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RESUMO PROVÃO PARA QUARTO SEMESTRE - FBDG

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Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
RESUMÃO PROVÃO 
DIREITO CONSTITUCIONAL II 
Federação 
Repartição de competências 
• Poderes enumerados: Constituição entrega expressamente a 
alguém. 
• Poderes reservados: Os que não foram enumerados; que 
sobraram. 
A Constituição enumera poderes à União e aos municípios. Os estados e 
o DF têm poderes reservados (como o DF é híbrido, ele também tem poderes 
enumerados, lembrando os municípios). 
Teoria dos poderes implícitos 
“Quem pode o mais, pode o menos”: ao entregar um poder substancial, 
automaticamente entrega poderes menores que são associados a ele. 
Critério objetivo: foco no assunto 
• Competência legislativa = envolve a criação de uma lei 
• Competência material = não envolve criação de lei, mas sim a 
prática de um ato político-administrativo 
Critério subjetivo: foco no autor 
• Exclusivas: competências indelegáveis; competência material. 
• Privativas: competências delegáveis; competência legislativa. 
• Comuns: todos os entes podem exercer. 
• Concorrentes: competência legislativa concorrentes. Vários entes 
criando leis, mas cada um com seu papel. Estados preenchem a 
norma geral, criada pela União, com norma especial. 
OBS: Inexistindo norma geral federal, os estados terão competência 
legislativa plena. Havendo superveniência de lei federal, suspende eficácia de 
lei estadual, no que lhe for contrário. 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
Intervenção Federal 
É a suspensão temporária da autonomia política de algum ente da 
federação. Segue três princípios: 
• Princípio da excepcionalidade = país para pra resolver problema. 
Constituição não pode ser emendada. 
• Princípio da temporariedade = deve durar menor tempo possível. 
• Princípio da taxatividade = Intervenção Federal apenas nos casos 
expressamente citados pela Constituição (numerus clausus) 
Modalidades 
Sempre quem decreta é o Presidente da República; só atinge estados e 
DF. 
OBS: Intervenção estadual quem decreta é o governador, atingindo 
municípios ou territórios federais. 
Hipóteses + procedimentos 
• Intervenção Federal Espontânea = Presidente verifica a hipótese 
que conduz a Intervenção Federal e a decreta. 
• Intervenção Federal Provocada = Alguém solicita ou requisita a 
Intervenção ao Presidente. (Solicitação = discricionariedade; 
requisição = obrigatoriedade). 
ADI Interventiva 
Intervenção Federal por requisição se dá pela ADI Interventiva (ocorre 
quando há a recusa a execução de lei federal ou violação aos princípios 
sensíveis). Quem realiza é o Procurador Geral da República, que propõe ao STF. 
Caso julgue procedente, requisita ao Presidente. 
OBS: A CF/88 diz que os Conselhos da República e da Defesa Nacional 
têm que se pronunciar sobre a ADI Interventiva. 
OBS: Qualquer que seja o caso, sempre haverá algum tipo de controle, 
seja político (Congresso Nacional aprecia se o decreto de Intervenção Federal 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
se mantém ou não), seja judicial (o próprio judiciário provoca, por requisição, a 
Intervenção) 
PODER EXECUTIVO 
Temos um executivo monocrático. 
O Presidente é auxiliado por Ministros (“ad nuntum”, ou seja, o Presidente 
pode nomeá-los ou exonera-los quando quiser). 
Critérios: 
• Brasileiro nato ou naturalizado (Ministro da Defesa 
necessariamente nato) 
• 21 anos 
OBS: Mesmo obedecendo a esses critérios, tem que analisar também o 
princípio da moralidade para nomeação. 
• 35 anos = Presidente, Vice e Senador 
• 30 anos = Governador, vice do Estado e DF 
• 21 anos = Deputado, prefeito, vice-prefeito, juiz de paz 
• 18 anos = Vereador 
Ausência do Presidente 
• Temporária = casos de impedimento (viagem, doença, férias); 
substituição por um presidente interino. 
• Definitiva = casos de vacância presidencial (impeachment, morte); 
sucessão presidencial. 
• Impedimento simultâneo = Presidente e vice impedidos 
temporariamente. Presidência fica ocupada por Presidente da 
Câmara, Presidente do Senado e Presidente do STF, nessa ordem. 
• Vacância simultânea = Ausência definitiva do Presidente e vice ao 
mesmo tempo. Se for nos dois primeiros anos, ocorre novas 
eleições diretas; se for nos dois últimos anos do mandato, ocorre 
as eleições indiretas feitas pelo Congresso Nacional. 
Crime de responsabilidade: impeachment 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
É, na verdade, uma infração político-administrativa. 
Acusação: pode ser feita por qualquer cidadão. A acusação é dirigida à 
Câmara dos Deputados, onde o Presidente da Câmara examina. 
Admissão: necessário um quórum de 2/3 para receber a acusação. 
Processo e Julgamento: admitido o processo, o STF (crimes penais 
comuns) ou o Senado (crimes de responsabilidade) julga. 
No Senado: 
• Juízo de admissibilidade do próprio Senado (admite ou não; 
quórum de maioria simples) 
OBS: Sendo admitida a acusação, instaurado o processo, o Presidente 
fica afastado por 180 dias. 
