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FORMAÇÃO BÁSICA E INTRODUTÓRIA MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA FICHA TÉCNICA 2ª Edição Preparação de Conteúdo: Professor Fernando Melo Formatação e Normalização (ABNT): Ediane Souza Revisão Gramatical, Semântica e Estilística: Ediane Souza Capas: Aporte Comunicação Folhas de Rosto: Thomas Arraes Editoração e Revisão Técnica/Final: Ediane Souza Diagramação: Ediane Souza Impressão: Provisual Gráfica e Editora Rua das Ninfas, 243 Soledade – Recife/PE – Brasil CEP: 50.070-050 Telefone: (81) 4062-9222 www.grautecnico.com.br Este material é exclusivo para uso do aluno Grau Técnico. Para dúvidas ou sugestões, envie-nos um e-mail: contato@grautecnico.com.br ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 5 REGULAMENTO INTERNO – VERSÃO 20171 Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a)! Para que possamos desenvolver as atividades de formação técnica com profissionalismo e excelência, se faz necessário o cumprimento de algumas normas, as quais estão descritas a seguir. 1 MATRÍCULA 1.1 O(a) aluno(a) deverá, no ato da matrícula, fazer a leitura do regulamento interno e do contrato de prestação de serviços com bastante atenção, para que possa conhecer seus direitos e deveres no decorrer do curso. 2 DIAS/HORÁRIOS 2.1 Turmas de segunda, quarta e sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite. 2.2 Turmas de terça e quinta-feira, nos turmas da manhã e noite, e aos sábados, pela manhã e tarde. 2.3 O curso de Enfermagem, exclusivamente, tem turmas de segunda à sexta, nos turnos da manhã, tarde e noite. Em breve, terá o formato de três dias, assim como os demais cursos. 2.4 A pontualidade e a assiduidade, bem como a postura pessoal serão pontuadas como indicadores do processo de avaliação. Atenção: observe em seu contrato os dias e horários das aulas. 3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES 3.1 As atividades extraclasse (palestras, seminários, Visitas Pedagógicas Orientadas (VPOs) serão obrigatórias para o complemento da carga horária, sendo realizados nos mesmos horários das aulas, em dias alternados ou de acordo com a disponibilidade da escola ou da empresa (no caso das VOPs). 3.2 As visitas pedagógicas orientadas acontecerão de acordo com a disponibilidade da escola e das empresas parceiras. Cabe ao aluno interessado realizar o pagamento da taxa de transporte na secretaria, se houver. 3.3 O uso do fardamento é obrigatório para todas as visitas e aulas práticas (dentro e fora da instituição). 4 CERTIFICAÇÃO 4.1 A frequência nas aulas deve ser igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) em cada disciplina. 4.2 A média em cada disciplina deve ser igual ou superior a 7,0 (sete). 4.3 O(a) aluno(a) que for reprovado(a) em alguma das disciplinas deverá pagar o valor de uma parcela para cursar novamente a disciplina, a fim de obter frequência e nota necessárias para a aprovação e para o recebimento do certificado. 4.4 Estar com todas as parcelas pagas. 4.5 Estar com toda documentação exigida pela Secretaria Estadual de Educação, conforme orientado no ato da matrícula. 1 O regimento em vigor será sempre a última versão, informada no título deste documento. 2 Dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluocarbono, perfluorocarbono e o hexafluorocarbono de MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 6 4.6 Solicitar, por escrito, a emissão do diploma. O prazo de entrega, após solicitação, será de até 60 (sessenta) dias. 4.7 Os cursos que possuem estágio obrigatório terão os seus diplomas entregues após o cumprimento da carga horária total, incluindo estágio. 5 REPOSIÇÃO DE AULA 5.1 Em caso de falta justificada, o(a) aluno(a) terá o direito de realizar a aula ou atividade perdida em outra turma, de acordo com a disponibilidade da escola, sem custo adicional. 5.2 A falta só poderá ser justificada perante atestado médico ou documento comprovando o motivo da ausência. 5.3 Em caso de falta sem justificativa, o(a) aluno(a) poderá requerer na secretaria a reposição da aula ou atividade, efetuando o pagamento referente à taxa do serviço. 5.4 Observa-se que a justificativa não anula a falta, apenas faz valer o direito de reposição da aula ou atividade. 6 CONSERVAÇÃO 6.1 No caso de danos ao espaço da escola ou a equipamentos pertencentes à mesma, o(a) aluno(a) ou seu representante legal será responsabilizado pelos gastos com o reparo, bem como, se necessário, submetido(a) às medidas disciplinares quando for cabível. 6.2 Ao término de cada aula, teórica ou prática, a sala ou laboratório utilizado deverá ser deixado organizado para a próxima turma. 7 SAÚDE E BEM-ESTAR GERAL 7.1 Não será permitida a utilização de aparelhos celulares ou fones de ouvido na sala de aula. 7.2 Não será permitida a permanência de pessoas em salas de aula e dependências internas da escola, a não ser alunos, instrutores ou funcionários em seus respectivos horários. 7.3 Não será permitida a entrada de alimentos ou bebidas nas salas de aula, laboratórios ou biblioteca. 7.4 Deve-se manter a limpeza, organização e conservação da escola como um todo. Devem- se utilizar os cestos de lixo disponibilizados em cada ambiente. 7.5 A escola não se responsabilizará por perdas ou danos de pertences dos alunos. 7.6 É obrigatório tratar os demais alunos, docentes e funcionários com respeito e civilidade, sob pena de aplicação de medida disciplinar de advertência, suspensão ou expulsão, a depender da gravidade da infração. 7.7 Temos câmeras sendo utilizadas em toda escola, a fim de proporcionar maior segurança aos nossos alunos. 8 BIBLIOTECA/ACESSO À INTERNET 8.1 A utilização da biblioteca será mediante agendamento com a coordenação pedagógica, fora do horário normal, com apresentação de documento para uso de livros. 8.2 O uso desta sala é exclusivo para estudo e pesquisa, portanto deverá ser mantido o silêncio e a disciplina, para não interferir na concentração dos demais alunos. 8.3 O uso dos computadores para pesquisa tem o tempo máximo de 30 minutos. 8.4 Não é permitida a retirada de livros para empréstimo. ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 7 9 AVALIAÇÃO 9.1 As provas serão realizadas durante o turno que o aluno estuda e sempre na última aula da disciplina, tendo a duração média de 1h30. 9.2 O(a) aluno(a) que faltar à prova deverá comparecer à coordenação pedagógica da escola para requerer a avaliação em segunda chamada, agendar uma data para a realização desta, bem como efetuar o pagamento da taxa na secretaria. 9.3 As provas de recuperação ou segunda chamada acontecem na última semana de cada mês, conforme informado pela coordenação, no site e nos quadros de avisos. 10 CANCELAMENTO DO CONTRATO 10.1 O cancelamento do contrato poderá ocorrer a qualquer momento, sob autorização da diretoria da escola, em caso de indisciplina por parte do(a) aluno(a). Quanto a sua defesa, caberá aos dispositivos legais vigentes. 10.2 O cancelamento por parte do(a) aluno(a) deverá ser feito na coordenação da escola, mediante requerimento e pagamento da multa de cancelamento, conforme contrato de prestação de serviços. 10.3 O(a) aluno(a) que cancelar e desejar retornar ao curso poderá reverter sua multa em pagamentos de parcelas, sendo o valor descontado das últimas parcelas restantes. 10.4 Para o(a) aluno(a) retornar, deverá ser efetuado o pagamento do valor de uma parcela. 10.5 O aluno que for cancelado por motivo de indisciplina não poderá voltar a estudar no Grau Técnico. 11 PORTAL ACADÊMICO 11.1 Todos os informativos, notas, oportunidades e materiais extras serão disponibilizados Portal Acadêmico, no Website doGrau Técnico. 11.2 O acesso ao portal acadêmico é por meio do endereço eletrônico: www.grautecnico.com.br, no qual o(a) aluno(a) colocará o seu número de matrícula tanto no campo ‘usuário’, como naquele referente à ‘senha’. 11.3 Para a solicitação de declarações, deve-se respeitar o prazo de até 05 dias. 12 TRANSFERÊNCIA DE TURMA/SALA/INSTRUTOR/UNIDADES 12.1 A transferência de turma estará sujeita à disponibilidade de vagas nas turmas em andamento. 12.2 A transferência de Unidade terá o valor de uma parcela com desconto. Para tanto, o(a) aluno(a) tem que estar com as parcelas em dia, bem como a transferência deverá estar condicionada à confirmação da unidade destino, conforme disposição nas turmas. 12.3 O (a) aluno(a) que requerer transferência de Unidade sem nunca ter cursado na unidade de origem e desejar outro curso adiantará uma parcela com desconto na Unidade de origem e efetuará matrícula na unidade destino, se adequando ao plano de pagamento desta. 12.4 Para a otimização do espaço e aproveitamento das turmas, o Grau Técnico poderá mudar de sala durante o decorrer do curso, bem como unir duas ou mais turmas. 12.5 Durante o decorrer do curso, pode haver mudança de instrutor. Tendo em vista que os nossos cursos seguem um plano de aula, os alunos não terão nenhum prejuízo em relação ao aprendizado. MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 8 13 DIAS E HORÁRIOS DE RECEBIMENTO DA ESCOLA 13.1 As parcelas do curso terão descontos de pontualidade, para os pagamentos efetuados até a data de vencimento. Para pagamentos após o vencimento, será cobrado o valor integral, mais multa acrescida de juros. 