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RESPOSTAS DO CURSO “TRANSTORNOS MENTAIS GRAVES E PERSISTENTES” 1. Considera-se um paciente psicótico quando o mesmo apresenta, delírios, alucinações e comportamento desorganizado ou inadequado. A partir desta afirmativa, pode-se dizer que: RESPOSTA: Quando o paciente ouve vozes, na ausência de estímulos sensoriais, podemos afirmar que ele está apresentando alucinações COMENTÁRIO: A alucinação corresponde a experiência semelhante a uma percepção que apresenta clareza e o impacto de uma verdadeira percepção, mas que ocorre sem estimulação externa do órgão sensorial relevante. 2. Sobre as principais características da esquizofrenia, pode-se afirmar que: RESPOSTA: A esquizofrenia em geral inicia por volta dos 15 a 25 anos entre os homens e entre os 25 e 35 anos entre as mulheres. COMENTÁRIO: Esta é a faixa etária entre os homens e as mulheres. A esquizofrenia pode evoluir com importantes, e em certos casos irreversíveis prejuízos na funcionalidade social. As condições clínicas que cursam com estes prejuízos são operacionalmente classificadas como Transtornos Mentais Graves e Persistentes (TMGP). 3. A síndrome de abstinência ao álcool é uma condição clínica que pode cursar com psicose. As principais características deste quadro envolvem histórico de uso pesado de álcool com: RESPOSTA: Interrupção ou diminuição importante recente (dias); sintomas psíquicos habitualmente precedidos de tremores, sudorese, aumento da pressão arterial e frequência cardíaca; alucinações visuais vívidas. COMENTÁRIO: Estas são as características do quadro de Síndrome de Abstinência ao Álcool. 4. Sobre a abordagem inicial de um paciente com psicose pode-se afirmar que: RESPOSTA: Deve-se acolher tanto o paciente quanto sua família de modo empático, ou seja, tentar compreender suas emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que essas pessoas sentem. COMENTÁRIO: A empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. 5. Sobre o uso de medicações antipsicóticas, em pacientes com esquizofrenia, pode-se afirmar que: RESPOSTA: Em dose equivalentes medicações antipsicóticas como haloperidol, clorpromazina e risperidona tem efetividade semelhante no tratamento dos sintomas psicóticos COMENTÁRIO: Embora os antipsicóticos apresentem variações em termos de efeitos colaterais, em geral, não apresentam diferenças na eficácia terapêutica, quando comparados em dose equivalentes. 6. Quanto às síndromes características da esquizofrenia, pode-se afirmar que: RESPOSTA: São classificadas em positiva ou produtiva, negativa ou deficitária e desorganizada. COMENTÁRIO: Na síndrome positiva ou produtiva verifica-se o surgimento de manifestações novas, adicionais ao funcionamento psíquico, como, por exemplo, a presença de alucinações e delírios. Na síndrome negativa ou deficitária existe redução ou perda de funções psíquicas e empobrecimento global da vida afetiva, social e cognitiva do indivíduo. E na síndrome desorganizada há o predomínio da desorganização mental e comportamental. 7. Avalie qual das alternativas abaixo está correta considerando o tema da Reforma Psiquiátrica no Brasil: RESPOSTA: A Reforma Psiquiátrica no Brasil foi um movimento político e social de crítica ao modelo centrado no hospital psiquiátrico e que propôs transformações no campo das práticas, saberes e valores sociais e culturais, tendo por meta promover a cidadania dos pacientes psiquiátricos. COMENTÁRIO: A Reforma Psiquiátrica teve por principal inspiração a Reforma Italiana liderada por Franco Basaglia, e suas diretrizes estão de acordo com as propostas da OMS em relação ao modelo assistencial de saúde mental desejável. 8. As pessoas com transtornos mentais graves e persistentes necessitam de cuidados continuados. A respeito de como deve ser realizado o acompanhamento desses pacientes na rede de saúde: RESPOSTA: Estratégia Saúde da Família, o Centro de Atenção Psicossocial e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família são dispositivos de cuidado compartilhado que têm por função superar o modelo de encaminhamentos desimplicados. COMENTÁRIO: A comunicação entre os serviços envolvidos permite a reavaliação constante dos quadros clínicos dos pacientes e de seus Projetos Terapêuticos Singulares – PTS. Encontros regulares para discussão e consultas conjuntas são fundamentais na articulação do cuidado em rede, definindo e redefinindo os papéis de cada dispositivo de modo dinâmico. 9. Pacientes com problemas mentais graves podem apresentar períodos de piora clínica, o que pode acontecer por motivos diversos: a própria evolução do transtorno, a não adesão ao tratamento farmacológico e a existência de fatores estressores psicossociais importantes. Diante disso, pode- se afirmar que: RESPOSTA: Quando o paciente está mais agitado ou irritado mas não apresenta maiores riscos que exijam internação, pode-se fazer um ajuste da medicação, avaliando individualmente cada caso. COMENTÁRIO: Neste caso pode-se aumentar a dose do antipsicótico. Se este já estiver em dose máxima, deve-se consultar o psiquiatra de referência. Se houver dificuldade de acesso ao especialista, uma opção é associar um benzodiazepínico. Se for avaliado que a agitação se deve à acatisia, a conduta é a oposta: deve-se reduzir o antipsicótico. Além deste manejo medicamentoso, reforça-se com os familiares a necessidade do controle rigoroso da medicação e de verificar se o paciente de fato a está ingerindo, e, em caso de surgimento de sinais de piora clínica, fazer contato imediato com a equipe de ESF para o paciente ser reavaliado. 10. Além do tratamento farmacológico, são importantes no seguimento dos pacientes com Transtornos Mentais Graves e Persistentes (TMGP) as intervenções psicossociais. Pode-se afirmar que: RESPOSTA: No caso da Estratégia Saúde da Família, o acompanhamento mais próximo de questões clínicas frequentemente negligenciadas pelos pacientes com TMGP, devido ao autocuidado muitas vezes prejudicado, é fundamental. COMENTÁRIO: Esta é uma vantagem importante do papel da ESF na condução desses casos, bem como a possibilidade de monitorar melhor a adesão aos tratamentos clínico e psiquiátrico e os riscos associados ao uso de medicação psicotrópica através de avaliação clínica e exames complementares de rotina.