de campo,2015. Tabela 11: Gênero/nível de abstinência Sexo Nível de Abstinência Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Feminino 90 46,39 59 53,64 24 48,00 173 0,474 Masculino 104 53,61 51 46,36 26 52,00 181 Total 194 100,00 110 100,00 50 100,00 354 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Tabela 12: Gênero/nível de conflito Sexo Nível de Conflito Valor p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Feminino 114 50,00 52 46,02 7 53,85 173 Masculino 114 50,00 61 53,98 6 46,15 181 0,376 Total 228 100,00 113 100,00 13 100,00 354 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. 44 Quando associado a variável ano de nascimento aos sintomas propostos, resultou a associação com a maioria dos níveis de significância de 5% e 10%, ou seja, existem associações entre o ano de nascimento com os níveis de excitação e segurança, relevância, tolerância, abstinência e conflito. Demostrando, assim, “o limite entre o hábito corriqueiro e o comportamento patológico, ou seja, o início de prejuízos e de sofrimentos causados pelo comportamento doentio.” (DRADNET). De acordo com as tabelas 13, 14, 15, 16 e 17 a seguir: Tabela 13: Ano que nasceu/nível de excitação e segurança Ano Nível de Excitação e Segurança Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total 1948 a 1964 7 8,24 0 0,00 0 0,00 7 <0,01 1967 a 1977 9 10,59 7 4,02 0 0,00 16 1978 a 1994 47 55,29 103 59,20 40 42,11 190 1995 a 2010 22 25,88 64 36,78 55 57,89 141 Total 85 100,00 174 100,00 95 100,00 354 Fonte: pesquisa de campo, 2015. Tabela 14: Ano que nasceu/nível de relevância Ano Nível de Relevância Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total 1948 a 1964 7 4,70 0 0,00 0 0,00 7 <0,01 1967 a 1977 12 8,05 4 2,16 0 0,00 16 1978 a 1994 87 58,39 94 50,81 9 45,00 190 1995 a 2010 43 28,86 87 47,03 11 55,00 141 Total 149 100,00 185 100,00 20 100,00 354 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Tabela 15: Ano que nasceu/nível de tolerância Ano Nível de Tolerância Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total 1948 a 1964 6 3,21 1 0,72 0 0,00 7 0,362 1967 a 1977 12 6,42 4 2,88 0 0,00 16 1978 a 1994 98 52,41 78 56,12 14 50,00 190 45 1995 a 2010 71 37,97 56 40,29 14 50,00 141 Total 187 100,00 139 100,00 28 100,00 354 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Tabela 16: Ano que nasceu/nível de abstinência Ano Nível de Abstinência Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total 1948 a 1964 6 3,09 0 0,00 1 2,00 7 0,013 1967 a 1977 13 6,70 2 1,82 1 2,00 16 1978 a 1994 110 56,70 60 54,55 20 40,00 190 1995 a 2010 65 33,51 48 43,64 28 56,00 141 Total 194 100,00 110 100,00 50 100,00 354 Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Tabela 17: Ano que nasceu/nível de conflito Ano Nível de Conflito Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total 1948 a 1964 7 3,07 0 0,00 0 0,00 7 1967 a 1977 13 5,70 3 2,65 0 0,00 16 1978 a 1994 133 58,33 49 43,36 8 61,54 190 <0,01 1995 a 2010 75 32,89 61 53,98 5 38,46 141 Total 228 100,00 113 100,00 13 100,00 354 Fonte: pesquisa de campo, 2015. Em relação ao curso, pode-se notar que não houve associação entre esse fator com o nível de relevância, ou seja, a tecnologia não domina a vida dos entrevistados, aos níveis de 5% e 10%. Entretanto, houve associação entre os níveis de excitação e segurança, tolerância, abstinência e conflitoao nível de 10% e o nível de excitação e segurança aos níveis de 5% e 10%. Esses resultados traduzem alguns prejuízos para a vida dos entrevistados, como por exemplo qualidade de vida. Nas tabelas 19, 20, 21, 22 e 24 a