13.2 O desconto de pontualidade só será válido para pagamentos em espécie. Para todo tipo de cartão, a parcela será cobrada em valor integral. 13.3 A solicitação de declarações, diploma e histórico escolar é gratuita para a primeira via. As emissões extras destes documentos devem ser feitas mediante o pagamento de taxa de serviços, cujo valor será informado na secretaria da escola. 13.4 No ato da matrícula, será impresso o primeiro boleto do seu curso. Os demais deverão ser impressos a partir do portal acadêmico, no site www.grautecnico.com.br, acessando-o com o seu login e senha, no item financeiro, no link ‘Impressão de Boletos’, ou solicitando a sua impressão na secretaria da escola. O pagamento do boleto poderá ser realizado em qualquer banco ou caixa de pagamentos diversos. 14 AGÊNCIA DE ENCAMINHAMENTO GRAU TÉCNICO 14.1 Os alunos do Grau Técnico dispõem de uma Agência de Encaminhamento Profissional, que tem como objetivo realizar parceria com empresas para disponibilizar vagas de estágio e/ou emprego. Para participar, basta estar dentro do seguinte regulamento: apresentar nota igual ou superior a 7,0 (sete), ter frequência nas aulas igual ou superior a 75%, ter idade superior a 16 anos, ter concluído o primeiro módulo, estar em dia com as parcelas e participar de, no mínimo, 50% do ciclo de palestras disponibilizadas pela agência de encaminhamento. 14.2 O compromisso de encaminhamento profissional não é garantia de emprego ou de estágio, visto que a decisão da contratação é da empresa contratante e não do Grau Técnico. 14.3 Para os cursos de estágio não obrigatório, os alunos terão acesso às vagas disponíveis por meio da coordenação e por agências de integração entre empresa e escola. O estágio deverá ser feito fora do horário no qual o aluno esteja estudando. 14.4 Para os cursos de estágio obrigatório, os alunos deverão seguir o planejamento, conforme orientado pela coordenação pedagógica. 15 ENFERMAGEM/RADIOLOGIA/ANÁLISES CLÍNICAS 15.1 O estágio é obrigatório para os cursos de Enfermagem e Radiologia, podendo ser realizado no decorrer ou ao final do curso. Ocorrerá, preferencialmente, em turnos no qual ele esteja estudando, porém em dias diferentes. Pode ocorrer, ainda, de acordo com a disponibilidade da unidade de saúde (hospitais, postos de saúde, clínicas, etc.). Caso o aluno não conclua a disciplina do estágio, deverá realizar o pagamento de uma taxa referente a uma parcela, para poder refazer a disciplina. 15.2 O estágio para de Análises Clínicas é opcional. 15.3 Materiais imprescindíveis para as aulas práticas (laboratório) – sob total responsabilidade do aluno: No caso de Enfermagem: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 (verde), estetoscópio, tensiômetro, garrote, termômetro (digital). ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 9 No caso de Análises Clínicas: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 (verde), garrote. 15.4 Materiais Necessários para os estágios curriculares: No caso de Enfermagem: todo e qualquer material necessário às atividades práticas serão de responsabilidade do aluno e deverão ser entregues antecipadamente para garantia dos campos, tais como: luvas de procedimento, máscaras, propés, toucas, gorros, capote descartável, toalhas de papel, sabão ou sabonete líquido, ou quaisquer outros materiais solicitados pela instituição de saúde. No caso de Radiologia: dosímetro (disponibilizado pela escola, mas, em caso de perda, será de responsabilidade do aluno). Ciente e de acordo. _____________________________________________ Aluno(a)/Responsável Para sugestões e informações, enviar e-mail para: contato@grautecnico.com.br SEJA BEM-VINDO(A)! Atenciosamente, A Direção. MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11 2 OBJETIVO DO CURSO................................................................................................. 11 3 TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA - MÓDULO 1 ......................................... 12 4 EMPREENDEDORISMO .............................................................................................. 15 5 INTRODUÇÃO À ÉTICA ............................................................................................... 51 6 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO ................................................................................ 81 7 INFORMÁTICA BÁSICA ............................................................................................ 101 8 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DAS EMPRESAS ........................................ 181 9 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL ................................................................................. 203 10 ESTATÍSTICA APLICADA ......................................................................................... 235 11 NOÇÕES DE LOGÍSTICA .......................................................................................... 267 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 11 1 INTRODUÇÃO O avanço tecnológico é inevitável. No mundo todo, ele vem quebrando fronteiras econômicas, sociais e culturais, trazendo consigo toda uma facilidade no acesso à informação, à liberdade de expressão e à inclusão social. Ao mesmo tempo, também se lida com certa desintegração dos valores humanos, com o consumo desenfreado, a marginalização social e a agressão ao meio ambiente. É necessário despertar o ser humano para a importância do conhecimento técnico e suas consequências. Também é preciso conscientizá-lo para a solidariedade, o respeito a si mesmo e ao outro e o trabalho em equipe. A atuação do Grau Técnico, portanto, é abrir caminho para oportunidades que beneficiem tanto o indivíduo, quanto o coletivo. É orientar para a realização profissional e inserçãosocial, por meio de uma educação estimuladora e operadora de inovações na sociedade. 2 OBJETIVO DO CURSO Os Cursos de Técnico em Administração e Técnico em Logística do Centro de Ensino Grau Técnico se propõem a desenvolver uma formação profissional por competências, habilidades e atitudes, de modo que o aluno seja capaz de enfrentar e responder a situações-problema de forma criativa e inovadora, com autonomia, efetividade e ética, levando-o a exercer as atividades que concorrem para a boa gestão com eficiência e eficácia, a fim de que se atinjam as metas e resultados colimados. Estes cursos objetivam também capacitar o estudante a utilizar os principais conceitos e ferramentas da Administração e da Logística. Na área da administração, objetiva formar profissionais capacitados a atuar em diversas áreas funcionais como recursos humanos, finanças, apoio logístico, marketing e demais setores administrativos das organizações; e propiciar ao estudante o conhecimento e a vivência de gestão em entes privados, públicos, do terceiro setor. No que diz respeito à logística, busca formar técnicos aptos a atuar no assessoramento gerencial e nos processos logísticos, na articulação das operações, no planejamento de materiais, compras, estocagem e distribuição; oferecer condições para que o aluno se torne agente de mudanças, com foco na qualidade e na produtividade; desenvolver técnicas e habilidades específicas voltadas para a otimização de toda a cadeia logística, sob o signo da inovação e da sustentabilidade; levar o aluno a compreender o ambiente logístico de uma empresa e sua inserção no contexto global; e identificar necessidades e atuar diretamente na formulação e implantação de projetos logísticos que aumentem a produtividade das empresas em que atuam. APROVEITE BEM O CURSO E TRANSFORME O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NAS AULAS EM OPORTUNIDADES DE TRABALHO! Atenciosamente, Ruy Maurício Loureiro Porto Carreiro Filho Diretor Geral MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 12 3 TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA - MÓDULO 1 Neste primeiro módulo dos cursos, serão desenvolvidas as Habilidades e Competências descritas a seguir. 3.1 Competências a) compreender a relevância dos princípios éticos nas relações pessoais e profissionais; b) desenvolver um perfil empreendedor, face ao mundo do trabalho e ao mercado; c) compreender a importância social da empresa nas questões atinentes ao desenvolvimento sustentável; d) planejar e elaborar programas que atendam ao desenvolvimento sustentável e direcionem a responsabilidade social da empresa para ações efetivas na comunidade em que atua; e) analisar relatórios estatísticos, produzindo representações e projeções gráficas e tabulares; f) desenvolver conhecimentos sobre a área de informática, utilizando-os como ferramentas imprescindíveis nas suas rotinas de trabalho; g) compreender a língua portuguesa na sua função comunicativa, dominando a linguagem específica dos tipos textuais que são utilizados na comunicação administrativa e empresarial; h) definir os objetivos do planejamento, nos níveis estratégico, tático e operacional; i) ter ciência dos sistemas de produção, seu planejamento, organização e métodos; e, j) conhecer as atividades primárias do setor logístico e suas atividades de apoio. 