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CAPÍTULO - 1 JESUS É NOSSO REFERENCIAL PARA A EVANGELIZAÇÃO TÓPICO 1 - JESUS REFERENCIAL PARA EVANGELIZAÇÃO DO MUNDO 1. INTRODUÇÃO EVANGELIZAÇÃO - DEFINIÇÕES PROTESTANTES 1.1 FRASES A RESPEITO DA EVANGELIZAÇÃO: "Evangelização é a proclamação de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, por cuja obra o homem se liberta tanto da culpa como do poder do pecado, e se integra nos planos de Deus, a fim de que todas as coisas se coloquem sob a soberania de Cristo." "Evangelização é a difusão por todo e qualquer meio das boas novas de Jesus crucificado, ressurreto e agora reinando." "Evangelização é o anúncio da boa nova de que Deus está interessado na restauração dos seres humanos caídos e que esta restauração se dá mediante a fé na encarnação, na vida e na obra substitutiva, justificatória, vicária e representativa de Jesus na cruz e na ressurreição." "Evangelização é a tarefa de compartilhar Cristo a toda e qualquer pessoa com a qual nos encontramos." "A proclamação do evangelho inclui um convite para reconhecer e aceitar o senhorio salvador de Cristo em uma decisão pessoal, por intermédio do Espírito Santo, com o Cristo vivo, recebendo seu perdão e aceitando pessoalmente o chamado ao discipulado e a um novo estilo de vida de serviço."' A melhor definição de evangelização que eu conheço me foi dada por Cannon May Warren, da Abadia de Westminster, em Londres: "Evangelização é a apresentação de Jesus Cristo no poder do Espírito Santo, de tal maneira que os homens possam conhecê-lo como Salvador e servi-lo como Senhor, na comunhão da igreja e na vocação da vida comum". Isso é evangelização." "A evangelização abrange todos os esforços no sentido de declarar as boas novas de Jesus Cristo, com o objetivo de que as pessoas entendam a oferta de salvação de Deus, tenham fé e tornem-se discípulos." "Evangelização é o esforço extensivo da igreja, através de uma confrontação com o evangelho de Cristo, numa tentativa de conduzir os homens a um cometimento pessoal mediante a fé e o arrependimento em Cristo, como Salvador e Senhor" "Evangelização é o ato de falar aos outros do evangelho da salvação em Jesus, com o alvo de que eles possam arrepender-se, crer e encontrar vida nova nele." Quando pensamos em evangelização devemos levar em conta o ministério de Jesus. Jesus é o nosso modelo, precisamos agir na evangelização como Jesus agia, precisamos levar em conta os princípios ensinados por Jesus no que diz respeito à evangelização. Quando pensamos ou agimos a respeito da evangelização devemos levar em conta a forma como Jesus agiu. 2. A PRESENÇA DE JESUS • Uma presença registrada pelas testemunhas em ações concretas. • De aproximação dos pobres. • Cura dos enfermos. • Ensino dos ignorantes. • Bondade em relação às crianças. • Receptividade dos marginalizados. • Perdão dos arrependidos. • Crítica aos poderosos e corruptos. 3. PRINCIPAIS PROBLEMAS DO MUNDO: Na evangelização devemos levar em conta os principais problemas do mundo, quando entendemos os conflitos e as necessidades das pessoas podemos agir de forma objetiva e eficaz. • Fome. • Vazio Espiritual. • Liderança egocêntrica. • Doenças. • Analfabetismo. • Pobreza. • Violência. 4. GALILEIA, LUGAR DE NECESSIDADES E MUITO SERVIÇO: A região da Galileia, onde Jesus desenvolveu a maior parte de seu ministério, era composta de aproximadamente cem cidades, com um contingente de quatro milhões de pessoas aproximadamente. Povo pobre, oprimido e explorado pelo governo de Roma e pelas autoridades religiosas judaicas. Galileia é o nome regional da parte norte da Palestina, onde Jesus passou a infância e principiou seu ministério. Quando ele nasceu, os galileus já eram um povo segregado, devido ao assédio contínuo das tribos não israelitas, que ali coexistiam. Essa influência nunca foi bem vista pelo resto da nação: os cananeus influenciavam os israelitas, a ponto de estes serem empurrados para o sul, onde permaneceram por aproximadamente meio século. Isso fez que com que a recolonização da Galileia fosse necessária. Esse fato, somado à miscigenação acentuada, contribuiu para um desprezo" ainda maior, por parte dos demais israelitas para com a Galileia dos gentios. Foi nesse contexto que Jesus nasceu. A Galileia situava-se ao norte de Israel, com aproximadamente 64 km de norte a sul e 40 km de leste a oeste; a leste o Rio Jordão e o Mar da Galileia. Era cortada pela faixa de terra da Síria- Fenícia. No texto de Marcos, Jesus é apresentado como aquele que procedia da Galileia. Ele regressou para lá, depois da prisão de João Batista, "pregando o evangelho de Deus" (1.14). De fato, todos os Evangelhos afirmam que foi na Galileia que Jesus pregou o evangelho pela primeira vez e passou grande parte de seu ministério. Todavia, o mesmo Lucas, que elabora uma teologia do "não retorno", cuja meta é Jerusalém (Lc 24.52) e dali "aos confins da terra" (At 1.8), usa a Galileia como um caminho importante ao se referir à ascensão (At 1.11). A Galileia era uma encruzilhada cultural; uma região orientada para o comércio, que havia sido povoada por muito tempo tanto por gentios como por judeus. Durante o tempo de Jesus, os judeus viviam lado a lado com os fenícios, sírios, árabes, gregos e vários grupos orientais. Essa mescla racial havia dado à região o nome de "Galileia", que quer dizer: "círculo de pagãos" (cf. Is 8.23). Por isso, o livro de Isaías se refere à "Galileia dos gentios" (nações) (Is 9.1). Nesse contexto, os discípulos, enviados por Jesus, saem para evangelizar e proclamar o reino de Deus. Após árduo trabalho, voltam a Jesus a fim de relatar-lhe as experiências vivenciadas no caminho, e o aprendizado obtido após tão exaustiva jornada. Interessante notar que Jesus incentivava o contato com as pessoas; deixava sua situação cômoda perante a religião, e ia ao encontro do povo e incentivava seus discípulos a fazerem o mesmo. A Galileia era a terra dos rechaçados e desprezados. Por sua impureza, os judeus galileus eram menosprezados pelos de Jerusalém e Judeia (particularmente os fariseus e sacerdotes). Os judeus do sul se consideravam herdeiros da pureza cultural e religiosa. Ser galileu era sinônimo de ser imbecil! Daí a resposta de Natanael quando seu irmão havia dito ao Messias, Jesus de Nazaré: "E... pode vir algo bom de Nazaré?" (Jo 1.4-6). Essa era também a razão, segundo o Evangelho de João, pela qual a noção de um Messias da Galileia parecia aos líderes religiosos de Jerusalém uma afirmação ridícula. Como bem disseram os fariseus a Nicodemos: "Esquadrinha e vê que da Galileia nunca se tem levantado profeta" (Mt 21.11). Sair para ir ao encontro da pobreza não e fácil, pois nos assustamos com o que vemos. A Galileia não é uma figura muito distante da realidade que enfrentamos nas cidades brasileiras. Podemos constatar isso através da experiência vivida por um grande amigo meu. Ao chegar à igreja com a qual iria trabalhar, ele percebeu desavenças sem fim entre os membros; as pessoas se preocupavam com a vida alheia e uma série de outros problemas típicos que ocorrem no ambiente da igreja. Depois de pensar um pouco, ele fez uma proposta. Convidou os irmãos para uma visita a um grupo de pessoas que moravam embaixo de uma ponte, perto da igreja. Você não pode imaginar a reação do pessoal ao se deparar com uma subcondição de vida: pessoas embriagadas, mulheres e crianças convivendo com ratos, mau-cheiro, esgoto escorrendo pelas encostas, sujeira, barulho, fome, doenças e tantas outras misérias. Os irmãos ficaram impactados, perceberam a sua imensa mesquinhez, lutando por questões tão insignificantes, sem perceberem a quantidade de problemas ao seuredor. Segundo meu amigo, aquela igreja nunca mais foi mesma. A partir daquela experiência, perceberam quantos problemas existem. Às vezes, não nos damos conta dos problemas nem de que existem pessoas em situação bem pior do que a nossa. Ir ao encontro das necessidades foi uma das estratégias de Jesus. Voltemos à situação vivida por Jesus e os discípulos. As viagens exigiam esforço e determinação, era preciso enfrentar os riscos e as despesas necessárias da época. Quem viajava a pé fazia uma média de 25 a 30 quilômetros por dia. A distância entre Jerusalém e Jerico era de 25 quilômetros; e a estrada que liga as duas cidades é muito estreita, sinuosa e íngreme. De Jerusalém ao Mar da Galileia são mais ou menos 130 quilômetros. De Belém a Galileia, a distância é de um pouco mais de 130 quilômetros. Durante toda a sua vida, Jesus não viajou mais do que isso, a não ser quando criança ao ir ao Egito. A maioria dos que viajavam nessa época fazia-o em carroças, carruagens ou em lombo de animal. O grau de conforto e a docilidade de um animal variava muito. A evangelização não era uma tarefa fácil; exigia muito trabalho. O cansaço era comum. Tanto Jesus como seus discípulos tinham a responsabilidade de anunciar o reino de Deus e, ao mesmo tempo, uma profunda preocupação com a sua gente. Eram pessoas oprimidas e escravizadas sem perspectivas de melhoria e carentes do amor de Deus. E nós, discípulos de Cristo, como brasileiros temos uma responsabilidade com os nossos compatriotas que sofrem. É a nossa gente, pessoas que falam nosso idioma, muitos sem as oportunidades que tivemos. Devemos ser gratos a Deus por termos sido alcançados pelo evangelho que nos libertou do pecado e nos deu significado de vida. Quantos vivem sem nunca ter tido a oportunidade de ouvir falar de Jesus. Não podemos nos acomodar em nossa vida religiosa que, muitas vezes, se resume a culto, oferta, música e mensagem. Existem razões bem maiores do que essas. 