seguir: Tabela 18: Curso/nível de excitação e segurança Curso Nível de Excitação e Segurança Valo p do 46 Baixo % Médio % Alto % Total teste 𝝌𝟐 Administração 15 17,65 45 25,86 19 20,00 79 0,012 Biblioteconomia 7 8,24 9 5,17 1 1,05 17 Contábeis 19 22,35 33 18,97 20 21,05 72 Direito 16 18,82 44 25,29 33 34,74 93 Economia 8 9,41 17 9,77 2 2,11 27 Gestão de Cooperativas 3 3,53 1 0,57 0 0,00 4 Serviço Social 11 12,94 16 9,20 8 8,42 35 Turismo 6 7,06 9 5,17 12 12,63 27 Total 85 100,00 174 100,00 95 100,00 354 Fonte: pesquisa de campo, 2015. Tabela 19: Curso/nível de relevância Curso Nível de Relevância Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Administração 32 21,48 46 24,86 1 5,00 79 0,167 Biblioteconomia 10 6,71 7 3,78 0 0,00 17 Contábeis 26 17,45 41 22,16 5 25,00 72 Direito 39 26,17 47 25,41 7 35,00 93 Economia 16 10,74 11 5,95 0 0,00 27 Gestão de Cooperativas 3 2,01 1 0,54 0 0,00 4 Serviço Social 15 10,07 17 9,19 3 15,00 35 Turismo 8 5,37 15 8,11 4 20,00 27 Total 149 100,00 185 100,00 20 100,00 354 Fonte: pesquisa de campo, 2015. Tabela 20: Curso/nível de tolerância Curso Nível de Tolerância Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Administração 36 19,25 37 26,62 6 21,43 79 0,097 Biblioteconomia 12 6,42 5 3,60 0 0,00 17 47 Contábeis 37 19,79 29 20,86 6 21,43 72 Direito 54 28,88 36 25,90 3 10,71 93 Economia 15 8,02 10 7,19 2 7,14 27 Gestão de Cooperativas 3 1,60 1 0,72 0 0,00 4 Serviço Social 21 11,23 10 7,19 4 14,29 35 Turismo 9 4,81 11 7,91 7 25,00 27 Total 187 100,00 139 100,00 28 100,00 354 Fonte: pesquisa de campo, 2015. Tabela 21: Curso/nível de abstinência Nível de Abstinência Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Administração 47 24,23 25 22,73 7 14,00 79 0,085 Biblioteconomia 15 7,73 1 0,91 1 2,00 17 Contábeis 35 18,04 25 22,73 12 24,00 72 Direito 47 24,23 30 27,27 16 32,00 93 Economia 19 9,79 6 5,45 2 4,00 27 Gestão de Cooperativas 3 1,55 1 0,91 0 0,00 4 Serviço Social 18 9,28 13 11,82 4 8,00 35 Turismo 10 5,15 9 8,18 8 16,00 27 Total 194 100,00 110 100,00 50 100,00 354 Fonte: Pesquisa de campo,2015. Tabela 22: Curso /nível de conflito Curso Nível de Conflito Valo p do teste 𝝌𝟐 Baixo % Médio % Alto % Total Administração 53 23,25 25 22,12 1 7,69 79 0,066 Biblioteconomia 15 6,58 2 1,77 0 0,00 17 Contábeis 41 17,98 26 23,01 5 38,46 72 Direito 54 23,68 35 30,97 4 30,77 93 Economia 22 9,65 5 4,42 0 0,00 27 48 Gestão de Cooperativas 4 1,75 0 0,00 0 0,00 4 Serviço Social 26 11,40 7 6,19 2 15,38 35 Turismo 13 5,70 13 11,50 1 7,69 27 Total 228 100,00 113 100,00 13 100,00 354 Fonte: pesquisa de campo, 2015. 4.2 ANÁLISE DE CORRESPONDÊNCIA Como foi dito anteriormente, após o teste de associação seja ele o 𝝌𝟐 ou o de Fisher, se a hipótese nula for rejeitada; ou seja, se houver associação entre o cruzamento de duas variáveis; não se sabe onde estão as associações nos níveis de cada categoria. Com isso, foi realizado essa análise para identificar onde essas associações se encontram. Na figura 3 a seguir, pode-se perceber a dimensão com nível sintomático mais elevado. Abaixo, é notório que os estudantes que nasceram entre os anos de 1948 a 1964 estão associados com o baixo nível de excitação e segurança. Já para os que nasceram entre 1978 a 1994, possuem um nível médio do sintoma. Por fim, para aqueles considerados mais jovens, existem um alto nível desse sintoma. Figura 3: ANO QUE NASCEU/EXCITAÇÃO E SEGURANÇA Fonte: Pesquisa de campo, 2015. 