• Juízo de mérito do Senado: condena ou absolve o Presidente, com 
um quórum de 2/3. 
Sanções e peculiaridades 
• Perda do cargo 
• Inabilitação para função pública por 8 anos 
OBS: Essas sanções são acumulativas. 
Crime comum 
• Crime de ação penal pública: Procurador Geral da República 
oferece a denúncia ao STF 
• Crime de ação penal privada: Ofendido oferece uma queixa-crime 
ao STF. 
Admissão: STF remete à Câmara para análise e licença para processas 
(quórum 2/3) 
Processo e julgamento: 
STF julga em duas etapas: 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• Juízo de admissibilidade: Examina se recebe a denúncia ou a 
queixa; ao receber, o Presidente passa de acusado a réu e fica 
afastado por 180 dias. 
• Juízo de mérito: Absolve ou condena. 
Sanções e peculiaridades: A sanção é aquela descrita no tipo penal. 
OBS: O Presidente tem imunidade a prisões cautelares (preventiva, 
flagrante e temporária), só podendo ser preso com sentença penal condenatória. 
OBS: Irresponsabilidade penal relativa (imunidade temporária à 
persecução penal). Presidente só responde se o crime tiver relação com sua 
função. Caso contrário, só responderá após o término do mandato (fica suspensa 
a prescrição). 
Conselho da República + Conselho da Defesa Nacional 
São órgãos que assessoram o Presidente, mas suas opiniões não 
vinculam a presidência. O CR cuida de temas da democracia e o CDN cuida de 
temas da soberania da República. 
PODER LEGISLATIVO 
Composição das casas parlamentares 
• Unicameralismo: Estados (Assembleias Legislativas), municípios 
(Câmaras Municipais), DF (Câmaras Legislativas). 
• Bicameralismo: União; Câmara dos Deputados = representa o 
povo; Senado Federal = representa a vontade dos estados. 
Competências 
Funcionamento do Congresso Nacional: Há o plenário e as comissões. 
• Comissões permanentes = tempo indefinido, permanecendo por 
sucessivas legislaturas; 
• Comissões temporárias = fins específicos, duram tempo 
necessário para conclusão do trabalho ou tempo previamente 
fixado. 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI): Comissões 
temporárias, de cunho investigatório, por tempo determinado, com 
um assunto de interesse público. (Basta 1/3 dos membros para 
abrir a CPI) 
OBS: Se a minoria preenche os critérios para instaurar, a maioria e nem 
a presidência podem se opor. 
OBS: Duração de no máximo 4 anos (uma legislatura) 
OBS: CPI nunca pode julgar alguém. 
Poderes da CPI 
• Oitiva do acusado 
• Oitiva das testemunhas 
• Requisição de documentose informações 
• Quebra de sigilo bancário, fiscal ou dados telefônicos 
Vedações à CPI 
• Sigilo das comunicações telefônicas 
• Decretação de busca e apreensão domiciliar 
• Prisão 
• Medidas cautelares 
• Vedação federativa 
• Convocação de magistrado para depor 
Processo legislativo 
1. Iniciativa: Apresentação do projeto por alguém competente. Quando 
um projeto é rejeitado, só pode apresentar de novo na próxima sessão 
legislativa, exceto se tiver apoio da maioria absoluta de qualquer das 
casas. 
OBS: A PEC não tem essa exceção, ou seja, só poderá ser apresentada 
de novo na próxima sessão legislativa, em caso de rejeição. 
2. Constitutiva: Discussão, deliberação e votação. 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• Câmara dos Deputados: O projeto tramita comissão por comissão, 
as quais elaboram pareceres. No plenário ocorre a votação. 
• Senado: Mesmo que a Câmara. 
OBS: Não há um prazo para aprovação, salvo regime de urgência 
parlamentar, emitido pelo Presidente da República. 
Caso aprovado o projeto, vai para fase constitutiva executiva, onde o 
Presidente da República sanciona ou veta. No primeiro caso, pode ser expresso 
ou tácito (silêncio de 15 dias úteis); em caso de veto, sempre expresso e 
fundamentado (se houver veto, as casas irão analisar se derrubam ou mantém 
o veto, por maioria absoluta). 
Imunidades parlamentares 
• Imunidade material = opiniões, palavras e votos, a partir da 
diplomação. Se houver abuso, pode haver a quebra de decoro 
parlamentar. 
• Imunidade formal: não poderão ser presos, salvo em flagrante de 
crime inafiançável. Os processos contra um parlamentar podem ser 
sustados (paralisados) pela casa (fica suspensa a prescrição). 
Crimes dos parlamentares 
• Crime após diplomação = casa poderá sustar. 
• Crime antes da diplomação = julgado como cidadão comum (não 
haverá direito à sustação) 
• Crime após mandato = cidadão comum 
• Coautoria = se apenas um tiver foro, há o desmembramento 
processual, onde o STF julga quem tem foro e oura instância julga 
quem não tem. 
OBS: Deputados estaduais tem imunidades iguais aos deputados 
federais, mudando o que for necessário (mutatis mutandis) 
Medidas provisórias 
São feitas pelo Presidente da República em caso de relevância e 
urgência. É válida por 60 dias, prorrogáveis por mais 60. 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
OBS: Se o Congresso Nacional aprovar, ela virará uma lei ordinária. 