5. A ALEGRIA PELO SERVIÇO BEM FEITO "Voltaram os apóstolos à presença de Jesus." (Mc 4.33). Podemos imaginar a alegria do grupo ao relatar para seu Mestre que muitas coisas que ele havia ensinado se tornaram realidades. Essa alegria de poder colocar em prática os princípios ensinados pelo Mestre promovia um senso de realização muito forte entre os discípulos. Quando o cristão obedece aos princípios bíblicos, experimenta o senso do dever cumprido. Isso provoca uma paz interior contagiante e acaba servindo de estímulo para continuar na jornada cristã. A evangelização não acontece dentro de um padrão estabelecido pela igreja ou por convenções. O Pastor Ronaldo, que reside no Rio Grande do Sul, vende produtos de limpeza em um determinado bairro da cidade onde mora. Nos contatos que faz diariamente, aconteceu um fato interessante. Uma senhora mencionou que a Santa Rita estava na Bíblia. O pastor retrucou, dizendo que não estava. A freguesa afirmava que já tinha lido a respeito da santa em sua Bíblia. Enfim, depois de debaterem, chegaram a um acordo. O pastor disse: "Se a senhora encontrar esse nome na sua Bíblia, eu vou à sua igreja; caso contrário, a senhora irá à minha igreja assistir a um culto". Após a averiguação e devido ao fato de não ter encontrado o que dizia, a pessoa cumpriu sua promessa. Foi até ao culto e, chegando lá, ficou impactada com a mensagem do evangelho e entregou sua vida a Jesus. A comunicação do evangelho é resultado de convivência e, ao mesmo tempo, de exemplo de vida cristã. Quando cumprimos a nossa parte, é certo que o Senhor executa a salvação. Ao testemunhar, experimentamos forte realização pessoal e, ao mesmo tempo, desenvolvimento espiritual. Quando temos uma visita a fazer, às vezes relutamos e não queremos ir; por preguiça ou por falta de incentivo. Quando decidimos e cumprimos a tarefa, voltamos edificados e animados por ter cumprido um dever cristão e, ao mesmo tempo, ter ouvido e ajudado a pessoa que estava passando por problemas. Periodicamente, um grupo de missionário da Mission Betanya del Paraguay desenvolve um programa de evangelização nas margens do Rio Paraguai, a fim de alcançar a população ribeirinha que vive e sobrevive dos recursos naturais da região. Crianças sem alfabetização, piolhos, sarna, fome, verminose, situações trágicas e dolorosas. Uma criança entre 5 e 6 anos comia um pirão de peixe com uma facilidade esplendorosa, e conseguia separar os espinhos sem se machucar. Outro menino brincava com um grande besouro que trazia preso a um barbante. Uma mulher vivia debaixo de uma árvore com seus filhos; seu marido havia sido morto, picado por uma cobra venenosa. Evangelizar ou trabalhar com uma população assim é terapêutico. Quem vai para ajudar acaba sendo ajudado. Às vezes, achamos que temos problemas; mas, ao nos depararmos com uma situação dessas, percebemos como somos privilegiados e abençoados por Deus. Os discípulos passaram por isso; deparando-se com a pobreza e as dificuldades de seu povo. Quando voltaram ao encontro do Mestre, a sensibilidade era outra; percebiam situações que antes não se davam conta; conseguiam entender que, na verdade, seus problemas não eram tão grandes quando comparados ao que haviam percebido e vivenciado durante esse tempo. Jesus compreende muito bem esse sentimento e sabe de todas as implicações relacionadas a isso. Precisamos de pessoas que consigam superar suas dificuldades, que demonstrem dignidade acima do normal e, se preciso, estejam dispostos a dar a própria vida em favor dos desfavorecidos. Concluindo, gostaria de citar mais uma aventura evangelística ocorrida com um grupo de missionários da Mission Beta nya del Paraguay a bordo do barco usado para evangelização dos ribeirinhos. O grupo seguia o rio; as primeiras populações foram avistadas após doze horas rio acima. Durante a viagem, o comandante do barco precisa estar atento ao leito do rio, devido à sujeira e a pesados troncos de madeira que, ocasionalmente, são encontrados pelo caminho. O barco encalhou e atolou-se num grande areal, com a hélice presa na areia. Um dos tripulantes resolveu pular na água para desencalhar o barco. Após muito movimento, o barco conseguiu soltar-se do local do atoleiro. O barco navegou a uma boa força; então se percebeu que o tripulante, que descera para desatolar o barco, ficara para trás apesar de devidamente protegido com colete salva-vidas. Outro tripulante pulou na água, fazendo um grande esforço, achando que seu companheiro estava se afogando. Qual não foi a surpresa, ao constatar que não era afogamento, mas que ele estava fazendo sinal com a mão para que o barco seguisse e pudesse escapar do areal. Experiências com esse grau de perigo, são enfrentadas por aqueles que se dispõem a ir em direção aos necessitados, pessoas doentes, sem alimentação adequada, sem uma orientação espiritual para a vida. Apesar das longas horas de viagem, rio acima, do desgaste emocional, de mosquitos, sujeira e muito cansaço, esses irmãos continuam animados e dispostos a fazer a vontade de Deus. 6. PESSOAS DISPOSTAS A UMA ATIVIDADE ARRISCADA: Sir Ernest Shacklenton (1874-1922), explorador inglês da Antártica, colocou este anúncio nos jornais de Londres em 1900, quando se preparava para a Expedição Antártica Nacional: PROCURAM-SE HOMENS PARA VIAGEM ARRISCADA. Salário baixo, frio enregelante, longos meses de completa escuridão, perigo constante, retorno duvidoso. Honra e reconhecimento em caso de sucesso. — Ernest Shackleton. A propósito da procura de voluntários, Shacklenton disse mais tarde que "a julgar pelo volume de respostas, parecia que todos os homens da Inglaterra estavam decididos a me acompanhar". 6.1 A EVANGELIZAÇÃO GERA COMPAIXÃO PELOSSOFREDORES DA CIDADE: Não podemos nos conformar com aquele menino cheirando cola nas ruas das grandes cidades, aquele outro pedindo ajuda nos semáforos ou nas esquinas, a exploração e prostituição de menores, a violência que reina nas cidades, a insegurança da população, os abusos praticados pelas autoridades que buscam apenas seus próprios interesses. Somente quando nos compadecermos poderemos fazer algo para mudar essa situação: "... no momento, Jesus passou a ensinar-lhes..." Precisamos anunciar, ensinar, proclamar e dizer para nossos queridos irmãos que existe uma saída. Não adianta assumirmos uma postura crítica e isolada da sociedade (como cristãos temos essa tendência; em nome da religião, nos afastamos totalmente desses problemas e os reputamos como "mundanos", e nos esforçamos ao máximo para não sermos contaminados). Tragédias e chacinas fazem parte do cotidiano das pessoas; muitos de seus amigos, ou até você mesmo, já perderam um ente querido, vítima da violência. O crime tem sido o vencedor na batalha contra a polícia: marginais fortemente armados contra uma polícia limitada, mal preparada e usando armamentos ultrapassados. Os cidadãos são prisioneiros em suas residências, que foram transformadas em verdadeiras fortalezas: cães ferozes, cerca elétrica, alarmes sofisticados e segurança 24 horas. Mesmo assim, em vários casos, são vencidos pela astúcia e a audácia dos bandidos. Andar nas ruas se tornou uma aventura diária (ou seria pesadelo diário?). Em diversas situações, o cidadão sai de casa e não tem garantias de que irá voltar. A situação está tão grave que até as delegacias têm sido assaltadas; ora para libertação de presos, ora para roubo de mercadorias apreendidas, ora pelas duas razões. Uma das maiores autoridades em criminalística no Brasil disse que, atualmente, sequestros, roubos, assassinatos, estupros, assaltos a residências etc., passaram a ser crimes banais, e que a segurança pública não consegue combater. Tudo isso tem contribuído para que estejamos vivendo o momento de maior insegurança pelo qual a sociedade brasileira já passou. Precisamos entender que as mazelas praticadas por políticos corruptos nos afetam. Temos de nos conscientizar de que os excluídos da sociedade, os negros, pobres, analfabetos, drogados e as prostitutas são brasileiros iguais a nós; o menino que cheira cola é nosso compatriota (Mc 9.33- 37). O pastor Key Yuasa conta o seguinte: "Certa vez, ouvi um pastor do Quênia, na África, falar sobre um grupo chamado Mau-Mau, que praticava violência e atos terroristas, causando problemas, matando pessoas e destruindo estradas em seu país. 'Se ouvirem falar desse grupo' disse ele, lembrem-se, por favor, de que é o meu povo que esta fazendo isso.' Nessas simples palavras, o que se notava é que o pastor, em vez de assumir uma atitude acusatória com relação a esse grupo, estava assumindo quase que vicariamente, participando de suas dores e culpas". Esse é um exemplo a ser seguido: encarnar os desafios de nossa gente, de nosso povo, buscar alternativas de Deus para enfrentar os problemas e achar os caminhos. A violência é praticada, e os assaltos são realizados, por patrícios nossos. Vivemos na mesma pátria, devemos buscar alternativas que solucionar essas questões. Nossa tendência é esperar pelo governo. Devemos nos lembrar de que o governo está tentando buscar alternativas dentre a própria sociedade. Atualmente os grandes impactos sociais são causados por ONGS (organizações não governamentais), que buscam alternativas, às vezes, pequenas, mas significativas. Conheço um casal de irmãos que, por iniciativa própria, resolveu adotar 54 crianças, abandonadas e sofridas. Trouxeram essas crianças para dentro da própria casa, adotaram-nas como filhos, providenciaram toda documentação necessária e se dedicam a eles integralmente. Atividades assim farão grande diferença numa sociedade que carece de orientação. 