49 Em relação ao curso, pode-se notar que os alunos de Turismo estão associados com o alto nível de excitação e segurança, demonstrando assim, o primeiro indício normalmente mascarado com a falsa sensação de satisfação. Já os alunos dos cursos de Economia e Administração com o nível médio desse sintoma; e para os alunos de Gestão de Cooperativas com o baixo nível sintomático. Por sua vez, para os outros cursos, não existem associações com as outras categorias. Conforme figura 4: Figura 4: CURSO/EXCITAÇÃO E SEGURANÇA Fonte: Pesquisa de campo, 2015. 50 De acordo com a figura 5 abaixo, nota-se que o sexo masculino está associado com o baixo nível de relevância, conseguindo, assim desligar-se da tecnologia sem sentir-se mal psicologicamente, enquanto o gênero feminino com o nível médio. Figura 5: GÊNERO/RELEVÂNCIA Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Em relação ao ano de nascimento, é notório que os alunos que nasceram entre 1995 e 2010 estão associados com o nível médio de relevância. Já para os mais velhos, nascidos entre os anos de 1948 e 1964, e 1967 e 1977 possuem um nível com teor baixo. Por sua vez, os alunos que nasceram entre 1978 e 1994 não estão associados com nenhuma categoria do nível de relevância. Conforme figura 6 a seguir: 51 Figura 6: ANO QUE NASCEU/RELEVÂNCIA Fonte:Pesquisa de campo, 2015. Em relação ao curso na figura 7, pode-se observar que os alunos de Ciências Contábeis e Administração estão associados com o nível médio da relevância. Os alunos de Gestão em Cooperativas estão associados com o nível baixo da relevância. Por fim, não houve associação para os demais cursos. 52 Figura 7: CURSO/RELEVÂNCIA Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Em relação ao sintoma tolerância, os alunos do curso de Turismo estão associados com o alto nível da perda do controle do uso dos aparelhos móveis; e os de Administração com o nível médio. Por sua vez, os alunos do curso de Ciências Contábeis não demonstraram nenhuma associação com os níveis de tolerância. Por fim, os restantes dos cursos estão associados com o baixo nível de tolerância. De acordo com a figura 8 a seguir: 53 Figura 8: CURSO/TOLERÂNCIA Fonte: pesquisa de campo, 2015. No sintoma abstinência, pode-se notar que os alunos mais jovens estão associados com o nível alto do sintoma por se sentirem irritados, ansiosos e com medo, podendo gerar alterações no padrão do sono ou alimentação e ainda sinais de depressão; enquanto os alunos nascidos nos demais anos estão associados com o baixo nível de abstinência. Conforme figura 9: 54 Figura 9: ANO QUE NASCEU/ABISTINÊNCIA Fonte: pesquisa de campo, 2015. Pela figura 10, fica evidente que os alunos do curso de Turismo estão associadas com o alto nível de abstinência. Já em relação aos cursos de Ciências Contábeis, Direito e Gestão de Cooperativas não apresentaram associação com nenhum nível de abstinência. Por fim, os alunos dos cursos de Economia, Administração e Biblioteconomia estão associados com o baixo nível de abstinência. 55 Figura 10: CURSO/ABSTINÊNCIA Fonte: pesquisa de campo, 2015. Em relação ao sintoma conflito, a figura 11 mostra o baixo nível, esclarecendo o controle no uso dos aparelhos nos alunos que nasceram entre os anos de 1948 a 1964, 1978 a 1994 e 1967 a 1977. Já para os alunos mais jovens,existe uma associação com o nível médio do conflito. 56 Figura 11: ANO QUE NASCEU/CONFLITO Fonte: pesquisa de campo, 2015. Em relação ao curso, pode-se perceber que os alunos dos cursos de Direito e Turismo estão associados com o nível médio do conflito, enquanto os alunos do curso de Ciências Contábeis estão associados com o alto nível do sintoma. Por fim, o nível baixo do sintoma conflito, demonstrando que não existe uso excessivo que comprometa as relações pessoais; está associado com os demais cursos. Conforme representação na figura 12: 57 Figura 12: CURSO/CONFLITO Fonte: pesquisa de campo, 2015. 