PODER JUDICIÁRIO 
STF: Órgão de cúpula, guardião da Constituição. 
STJ: Guardião da lei federal 
• TJ: Juízes de direito 
• TRF: Juízes federais 
TST 
• Juízes do trabalho 
STM 
• TJ ou TJM: auditorias militares 
TSE 
• TRE: Juízes eleitorais 
OBS: CNJ integra o poder judiciário, mas não tem função jurisdicional, e 
sim de fiscalização e planejamento nacional do judiciário. 
OBS: Juizados especiais (federal e estadual); 2ª instância = Turma 
Recursal; última instância = STJ 
Supremo Tribunal Federal 
Composto por 11 ministros indicados pelo Presidente da República, 
aprovados pelo Senado, por maioria absoluta. 
Competências 
• Competências originárias = começa e termina no STF 
• Competências de recurso ordinário (ex: crime político) 
• Competências de recurso extraordinário = recorrente deverá 
demonstrar a repercussão geral das questões discutidas no caso. 
A repercussão geral é um critério de admissibilidade 
Súmula vinculante: Criada apenas pelo STF, com um quórum de 2/3. 
Pode ser “de ofício”, quando o STF vislumbra a criação ou provocada, quando 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
alguém chama a atenção do STF. Apenas aqueles que podem propor a ADI 
podem provocar a edição de uma súmula vinculante. 
OBS: Se algum tribunal ou juiz não aplicar a súmula, STF pode reclamar 
(reclamação constitucional). 
Quinto Constitucional 
Se aplica aos TRF’s, TJ’s, TRT e TST. O STJ usa a mesma lógica do 
quinto, mas com 1/3. 
1/5 das vagas de alguns tribunais será reservado para advogados e 
membros do Ministério Público, os quais terão as mesmas prerrogativas de 
juízes promovidos. 
A OAB divulga edital com uma lista sêxtupla, que envia ao Tribunal, onde 
ocorre uma votação para escolher três nomes dessa lista. Essa lista tríplice é 
enviada ao chefe do poder executivo, o qual escolherá um. O objetivo do quinto 
é a oxigenação do tribunal. 
Garantias e vedações dos juízes 
• Garantias = vitaliciedade (após dois anos de exercício); 
inamovibilidade; irredutibilidade de subsídio (remuneração). 
• Vedações = exercer outro cargo ou função (pode professor); 
receber custas ou participação em processo; dedicar-se à atividade 
político-partidária; receber auxílios ou contribuições de pessoa 
física, entidades públicas ou privadas; exercer advocacia no juízo 
ou tribunal de que se afastou, antes de passados 3 anos de 
aposentadoria ou exoneração. 
Principais características das justiças 
• Justiça comum estadual (juízes de direito) 
• Justiça comum federal (TJ e TRF) 
Divisão judicial federal (TRF) 
• 1ª Região = norte, centro-oeste, Maranhão, Piauí, Bahia e Minas 
gerais (sede Brasília) 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• 2ª Região = Rio de Janeiro e Espírito Santo (sede Rio de Janeiro) 
• 3ª Região = São Paulo e Mato Grosso do Sul (sede em São Paulo) 
• 4ª Região = Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (sede em 
Porto Alegre) 
• 5ª Região = nordeste, exceto os estados que compõe a 1ª região 
(sede em Recife) 
Funções essenciais à justiça 
Ministério Público = proteger interesses da sociedade. Abrange o MPU, 
que tem o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o 
Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
PGR = Chefe do MPU. 
Procurador de justiça = chefe do MP dos estados. 
Advogado = pode ser público (advogado-geral da união, nomeado pelo 
Presidente da República) ou privado. 
Defensoria Pública = advocacia de hipossuficientes, necessitados e 
carentes. 
DIREITO PENAL II 
Infrações penais 
• Crimes = possuem sempre penas privativas de liberdade. Isolada, 
cumulada com a multa ou alternada com a multa. 
• Contravenções = encontram-se no decreto-lei 3688/41; só existe 
na forma dolosa; só punidas na forma consumada; máximo de 5 
anos de pena; julgadas sempre na justiça estadual; ação sempre 
pública. 
Detenção x Reclusão 
• Reclusão = pode se iniciar nos 3 regimes (fechado, semiaberto e 
aberto) 
• Detenção = inicia ou no semiaberto ou no aberto. 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
OBS: Reincidência e quantidade de pena indicam o fator inicial 
Há três elementos do crime: típico, ilícito e culpável (TIC) 
Típico 
• Conduta (dolo, culpa); 
• Resultado; 
• Nexo causal; 
• Tipicidade 
Conduta = comportamento humano voluntário e direcionado a um fim 
(teoria finalista) 
Espécies de conduta 
• Positivo (ação) = crime comissivo 
• Negativo (omissão) = crime omissivo. Há o omissivo próprio, onde 
o agente tinha o dever genérico de proteção e o omissivo impróprio, 
onde o agente tinha o dever especial de proteção. Pode ser 
chamado também de comissivo por omissão. Neste caso, o agente 
responde pelo crime que ele tinha o dever de evitar. 