6.2 A COMPAIXÃO GERA SONHOS TRANSFORMADORES: Uma das mais tocantes falas da história é o famoso discurso de Martin Luther King Jr., proferido no dia 28 de agosto de 1963, perante mais de 200 mil pessoas que se reuniram em no Memorial Lincoln, em Washington, capital dos Estados Unidos, para uma demonstração pacífica em prol da luta pelos direitos humanos. Nele, Martin Luther conclamava o povo a trabalhar com fé, pois assim sobreviria uma mudança e algum dia todos seriam julgados não pela cor da pele, mas por seu caráter. A seguir, transcrevo-o, de forma resumida: "Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Tenho um sonho que algum dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado de sua crença. Afirmamos que estas verdades são evidentes; todos os homens foram criados iguais. Tenho um sonho que algum dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos donos de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade. Tenho um sonho que algum dia o estado do Mississipi, um estado deserto sufocado pelo calor da injustiça e opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça. Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Tenho um sonho, hoje. Tenho um sonho que algum dia o estado de Alabama, cujos lábios do governador atualmente pronunciam palavras de interposição e nulificação, seja transformado para uma condição onde pequenos meninos negros, e meninas negras, possam dar-se as mãos com outros pequenos meninos brancos, e meninas brancas, caminhando juntos, lado a lado, como irmãos e irmãs. Tenho um sonho, hoje. Tenho um sonho que algum dia todo vale será exaltado, toda montanha e encosta serão niveladas, os lugares ásperos tornar-se-ão lisos, e os lugares tortuosos serão direcionados, e a glória do Senhor será revelada, e todos os seres a verão, juntamente." 6.3 ALGUMAS LIÇÕES QUE PODEMOS TIRAR DO FAMOSO DISCURSO DE MARTIN LUTHER KING • Nunca podemos perder a esperança de ver dias melhores: Quando nos conformarmos, estaremos caminhando para a inutilidade e ficaremos bem perto da morte. • Precisamos encarar com responsabilidade o que está acontecendo com nosso povo: Nossa gente que sofre, passa privações, morre sem o socorro necessário. Não adianta apenas conhecer esses fatos, precisamos tomar providências para mudar essa situação. • Precisamos manter a unidade: Um cordão de três dobras é muito mais resistente; necessitamos uns dos outros, para alcançarmos os ideais de nossa gente. A liberdade não acontece na solidão. • Temos de desenvolver uma santa insatisfação: Insatisfação que nos leve a vencer o comodismo, a enfrentar nossas dificuldades, e que sejamos estimulados a ajudar nosso povo. Jesus sentia tanta compaixão que ia ao encontro das necessidades dos oprimidos. • Precisamos sonhar por dias melhores: Nossos sonhos devem ser contagiantes, a ponto de impactar os jovens. • A liberdade é uma poderosa marca do evangelho: Liberdade para acreditar, para sair de casa e ter a certeza de que irá voltar, liberdade para ajudar os necessitados, liberdade para fazer diferença num ambiente contrário aos princípios do reino de Deus. Sonhar sem interesses pessoais; essa é a marca do grande homem e da grande mulher, pessoas com ideias e que, se preciso, estarão dispostos a darem a vida em prol dos sonhos a serem conquistados. 6.4 A COMPAIXÃO GERA DESPRENDIMENTO: A compaixão não é um mero sentimento dos sábios, mas se transforma no sentir pró-ativo, um sentimento que termina em ação. Jesus tem o objetivo de ensinar aos discípulosque existem outros valores a serem conquistados e preservados. O encanto deste mundo que ilude e fascina, tem consigo tremendas armadilhas. Alguém que se despe de seus interesses e se dispõe a servir à sua geração, é esse o grande ideal a ser conquistado. Precisamos divulgar as ideias da honestidade, compromisso com a verdade, posicionamento contrário à maldade e à desonestidade. A sociedade do futuro é a sociedade dos idealistas. Pessoas que acreditam em seus sonhos e que, por isso, estejam até mesmo dispostas a dar sua vida. 6.5 A COMPAIXÃO CHEGA À IGREJA: Compadecido, Jesus percebeu a multidão como ovelhas que não têm pastor. Novamente passa a lhes ensinar muitas coisas. Isso nos leva a considerar as crises da igreja. A Igreja tem o desafio de anunciar a mensagem de Deus para o povo que dela faz parte e ainda arregimentar aqueles que são contra ela. Assim sendo, ela sempre tem tido no decorrer da história cristã, adeptos e adversários. Falar das dificuldades da igreja no decorrer dos tempos não é novo. As estruturas religiosas da época de Jesus estavam preocupadas em manter-se em funcionamento (Mc 11.15-19), exercendo apenas atividades religiosas, sem levar em consideração as necessidades do povo. Fome, pobreza, doenças, tormentos, dificuldades sem fim, não eram considerados por aqueles que, de certa maneira, poderiam fazer algo para ajudar. Voltando para uma reflexão contemporânea, percebem-se na igreja alguns aspectos de sua crise atual: 6.5.1 EXISTE UMA CRISE DE MODELO NA IGREJA: Na maioria das vezes, suas atividades se apresentam como uma forma de entretenimento, imitam determinados programas de televisão, repetem a fórmula do "circo para o povo". Não existem atividades que envolvam as pessoas, nos aspectos familiares, profissionais, religiosos e de lazer. Toda a rotina religiosa é construída para que as pessoas tenham algo para fazer nos finais de semana. Os cultos são oportunidades para determinados artistas se apresentarem, visando o divertimento de um grupo de religiosos. Aqueles que têm certa habilidade com as palavras (através do discurso), ou os que tenham o talento musical (através do louvor) fazem parte do culto cristão. Isso resulta numa apresentação pouco fundamentada dos dons e talentos pessoais. 6.5.2 FALTAM MENSAGENS QUE PROVOQUEM MUDANÇAS NAS PESSOAS: O conteúdo das mensagens apresentadas nos cultos cristãos. A pregação da Palavra toma o rumo do entretenimento, da diversão, com boas piadas, uma fala que agrada ao ouvinte, oferecendo-lhe apenas algo que lhe apraz, não confrontando o pecado, não desafiando com respeito às necessidades atuais. A pregação do evangelho deve constranger (Mc 8.34-38), tem de mexer com as estruturas do indivíduo. Alguém já disse: "Devemos sempre chegar até a Palavra de Deus como devedores". Uma mensagem que não confronta o pecado deixa a desejar. 6.5.3 A IGREJA PASSA POR UMA CRISE ÉTICA: O procedimento de pessoas ligadas às estruturas religiosas tem servido de escândalo para o evangelho. Percebe-se que isso não é novo, mas não podemos nos acomodar com essa situação. Determinados indivíduos usando as estruturas religiosas em detrimento próprio (Mc 12.38-40) comportamentos escandalosos, conchavos políticos em nome da igreja, podemos citar vários aspectos desta crise, mas a constatação é pública. Numa certa cidade do Brasil, corre-se o boato entre as pessoas de que os crentes não são pessoas de confiança, são desonestos, interesseiros, estão vendendo a fé; não é para menos uma constatação desta, quando nessa mesma cidade, as ofertas podem ser parceladas com cartão de crédito; se a pessoa desejar pode dar o dizimo no cartão ou se for a dinheiro tem um desconto significativo. Desavenças entre pastores e líderes se tornam públicas. Estes chegam mesmo a perder o controle e a se ofenderem uns aos outros. Constrangedor é uma palavra forte, mas é única para mostrar o sentimento daqueles que realmente têm um compromisso com a visão de uma igreja íntegra. 6.5.3.1 QUE LIÇÕES PODEMOS TIRAR DE TUDO ISTO? • Todos estamos sujeitos a conflitos, precisamos de um programa de prevenção interior, prevenir o estresse, fortalecer nosso homem interior, através de um relacionamento diário com Deus. As Escrituras dizem: "A palavra branda alivia o furor". Fortalecidos diariamente através da Palavra de Deus, poderemos enfrentar os diversos conflitos com que podemos deparar no dia a dia. • Um homem ou mulher de Deus devem estar preparados para viver debaixo de pressão. As dificuldades são muitas; os conflitos, inevitáveis. O autocontrole é uma disposição fundamental para não causar escândalo para o evangelho. Quando confrontados ou pressionados e caluniados, precisamos nos lembrar da atitude de Jesus. Bem-aventurados os mansos. • Tomar cuidado com a hipocrisia. A vida cristã não é construída de falsas impressões. Precisamos de autenticidade, não devemos nos conformar com essa fachada de espiritualidade que, às vezes, construímos, dando a ideia que tudo está bem, quando, na verdade, o pecado jaz à porta e as desavenças estão evidentes em nossa vida. • Precisamos conservar uma atitude de quebrantamento. Quando errarmos, temos de consertar e estarmos sempre dispostos a pedir perdão, a nos humilhar diante de Deus e dos irmãos, reconhecer os pecados ou erros praticados, entender que precisamos de ajuda, nos submeter a um programa de acompanhamento pastoral, termos uma atitude de humildade e pedirmos a Deus força e coragem para levantar-nos depois da queda. • Finalmente, os homens e mulheres de Deus não podem se esquecer da importância de seu testemunho perante a comunidade. Sempre estarão sendo observados. Às vezes, as pessoas não falam, mas observam; não tem coragem de chegar para você e falar, mas comentam com outros. Por isso, seu testemunho deve ser sempre autêntico e verdadeiro. Por outro lado, não estamos sós, contamos com ajuda do Espírito Santo, que nos fortalece e nos ajuda em nossas fraquezas. 