58 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o uso de celulares como instrumento de comunicação indispensável, a configuração das relações interpessoais mudou drasticamente. A nova construção social se baseia em relações sem grandes intimidades, mas, virtualmente, as pessoas se relacionam de maneira ilimitada. “É um contexto paradoxal, ao mesmo tempo em que não há um contato com o outro, há um contato com o mundo consequentemente o outro.” (PSICOQUE, 2013). As reportagens e notícias sobre a nomofobia é caso frequente atualmente nas diversas mídias de comunicação. O vício digital que antes era associado apenas ao uso do computador, atualmente é voltado para a utilização exacerbada do telefone móvel. A venda de aparelhos celulares não é somente uma ação do mercado de comunicação. O “estilo de vida” de obter um telefone que seja considerado como “completo”, é descobrir conhecimento e, consequentemente, aumentar a dependência desses dispositivos, contribuindo, assim, para as doenças psicológicas. (IDGNOW, 2013). Esta pesquisa propôs identificar a síndrome nomofobia entre os alunos do Centro de Ciências Socias Aplicadas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Buscou a opnião dos mesmos sobre situações cotidianas, através da aplicação de um questionário. Para alcançar esse objetivo geral, foram elaborados três objetivos específicos. O primeiro objetivo específico foi levantar o perfil socieconomico dos alunos, o segundo foi determinar o curso mais comprometido com a síndrome, e o terceiro foi identificar quais sintomas da síndrome são mais presentes nos alunos do CCSA. Contou com um total de 353 respondentes em todo o Centro. Todos os objetivos foram alcançados de forma satisfatória demonstrando resultados relevantes. Com relação ao perfil dos entrevistados, um pouco mais da metade do total é do sexo masculino 51.13%, com anos de nascimento mais centradas entre os anos 1978 e 1994, com 53,67% do total. Além disso, os entrevistados possuem uma renda média salarial de até três salários mínimos. Os cursos com maior quantidade de respondentes foram o de Direito e o de Administração, respectivamente, pelo fato de possuírem mais estudantes em graduação. Os resultados apresentados nesta pesquisa mostram a importância de se estudar a Síndrome de nomofobia, apesar de ser considerada “algo novo”, e do resultado da pesquisa ter constatado que 85,31% possuem apenas um aparelho celular. Em contrapartida, 95,48% do total entrevistado possui o Smartphone, demostrando, assim, a vasta usabilidade da 59 ferramenta de comunicação. Além disso, constatou-se que o uso exacerbado do aparelho está ligado às gerações mais jovens. Entre as soluções para a síndrome pode ser citada a prática de exercícios, clínicas de desintoxicação e a ingestão de medicamentos. Aguirre 2013, afirma que: Especialistas explicam que esta é uma dependência emocional e deve ser feito para enfrentar o exercício de desconexão não apenas o telefone, mas tudo isso significa que produz hábito: Facebook, Twitter, Chat, etc. Eles apontam que para os seres humanos é o contato físico necessário e essencial com seus pares em preferência àqueles que outro virtual (AGUIRRE, 2013) Dessa forma, pôde-se perceber nesta pesquisa as opiniões dos estudantes do CCSA/UFRN sobre diversas situações cotidianas, com ênfase no uso do aparelho celular. Contudo, nesta pesquisa foram identificados os sintomas presentes na síndrome nomofobia, mostrando, assim, a relevância de se conhecer e/ou estudar esse novo assunto que está cada vez mais presente atualmente. 