Exclusão de conduta 
• Atos reflexos 
• Coação/força física irresistível 
• Estados de inconsciência 
Tipo doloso = agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. 
• Dolo direto = agente quer o resultado (teoria da vontade). Há o 
primeiro grau, que é o objetivo principal do agente e segundo grau, 
que são as outrasconsequências necessárias para chegar ao 
objetivo principal. 
• Dolo indireto = agente assume o risco de produzir o resultado 
(teoria da aceitação). Há o alternativo, onde o agente apresenta 
dupla intenção e qualquer resultado é satisfatório (matar ou ferir) e 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
o dolo eventual, onde o agente prevê o resultado de sua conduta, 
ciente dos riscos, e não deixa de agir, aceitando as consequências. 
Tipo culposo = agente deu causa ao resultado por imprudência, 
negligência ou imperícia. A conduta é lícita, o fim é lícito, o problema são os 
meios utilizados. 
• Culpa inconsciente = deriva de uma inobservância de um dever de 
cuidado. O resultado, embora previsível, não foi previsto. 
Negligência = sujeito não age, quando deveria agir 
Imprudência = sujeito age, quando não deveria agir 
Imperícia = falta de técnica para praticar tal ato (absoluta ou relativa) 
• Culpa consciente = sujeito prevê o resultado, entende o risco, mas 
o afasta confiando em suas habilidades 
Culpa consciente x dolo eventual 
Na culpa consciente, o agente afasta o risco; no dolo eventual, o agente 
aceita as consequências 
Preterdolo = elemento subjetivo formado por dois momentos distintos: 
conduta inicial dolosa, resultado final culposo. Exemplo: lesão corporal seguido 
de morte. 
Resultado 
Iter criminis = caminho do crime 
• Cogitação = ocorre na mente do agente (não punível) 
• Preparação = reunião dos meios e métodos para realizar o delito 
(em regra, não punível) 
• Execução = sujeito começa a praticar o núcleo do tipo (conduta 
punível, exceto em caso de crime impossível, por meio 
absolutamente ineficaz ou objeto absolutamente impróprio). 
• Consumação ou tentativa = quando se reúnem todos os elementos 
de sua definição legal 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
Classificações dos crimes com base no seu resultado 
• Crime material = crime que deixa vestígios. Exemplo: homicídio, 
furto 
• Crime formal = legislador escreve dois momentos, mas basta a 
primeira conduta para consumação. Exemplo: sequestrar + pedir 
resgate. Mesmo que não consiga o dinheiro, já foi consumado pelo 
fato do sequestro. O resgate é apenas um exaurimento. 
• Crime de mera conduta = execução e consumação ao mesmo 
tempo. Exemplo: desobedecer a ordem legal de funcionário 
público. 
Classificação quanto ao momento de provocação do resultado 
• Crimes instantâneos = provoca resultado imediatamente após 
execução 
• Crimes permanentes = consumação se prolonga ao longo do 
tempo 
• Crimes habituais = só se consuma se tiver repetição de condutas 
(mínimo três). Exemplo: curandeirismo. 
• Crimes instantâneos de efeitos permanentes = efeitos irreversíveis. 
Exemplo: homicídio. 
Tentativa 
Crime não se consuma por circunstâncias alheia à vontade do agente. 
Inicia a execução, presença do dolo. 
• Desistência voluntária = agente interrompe execução 
voluntariamente. 
• Arrependimento eficaz = impede produção do resultado, mesmo 
tendo feito tudo para consumação. 
OBS: Nem desistência voluntária e nem arrependimento eficaz são 
tentativas. O agente, nestes casos, responde apenas pelos atos já praticados. 
Tipificação 
Tipo penal combinado com (C/C) art. 14, II (norma de extensão) 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
Punição: mesma do crime consumado com diminuição de 1/3 a 2/3 
Classificação 
• Tentativa perfeita = agente esgota tudo que estava a seu alcance 
para consumação 
• Tentativa imperfeita = agente não consegue completar todos os 
atos de execução 
• Tentativa cruenta = com sangue; há lesão ao bem jurídico 
• Tentativa incruenta = sem sangue; não há lesão ao bem jurídico 
Infrações que não admitem tentativa 
• Contravenções 
• Crimes culposos 
• Crime habitual 
• Crimes de mera conduta 
• Crimes de atentado ou empreendimento (mesma punição para 
forma tentada e consumada). Exemplo: fugir/tentar fugir 
Arrependimento posterior 
Reparação do dano ou devolução da coisa por ato voluntário do agente 
após consumação. 
Requisitos: 
• Ato voluntário 
• Crimes sem violência ou grave ameaça 
• Devolução ocorrendo antes da denúncia ou queixa 
Nexo causal 
Ligação existente entre conduta e resultado. Terá importância na 
responsabilização penal. 
Dentre as causas, se busca aquela que com a sua ausência se modifica 
o resultado. Busca a “conditio sine qua non”, a conduta sem a qual não haveria 
o resultado 
Teoria da equivalência dos antecedentes causais (adotada pelo CPP) 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• Concausas = mais de uma causa pode influenciar na produção de 
resultados 
• Concausas absolutamente independentes = origens diferentes, 
mas ambas podem ter originado o resultado. Solução: (a) identifica 
a causa; um agente = consumação, outro = tentativa; (b) ambos 
tentativa, se não identificar qual das condutas gerou o resultado. 