3.2 Habilidades a) pautar as suas relações pessoais e profissionais pela ética e civilidade; b) exercer de modo proativo a sua capacidade empreendedora, trazendo novas ideias para a empresa; c) executar programas de gestão ambiental e participar das ações desenvolvidas pela empresa em prol da inclusão social e da melhoria da qualidade de vida da comunidade; d) aplicar os fundamentos da estatística e sua importância no campo da gestão. e) desenvolver a redação, em língua portuguesa, de textos que digam respeito à comunicação interna e externa da sua área de atuação; f) contribuir para o planejamento geral da empresa buscando posicioná-la de forma inovadora no mercado; g) organizar dados e informações para o planejamento da empresa, no estratégico, no tático e no operacional; e, h) mapear processos de controle logístico, desenvolvendo com eficiência as melhores práticas de mercado no campo logístico. EMPREENDEDORISMO ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 15 4 EMPREENDEDORISMO Esta disciplina abordará os conceitos de empreendedorismo, sua importância e aplicação no campo pessoal e profissional. 4.1 Empreendedorismo Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship. Popularizou-se a partir da importação do inglês, cuja origem vem de entrepreneur, palavra francesa que era usada no século XII para designar aquele que incentivava brigas. No final do século XVIII, passou a indicar a pessoa que criava e conduzia projetos e empreendimentos. Nessa época, de acordo com Cantillon, que lhe deu o significado atual, o termo se referia a pessoas que compravam matérias-primas (geralmente um produto agrícola) e as vendiam a terceiros, depois de processá-las, identificando, portanto, uma oportunidade de negócios e assumindo riscos. No entanto, a raiz da palavra empreendedor remete-nos há 800 anos, ainda com o verbo francês entreprendre, que significa “fazer algo”. Uma das primeiras definições da palavra “empreendedor” foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês J.B. Say, como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”. Entre os economistas modernos, quem mais se debruçou sobre o tema foi Joseph Schumpeter, que teve grande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo. Em seus estudos, ele o descreve como a “máquina propulsora do desenvolvimento da economia. A inovação trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico renovar-se e progredir constantemente”. De acordo com Schumpeter, “sem inovação, não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona”. Podemos afirmar, entretanto, que o seu conceito ainda está numa fase pré- paradigmática; não existe ciência que o defina de forma definitiva. Na verdade, o que se tem é um conceito variável de acordo com pessoa que responde à pergunta. Fernando Dolabella (1999) define o empreendedor como sendo alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade. Não o sonho freudiano. Mas no sentido do sonho que se sonha acordado. Ou seja, empreender é agir, é buscar o sonho, é conceber o futuro. Mas é preciso que este futuro que a pessoa concebe tenha congruência com o seu eu. E aí entra o papel da educação, que é estabelecer a congruência para que o sonho possa ser realizado. Esta congruência diz respeito à factibilidade, à acessibilidade... O sonho é acessível, é ponderável. Mesmo assim, ao serem analisadas as várias definições existentes para o termo, é possível perceber que alguns aspectos sempre estão presentes em todas elas, principalmente no que diz respeito ao comportamento empreendedor, tais como: a) iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; b) utilização de recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico; c) saber os riscos calculados e a possibilidade de fracassar. MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 16 Ou seja, o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem; se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização. De outra forma, pode-se definir o empreendedor como sendo a pessoa que toma a iniciativa de combinar recursos físicos e humanos para produzir bens ou serviços em uma empresa com ou sem fins lucrativos. O empreendedor é uma pessoainovadora, que tenta introduzir novos produtos, serviços, técnicas de produção e até mesmo novas formas de organização, tomando as decisões que irão nortear o futuro do negócio, assumindo não só os riscos pessoais, mas também aqueles dos investidores e de todos os envolvidos em seu negócio. A definição de empreendedorismo consubstancia nas características daquele que tem habilidade para criar, renovar, modificar, implementar e conduzir empreendimentos inovadores. De fato, pode-se afirmar que empreendedorismo quer dizer pelo menos três coisas: A capacidade individual de empreender - isto é, a capacidade de tomar a iniciativa, buscar soluções inovadoras e agir no sentido de encontrar a solução para problemas econômicos ou sociais, pessoais ou de outros, por meio de empreendimentos; O processo de iniciar e gerir empreendimentos - isto é, o conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas relacionadas com a criação, implantação e gestão de novas empresas ou organizações. Neste sentido, o empreendedorismo é uma disciplina a ser ensinada; O movimento social de desenvolvimento do espírito empreendedor - isto é, um movimento social para a criação de emprego e renda, que recebe o incentivo dos governos e instituições de diferentes tipos. Na verdade, nos estudos e pesquisas realizados até hoje sobre o fenômeno do empreendedorismo observa-se que não há consenso entre os estudiosos e pesquisadores a respeito da exata definição do conceito de empreendedor. Segundo alguns autores, as dificuldades encontradas para o estabelecimento desta conceituação são decorrentes de concepções errôneas, postuladas, principalmente, pela mídia e o senso comum que, obscurecem e distorcem alguns conceitos. Desde o início dos anos 80, mais de 300 livros e 100 artigos são publicados a cada ano, em uma centena de revistas, dentre as quais umas 20 são especializadas em empreendedorismo e em Pequenas e Médias Empresas (PME). À primeira vista, este campo do conhecimento traduz uma excepcional diversidade conceitual. Desde o princípio dos anos 80 diversos estudiosos analisam documentos, então disponíveis, que levam a selecionar mais de 1000 publicações, resultando em uma centena de definições sobre o empreendedor e o empreendedorismo. Na verdade, se se dedicasse a um estudo mais profundo sobre o tema, revelar-se-ia numa diversidade de definições. De fato, a análise do conteúdo das definições demonstra a influência das disciplinas de base na conceituação do empreendedor. Aqui cabe a pergunta: que conceituação seria a mais adequada? Esta variou ao longo das últimas décadas, em decorrência da existência de diversas correntes de pensamento. No começo, porém, por volta do início do século XVIII, aflorou a escola do "pensamento econômico", que foi a primeira a usar o termo ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 17 empreendedorismo. Sendo assim, torna-se necessário estabelecer uma definição objetiva para que se possam desenvolver pesquisas metodológicas mais precisas a respeito. Estudos mostram que a palavra empreendedor foi utilizada pela primeira vez na língua francesa no início do século XVI, para designar os homens envolvidos na coordenação de operações militares. Mais tarde, por volta de 1765 o termo começou a ser utilizado na França para designar aquelas pessoas que se associavam com proprietários de terras e trabalhadores assalariados. Contudo, este termo era utilizado também nessa época, para denominar outros aventureiros tais como construtores de pontes, empreiteiros de estradas ou arquitetos. Mais tarde, por volta de 1800 o economista francês Jean Batist Say utilizou novamente o termo empreendedor em seu livro Tratado de Economia Política. O empreendedor, como definiu Say, é o responsável por "reunir todos os fatores de produção... e descobrir no valor dos produtos... a reorganização de todo capital que ele emprega, o valor dos salários, o juro, o aluguel que ele paga, bem como os lucros que lhe pertencem". O mesmo autor apresentou alguns requisitos necessários para ser empreendedor, tais como: a) julgamento, perseverança e um conhecimento sobre o mundo, assim como sobre os negócios; b) posse sobre a arte da superintendência e da administração. Contudo, foi a Inglaterra o país que mais dedicou esforços para definir explicitamente a função do empreendedor no desenvolvimento econômico. Dentre os ilustres teóricos que ofereceram uma grande contribuição para o entendimento do fenômeno do empreendedorismo ressaltam-se Adam Smith e Alfred Marshall. Adam Smith caracterizou o empreendedor como um proprietário capitalista, um fornecedor de capital e, ao mesmo tempo, um administrador que se interpõe entre o