60 REFERÊNCIAS ABREU, Cristiano Nabuco; EISENSTEIN, Evelyn; GRACIELA, Susana; ESTEFENON, Bruno. 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( ) Administração ( ) Bibliotecnomia 68 ( ) Ciências Contábeis ( ) Ciências Econômicas ( ) Direito ( ) Serviço Social ( ) Turismo ( ) Tecnólogo em Gestão de Cooperativas 5. Você possui Smartphone? ( ) Sim ( ) Não (obrigada pela participação!) 6. Quantos Smartphones você possui? ( ) Apenas um. ( ) Dois ( ) Mais de três. A seguir, assinale as frases que representam seu comportamento: 7. ( ) Eu não posso passar muito tempo sem meu celular. 8. ( ) Meu celular é bloqueado por senha. 9. ( ) Eu já usei meu celular em situações que me sentia triste/para baixo. 10. ( ) Me sinto bem quando as pessoas curtem/comentam minhas fotos em redes sociais. 11. ( ) Encontro-me ocupado no meu celular quando eu deveria está fazendo outras coisas mais importantes. 12. ( ) Todos os meus amigos possuem um Smartphone. 13. ( ) Eu tento esconder de algumas pessoas quanto tempo passo usando meu celular. 14. ( ) Eu perco o sono mexendo no meu celular. 15. ( ) Já recebi contas de telefone móvel altas, devido o uso abusivo da internet. 16. ( ) Se eu ficar longe do meu celular por alguns minutos fico preocupado com as ligações que não posso atender. 69 17. ( ) Já aconteceu casos em que eu estava usando meu celular, e ao mesmo tempo, estava fazendo outras coisas (atividades acadêmicas, dirigindo, conversando com outras pessoas, etc.), e acabei prestando mais atenção no celular. 18. ( ) O tempo que gasto com o celular cresce a cada dia. 19. ( ) Já usei meu celular para falar com outras pessoas quando estava me sentindo isolado. 20. ( ) Já tentei passar menos tempo no celular, mas não consigo. 21. ( ) Eu me sinto ansioso quando estou em uma situação que não posso ver minhas mensagens e/ou atender ligações. 22. ( ) Eu tenho sonhos freqüentes usando meu aparelho móvel. 23. ( ) Meus amigos e familiares reclamam do meu uso abusivo com o celular. 24. ( ) Se eu não possuísse um Smartphone meus amigos teriam dificuldades para entrar em contato comigo. 25. ( ) Minha produtividade acadêmica diminui em sala de aula devido o uso do meu Smartphone. 26. ( ) Acesso redes sociais ou jogos durante a aula. 27. ( ) Minha atenção durante a aula é maior quando meu celular encontra-se descarregado. 28. ( ) Eu tenho dores devido o uso do celular. 29. ( ) Há momentos em que prefiro usar meu celular do que li dar com situações mais importantes. 30. ( ) Eu geralmente me atraso para compromissos devido o uso do meu celular. 31. ( ) Fico irritado quando tenho que desligar meu celular para reuniões, cinema... 32. ( ) Já me disseram que passo muito tempo no celular. 33. ( ) Já me senti em apuros por ter que desligar e/ou não está com meu Smartphone. 34. ( ) Me sinto perdido sem meu telefone. * Versão adaptada livremente do “Mobile Phone Problem Usage”, escala elaborada por Adriana Bianchi e James G. Phillips (Monash University, Austrália). E publicado no artigo científico “Psychological predctors of problem mobile phone use”, incluído no períodcio “Cyberpsychology & Behavior” em 2005.Volume 8, Número 1, 2005 © Mary Ann Liebert, Inc. Seu objetivo é identificar alguns comportamentos indicativos de uma possível dependência de celular; o “score” não possui validade de diagnóstico, algo que apenas pode ser aferido corretamente por um profissional de saúde.