• Concausas relativamente independentes = somadas provocarão o 
resultado 
Teoria da imputação objetiva = evitar a responsabilidade penal para 
condutas socialmente aceitas 
Tipicidade 
Adequação do comportamento humano ao quanto descrito em lei 
Tipicidade formal (lei) = tipicidade material (lesão relevante). A tipicidade 
material segue o princípio da insignificância, ou seja, a conduta ilícita é prevista 
em lei, mas afasta a tipicidade material por não ser relevante. 
Conceito conglobante (Zaffaroni) 
Tipicidade formal (conduta deve ser prevista em lei) + tipicidade 
conglobante [material (causar lesão relevante) + antinormatividade (contrária a 
todos os ramos do Direito)] 
Ilicitude 
Efeitos: em regra, as excludentes de ilicitude penais têm o efeito de excluir 
as demais formas de responsabilização (adm, civil). As excludentes são as 
exceções, comportamentos que não são considerados ilícitos penais. São elas: 
Estado de necessidade: 
• Teoria diferenciadora (não adotada no Brasil) 
Justificante = exclui ilicitude. Bem jurídico salvo superior ao lesionado. 
Exculpante = exclui culpabilidade. Bem jurídico salvo > lesionado ou salvo 
< lesionado. 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• Teoria unitária (adotada pelo Brasil) 
Bem jurídico salvo maior ou igual ao bem lesionado, exclui a ilicitude. Bem 
jurídico salvo menor que o bem lesionado, artigo 24. 
Legítima defesa: 
Requisitos: 
• Meios necessários = meios suficientes para afastar a agressão 
• Agressão = necessariamente um comportamento humano; vítima 
determinada 
• Agressão injusta = não tem amparo no ordenamento jurídico; fora 
dos limites legais 
• Atual ou iminente = não dá tempo de chegar às instâncias estatais 
competentes 
OBS: Não existe legítima defesa simultânea 
OBS: Legítima defesa sucessiva = primeiro um, depois o outro (pelo 
excesso do primeiro) 
Estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito 
São definições doutrinárias e não está expresso no ordenamento jurídico. 
É o agente cumprindo estritamente o seu dever. Exemplo: policial invade casa 
em perseguição a ladrão. 
Exercício regular do direito 
Exemplo: MMA 
Culpável 
Foca o sujeito, não mais o fato 
Imputabilidade = capacidade para receber pena 
• Potencial consciência da ilicitude = proibição + consciência 
• Exigibilidade de conduta diversa = comportamento censurável pela 
sociedade? 
Inimputabilidade 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• Doença mental: sanção = medida de segurança 
• Menor de 18 anos: sanção = medidas protetivas (0 a 12 anos 
incompletos) e medidas socioeducativas (12 a 18 incompletos)• Embriaguez involuntária completa: proveniente de caso fortuito ou 
força maior 
• Exigibilidade de conduta diversa 
• Coação moral irresistível (se for resistível, responde com 
atenuante) 
• Obediência hierárquica 
Concurso de pessoas 
Espécies 
• Concurso necessário de pessoas = só podem ser praticados por 
mais de um agente 
• Concurso eventual de pessoas = pode por um e, eventualmente, o 
concurso de pessoas 
Requisitos: 
• Pluralidade de agentes 
• Objetivo comum 
• Vínculo subjetivo (divisão de tarefas) 
• Relevância de cada comportamento isolado 
Teoria monista ou unitária (adotada pelo Brasil) 
Todos respondem por um único tipo penal, na medida da sua 
culpabilidade; individualização das penas. 
Formas de concurso 
• Autor (núcleo principal) 
• Partícipe (figura acessória) 
Critério do domínio do fato (tribunais) 
• Autor = quem executa e quem tem poder de decisão 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• Partícipe = auxilia (ceder arma), induz (cria a ideia), instiga (reforça 
a ideia). Só tem punição se chegar, pelo menos, na forma tentada. 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
A Constituição brasileira e os tratados internacionais de proteção 
dos direitos humanos 
Um Estado adota um tratado internacional pelo seguinte processo: 
• Negociação, conclusão e assinatura do tratado pelo Poder 
Executivo 
• Apreciação e aprovação pelo Poder Legislativo 
• Ratificação pelo Poder Executivo 
• O instrumento ratificado deverá ser depositado num órgão que 
assegura a sua custódia 
A hierarquia dos tratados internacionais de direitos humanos 
• A Constituição fala que os direitos e garantias expressos na 
Constituição “não excluem outros decorrentes do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais que a 
República Federativa do Brasil seja parte”. Ou seja, traz os direitos 
internacionais como normas de natureza constitucional. 
• Enquanto os demais tratados internacionais têm força hierárquica 
infraconstitucional, os direitos enunciados em tratados 
internacionais de proteção dos direitos humanos apresentam valor 
de norma constitucional. 
• A Emenda Constitucional Nº 45 diz que “os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 dos 
voos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas à 
Constituição”. 
OBS: O Pacto São José da Costa Rica foi resgatado por essa nova 
disposição, a qual possui força retroativa. 