trabalhador e o consumidor. O conceito de Smith refletia uma tendência da época de considerar-se o empreendedor como alguém que visava somente produzir dinheiro. Entretanto, o empreendedor foi caracterizado pelo economista inglês Alfred Marshall como alguém que se aventura e assume riscos, que reúne capital e o trabalho requerido para o negócio e supervisiona seus detalhes, caracterizando-se pela convivência com o risco, a inovação e a gerência do negócio. Somente em 1911, com a publicação da obra Teoria do Desenvolvimento Econômico de Joseph A. Schumpeter, a conotação de empreendedor adquiriu um novo significado. Segundo este autor: "o empreendedor é o responsável pelo impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros". Posteriormente, o empreendedor começou a despertar interesse e ser estudado por pesquisadores de vários ramos de atividade da ciência, como a psicologia, MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 18 administração, economia, sociologia, entre outras, que se dedicaram a pesquisar o empreendedor, seu papel, suas características, ocasionando o surgimento de uma variedade de definições como as que se seguem. Para Peter Drucker (1987, p. 25 apud SANTOS; MARINHO; MAC-ALLISTER, 2009), os empreendedores são pessoas que inovam. "A inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente". Low e MacMillan acreditam que, os "empreendedores são indivíduos que tomam iniciativa, identificam e criam oportunidades de negócios, através da reunião e coordenação de combinações de novas pesquisas". Para Amit, "os empreendedores são indivíduos que inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas combinações de recursos (funções de produção) para extrair os maiores benefícios de suas inovações". Embora nos estudos e pesquisas relacionados com o empreendedor haja muitas diferenças e disparidades a respeito das exatas definições, pode-se perceber que há um consenso entre os estudiosos de que o que distingue o empreendedor das outras pessoas é a maneira como ele percebe a mudança e lida com as oportunidades. No Século XVII, os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa época, onde o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Como geralmente os preços eram prefixados, quaisquer lucros ou prejuízos eram exclusividade do empreendedor. Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor como aquele que assumia riscos, do capitalista, aquele que fornecia o capital. Século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmentediferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo. Um exemplo foi o caso das pesquisas referentes aos campos elétricos, de Thomas Edison, que só foram possíveis com o auxílio de investidores que financiaram os experimentos. E, finalmente, no final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente confundidos com os gerentes ou administradores, sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem, e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista. "Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões", segundo o conceito do teórico L.J. Filion (1911). Com base nesta definição, o diretor da Escola de Administração de Mauá-SP e consultor de empresas, Hazime Sato, afirma que o empreendedor é um agente de mudanças e inovações, que identifica oportunidades e busca recursos para transformar conhecimento em riqueza. Assim, segundo ele, o instrumento ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 19 específico do espírito empreendedor é a inovação, a busca deliberada e organizada de mudanças, as fontes das oportunidades que tais mudanças podem oferecer. Transformar conhecimento, nascido de um sonho e da identificação de uma oportunidade, em riqueza, por meio da realização da visão concebida a partir do sonho, é uma jornada de muito trabalho que requer do empreendedor diversas características comportamentais. O Escritor Fernando Dolabela, 59 anos, é um daqueles que faz questão de demonstrar a paixão que devota ao estudo do empreendedorismo, tema dos nove livros que já escreveu. O primeiro deles, O Segredo de Luiza, de 1999, tornou-se um dos mais vendidos do Brasil na área de negócios. Dois livros seus deram origem a métodos que estão se difundindo pelo Brasil: Pedagogia Empreendedora, de 2003, que inspirou o programa homônimo que já treinou 10 mil professores em 123 escolas, com reflexos no ensino de 300 mil alunos com idade entre 4 e 17 anos; e A Oficina do Empreendedor, de 1999, que gerou o método que já foi apresentado a 3.500 professores de 350 instituições de ensino superior. Curiosamente, o administrador Fernando Dolabela pretende – e de certo modo está conseguindo – mudar um paradigma educacional do qual não tem boas lembranças. “Eu era o pior aluno da classe no melhor colégio de Minas”, diverte-se, ao falar de sua inadaptação às regras da escola. Para Dolabela, o empreendedor é um rebelde, um inconformado – alguém que propõe o novo. Um perfil que ele não vê emergir das escolas e das famílias brasileiras. “A criança e o adulto aprendem uma só coisa: mandar currículo” (DOLABELA, s.d.). Para ele, um empreendedor: a) é um sonhador, mas realista; b) cultiva a imaginação e sabe definir visões do que quer; c) é orientado para resultados, para o futuro; d) tem a percepção e a capacidade de descobrir nichos; e) tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculos; f) tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização; g) considera o fracasso um resultado normal, aprende com os próprios erros; h) traduz seus pensamentos em ações; i) sabe fixar metas e alcançá-las; j) tem forte intuição; k) tem alto comprometimento: acredita no que faz; l) dedica-se intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar resultados; m) sabe buscar, utilizar e controlar recursos; n) aceita o dinheiro como uma medida de seu desempenho; o) estabelece e cultiva "redes de relações" internas e externas. Deste modo, configura-se que a ação empreendedora começa com um indivíduo que tem motivação para colocar em prática seus conhecimentos e competências. Seu diferencial é sua habilidade de envolver outras pessoas, compor uma equipe de indivíduos com outros conhecimentos e competências que irão tornar sua ideia realidade. MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 20 O empreendedorismo nada mais é do que um sentimento de paixão pela inovação. É enxergar oportunidades naquilo que muitas pessoas não veem, é ter um sonho, saber a sua viabilidade, acreditar que é possível transformar ideias em oportunidades, ousar e fazer o uso constante, ou seja, o exercício da criatividade e pensar como retorno em algo benéfico para si e também para sociedade. Para o autor norte-americano Jefrey Timmons, "O empreendedorismo é uma revolução silenciosa que será, para o século XXI, o mesmo que a Revolução Industrial foi para o século XX". Isso sugere uma boa reflexão. 4.1.1 Classificação dos Empreendedores De certa forma, e segundo alguns autores, os empreendedores classificam-se em: a) empreendedores iniciais: são aqueles cujos empreendimentos têm até 42 meses de vida, três anos e meio, período que a literatura considera capital para a sobrevivência de um empreendimento. Esses empreendedores compõem uma taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), de origem inglesa, Total Entrepeneurial Activity, e subdividem-se em dois tipos: i) nascentes: aqueles à frente de negócios em implantação – busca de espaço, escolha de setor, estudo de mercado, etc., que, se chegaram a gerar remuneração, o fizeram por menos de três meses; ii) novos: seus negócios já estão em funcionamento e geraram remuneração por pelo menos em três meses. b) empreendedores estabelecidos: aqueles à frente de empreendimentos com mais de 42 meses. Com o propósito de estabelecer o perfil das pessoas envolvidas na criação de negócios, os empreendedores identificados na pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) são classificados segundo variáveis demográficas, como gênero, idade, renda familiar e escolaridade. Para configurar um perfil sobre a mentalidade empreendedora, todos os informantes do GEM, empreendedores ou não, respondem a questões relativas a atitudes diante do risco de abrir um negócio, à imagem do empreendedor, à percepção de boas oportunidades no mercado, entre outras. Além de categorizar os empreendedores de acordo com suas características pessoais e o estágio de seus negócios, o GEM classifica-os segundo a motivação para empreender: a) empreendedores por oportunidade: são motivados pela percepção de um nicho de mercado em potencial. b) empreendedores por necessidade: são motivados pela falta de alternativa satisfatória de ocupação e renda. 