6.5.4 A IGREJA PASSA POR UMA CRISE TEOLÓGICA: São apresentadas mensagens que prometem o que na verdade não pode ser cumprido. Nem todo os que seguirem a Jesus serão ricos, não se têm nenhuma prevenção contra o sofrimento, o evangelho não apresenta um modelo de vida fácil, como tem sido pregado, pelo contrário: "Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder sua vida por minha causa, esse a salvará" (Lc 9.23,24). Esse é o modelo de evangelho pregado por Jesus, que diverge em muito do conteúdo apresentado em alguns segmentos da igreja cristã (Mc 13.1-13). Não tenho a pretensão de apresentar criticas pejorativas em relação à igreja de Cristo. Minha intenção ao tratar desses assuntos é encontrar caminhos que nos ajudem a solucionar esses problemas. Na verdade, essa igreja que aí está é a nossa igreja, a igreja de Cristo. Precisamos, isso sim, achar alternativas para mudar essa situação. Devemos estar abertos para aprender com quem tem encontrado algumas pistas, abrir o coração para que Deus, através de seu Espírito, nos dirija. Existe um considerável grupo de irmãos que está empenhado em levar a situação a sério e tem realizado um bom trabalho. Gosto do que disse Valdir Steuernagel: "Precisamos trabalhar na perspectiva do grão de mostarda". Começar pequeno, pequenas atividades que, no devido tempo, darão os frutos e formarão uma grande árvore. Precisamos ter humildade para começar e, nem sempre, teremos as multidões nos acompanhando. Devemos estar certos de que, ao apresentarmos uma mensagem genuína do evangelho, muitos se afastarão, pois não têm compromissos mais sérios em relação àvida cristã (Mc 6.1-6). Uma palavra para nós, os membros das igrejas: precisamos deixar de buscar a igreja perfeita. Como instituição humana, ela tem defeitos, pois é formada de seres humanos imperfeitos. Precisamos assumir compromissos com o grupo do qual fazemos parte, dar a nossa contribuição, não viver de comparação, contentar-nos com uma pequena igreja, e não nos deixarmos seduzir pelas grandes igrejas que por sua vez, sufocam o trabalho das pequenas. Uma igreja séria que anuncie todo o conselho de Deus deve ser nossa busca. Precisamos ter compromisso duradouro e firme com os princípios da Palavra de Deus. A verdadeira eclesiologia não se encontra nos manuais ou nos escritos dos teólogos; ela se realiza e fortalece nas práticas eclesiais e está sepultada dentro das instituições eclesiásticas 20. Precisamos estar conscientes de que a vida da igreja se encontra na vida de seus membros. A participação comunitária, atendendo ao necessitado e um empenho corporativo no que diz respeito à adoração ao Senhor Jesus, caracterizam a igreja como verdadeiro corpo de Cristo. Por sua vez, atividades apenas eclesiásticas que visam promover a instituição e determinadas figuras que se tornaram ilustres no processo, não representam a igreja de Cristo. Cumpre a nós articularmos numa ordem correta estes três termos. Primeiro, vem o Reino como a primeira e última realidade englobando todas as demais. Depois, vem o mundo como o espaço da historificação do Reino e da própria Igreja. Por fim, vem a Igreja como realização antecipatória e sacramental do Reino dentro do mundo e mediação para que o Reino se antecipe mais densamente no mundo." A igreja é a alternativa de Deus para fazer diferença no mundo de agora. O porvir pertence a Deus, nossa responsabilidade como corpo de Cristo, aqui e agora, é anunciar que o reino se faz presente, através de Cristo, e seu propósito é alcançar a todo aquele que crê. CAPÍTULO 2 - SUJEITOS DA EVANGELIZAÇÃO NA AMÉRICA LATINA TÓPICO 1 SUJEITOS DA EVANGELIZAÇÃO NA AMÉRICA LATINA 1. INTRODUÇÃO Vivemos em uma nova América Latina. O povo pobre explorado e sem perspectivas, começa a deslumbrar novos horizontes, os países crescem se desenvolvem, a população tem acesso à educação, a saúde de certa forma tem melhorado e, nesse novo contexto de desenvolvimento, surgem novos aspectos para podemos negar que ainda há muito por fazer, mas muita coisa melhorou e dentre elas a evangelização. Um dos assuntos mais importantes que confronta as igrejas evangélicas na América Latina hoje tem a ver com o papel das mulheres no ministério. A maioria das denominações mais conservadoras limita o papel da mulher nos postos de liderança. Mas, na grande maioria das igrejas evangélicas, de todas as perspectivas teológicas, são as mulheres as que servem e levam adiante as igrejas. Sem o trabalho abnegado das mulheres, a maioria de nossas igrejas não seguiria adiante. Esta diferença entre a postura teológica e a realidade de nossas igrejas cria um paradoxo. Se as mulheres estão fazendo o trabalho, mas se a postura teológica da igreja não permite que tomem um posto de liderança na igreja, como se capacitarão as mulheres para o trabalho que estão fazendo? É claro que as mulheres necessitam de uma base teológica sólida para que nossas igrejas e ministérios tenham fundamento sólido. Onde e como as mulheres serão formadas sem que isto crie uma ameaça ou tensão com os líderes homens? E se não os dão uma formação teológica, que impacto terá sobre as igrejas? Os que aceitam que a Bíblia certamente dá espaço para a liderança das mulheres têm outra tarefa. Nossos modelos atuais estão orientados aos homens. Que mudança faremos para incluir as mães lactantes, as avós, as mães solteiras, as analfabetas etc.? E como mudaremos nossas metas e nossos modelos para que a educação teológica não termine tratando de fazê-las homens, senão que afirme e fortaleça os dons e as perspectivas que tragam as mulheres à ocupação teológica e ministerial? 2. OS EXCLUÍDOS DO PROGRAMA DE EVANGELIZAÇÃO 2.1 OS POBRES: Quase nenhuma instituição admitiria que se excluíssem pessoas que não têm meios para estudar em nossos seminários. Mas a realidade é que a grande maioria dos pobres na América Latina fica excluída por definição. Como nunca tiveram acesso à educação formal, dificilmente podem optar por programas que oferecemos. E ainda que pudessem superar essa grande barreira, só um grupo muito pequeno pode esperar receber uma bolsa de estudo, ou algum tipo de ajuda para poder cursar seus estudos teológicos em uma instituição formal. Sem dúvida, a grande maioria das igrejas evangélicas na América Latina é pobre, como também a maioria dos pastores e líderes de tais igrejas. Em alguns casos, implica "descobrir" os pobres como sujeitos da formação teológica. Em outros implica fazer mudanças fundamentais, outros planos de educação teológica para que possam corresponder os que começam sem uma educação formal adequada e que não possuem os meios para conseguir as ferramentas consideradas básicas para uma educação teológica formal, tais como roupa "decente", livros, lápis, apostilas, transporte etc. 2.2 OS INDÍGENAS E OS AFROS: Faz mais de quinhentos anos que chegaram os europeus à América Latina, trazendo consigo escravos africanos. E, todavia, os de sangue europeu e mestiço não sabem o que fazer em relação aos povos nativos e afros. Muitas das políticas de nossos países são nacionalizadas, queremos que todos sejam iguais Dentro da realidade de políticas nacionalizadas, nossas igrejas subsistem com perspectivas similares às de sua sociedade. Os povos nativos e de herança africana seguem sendo marginalizados de nossa vida nacional e muitas vezes, de nossa vida eclesiástica. A evangelização dessas pessoas implica em levar em conta suas necessidades e diferentes aspectos de suas comunidades. Como apresentar a fé cristã para aqueles que são rejeitados pela sociedade, discriminados por causa de seu endereço e cor. Pergunte a um rapaz que mora no Rio de Janeiro e tem como endereço alguma favela, se ele encontra lugar para trabalhar. Quando você cita o endereço de determinada favela, já não tem credito e fica barrado das possibilidades que outros cidadãos desfrutam. Dizem alguns na Guatemala que o país ama os maias, que viveram há mil anos, porque são a base do turismo nacional. Mas não sabe muito bem o que fazer com os maias que vivem na Guatemala hoje. 2.3 AS NOVAS MINORIAS: Os imigrantes também não têm enfrentado muitas instituições de formação teológicas em nosso país, a maioria oriunda da Ásia. Os coreanos, taiwaneses, pessoas da índia e outros imigrantes desafiam-nos com culturas e religiões novas. Até o presente, a maioria das instituições não tem se preparado para responder as necessidades do crescente número de novos imigrantes e nem os tem considerado quando se apresentam à igreja e à formação teológica. 3. O MUNDO EM QUE SE EVANGELIZARÁ 3.1 OS IMPACTOS DO NEOLIBERALISMO: O fim do bloco socialista e o estabelecimento do mercado mundial têm afetado fortemente nossas economias. Entretanto os países grandes do continente buscam fazer mudanças necessárias para competir neste novo mercado, os países pequenos se vêm ao vaivém dos ventos que sopram. O nível de pobreza segue crescente no continente, e a única "esperança" é que esta geração se sacrifique para um possível bem-estar no futuro (postura que foi fortemente criticada quando foi proposta por alguns no bloco socialista). Uma grande porcentagem de nossa população ficou fora deste novo mercado, cada dia mais isolados dos meios de produção e das ferramentasnecessárias para funcionar neste novo mundo. 