Teoria dos Direitos Fundamentais 
Leonardo David – Resumo provão para 4º semestre 
 
• O grau de democracia de um país mede-se pela expansão dos 
direitos fundamentais, que são essenciais para assegurar a 
dignidade dos seres humanos. 
• Direitos fundamentais = direitos humanos positivados na 
Constituição 
• Direitos humanos = declarações e convenções internacionais 
• As normas que consagram os direitos fundamentais são de espécie 
“norma-princípios”, já que expressam mandados de otimização. 
A evolução dos direitos fundamentais: primeira, segunda e terceira 
geração ou dimensão. 
• Vasak analisa essa evolução a partir dos três ideais da Revolução 
Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. 
• Em termos de direitos humanos, um dos momentos ímpares foi a 
Magna Carta de 1215 (fez oposição à arbitrariedade do Rei João-
Sem-Terra, impondo limites ao exercício do poder) 
Os direitos fundamentais de primeira dimensão: os direitos de 
liberdade 
• Primeiros direitos solenemente reconhecidos, através das 
declarações do século XVIII e das primeiras constituições escritas 
(coincide com a origem do constitucionalismo moderno). 
• A primeira dimensão é ligada à diminuição da arbitrariedade do 
poder, à liberdade e ao liberalismo, onde o papel do Estado é 
apenas garantir as liberdades individuais. Essa medida surgiu com 
o propósito de limitar o Estado opressor (lembrar que foi uma 
medida desesperada contra o absolutismo que vigorava). 
Os direitos fundamentais de segunda dimensão: os direitos de 
igualdade 
Houve mudanças grandes na vida social e política dos países, 
principalmente com o advento da Revolução Industrial, o que exigiu do Estado 
uma postura ativa, intervindo na vida social e econômica. Surgiu a figura do 
Estado de bem-estar social, pautado no intervencionismo estatal. Assim, 
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emergem os direitos de segunda dimensão, que são os direitos sociais (saúde, 
educação, trabalho, etc.). Esses direitos sociais fundamentais foram 
reconhecidos primeiramente pela Constituição mexicana de 1917. 
OBS: A Constituição brasileira de 1934, inspirada na Constituição de 
Weimar, fundou o Estado moderno intervencionista no Brasil. O problema está 
na sua efetivação. 
Os direitos fundamentais de terceira dimensão: os direitos de 
fraternidade. 
• Encontram-se em fase embrionária. 
• Os Direitos de fraternidade visam a proteção do homem em 
coletividade social (direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, à segurança, à paz, etc.). Visa a preservação da 
própria existência em grupo. 
Direitos e garantias fundamentais 
A eficácia dos direitos fundamentais e o princípio da aplicabilidade 
imediata das normas definidoras de direitos fundamentais 
• Nem todas as normas desfrutam de aplicação direta e imediata. As 
normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata, ou seja, eficácia plena. 
OBS: Assim, em caso de descumprimento, por omissão, de algum direito 
fundamental ou lacuna legislativa impeditiva de sua fruição, deve e pode o Poder 
Judiciário aplicar diretamente o preceito definidor do direito em questão, 
emprestando ao direito fundamental desfrute imediato, independentemente de 
qualquer providência de natureza legislativa ou administrativa, ou seja, é 
desnecessário o mandado de injunção. 
A classificação dos direitos fundamentais na Constituição de 1988 
• Direitos fundamentais como direitos de defesa = aqueles que 
desempenham a função de tutela da autonomia individual, 
afastando a ação abusiva do Estado (primeira dimensão). 
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• Direitos fundamentais como direitos a prestações = exigir do 
Estado postura ativa que possibilite o efetivo exercício das 
liberdades fundamentais (segunda dimensão) 
Ações constitucionais (remédios constitucionais) 
• Habeas Corpus = garantia da liberdade de locomoção. Surgiu no 
ambiente da Inglaterra junto com a Magna Carta, Petition of Rights 
e Bill of Rights. Chega ao Brasil em 1891. Há dois tipos: (a) HC 
preventivo = presume ameaça na liberdade de locomoção; (b) HC 
repressivo = liberdade já foi restringida. 
OBS: É uma ação gratuita e pode ser usada sem advogado. 
Concessão de ofício = autoridade concede o HC 
Plantão judiciário = funciona fora do horário para recepcionar causas 
urgentes, como, por exemplo, o HC. 
• Mandado de segurança = proteger direito líquido e certo, não 
amparado por HC ou Habeas Data, quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público (ex: 
dirigente de escola particular) 
• Mandado de Injunção = quando a falta da norma regulamentadora 
torne inviolável o exercício dos direitos e liberdade constitucionais 
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania. 
OBS: Tem ligação direta com as normas constitucionais de eficácia 
limitada. 
• Habeas Data = garantia do acesso à informação (ação gratuita) 
• Ação Popular = qualquer cidadão pode defender:patrimônio 
público, patrimônio histórico-cultural, meio ambiente e moralidade 
administrativa. 
OBS: Tem a ver com os direitos fundamentais de terceira geração. 
Direitos sociais 
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É necessária a implementação de políticas públicas para efetivação. 
• Reserva do possível = a efetividade dos direitos sociais a 
prestações materiais estaria sob a reserva das capacidades 
financeiras do Estado. Ou seja, Estado pode alegar a reserva do 
possível para justificar a não efetivação de algum direito social. 