4.1.2 Circunstâncias que dão Origem ao Empreendedor Muito se fala que, quando se estuda o surgimento dos empreendedores, pode-se observar que há um mito de que não é possível desenvolver o empreendedorismo; deve-se ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 21 nascer empreendedor. Muitos estudiosos verificam que isso não é verdade, tomando-se por base uma análise mais criteriosa dos vários empreendimentos existentes, independentemente de sua etapa evolutiva. Assim, verifica-se, a partir dos estudos realizados, que existem várias circunstâncias que dão origem a um empreendimento e ao surgimento de um empreendedor, que podem ou não se relacionar aos traços de personalidade, que são: a) o empreendedor nato – esta figura é a personalização integral do empreendedor que, normalmente, desde cedo, por motivos próprios ou influências familiares, demonstra traços de personalidade comuns do empreendedor. O desenvolvimento de tal vocação tem forte relação com o tipo de autoridade familiar e o ambiente motivacional familiar, tais como escala de valores e percepção de negócios; b) o herdeiro – pode ou não possuir as características do empreendedor. Se empreendedor por afinidade e vocação, dá continuidade ao empreendimento em que se encontra desde cedo em treinamento, o que é muito comum. Não tendo características empreendedoras, mas “treinado”, por imposição, desde cedo,pode vir a ser um problema para a continuidade da empresa; c) o funcionário da empresa – podendo possuir características de empreendedor, sente ao longo da carreira em desequilíbrio e falta de reconhecimento entre suas contribuições e recompensas, ou então falta de interesse em suas ideias ou interferência da burocracia da empresa. Frustrado em suas necessidades de realização pessoal, em algum momento de carreira decide partir para um negócio próprio; d) excelentes técnicos – com características de empreendedor, dispõe do conhecimento, de know-how, sobre algum produto ou serviço e, uma vez possuidor de experiência no ramo, decide iniciar um negócio próprio. e) vendedores – usualmente, entusiasmado pela dinâmica de suas funções quotidianas, como conhece o mercado e tem experiência do ramo, inicia um negócio próprio em indústria, comércio ou serviços. f) opção ao desemprego – uma modalidade de empreendimento arriscada que, por questões circunstanciais, finda por ser adotada. Pode ter dois desdobramentos: 1) com características empreendedoras, há possibilidade de sucesso; e 2) sem características empreendedoras, tem chance de sucesso, dependendo de como a oportunidade é encarada. g) desenvolvimento paralelo – o funcionário, como alternativa futura, tendo características empreendedoras, estrutura-se entre amigos ou familiares e desenvolve um negócio derivado de sua experiência ou não, ou associa-se a outro ramo de atividades como sócio capitalista. h) aposentadoria – com experiência adquirida, e devido à idade precoce com que o mercado marginaliza as pessoas, inicia um negócio próprio, usualmente em comércio ou serviços, se não for oriundo da área de vendas ou produção. 4.1.3 Características dos Empreendedores Algumas pessoas já nascem com maior qualificação para o empreendedorismo. Outras não têm tantos talentos inatos, mas isso não quer dizer que não possam aprender e MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 22 desenvolver esses talentos. Esse desenvolvimento é fundamental para toda pessoa que almeja implantar e gerir um pequeno negócio. Pode-se perguntar, então, em primeiro lugar: O que torna uma pessoa empreendedora? Quais são os elementos essenciais da capacidade empreendedora? Evidentemente, essas não são perguntas fáceis de responder. Porém, os diversos estudiosos do assunto reconhecem que os empreendedores têm algumas características básicas: a) iniciativa - são pessoas que não ficam esperando que os outros (o governo, o empregador, o parente, o padrinho) venham resolver seus problemas. Pessoas que começam coisas novas. A iniciativa, enfim, é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age: arregaça as mangas e parte para a solução; b) autoconfiança - o empreendedor tem autoconfiança. Se não tivesse, seria difícil tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo arriscar mais, ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais empreendedor; c) aceitação do risco - o empreendedor aceita riscos. Ainda que muitas vezes seja cauteloso e precavido contra o risco, a verdade é que ele o aceita em alguma medida; d) sem temor do fracasso e da rejeição - o empreendedor fará tudo o que for necessário para não fracassar, mas não é atormentado pelo medo paralisante do fracasso. Pessoas com grande amor próprio e medo do fracasso preferem não tentar correr o risco de não acertar - ficam, então, paralisadas; e) decisão e responsabilidade - o empreendedor não fica esperando que os outros decidam por ele. Ele toma decisões e aceita a responsabilidade que estas acarretam; f) energia - é necessária uma dose de energia para se lançar em novas realizações, que usualmente exigem intensos esforços iniciais. O empreendedor dispõe dessa reserva de energia, vinda provavelmente de seu entusiasmo e motivação; g) automotivação e entusiasmo - pessoas empreendedoras são capazes de automotivação relacionada com desafios e tarefas em que acreditam. Não necessitam de prêmios externos, como compensação financeira. Igualmente, por sua motivação, são capazes de entusiasmarem-se com suas ideias e projetos; h) controle - o empreendedor acredita que sua realização depende de si mesmo e não de forças externas sobre as quais não tem controle. Ele se vê como capaz de controlar a si mesmo e de influenciar o meio, de tal modo que possa atingir seus objetivos; i) voltado para equipe - o empreendedor em geral não é um fazedor, no sentido obreiro da palavra. Ele cria equipe, delega, acredita nos outros, obtém resultados por meio de outros; j) otimismo - o empreendedor é otimista, o que não quer dizer sonhador ou iludido. Acredita nas possibilidades que o mundo oferece, acredita na possibilidade de solução dos problemas, acredita no seu potencial de desenvolvimento; e, k) persistência - o empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado e crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que as coisas comecem a funcionar adequadamente. ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 23 Além destas, outras características também merecem destaque: a) são visionários: eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e, o mais importante, eles têm a habilidade de implementar seus sonhos; b) sabem tomar decisões: eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um fator-chave para o seu sucesso; c) são indivíduos que fazem a diferença: os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade; d) sabem explorar ao máximo as oportunidades: para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os empreendedores, as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificam algo prático para torná-la em oportunidade, por meio de dados e informações. O empreendedor é aquele que quebra a ordem corrente e inova, criando mercado com uma oportunidade identificada. O empreendedor é aquele que cria um equilíbrio encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. O empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta; e) são determinados e dinâmicos: eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de fazer acontecer. Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam certo inconformismo diante da rotina; f) são dedicados: eles se dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ao seu negócio, comprometem o relacionamento com amigos, com a família, e até mesmo com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São incansáveis e loucos pelo trabalho; g) são otimistas e apaixonados pelo que fazem: eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os mantêm cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem como ninguém como fazê- lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso; h) são independentes e constroem o próprio destino: eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes, em vez de empregados, querem criar algo novo e determinar os próprios passos, abrir os próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos; i) ficam ricos: ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Elesacreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios; j) São líderes e formadores de equipes: os empreendedores têm um senso de liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si; k) são bem relacionados: os empreendedores sabem construir uma rede de MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 24 contatos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe; l) são organizados: os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procurando o melhor desempenho para seu negócio; m) planejam, planejam, planejam: os empreendedores de sucesso planejam cada passo desde seu rascunho do plano de negócios, até a apresentação do plano a investidores, definição das estratégias de marketing do negócio, etc., sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem; n) possuem conhecimento: são sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior a sua chance de êxito; o) assumem riscos calculados: talvez esta seja a característica mais conhecida dos empreendedores; p) criam valor para a sociedade: os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, com geração de empregos, dinamizando a economia, e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas. 4.1.4 Sonho dos Empreendedores O empreendedor sonha em: a) ter o seu próprio negócio: todo indivíduo tem o objetivo de tornar-se independente, não necessitando de terceiros para se manter; b) independência financeira: a independência financeira é outro ponto que se pode enumerar, como sonho do empreendedor. Estar seguro financeiramente, sem medo do desemprego, sem necessitar de um salário fixo; c) não ter chefe: tornar-se dono do seu próprio negocio, em consequência não ser subordinado alguém; d) melhorar o padrão de vida: o empreendedor também sonha em adquirir cada vez um melhor padrão de vida, usufruir bens particulares que na situação de empregado torna-se muito difícil; e) liderar sua própria equipe: como empreendedor não ser mais liderado, mas passar a ser o cabeça da equipe; f) tornar-se um grande empresário: sem dúvida, o maior sonho do empreendedor é tornar-se bem-sucedido em seu próprio negócio, rompendo as barreiras da competitividade, até conseguir alcançar a estatura de um grande empresário. 