3.2 A BUSCA EM NOVAS ESQUERDAS: Vários de nossos países estão buscando uma resposta nas novas esquerdas. A revolução cubana, que tanto incitou a esperança de alguns e o temor de outros, já não é opção para a maioria da América Latina, ainda continuam existindo movimentos guerrilheiros e em alguns de nossos países poderiam surgir novas lutas armadas em um futuro não distante. Mas isto não significa que os povos estão contentes com a situação atual. A vitória de esquerdas nos países onde se fechou o espaço em outros momentos históricos (Chile, El Salvador, e a quase vitória no Uruguai) fala-nos de uma realidade em que os povos buscam uma solução mais humana no que se percebe como uma situação desumana. 3.3 VIVENDO NO PRÉ-MODERNISMO, MODERNISMO E PÓS-MODERNISMO AO MESMO TEMPO: Neste continente onde parece que Kafta escreve os roteiros e Dali arma os cenários, onde encontramo-nos em caminho de viver em três épocas simultaneamente. Alguns de nossos jovens já são pós-modernos, lutando com as armas que a sociedade e o mercado do primeiro mundo têm imposto. Outros estão lutando por entrar na modernidade, tratando de conseguir a educação e os artifícios considerados básicos para se viver no século XX enquanto outros dão a sua despedida. E um segmento significativo de nossa população, particularmente os povos nativos, ainda vivem no mundo pré-moderno, sobrevivendo com as mesmas ferramentas e perspectivas que seus antepassados, mas bombardeados com os produtos e demandas da pós- modernidade. 3.3.1 DO EXCLUSIVISMO AO PLURALISMO RELIGIOSO 3.3.1.1 AS OPÇÕES RELIGIOSAS TRADICIONAIS: No início do século e durante a maior parte do século XX, as opções religiosas na América Latina eram poucas e claras. Para a grande maioria, ser católico e ser latino-americano eram quase sinônimos. Havia uma crescente opção evangélica (em poucas manifestações) para aqueles que buscavam outra perspectiva religiosa. E à margem estavam, meio escondidas, as opções indígenas e africanas. 3.3.1.2 O CRISTIANISMO E AS RELIGIÕES INDÍGENAS: Os missionários cristãos, tanto católicos como protestantes, têm ensaiado vários modelos missiológicos com relação às religiões indígenas. Estas têm desde esforços por destruir "o pagão" até mesmo resistindo a todo esforço evangelizador dos povos indígenas. O cristianismo tem servido de destruidor, como também de preservador das culturas indígenas. Mas a maioria dos cristãos nas regiões com populações indígenas ainda não sabe como responder à religiosidade nativa. 3.3.1.3 O CAMINHO DE UM CRISTIANISMO INDÍGENA: A revitalização das religiões nativas tem suscitado, de novo, o fundamento da relação entre cristianismo e as crenças indígenas. Já começamos a ver pastores evangélicos que também são sacerdotes das religiões nativas. Muitos indígenas cristãos estão analisando suas raízes religiosas e alguns estão rechaçando os esquemas cristãos. Outros estão chegando à conclusão de que o que deixaram não era todo pagão, tal como ensinaram os missionários. Eles estão buscando novas respostas para perguntas antigas sobre como entender seu pano de fundo religioso à luz do evangelho. 3.3.1.4 AS NOVAS OPÇÕES: A América Latina hoje apresenta uma grande variedade de opções religiosas. Tem se desenvolvido muitas denominações evangélicas, como também novos agrupamentos que surgem desde o mundo evangélico, mas que apresentam características dos novos movimentos religiosos conhecidos em outras latitudes (como África). A igreja católica também apresenta uma grande variedade de opções. A hierarquia intenta manter controle sobre a variedade, mas o povo desenvolve novas formas, que vão desde o catolicismo popular e as comunidades de base até os grupos carismáticos. Mas nosso continente também começa a ver o desenvolvimento de opções religiosas de outras latitudes. Muitas de nossas cidades têm missionários muçulmanos, budistas ou hindus. Também vemos a influência da nova era e de outras expressões religiosas que estão na moda no primeiro mundo. 4. MUDANÇAS DAS QUAIS AS IGREJAS SE SERVEM 4.1 O CRESCIMENTO DAS IGREJAS: O fenômeno do crescimento das igrejas evangélicas na América Latina tem sido estudado e analisado por muitos. Sem trilhar onde outros já haviam trabalhado, cabe enfatizar o feito de que este crescimento tem um impacto sobre a tarefa da formação teológica. Necessita-se de muitos líderes, existem problemas teológicos com os ensinamentos em muitos contextos, e muitas vezes o resultado da falta de capacitação é maior que a intencionalidade doutrinária. Algumas igrejas novas se parecem com igrejas independentes da África. E, como na África, necessitaram de pessoas e instituições dispostas a caminhar ao lado destes novos movimentos para ajudar a desenvolver uma base bíblica e doutrinária mais sólida. 4.2 A PENTECOSTALIZAÇÃO DAS IGREJAS: O crescimento pentecostal e neopentecostal na América Latina tem gerado uma situação favorável onde mais de 70% das igrejas evangélicas do continente são desta corrente. E muitas das igrejas não pentecostais também têm sido afetadas e abençoadas pela influência desta corrente. Ainda que não sejam teologicamente pentecostais, existem congregações em muitas denominações que têm um sabor e estilo de culto pentecostal. E os meios massivos evangélicos promovem esta linha que também tem permeado os ensinos e a visão de muitas igrejas. 4.3 A DIVERSIFICAÇÃO DAS IGREJAS: No geral está ocorrendo uma diversificação nas igrejas. Ainda dentro das denominações unas vê-se uma grande variedade teológica. E o número de igrejas novas independentes apresenta toda outra gama de opções teológicas. Também vemos que cada dia se marcam mais as diferenças sociais e econômicas entre as congregações. Temos um número crescente de igrejas "étnicas", congregações que centralizam seu ministério em um só grupo étnico. CAPITULO 3 - FUNDAMENTAÇÃO PARA O TEMA EVANGELIZAÇÃO TÓPICO 1 - FUNDAMENTOS PARA A EVANGELIZAÇÃO 1. INTRODUÇÃO: igreja Cristã ao redor do mundo encontra-se neste começo de século XXI e do terceiro milénio em uma situação muito semelhante a do primeiro século, quando surgiu a Igreja e o tema das religiões. Hoje, como antes, a igreja se vê, como uma entre muitas opções religiosas ao alcance das pessoas. Ainda que haja muitas similaridades entre ambas as situações, também há diferenças notáveis. No mundo do primeiro século, com toda uma série de religiões, não era um mundo pluralista como o é em nossos dias. As pessoas não tinham as opções religiosas como hoje se tem, pelo mmenos no mundo ocidental. Em todo o caso, conhecer algo do mundo do primeiro século e como a igreja Cristã cumpriu sua tarefa evangelizadora naquele ambiente, é muito importante porque dá princípios para a tarefa evangelizadora da igreja em qualquer época e lugar. Ainda convém atentar a maneira como o cristianismo foi se tornando cada vez mais predominante na sociedade, ao passo que o pluralismo religioso deixou de ser uma realidade no mundo ocidental. Somente no final do século XX é que novamente se nota esse pluralismo religioso tão parecido ao do primeiro século. 2. A EVANGELIZAÇÃO NO PRIMEIRO SÉCULO A igreja Primitiva empreendeu seu trabalho de evangelização em meio à repressão, oposição, hostilidade e inclusive violência. Os obstáculos para a evangelização provinham de diversas fontes: • do Judaísmo; • do Império Romano, tanto no âmbito político como no religioso; • das religiões pagãs; • dos intelectuais; • dos desvios dentro do próprio cristianismo. As páginas do Novo testamento narram vários momentos em que a evangelização enfrentoufonte oposição da parte das religiões pagãs daquela época. O apóstolo Paulo foi quem mais diretamente entrou nessa confrontação. Também se narra a confrontação dos apóstolos com o Judaísmo, o qual fez o primeiro mártir cristão (Estevão, Atos 8:54; 8:1). Sem dúvidas, a igreja Primitiva se viu mergulhada em um mundo de pluralismo religioso no primeiro século, que inclusive se refletiu dentro da própria igreja. A igreja cumpriu sua tarefa evangelizadora de várias formas. O próprio Apóstolo Paulo não atuou da mesma maneira nas diferentes situações que enfrentou. Entretanto, parece que há, sim, elementos comuns que enfatizam a singularidade da fé cristã. A reação dos judeus e dos pagãos era violenta em vários casos, precisamente, porque entendiam que Paulo estava se opondo à sua realização e colocando em seu lugar o cristianismo, como algo, singular e superior. Paulo e seus colegas foram chamados "perturbadores" (Atos 16:20), "que haviam transtornado o mundo inteiro" (Atos 17:6), porque estavam ensinando coisas contrárias aos costumes daquela gente. Paulo não evitou que os feiticeiros de Éfeso, convertidos pelo evangelho, queimassem seus livros de magia (Atos 19:18-20). Aos olhos de um bom intencionado cristão do início do século XXI isto poderia ser interpretado como demasiada intolerância, falta de sensibilidade cultural, falta de abertura ao dialogo etc. Mas o que se vê é que o resultado da confrontação do evangelho foi uma mudança radical na vida daqueles feiticeiros, dali em diante cristãos comprometidos com Cristo e seu Evangelho. É certo que o discurso de Paulo variou conforme seus ouvintes, porém o resultado era o mesmo. Mostrava-se o erro do paganismo e ensinava-se a verdade do cristianismo. Os ouvintes ou aceitavam ou rejeitavam o que lhes era pregado. Não se vê diálogo inter-religioso, ainda que Paulo se achegasse aos filósofos de Atenas como se quisesse esse diálogo, porém somente como ponto de partida para dar sua mensagem inequívoca da singularidade do cristianismo. A conclusão é que a Igreja Cristã hoje enfrenta uma situação um tanto diferente do primeiro século. Pelo menos no mundo ocidental a oposição não é violenta, nem tão pouco produz mártires. Hoje se espera que todos sejam mais tolerantes, o que produz não poucos problemas aos cristãos quando evangelizam; isto porque a evangelização irá confrontar toda e qualquer religião destacando a supremacia do Evangelho de Cristo, e da Bíblia. 