Prévia do material em texto
144 Risco psicossocial: investigação e boas práticas VII Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente A Nomofobia entre crianças e adolescentes Giselle Melo Mestre em Psicologia pela PUC Campinas – SP Neurocientista pelo Instituto D’Or Neuropsicóloga Psicopedagoga - UERJ Não é fácil se “desplugar” do celular, uma vez que, na sociedade tecnológica, o aparelho é sinônimo de status e inclusão social. Podemos entender que o uso do aparelho celular, mesmo que não excessivo, especialmente em relação à população jovem, esteja relacionado aos aspectos de inclusão social e conectividade entre os amigos. Por outro lado, com o avanço dos recursos tecnológicos, adquirir um aparelho cada vez mais sofisticado confere status econômico e social, o que pode estar relacionado à busca de reafirmação da identidade psicológica dos adolescentes nesta fase da vida. Há pessoas que não conseguem ficar sem o celular nem por um instante. Essas pessoas entram num estado de profunda ansiedade e angústia quando se veem sem o aparelho, quando ficam sem créditos ou com a bateria no fim. A necessidade de estar conectado ultrapassa os limites. Essas pessoas não saem de casa sem o celular, mantêm o telefone ligado 24 horas por dia e sentem ansiedade quando o esquecem em casa. Antes de dormir, programam o telefone com o número do médico, do psicólogo e dos hospitais registrados em ordem por uma numeração específica, para o caso de ser necessário. Elas apenas precisariam apertar a tecla correspondente ao atendimento e logo encontrariam a providência desejada. Elas ainda se sentem rejeitadas quando ninguém lhes telefona ou quando percebem que os amigos recebem mais ligações do que elas. Quando ficam sem bateria ou fora da área de cobertura, se sentem ansiosas, angustiadas e inseguras. Palavras-Chave: crianças, adolescentes, identidade psicológica, nomofobia