4.1.5 Conhecimentos dos Empreendedores Para operar uma empresa com sucesso, o empreendedor deve possuir alguns conhecimentos que são diferenciados em cada etapa na qual a empresa se encontra. Apesar desta diferenciação, é possível fazer uma descrição dos principais conhecimentos, necessários para o empreendedor. São os seguintes: a) conhecimento dos aspectos técnicos relacionados com o negócio: é ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 25 imprescindível que o empreendedor tenha conhecimento a respeito do produto que pretende produzir e/ou a respeito do serviço que pretende prestar. Consequentemente, o empreendedor deve pesquisar objetivamente informações, procurando obter o máximo de dados possíveis, para transformar estes dados em novos mercados, técnicas, produtos e serviços. Estes conhecimentos incluem vendas, custos, processos de fabricação, meios de produção, gerenciamento, dentre outros. Caso o empreendedor não tenha estes conhecimentos, deve procurar desenvolvê-los rapidamente ou buscar alguém que os possua; b) experiência na área comercial: as funções da área comercial dizem respeito ao enfoque empresarial voltado ao atendimento das necessidades do cliente. Incluem distribuição do produto, publicidade, pesquisa de mercado e definição e novos produtos. Esta experiência pode ser adquirida mediante vivência prática ou a partir de informações obtidas em publicações especializadas, em centros de ensino ou mesmo mediante referências de outros empresários; c) escolaridade: o empreendedor deve possuir um nível de escolaridade mínimo, que lhe permita responder de maneira adequada às exigências impostas por seu negócio, visto que uma elevada escolaridade ou uma baixa escolaridade pode prejudicar o andamento das atividades. Isto significa que, os conhecimentos devem ser buscados e utilizados à medida que cada empreendimento exigir; d) experiência empresarial: a experiência é um fator diferenciador. O fato de o empreendedor já ter vivenciado algumas experiências na área empresarial, torna-se importante, à medida que estas lhe proporcionam um conhecimento prévio mais profundo e abrangente a respeito do funcionamento de uma empresa, podendo facilitar a resolução de problemas emergentes; e) formação complementar: relaciona-se com a aquisição de informações ou com o aprimoramento dos conhecimentos que o empreendedor já possui. Este pode partir de um interesse particular ou de uma necessidade gerada pelo próprio negócio. Contudo, há conhecimentos que aparentemente não têm nenhuma relação com a vida da empresa e que podem ter participação decisiva no êxito empresarial. É o caso, por exemplo, do aprendizado de grupos esportivos, associações, agremiações, viagens, dentre outros; f) conhecimento de gente: esse é outro erro muito comum dos empreendedores – não saber ou não se interessar por gente. Herança da Era Industrial. Para montar um empreendimento há alguns anos, era necessário saber fazer alguma coisa. Manusear e manipular eram mais importantes do que comunicar e se relacionar. As habilidades técnicas eram mais importantes do que as habilidades humanas. Hoje, é fundamental conhecer a natureza humana, quer seja para lidar melhor com o cliente, quer seja para preparar uma equipe de trabalho; g) conhecimento de negócio: esse é um dos principais erros dos novos empreendedores – sair por aí oferecendo um serviço ou um produto a quem se interesse por comprá-los. Poucos conseguem conceber um negócio interessante na forma de produtos e serviços. Poucos focam um público-alvo a quem o negócio deve ser direcionado. Conhecimento de negócio é fundamental para começar a carreira de empreendedor com o pé direito; h) Conhecimento do mercado: o mercado possui suas leis próprias, por meio da dinâmica da oferta e da demanda. O comportamento da oferta e da demanda é, MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 26 por sua vez, influenciado pelas ações dos agentes econômicos – empresas, famílias, governo, instituições financeiras, etc. Compreender o sistema econômico é uma maneira de fazer com que o novo empreendimento interaja positivamente com as forças econômicas; i) conhecimentos sobre o mundo: o Planeta Terra virou um mundo pequeno. A globalização uniu os mercados. Se antes era difícil viajar para o exterior, hoje é muito raro algum empreendedor que já não tenha saído do País. É claro que o conhecimento do mundo não se consegue apenas viajando. TVs a cabo, Internet, revistas, etc. ajudam a compreender o mundo. A compreensão do mundo contribui na ampliação da compreensão da humanidade, dos hábitos, dos costumes e ajuda a perceber tendências e oportunidades. 4.1.6 Habilidade dos Empreendedores O sucesso de uma empresa também depende das habilidades do empreendedor, que correspondem às facilidades para utilizar as capacidades. São inúmeras as habilidades necessárias para a operação de uma empresa de pequena dimensão. Algumas mais importantes são: a) identificação de novas oportunidades: relaciona-se com a habilidade de perceber o que os outros não percebem e de visualizar muito mais longe que os demais. O indivíduo que possui esta habilidade está sempre atento às informações que possamaumentar conhecimento relativo ao seu empreendimento, para que possa criar, implantar e desenvolver novas soluções. O processo de identificação de novas oportunidades depende fortemente da criatividade e da capacidade de pensar inovadoramente; b) valoração de oportunidades e pensamento criativo: é a habilidade de atribuir valor àquilo que se apresenta como uma oportunidade. A avaliação crítica é essencial para distinguir entre boas oportunidades e a ilusão das outras. Não basta perceber o que os outros não percebem. É necessário atribuir valor àquilo que se apresenta como uma boa oportunidade; c) comunicação persuasiva: é a habilidade de convencer os outros a respeito da pertinência de uma ideia. A comunicação pode ocorrer de diversas formas como: visual, comunicação não verbal (por meio de gestos, etc.), comunicação oral ou escrita. Os empreendedores geralmente começam com apenas uma ideia na cabeça. Para transformar esta ideia em realidade precisam, primeiramente, convencer os amigos, parentes e patrocinadores, a acreditar e investir em seu novo negócio. Mais tarde, porém, quando estiver à frente de sua empresa, o empreendedor deverá persuadir as pessoas a fazerem o que ele acredita que é importante; d) negociação: é a habilidade de convencer os outros, por meio da comunicação, a respeito da pertinência de uma ideia. Os empreendedores geralmente começam com apenas uma ideia na cabeça, e para transformá-la em realidade precisam primeiramente convencer os amigos, parentes e patrocinadores, a acreditarem e investirem em seu novo negócio; e) aquisição de informações: é a habilidade de coletar, reunir e agrupar informações. A questão da informação revela-se como um fator diferenciador no ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 27 desempenho geral da empresa. A posse de informações sobre mercados, processos gerenciais e avanços tecnológicos, entre outros, apresenta-se intrinsecamente relacionada com a posição comparativamente mais sólida e saudável que o empreendimento venha a adquirir; f) resolução de problemas: é a habilidade para utilizar sistematicamente operações mentais, a fim de encontrar respostas para enfrentar os desafios e superar os obstáculos. Há vários processos envolvidos na criação e desenvolvimento de um novo empreendimento, criando um conjunto único de problemas, desafios e crises. Cabe ao empreendedor a tarefa de encontrar o melhor estilo, que lhe proporcione a forma ideal de revolucionar e gerar soluções inovadoras. Na verdade há uma variada gama de habilidades que possibilitam o empreendedor obter sucesso junto a sua empresa. As citadas acima se constituem num exemplo de classificação comumente utilizado pelos autores, o que não esgota de maneira alguma o assunto. 