3. A EVANGELIZAÇÃO NA IDADE MÉDIA: Quando a Igreja Cristã deixou de ser perseguida e se transformou na religião oficial do Império Romano, quase tudo mudou, inclusive a relação com as religiões pagãs. A Igreja oficial se impôs pela força, excluindo, desprezando e perseguindo as demais religiões, amparada pelo Império. Esta situação se prolongou por mais de mil anos. Foi tanto o domínio e a hegemonia exercida pela Igreja na sociedade medieval que, praticamente, Igreja, cultura e religião eram a mesma coisa. Muitos historiadores modernos veem a Idade Média como uma época de trevas, de atraso do desenvolvimento da cultura ocidental, de intolerância, de anti-intelectualíssimo e anti- cientificismo, precisamente por causa do papel predominante que teve a Igreja Católica Romana. Nem tudo, porém, foi mal nessa época. Houve grandes avanços na educação, nas ciências, na arte, na literatura. É certo,„ porém, que o domínio exercido pela Igreja produziu uma sociedade fechada e temerosa a ideias novas. Tudo o que não se ajustava à visão "cristã" oficial, era considerado heresia. Com essa mentalidade é fácil entender a rejeição que houve da parte da Igreja para com as ideias da Reforma Protestante do século XVI, sem se falar das ideias e prática não cristãs. Praticamente não houve contato com as religiões não cristãs, exceto uns poucos contatos com os muçulmanos e com os judeus. Pode se dizer que a sociedade europeia viveu em um ambiente religioso único, durante mais de mil anos, o qual produziu uma mentalidade fechada, centrada em si mesma, tanto que nem se quer houve esforços missionários em grande escala. Ainda que algo dessa mentalidade mudou com a Reforma Protestante, em geral o mundo ocidental via as demais religiões como algo distante geograficamente e teologicamente. Essa já não é a mentalidade hoje em dia, nem do mundo nem da Igreja. 4. INFLUÊNCIA DA REFORMA PROTESTANTE E DO ILUMINISMO O mundo moderno deve sua mentalidade aos movimentos modernos importantes como: a Reforma Protestante e o Iluminismo. Pelo lado religioso a Reforma Protestante do século XVI, abriu a mentalidade da sociedade europeia à diversidade religiosa. Esse movimento produziu uma mudança radical no mundo daquela época. Por mais de mil anos a sociedade europeia havia sido monolítica, uniforme, controlada basicamente pela Igreja Católica Romana. Porém, a partir do século XVI isso mudou. Ainda que continuasse a haver bastante intolerância para com outras religiões, inclusive nos países protestantes a realidade tinha se modificado, havia se pluralizado. Pode-se dizer que a Reforma Protestante é responsável pelo seu próprio declínio ao abrir a mentalidade das pessoas, ao dar liberdade de objetar, de pensar diferente. Isso se viu organizado no movimento intelectual, comumente chamado de iluminismo. Pelo lado intelectual, o iluminismo abriu caminho para as ciências, as letras e a arte, independentemente da religião. A declaração das liberdades fundamentais do homem na Revolução Francesa do século XVIII conduziu a uma maior tolerância frente às diferentes ideias, inclusive em matéria religiosa. Não é de se estranhar que os filósofos do iluminismo e, mesmo os teólogos, colocassem em dúvida a veracidade da fé cristã, sua singularidade e sua supremacia sobre as demais religiões. Pode-se dizer que a partir do iluminismo, o mundo moderno se tornou um mundo pluralista. O pluralismo é inseparável da modernidade e agora da pós-modernidade. A Igreja Cristã, em suas mais diferentes expressões, desde então, tem tido que conviver entre ideias, pessoas e instituições não cristãs. Tem tido que aprender a suportá-las e a refutá-las na arena da argumentação racional. 5. A PÓS-MODERNIDADE: Há alguns anos se vem estudando o assunto da pós-modernidade como um movimento que permeia a sociedade ocidental de forma direta e as demais sociedades de maneira indireta. Um dos tripés da pós-modernidade é a pluralização. Segundo Amorese: ..., no mundo ocidental, a pluralidade é contrastada com situações percebidas como "de antigamente', nas quais existia uma doutrina pública aceita, moldada pelo Cristianismo, provedora de uma ordem pela qual toda crença e conduta teria que ser julgada. Hoje, uma sociedade plural é concebida como aquela na qual não existe mais um padrão oficial e aprovado de crença ou conduta! David Suazo afirma que a pós-modernidade não só afeta a Igreja como a desafia. Sendo um dos seus componentes mais importantes o pluralismo religioso. Este combina fatores tais como o movimento da Nova Era, a volta das religiões indígenas em todo o mundo, a ecologia e o movimento missionário no Terceiro Mundo. 6. A EVANGELIZAÇÃO NUM CONTEXTO DE PLURALISMO RELIGIOSO: A Igreja Católica Romana tem tomado o desafio de novamente evangelizar a América Latina, isto devido à proliferação do que ela chama de "seitas" protestantes e em parte ao ressurgimento das religiões nativas entre as etnias do continente. A última exortação apostólica do Papa, denominada Eclesia na América, resume esta preocupação, em especial o capítulo VI: "A Missão da Igreja hoje na América: nova evangelização". Algo parecido está acontecendo nas igrejas evangélicas. Há necessidade de uma nova evangelizaçãodentro e fora delas. Acontece que as igrejas evangélicas têm evangelizado sempre. Têm se mostrado ativas, dinâmicas e agressivas na evangelização, porém agora há novas realidades, novos desafios, um dos quais o pluralismo religioso, visto também no crescimento das religiões orientais (islã, Hare Krishna, Budismo, etc.) e no ressurgimento das religiões indígenas do continente. O cristianismo ocidental tem acostumado a ser, senão a única, pelo menos, a religião oficial ou a majoritária. Em todo o caso, na América Latina, o cristianismo, em qualquer de suas expressões, tem sido e segue sendo a religião dominante. Esta realidade impede que se veja com objetividade o direito que outras religiões têm de estabelecer-se e expressar-se no continente. Tem-se argumentado, em vários países latino-americanos, que o Estado deveria proibir a proliferação de seitas, cultos e outras religiões alheias ao contexto, e proteger assim a religião majoritária. Na América Latina, praticamente nenhum Estado proíbe as diferentes manifestações religiosas, a menos que atentem contra as leis e princípios desse Estado. Em anos recentes, vários países latino-americanos têm modificado sua constituição política por reconhecer o caráter pluricultural, plurilíngue e plurirreligioso de suas sociedades. A evangelização já realizada é uma tarefa que há de ser continuada num contexto de pluralismo religioso. Os evangélicos já não estarão evangelizando somente católicos, mas adeptos de outras religiões. É hora de se levar em conta o aumento das religiões indígenas, a presença das religiões orientais a influência da Nova Era, sobre tudo nos meios de comunicação de massa e na indústria do entretenimento. O mundo intelectual da cultura ocidental há muito tempo tem dado espaço para pluralidade religiosa e para o diálogo entre as religiões. E mais, vários autores de nossos dias acusam o cristianismo de ser intolerante e de resistir em reconhecer verdades em outras religiões. Entretanto, o mundo mais religioso e conservador do cristianismo não tem aberto espaço para a pluralidade religiosa. Há certo incômodo com o pluralismo religioso, isto tem a ver com a ideia do século XIX de que o cristianismo dominaria todo o mundo, a qual, todavia, não se vê. Pelo contrário, há um crescimento de velhas religiões e o surgimento de novas. 6.1 EVANGELIZAÇÃO E OUTRAS RELIGIÕES: Uma forma de aproximar-se desta nova realidade tem a ver com atitude. Se propõe uma aproximação mais aberta e positiva no sentido de que os cristãos em geral e os evangélicos em particular, procurem conhecer e tratar de entender as demais religiões. Há ideias acerca de Deus, da natureza, a respeito do homem nas outras religiões que convém conhecer, avaliar e assimilar, se for necessário para abrir uma porta de evangelização. As novas religiões estão desafiando as concepções cristãs tradicionais, as quais têm sido fortemente influenciadas pelo pensamento racional através dos séculos. Por exemplo, "os novos movimentos religiosos e as grandes religiões orientais nos levam a redescobrir uma visão ecológica do mundo, no qual 'os direitos da terra' são tão importantes como os direitos humanos". Mais ainda, temos o tema da integralidade do ser humano, o qual é muito comum na perspectiva de muitas religiões, incluindo as religiões autóctones da América indígena. Este conceito é próximo ao conceito bíblico do homem do que ao conceito dicotômico (corpo- alma) do mundo cristão ocidental. O mesmo se pode dizer do excessivo pragmatismo que cerca a vida cristã ocidental, em contraste com o valor do silêncio, da meditação e do uso razoável dos recursos naturais. 