Contudo, precisa oferecer um mínimo existencial. 
• Direito de nacionalidade = ninguém será arbitrariamente privado de 
sua nacionalidade. Há dois critérios: (a) jus soli (natos quem nasce 
no território); (b) ius sanguinis (natos quem descende dos 
nacionais). 
Brasil adota um pouco dos dois. São natos: 
• Nascidos no Brasil, mesmo de pais estrangeiros, desde que não 
estejam a serviço de seu país; 
• Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, desde que 
algum esteja a serviço do Brasil; 
• Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, desde que 
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham 
residir no Brasil e optem pela nacionalidade brasileira após 
maioridade. 
Hipóteses de perda de nacionalidade 
• Se tiver cancelada a sua naturalização, via sentença judicial, por 
atividade nociva ao interesse nacional; 
• Adquirir outra nacionalidade, exceto em caso de reconhecimento 
de nacionalidade originária pela lei estrangeira e de imposição de 
naturalização pela norma estrangeira como condição para 
permanecer no estrangeiro ou para o exercício dos direitos civis. 
FILOSOFIA DO DIREITO 
Teoria do precedente judicial 
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À filosofia do direito cabe não apenas justificar o direito como prática social 
em sua integralidade, mas também fornecer pautas que serão utilizadas pelos 
teóricos no Direito na justificação de ações e decisões jurídicas concretas. 
O contexto do Direito Natural dos gregos clássicos 
Platão e Aristóteles revelam abordagens distintas da tarefa de estabelecer 
a ordem social e criar mecanismos que estruturem a existência social. Embora 
sejam metodologias distintas, ambos afirmaram que uma ordem natural era 
inerente a esse mundo e, uma vez que seus princípios básicos fossem 
reconhecidos, tal ordem poderia constituir as bases da ordem social do homem. 
Platão 
• Fundou uma escola para estadistas, a Academia. 
• Pensava que não havia nada a fazer para consertar a política atual, 
e que a esperança estava na geração futura para a busca racional 
do verdadeiro conhecimento, e a sua aplicação na política. 
• Seu ideal era do rei-filósofo. 
• Seus adversários eram os sofistas. 
• Platão achava que uma formação apenas em retórica era perigosa, 
já que podia ser usada para manipulação. 
• Só se pode ser racional mediante o conhecimento do domínio da 
verdade pura (mundo das ideias). 
• Estado ideal = funda-se sobre a justiça (justo é aquilo que é 
necessário para o bem comum) e em todos os cidadãos serem 
felizes. Aqui a propriedade é comum e não existe a família nuclear, 
sendo substituídas por escolas mantidas pelo Estado. 
• Papel do direito = assegurar ação coletiva. 
• Sociedade pluralista = fracasso. 
Aristóteles 
• Ideia da justiça universal e particular: (a) Justiça universal = 
justiça num sentido lato. Manifestação geral da virtude. Lei é justa 
em razão do seu conteúdo. Portanto má lei não é lei. Justiça é a 
virtude que está em todas as demais justiças. Justiça é a única 
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virtude universal; (b) Justiça particular = justiça também é uma 
justiça em si mesma. Considera-se justiça a ação de dar a cada um 
o que é seu. Há a justiça distributiva e a justiça corretiva: (b1) 
justiça distributiva = distribuição das riquezas, benefícios e 
honrarias. Critério é o mérito. Proporcionalidade caracteriza o justo; 
(b2) justiça corretiva = proporção aritmética. Reparação do 
quinhão que foi subtraído de alguém por outrem. Devolução 
daquilo que foi acrescido a alguém. 
• Para Aristóteles justiça = ação. Considera-se justo o ato que é feito 
com tal finalidade, ou seja, não pode ser uma ação acidental. 
• Equidade = justiça do caso. Atentar às especificidades de cada 
caso concreto. É a manifestação de justiça que está acima da lei. 
Jusnaturalismo teológico 
Santo Agostinho 
• Defende a ortodoxia religiosa e uma afirmação de uma filosofia 
cristã. 
• Afasta as virtudes do debate teológico e põe em evidência a graça 
divina, que leva à salvação. 
• Ao homem cabe a submissão a Deus. 
• Faz distinção entre cidade humana (dotada de vícios, injustiças, 
instabilidades) e cidade de Deus (vida pós-morte junto aos santos 
e salvos). 
• Em Deus reside a justiça. Lei é expressão divina, portanto imutável. 
• Autoridade é injusta, pois é falível. Mas a autoridade é assim 
porque Deus quer. Assim, os homens, mesmo sabendo que as leis 
humanas são injustas, devem se submeter a elas. 
• Escravidão é legitimada pela vontade de Deus. 
São Tomás de Aquino 
• Influência aristotélica. 
• Há a possibilidade de o homem descobrir na natureza atos, 
comportamentos e medidas justas. 
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• Lei = regra e medida dos atos humanos. Somente é lei aquela 
ordenação que visa ao bem comum. 
• Lei eterna = razão divina, ininteligível ao homem. 
• Lei divina = mandamento revelado ao homem que o alcança por 
meio da fé. 
• Lei natural = divina pela sua origem, mas passível de compreensão 
pelo homem (pode mudar no tempo). 