4.1.7 Empreendedorismo e Liderança nas Empresas A quantidade de empreendedores no Brasil é muito grande e isso é muito bom. Geralmente estas pessoas começam um negócio quando conhecem muito bem um produto, um segmento de mercado ou um determinado setor de empresas; ou ainda porque estão com alguma reserva financeira disponível, porque querem ser seus próprios patrões ou estão tendo dificuldades de voltar ao mercado de trabalho. Muitas vezes se esquecem de que terão de ser bons líderes para conseguir fazer o negócio crescer, senão correm o risco de ter uma empresa com um só funcionário: o proprietário. Ser líder é diferente de ser administrador, gerente ou chefe. Liderar é lidar com pessoas; administrar é lidar com recursos, papéis, coisas, processos. Um chefe pode ser nomeado numa hierarquia, independentemente de possuir ou não as qualidades necessárias. Você pode ser um gerente e não conseguir ser o líder da equipe e pode ser o líder da equipe sem ser o chefe. Um bom líder precisa possuir várias virtudes, entre elas: competência (conhecimento, habilidades e atitude/ação), ética (integridade e honestidade), entusiasmo, empatia, autoconfiança, sensibilidade, humildade, imparcialidade, saúde, autoconhecimento, motivação e inteligência acima da média. É fundamental que goste de se relacionar com pessoas, que saiba ouvir e que seja observador. O empreendedor precisa atentar para o fato de que a presença de um líder é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. O ideal é que procure desenvolver habilidades de liderança caso não seja um líder nato. É necessário que tenha alguém para conduzir o grupo de onde está até onde precisa estar, para fazer com que a equipe faça voluntariamente o que precisa ser feito, para extrair o melhor de cada colaborador e com isso conseguir obter os resultados positivos. Os pequenos empresários costumam cometer alguns erros na administração de MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 28 seus negócios, muitos por falta de liderança. Dentre eles citam-se: a) não se conhecem suficientemente para saber as competências que lhes falta para buscar treinamento ou pessoas com tais capacidades; b) não conhecem o ponto de equilíbrio de seu negócio e gastam mais do que podem; c) contratam pessoas que não são adequados às funções. Não é proibido contratar amigo ou parente, mas é proibido contratar gente incompetente para a função; d) adiam decisões que precisam ser tomadas rapidamente; e) não suprem seus colaboradores e a si mesmos com os treinamentos necessários; f) não têm uma política de treinamentos; g) assumem compromissos que não têm capacidade de cumprir; e, h) esquecem-se de que os clientes são o maior patrimônio das empresas. Todos os colaboradores na organização precisam “servir” o cliente e não “servir” o patrão. Sem clientes o negócio está fadado ao fracasso. Assim sendo, ser líder é difícil, mas é bom. Para se tornar um bom líder, é preciso procurar estar preparado, ser proativo e ser reflexivo. É importante ainda se autoavaliar, procurar melhorar continuamente e ter entusiasmo e otimismo. Outro problema que acontece é que algumas vezes o empreendedor transfere toda a responsabilidade de liderança para o gerente de sua empresa. Quanto mais delega atribuições, mais o líder penetra na essência de sua função: que não é "fazer", e sim "fazer os outros fazerem". Agora, o empresário não pode ignorar que quando ele delega continua com a responsabilidade pelo êxito ou fracasso do empreendimento. Por isso, ele precisa acompanhar aqueles que recebem a tarefa, pedir que prestem contas temporariamente e não só no final do ano, e controlar o uso de todos os recursos, inclusive os recursos humanos. Se o gerente não tiver sucesso, ele será o culpado: ou por ter contratado errado ou por não ter treinado da maneira correta ou ainda por não ter controlado suficientemente. 4.1.8 O Intraempreendedorismo Pode-se afirmar que o intraempreendedorismo é um sistema revolucionário para acelerar as inovações dentro de grandes empresas, mediante melhor uso dos seus talentos empreendedores. Os intraempreendedores são os integradores que combinam os talentos dos técnicos e dos elementos de marketing, estabelecendo novos produtos, processos e serviços. Assim, é importante fomentar as iniciativas inovadoras e empreendedoras dentro das corporações, tanto como vantagem competitiva junto ao mercado ou como fator de retenção de talentos. A organização que busca usufruir os benefícios que o empreendedorismo corporativo pode trazer tem que implementar programas internos de suporte ao empreendedorismo. Este programa deve enfocar o desenvolvimento de funcionários, a estrutura organizacional e seus processos, além do seu direcionamento estratégico. Percebe-se que essas ações requerem profunda mudança no estilo de vida das organizações. Elas devem indicar um novo perfil de talentos, aliado a uma cultura corporativa, a um ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 29 formato organizacional e aum estilo diferenciado de gestão. Com o objetivo de atrair e manter as pessoas criativas e implementar novas ideias, as organizações devem reconhecer os complicados processos pelos quais a inovação ocorre, bem como certas características sobre os intraempreendedores. Para tal fim, foi criado o Instituto Brasileiro de Intraempreendedorismo (IBIE), entidade brasileira dedicada ao estudo, à aplicação e disseminação dos conceitos de inovação e intraempreendedorismo no País. Ou seja, o intraempreendedor é aquele profissional que a partir de uma ideia, e recebendo a liberdade, incentivo e recursos da empresa onde trabalha, dedica-se entusiasticamente em transformá-la em um produto de sucesso. Não é necessário deixar a empresa onde trabalha, como faria o empreendedor, para vivenciar as emoções, riscos e gratificações de uma ideia transformada em realidade. E como saber se uma pessoa é ou não um intraempreendedor? Algumas características estão presentes nos intraempreendedores, que podem diferenciá-los dos demais funcionários, tais como: a) tem visão sistêmica: não tem olhos apenas para o seu departamento, mas consegue visualizar a companhia como um todo. Atribui significado pessoal a tudo o que faz – tanto pelo trabalho como pela empresa onde atua. Isso inclui acreditar no negócio e ter a sensação de que a experiência está valendo a pena; b) tem capacidade de implementar as ideias: implanta projetos com começo, meio e fim. Não basta ser um poço de ideias, é preciso implementá-las; c) é persistente: faz de tudo para que os projetos e negócios deem certo. Tem capacidade de encontrar saídas para os obstáculos que apareçam; d) é proativo e se antecipa ao futuro: faz as coisas antes mesmo de ser solicitado ou forçado pelas circunstâncias. Consegue antecipar a necessidade e vai além do preestabelecido. O ambiente intraempreendedor possui as seguintes características: a) a organização opera nas fronteiras da tecnologia; b) novas ideias são encorajadas; c) a tentativa e o erro são estimulados; d) os fracassos são permitidos; e) não há parâmetros para a oportunidade; f) os recursos estão disponíveis e acessíveis; g) abordagem de equipe multidisciplinar; h) longo horizonte de tempo; i) programa voluntário; j) sistema de compensações apropriado; k) patrocinadores e defensores disponíveis; e, l) apoio da alta administração. Portanto, para que se desenvolva e estabeleça o intraempreendedorismo, é MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 30 necessário que haja o comprometimento da alta administração, ou seja, que os gerentes apoiem fortemente o intraempreendedorismo na organização. Dentre as características de liderança individuais que constituem um intraempreendedor de sucesso encontram-se: a) entender o ambiente; b) ser visionário e flexível; c) criar opções administrativas; d) estimular o trabalho em equipe; e) incentivar a discussão aberta; f) construir uma coalizão de defensores; e, g) persistir. Portanto, o intraempreendedor tem um complicadíssimo desafio à frente de uma nova célula de negócios: deve impedir que esta seja contaminada pelos velhos e nocivos hábitos de gestão vigentes na empresa-mãe e, ao mesmo tempo, manter a coesão interna, bem como as diretrizes e os compromissos gerais da organização. Em suma, ao empreendedor convencional basicamente interessa agradar clientes e consumidores. O intraempreendedor precisa também ganhar credibilidade entre diretores e acionistas e garantir a manutenção do ânimo dos integrantes da equipe. 