6.2. EVANGELIZAÇÃO APOLOGÉTICA: Uma outra aproximação da evangelização num contexto de pluralismo religioso é a apologética, tal como foi no primeiro século e tem sido através dos séculos. Em honra à autêntica identidade cristã, a igreja deve manter-se vigilante, de frente a esta multiplicidade de crenças, as quais são sempre esotéricas e sincréticas. O desejo de dar um lugar de destaque à experiência, ao sentimento e as convivências imediatas tem aberto a porta as crenças mais diversas e irracionais. O evangelho está convocado a desmascarar estes e outros desvios do sagrado e do religioso. Não se tem que atacar indivíduos para mostrar os excessos de movimentos como a Nova Era com sua ênfase no bem-estar pessoal e na auto exaltação, que nascem em uma salvação não transcendental, sobrenatural, mas imanentista, baseada em exercícios físicos e mentais, totalmente alheia a salvação bíblica baseada na graça de Deus e em sua total dependência. A evangelização apologética não significa atacar e insultar pessoas, pelo contrário procura colocar em evidência os erros destas crenças e exaltar a verdade do Evangelho. 6.3. EVANGELIZAÇÃO NUMA PERSPECTIVA CULTURAL: Deve-se tomar em conta as maneiras de expressão que os diferentes grupos humanos e culturais têm e que se tornam evidentes nas práticas religiosas. Por exemplo, uma coisa é questionar o conceito maia da :erra, considerada quase como deusa, e outra muito diferente é aceitar a forma como os maias expressam sua espiritualidade, através de símbolos e cerimônias relacionados com a terra. É possível ser autenticamente maia, quéchua, aimará ou guarani e cristão ao mesmo tempo. Os estudos antropológicos realizados por cristãos e não cristãos mostram como a fé cristã pode fincar raízes em qualquer cultura, sem destruí-la. A evangelização não tem que lutar necessariamente com costumes e práticas das culturas indígenas. igreja de países com alta porcentagem de população indígena como Guatemala, Equador, Peru e Bolívia apresentam altas concentrações de indígenas evangélicos. E mais, em alguns casos, os indígenas representam E maioria dos evangélicos do país e das igrejas mais fortes. 6.4. CONTRIBUIÇÃO: Esta perspectiva também se aplica a outras religiões e regiões identificadas culturalmente com alguma religião em particular, como o caso do islamismo, do hinduísmo e do budismo. É certo que as formas de expressão da espiritualidade cristã serão diferentes entre os de tradição muçulmana, como diferente entre os de tradição hindu, como de igual modo diferente entre os cristãos ocidentais. Esta é uma realidade que devemos reconhecer e aceitar. Apesar de o pluralismo ter se infiltrado na Igreja principalmente na primitiva, não se pode deixar de pregar mensagem do evangelho, em toda sua inteireza. É necessário que tenhamos a mentalidade de Paulo, aplicar e mensagem mesmo que esteja indo contra a mentalidade do momento e época. Atualmente, o pluralismo tem sido um desafio para a América Latina, esta realidade leva-nos a mudar alguns métodos e esquemas de evangelização atual. 6.5 CONCLUSÃO: Temos dado uma olhada na história da Igreja e sua tarefa missionária em relação às demais religiões. Também tem se analisado um pouco da situação atual e da complexa realidade que hoje vive a Igreja Cristã. O que mais desafia a Igreja em nossos dias é precisamente, o pluralismo religioso. A situação atual de inúmeras crenças não deve nos levar à indiferença, nem ao relativismo, pelo contrário, a situação contemporânea deve ser vista pela Igreja como um desafio positivo. O mundo moderno facilita muitas coisas e complica outras, na sua maioria no que diz respeito às religiões confunde, pessoas usam um chá alucinógeno e dizem que estão falando com Deus, outros usam determinada droga e se dizem em contato com o criador do universo, os meios de comunicação analisam quase todas as religiões numa mesma perspectiva, o raciocínio é o seguinte: as religiões não têm uma explicação lógica, sendo assim, confundem as pessoas e criam neuroses das mais absurdas.A Igreja está obrigada a repensar sua tarefa missionária, não no sentido de mudar a mensagem, e sim nas formas de entregá-la. A Igreja também deve fazer uma autoanálise para descobrir se não há, todavia, atitudes incorretas contra outras culturas e crenças, e se é necessário mudá-las para poder entregar a mensagem do evangelho de uma maneira mais proveitosa. A tarefa da evangelização segue sendo prioridade para a Igreja, somente há que ajustar os mecanismos e métodos para levá-la ao fim. Segundo John Stott: Nós concordamos com a busca por uma harmonia global, mas não à custa da verdade. Concordamos que um maior conhecimento de outras religiões é enriquecedor. Ao compará-las, todavia, não podemos abrir mão da declaração de que Cristo é a verdade. Admitimos que as atitudes coloniais de superioridade são arrogantes; mas ainda assim insistimos em que a verdade é superior à falsidade. Reconhecemos que a Escritura é culturalmente condicionada, mas afirmamos que através dela Deus proferiu sua Palavra da Verdade. Nós concordamos que o supremo mistério de Deus encontra-se além da compreensão humana. Mesmo assim, continuamos afirmando que Deus verdadeiramente se revelou em Cristo. Reconhecemos que servir ao pobre é uma parte essencial de nosso chamado cristão. Mas nós também somos chamados a dar testemunho da verdade." 6.6 SUGESTÕES OU TÓPICOS PARA REFLEXÃO • A influência do Iluminismo na arte e letras, à parte da religião. • Os tripés da pós-modernidade. • A pluralização. • As diversidades dos padrões da fé. • A Evangelização aberta e positiva. • Evangelização numa perspectiva cultural. • Evangelização apologética. CAPÍTULO 4 - ESTILOS DE EVANGELIZAÇÃO TÓPICO 1 - ESTILOS DE EVANGELIZAÇÃO 1 INTRODUÇÃO: Neste tópico vamos estudar sobre estilos de evangelização. Acredito que você vai se encontrar em um dos estilos. Vamos lá? 2. EVANGELISMO PESSOAL 2. 1 CONCEITUANDO EVANGELISMO PESSOAL: Evangelismo Pessoal é a obra de falar de Cristo aos perdidos individualmente: é levá-los a Cristo, o Salvador (Jo 1.41,42; At 8.30) através de um relacionamento comprometido com os valores do reino de Deus. Evangelismo pessoal é encarnar a mensagem de Jesus Cristo e sair na direção daqueles que precisam da salvação. Evangelismo pessoal acontece quando uma pessoa apaixonada por Jesus se conscientiza de que precisa falar com outros o que aconteceu na sua vida, sabe e tem convicção do que aconteceu com ela, pode acontecer com outros também. Evangelismo pessoal é compartilhar a fé em Jesus, numa dimensão tal que outras pessoas sejam convencidas e estejam dispostas a compartilhar o mesmo tipo de fé. Evangelismo pessoal é ir na direção da outra pessoa e dizer: Jesus te ama, tem um grande plano para sua vida, pode perdoar os seus pecados e dar a você uma nova perspectiva de vida, perdão dos pecados e a salvação eterna. 2.2 A NECESSIDADE DO EVANGELISMO PESSOAL: A importância vê-se no fato de que a evangelização dos pecadores foi o último assunto de Jesus aos seus discípulos antes de ascender ao céu. Nessa ocasião, Ele ordenou à Igreja o encargo da evangelização do mundo (Mc 16.15,19; At 1.8,9). Jesus disse para irmos em direção ao outro, anunciando a verdade dos evangelhos para aqueles que ainda não conhecem a mensagem da salvação. Quando a igreja não se dá conta da importância do evangelismo pessoal, ela deixa de ser igreja, perde sua fundamental importância, passa a ser um grupo de amigos e irmãos que se reúnem periodicamente, mas perdem o sentido principal de sua natureza. A Igreja de Cristo evangeliza, e esta tarefa não é dos prédios ou das construções; quem sai na direção do outro, são as pessoas que compõem a igreja. Nós, os filhos de Deus, somos a igreja de Cristo, somos a voz de Deus para aqueles que ainda não conhecem Jesus. Através da nossa fala, as pessoas conhecerão Jesus. A Bíblia diz: "Como ouvirão se não há quem pregue e como conhecerão se não há que anuncie a palavra da Salvação". 2.3 O PROPÓSITO DO EVANGELISMO PESSOAL: O alvo é triplo: salvar os perdidos, recuperar os desviados e edificar os crentes. Esses são os principais aspectos da evangelização. Na evangelização pessoal precisamos dar espaço para atuação do Espírito Santo, ele irá nos encaminhar de acordo com as necessidades das pessoas. Quando você experimenta a alegria de conduzir uma pessoa para Jesus, o impacto na sua própria vida é imensurável. É uma bênção e uma experiência inesquecível. Há um gozo inexplicável vermos alguém no caminho para o céu, ou já na glória, por nosso intermédio. Ganhar almas foi a suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra (Lc 19.10; 1 Tm 1.15). Paulo, o grande homem de Deus, do Novo Testamento, tinha o mesmo alvo e visão (1 Co 9.20). Uma grande parte dos crentes pensa que a obra de ganhar almas para Jesus está afeta exclusivamente aos pregadores, pastores e obreiros em geral. Na sua maioria os cristãos profissionalizaram as atividades evangelísticas. Uma igreja estava desenvolvendo um novo programa de evangelismo, depois de muita conversa, chegaram à conclusão que deveriam contratar um novo pastor, porque as pessoas da igreja não tinham tempo para evangelizar. Não podemos institucionalizar a evangelização. Evangelismo deve ser parte de nossa vida, precisamos anunciar as verdades do evangelho de tal forma que sejam uma extensão de nossa vida. Vários irmãos, contentam-se em, comodamente sentados, ouvir os sermões, culto após culto, enquanto os campos estão brancos para a ceifa, como disse o Senhor da seara em João 4.35. O "ide" de Jesus para irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos, mas a todos, indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto, a evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos. Cada crente pode e deve ser um ganhador de almas. Nada o pode impedir, irmão, de ganhar almas para Jesus, se propuser isso agora em seu coração. A chamada especial de Deus para o ministério está reservada a determinados crentes, mas a chamada geral para ganhar almas é feita a todos os crentes. Precisamos constatar que a postura da igreja contemporânea, com respeito à evangelização, é passiva; ficamos esperando as pessoas chegarem a nossas igrejas, e quando chegam achamos que a conversão acontecerá de forma natural. Não e assim que funciona! Precisamos ir na direção das pessoas e dizer a elas que Jesus as ama e pode mudar suas vidas. Outro aspecto fundamental na conversão é o fato dela ser sobrenatural; a ação do Espírito Santo acontece de maneira sobrenatural na vida daqueles que estão dispostos a receber Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas. O evangelismo pessoal, como já vimos acima, vai além do pecador perdido: ele alcança também o desviado e o crente necessitado de conforto, direção, ânimo, auxílio e vitória. Ele reaviva a fé e a esperança nas promessas das Santas Escrituras. 