• Lei humana = lei positiva. Pode ser justa se criada com base na fé 
e razão da lei natural. 
Jusnaturalismo racionalista 
Hobbes 
• Representa o grande marco teórico do absolutismo. 
• Contra o pensamento aristotélico. Diz que homens só vivem em 
conjunto a partir de um contrato, de acordo com a satisfação dos 
seus próprios interesses. 
• Igualdade humana se revela na condição de medo recíproco por 
conta da fragilidade de todos. 
• Estado de natureza = estado bélico. Assim, os homens renunciam 
de seus plenos poderes em favor da paz, transferindo-os a um 
único homem. 
• Há uma lei natural que se expressa pela razão. Mas por conta das 
paixões humanas não se espera que a razão venha a imperar. Por 
isso, é necessário um poder que mantenha a segurança. 
• O único direito que constitui a possibilidade da desobediência civil 
é o direito de autodefesa. O indivíduo jamais renuncia ao direito de 
autodefesa. 
Locke 
• Envolvimento com a Revolução Gloriosa que pôs fim ao 
absolutismo. 
• Empirista. Conhecimento se faz a partir de uma tábula rasa. Não 
há ideias universais inatas. 
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• Contrato social dá a base ao poder político. 
• Homens não são sociais por natureza, conduto o estado de 
natureza é pacífico. 
• Finalidade do contrato social é a garantia da propriedade privada. 
• Afirma a existência de lei natural que obriga a todos os homens, 
mas só alcançável pelo homem através da experiência dos 
sentidos. 
• Afirmação do direito natural como direito de garantia da 
propriedade individual, que vem aténs do Estado. 
Rosseau 
• Homem não é mau por natureza; bom selvagem. É corrompido 
pelas paixões. 
• Surgimento da propriedade privada destrói a condição de felicidade 
natural. É a apropriação dos bens naturais por alguns que gera a 
vida social e não a vontade dos indivíduos. 
• Propriedade privada gera um estado de guerra.Ricos ludibriam os 
pobres prometendo instituições que dariam garantias a todos 
(Estado e direito surge como enganação coletiva possibilitada por 
um contrato social feito em face da guerra que arruinava os 
homens). Homem é bom por natureza, a sociedade que o 
corrompe. 
• Vontade geral = vontade soberana orientada ao bem comum. A 
vontade geral é fixada em conjunto pelos membros do Estado. 
Ralws 
• Procura desenvolver a teoria da justiça coesa. 
• Traz o conceito de posição original (aquela onde as pessoas não 
estão na sociedade, mas debatendo o que seria uma sociedade 
justa). 
• Traz o conceito de véu da ignorância. As pessoas que vão extrair 
o princípio de justiça da sociedade, não sabem as suas posições 
nessa sociedade que vai se formar. Assim, elas são muito mais 
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aptas a extrair o princípio de justiça da maneira mais eficaz, pois 
não sabem suas posições ainda. 
• Princípios da justiça = (a) mínimo de liberdades individuais que 
devem ser compartilhadas por todos os indivíduos da sociedade. 
São indispensáveis para uma sociedade justa; (b) desigualdades 
econômicas sociais; (b1) princípio da diferença = deve maximizar 
os benefícios para aqueles que têm menos privilégios na 
sociedade; (b2) para atingir posições na sociedade, é necessário 
que todos possam ter a mesma oportunidade de tentar disputar tais 
posições. 
Kant 
• Crítica da razão pura = afirma existência da razão como direito 
natural. 
• Constrói um esquema de definição a partir da ideia de que o 
homem é um ser racional. 
• Sua filosofia é conhecida como filosofia formalista. 
• Junto com Heger, funda as bases da filosofia moderna. 
• Recoloca o homem no centro do debate filosófico. Homem não é o 
objeto do conhecimento, mas sim o sujeito do conhecimento. 
• Critica o dogmatismo de Wolff, alegando que seria impossível 
superar um dogmatismo cristão se aproximando de outros. 
• Critica o ceticismo de Hume, não aceitando que a filosofia 
caminharia em círculos, que não teria nada a produzir. 
• Razão pura prática = racionalidade que antecede qualquer 
experiência. Não está envolvida com qualquer visão externa. 
• Boa vontade = boa vontade em si, pelo o que se entende que é 
certo; sem intenção. 
• Imperativo categórico = agimos movidos pela nossa razão, ação 
boa em si. 
• Imperativo hipotético = ação boa como meio para alguma 
consequência. Não há a boa vontade aqui. 
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• Liberdade = autonomia para escolher agir ou não conforme o 
imperativo categórico. 
• Direito = forma universal de coexistência de arbítrios. A autonomia 
precisa ser limitada pelo direito para que haja coexistência entre os 
indivíduos. 
Grócio 
• Dá importância a se pensar um direito para além das fronteiras de 
cada país. 
• Pai do Direito Internacional. 
• Fala sobre o direito da guerra e da paz. 
• Faz a classificação: (a) Jus Inter Gentes = direito natural, que seria 
a manifestação da reta razão (capacidade do homem de 
autodeterminação), da moralidade dos atos de acordo com a razão 
de cada indivíduo; (b) Jus Gentium = direito entre os povos. Direito 
positivo que regula as relações entre os povos.

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