2.4 VANTAGENS DO EVANGELISMO PESSOAL 2.4.1 COM O CONTATO INDIVIDUAL PODEMOS PERCEBER AS NECESSIDADES DAS PESSOAS: O que o sermão não consegue fazer no auditório, na evangelização coletiva, o evangelismo pessoal o faz. Na evangelização em massa, a pregação não satisfaz a todos, porque cada um tem problemas espirituais diferentes. No evangelismo pessoal, a mensagem é direta, incisiva. Muitas vezes, a pregação apenas inicia a evangelização, que será complementada com o contato pessoal do ganhador de almas. O sermão tem seu lugar, a oração é muito importante, mas a conversa individual ajuda a apresentar a palavra de Deus de acordo com a necessidade das pessoas. O sermão de culto tem um valor imprescindível, mas a conversa individual, a oração definida, o impacto do exemploe da convivência farão uma diferença imensurável. 2.4.2 AJUDA NO CRESCIMENTO DA IGREJA: A igreja primitiva cresceu muito depressa porque os crentes, cheios do Espírito Santo, evangelizavam sem parar (At 5.42; 8.4). O resultado foi o maravilhoso crescimento registrado no livro de Atos dos Apóstolos. Hoje também, a igreja que tiver um número regular de ganhadores de almas, terá um crescimento notório. Precisamos incentivar as pessoas que têm esse ardor no coração, e esta tarefa cabe aos pastores e líderes. Incentivar, não coibir o desejo dos irmãos de anunciar a palavra de Deus. Dar oportunidade, criar oportunidades, elogiar, dar apoio e outros aspectos importantes para que os irmãos e irmãs, desejosos de evangelizar, continuem sua tarefa sublime. A semeadura da Palavra de Deus promove o crescimento e a edificação da igreja. (Ver At 2.41,47; 4.4; 5.14; 9.31e principalmente em 21.20.) A maior e melhor maneira de ajudar o pastor no crescimento do rebanho de 1 é ganhar almas individualmente. O irmão tem feito assim? Está fazendo assim? Se hoje, na igreja, cada -- ganhasse outro, qual seria o resultado? Se todos ganhassem almas como você, qual seria o crescimento igreja? 2.4.3 AJUDA SUPERAR OS PRECONCEITOS: Há casos e ocasiões em que somente o evangelismo pessoal alcança o indivíduo. Há pessoas que jamais assistiriam reuniões evangelísticas em templos, ou seja, onde for, devido a preconceitos, falsa concepção, ignorância, ordens recebidas, imposições religiosas, falsas informações, falsas ideias etc. É aí que o evangelismo pessoal presta seus serviços de modo singular. Há inúmeras grandes igrejas por parte, que começaram através do evangelismo pessoal. A origem foi uma alma ganha, cultos em sua casa e em seguida uma congregação formada. O pioneirismo missionário na América Latina e o estabelecimento da :: -a das Sociedades Bíblicas também foi através do evangelismo pessoal. Sugestão para um programa de evangelismo pessoal: • Um grupo de irmãos e irmãs, comprometidos com Jesus. • Marcar uma data e local para se reunirem. • Ter um roteiro pré-definido, ruas, quantidade de casas, bairro, local para sair, • Local para se encontrar novamente no retorno. • Ter material adequado para compartilhar com as pessoas, folhetos, livros, convites etc. • Ter um mapeamento feito anteriormente, para que as pessoas saibam até onde ir, e por onde ir, local para sair e local para se encontrar na volta. • As pessoas sairão em duplas, não sozinhos. • Ter um tempo de oração anterior ao evento, orar pelas pessoas, orar pelo bairro, orar rejeitando todas as ações do inimigo de nossas almas, se possível for que seja feita um tempo de consagração a Deus, através de jejum. • Folhetos objetivos e específicos que falem sobre a salvação. • A conversa nas casas: "Bom dia! É um grande prazer estar com sua família essa manhã. Temos objetivos de compartilhar com vocês a respeito do amor de Jesus. Jesus te ama e tem um grande plano para sua vida. Jesus pode te ajudar a resolver o problema do pecado, pode te perdoar, dar sentido a sua vida, apresentar para você o caminho da salvação. Você gostaria de receber a Jesus como Senhor e Salvador da sua vida, arrependendo dos seus pecados, e confessando a Jesus como seu salvador e libertador? • Após a primeira visita, cabe à dupla assumir o compromisso de voltar e ajudar a pessoa na sua caminhada cristã. • Convidar a pessoa para visitar a igreja, e se comprometer a ajudar nesse sentido, quem sabe passando em sua casa para ir com ela, esperar na igreja, sentar perto da pessoa, estar pronto a servir no que for necessário, naquele primeiro impacto que a pessoa tem ao visitar a igreja. - Uma sugestão pratica para ser aplicada no seu bairro. • Duplas são formadas na igreja, pode ser até 3 pessoas. • Visitas de casa em casa; chegando apresentam-se e se identificam, de qual igreja são, e propõem oração pela família, pertencemos a tal igreja e nos prontificamos durante 9 semanas vir orar por sua família. • Identificando as necessidades e após oração feita, o grupo deixa um folheto e marca a reunião para próxima semana. • Com o passar do tempo, as orações começarão a ser respondidas, e o impacto do evangelho chega naquela casa. • Podem estar preparados, várias famílias pedirão para continuar com o programa, estudos bíblicos poderão ser realizados e vários se converterão a Jesus Cristo. Observação: Esse processo deve ser continuo, a vida da igreja depende desse processo, os irmãos devem ter esse compromisso como estilo de vida. 3. EVANGELIZAÇÃO PELA LITERATURA (CADA CRENTE COMO DISTRIBUIDOR DE LITERATURA) 3.1 PODER DA PÁGINA IMPRESSA: "A literatura é mais poderosa do que a espada." Quantas vezes ouvimos afirmações como esta, mas como damos pouca atenção a elas. Poucas pessoas reconhecem o poder da página impressa para moldar a mente do homem, para gerar revoluções e insurreições, destruir reputações, e até mesmo levar nações inteiras a cometerem atrocidades tais como o extermínio de seis milhões de judeus, que ocorreu durante a Segunda Grande Guerra. Nunca devemos subestimar o valor de outras formas de evangelização, pois, na verdade, não é a literatura em si que possui poder, mas a mensagem do evangelho. Seja ele pregado pelo rádio ou televisão, do púlpito de uma igreja, numa esquina de rua, ou apresentado pessoalmente por um amigo crente, ele é o "poder para a salvação". Mas é verdade também que o valor dessas outras formas de evangelização pode ser bastante aumentado, se a elas forem aliadas à distribuição de literatura. Algumas formas de aplicação dessa ideia são as seguintes: • Uma pregação evangelística impressa entregue a pessoas que não assistiram ao culto. • Cursos de evangelização por correspondência, como complementação de programas de rádio e televisão. • Distribuição de panfletos após uma pregação ao ar livre ou conversas pessoais. Desse modo, os dois métodos de evangelização se complementam. À medida que cultivamos o hábito 3e dar literatura evangelística para todos aqueles que encontramos e falamos de Cristo, procurando outras oportunidades de usar essa literatura, veremos que seu poder se fará sentir na vida daqueles com quem temos contato. 3.2 NO TRABALHO: A menos que nosso tipo de serviço nos obrigue a viajar muito, ou a estar sozinhos, provavelmente estamos diariamente em contato com o mesmo grupo de pessoas. Por isso, nossa conduta de cada dia diante dos colegas a consistência à literatura que distribuirmos, ou irá torná-la praticamente inútil. A distribuição de literatura evangélica em nosso trabalho pode ser um meio de manter nosso testemunho coerente com a mensagem. Geralmente, é melhor ter contatos pessoais com os colegas, em vez de fazer uma pregação em grupo, s nosso relacionamento com eles é relativamente profundo, e não apenas um contato casual. Uma conversa soai, interesse pelo indivíduo e privacidade servem para facilitar a aceitação da literatura. Logo de começo, é bom tomar algumas precauções. Não seja daqueles que estão sempre dando folhetos a toda hora, para todo o mundo. Não use um período de tempo que pertence ao seu patrão para interesses amente seus. Um motorista de visão usa o assoalho do táxi para expor os livros, e já obteve bons resultados. Algumas das melhores oportunidades específicas para distribuição de literatura são as seguintes: 3.2.1 APROVEITE O HORÁRIO DE ALMOÇO, OU OS INTERVALOS DE CAFEZINHO. Tenha sempre consigo boa variedade de folhetos e livretos. Às vezes, você poderá ler um folheto em presença de outra pessoa, e depois dizer- lhe naturalmente: • Este panfleto aqui contém uma boa mensagem para os dias de crise que
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