4.1.9 O Plano de Negócios Uma das primeiras coisas que se deve fazer, uma vez decidida a criação de uma empresa, é a definição por escrito das principais variáveis do negócio. É isso que chamamos de Plano de Negócio. A elaboração de um Plano de negócio é fundamental para o empreendedor, não somente para a busca de recursos, mas, principalmente, como forma de sistematizar suas ideias e planejar de forma mais eficiente, antes de entrar de cabeça em um mercado sempre competitivo. Ou seja, para montar uma empresa, antes de começar a colocar em prática os passos necessários para a sua legalização, é preciso que o futuro empresário tenha uma série de conhecimentos fundamentais, como: conhecer o ramo de atividade onde vai atuar, o mercado, fazer um planejamento do que vai ser colocado em prática na nova empresa, estabelecer os objetivos que se pretende atingir, entre outros. O Plano de Negócios será o documento que o orientará na estruturação do seu negócio, constituindo também um instrumento fundamental para a negociação com parceiros e investidores. O Plano de Negócios do empreendimento equivale, portanto, a um projeto da empresa, no qual cada uma das questões sobre o negócio deve ser esmiuçada, compreendida e dominada, para que o empreendedor seja hábil o suficiente para tomar decisões corretas como empresário. Além da importância para a apresentação do projeto a terceiros, o Plano de Negócios será para o empreendedor um instrumento de trabalho fundamental, ao agregar e sistematizar toda a informação prática para a concretização e condução do projeto. Muitos ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 31 empreendedores fracassam por não terem feito com a devida atenção esta lição de casa. Para isso, é preciso fazer um levantamento de dados e informações em uma série de órgãos e entidades (IBGE, sindicatos, associações, Sebrae, cooperativas, empresas já estabelecidas, etc.), para saber como se encontra este mercado, quanto o futuro empresário terá que vender por mês para não vir a fracassar; quanto poderá retirar por mês de pró-labore, sem prejudicar o bom funcionamento da empresa; quais os impostos a pagar e suas alíquotas e quanto guardar de recursos financeiros para fazer frente aos compromissos nos primeiros meses. Enfim, é preciso fazer o planejamento financeiro e da estrutura da nova empresa. Existem muitas atividades a ser exploradas, mas é preciso ficar atento a uma série de fatores que influenciam e limitam a escolha do seu ramo de negócio. Para se abrir uma empresa, deve-se levar em conta que o sucesso de qualquer negócio depende, sobretudo, de um bom planejamento. Embora qualquer negócio ofereça riscos, é preciso prevenir-se contra eles. Numa visão mais ampliada, o plano de negócio tem as seguintes funções: a) avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional; b) avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação: para cada um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá comparar o previsto com o realizado; c) facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu capital próprio não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais. 4.1.9.1 Análise dos riscos O conhecimento de alguns aspectos da vida das empresas deve permitir a avaliação do grau de atratividade do empreendimento, subsidiando a decisão do futuro empresário na escolha do negócio que pretende desenvolver. Basicamente, os riscos do negócio referem- se a: a) sazonalidade - se caracteriza pelo aumento ou redução significativos da demanda pelo produto em determinada época do ano. Os negócios com maior sazonalidade são perigosos e oferecem riscos que obrigam os empreendedores a manobras precisas. Quando em alto grau, é considerada fator negativo na avaliação do negócio; b) efeitos da economia - a análise da situação econômica é questão importante para a avaliação da oportunidade de negócio, já que alguns deles são gravemente afetados, por exemplo, por economias em recessão; c) controles governamentais - setores submetidos a rigorosos controles do governo, nos quais as regras podem mudar com frequência, oferecem grandegrau de risco e são pouco atraentes para pequenos investidores; d) existência de monopólios - alguns empreendimentos podem enfrentar problemas por atuar em áreas em que haja monopólios formados por "megaorganizações", que dominam o mercado, definindo as regras do jogo comercial. No Brasil, a comercialização de pneus, produtos químicos em geral e tintas são exemplos típicos de segmentos fortemente monopolizados; e) setores em estagnação ou retração - nestes setores, há uma procura menor que MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 32 a oferta de bens/serviços, o que torna a disputa mais acirrada. Nas épocas de expansão e prosperidade de negócios, ao contrário, novos consumidores entram no mercado, promovendo a abertura de novas empresas; f) barreiras à entrada de empresas - referem-se a obstáculos relacionados com: exigência de muito capital para o investimento, alto e complexo conhecimento técnico, dificuldades para obtenção de matéria-prima, exigência de licenças especiais, existência de contratos, patentes e marcas que dificultam a legalização da empresa, dentre outros. 4.1.9.2 O que é preciso saber para montar um plano de negócios? Este é um questionamento comum, especialmente para os empreendedores em início de suas atividades. Neste sentido, apontam-se alguns caminhos, saber: a) conhecer o ramo de atividade – é preciso conhecer alguns dados elementares sobre o ramo em que pretende atuar, possibilidades de atuação dentro do segmento (ex., confecção é o ramo: pode-se atuar com jeans, malha, linho... para público infantil, adulto, feminino...); b) conhecer o mercado consumidor – o estudo do mercado consumidor é um dado importante para o empreendimento, pois abrange as informações necessárias à identificação dos prováveis compradores. O que produzir, de que forma vender, qual o local adequado para a venda, qual a demanda potencial para o produto. Essas são algumas indagações que podem ter respostas mais adequadas quando se conhece o mercado consumidor; c) conhecer o mercado fornecedor – para iniciar e manter qualquer atividade empresarial, a empresa depende de seus fornecedores – o mercado fornecedor. O conhecimento desse mercado vai se refletir nos resultados pretendidos pela empresa. Mercado fornecedor é aquele que fornece à empresa os equipamentos, máquinas, matéria-prima, mercadorias e outros materiais necessários ao seu funcionamento. d) conhecer o mercado concorrente – o mercado concorrente é composto pelas pessoas ou empresas que oferecem mercadorias ou serviços iguais ou semelhantes aos que você pretende oferecer. Este mercado deve ser analisado criteriosamente, de maneira que sejam identificados: quem são meus concorrentes, que mercadorias ou serviços oferecem, quais são as vendas efetuadas pelo concorrente, quais os pontos fortes e fracos da minha concorrência, e se seus clientes lhes são fiéis; e) definir produtos a serem fabricados, mercadorias a serem vendidas ou serviços a serem prestados - é preciso conhecer detalhes do seu produto/serviço. Ofereça produtos e serviços que atendam as necessidades de seu mercado. Defina qual a utilização do seu produto/serviço, qual a embalagem a ser usada, tamanhos oferecidos, cores, sabores, etc.; ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 33 f) analisar bem a localização de sua empresa – onde montar o meu negócio? A resposta certa a esta pergunta pode significar a diferença entre o sucesso ou o fracasso de um empreendimento. Tudo é importante para esta escolha e deve ser observado e registrado; g) conhecer marketing – marketing, como muitos pensam, não é só propaganda. Marketing é um conjunto de atividades desenvolvidas pela empresa, para que esta atenda desejos e necessidades de seus clientes. As atividades de marketing podem ser classificadas em áreas básicas, que são traduzidas nos 4 Ps do marketing. São eles: Produto, Pontos de Venda, Promoção (Comunicação) e Preço; h) processo operacional - este item trata do como fazer. Devem ser abordadas tais questões: que trabalho será feito e quais as fases de fabricação/venda/prestação de serviços; quem fará; com que material; com que equipamento; e quando fará. É preciso verificar quem tem conhecimento e experiência no ramo: você? Um futuro sócio? Ou um profissional contratado?; i) projeção do volume de produção, de vendas ou de serviços - é prudente que o empreendedor ou empresário considere: a necessidade e a procura do mercado consumidor; os tipos de mercadorias ou serviços a serem colocados no mercado; a disponibilidade de pessoal; a capacidade dos recursos materiais - máquinas, instalações; a disponibilidade de recursos financeiros; a disponibilidade de matéria-prima, mercadorias, embalagens e outros materiais necessários; j) projeção da necessidade de pessoal – identifique o número de pessoas necessárias para o tipo de trabalho e que qualificação deverão ter, inclusive as do serviço de escritório; k) análise financeira – é necessário fazer uma estimativa do resultado da empresa, a partir de dados projetados, bem como, uma projeção do capital necessário para começar o negócio, pois terá que fazer investimento em local, equipamentos, materiais e despesas diversas, para instalação e funcionamento inicial da empresa. Diante do exposto, o plano de negócio é um instrumento que visa estruturar as principais concepções e alternativas para uma análise correta de viabilidade do negócio pretendido, proporcionando uma avaliação antes de colocar em prática a nova ideia, reduzindo, assim, as possibilidades de se desperdiçarem recursos e esforços em um negócio inviável. Além de servir como instrumento de avaliação para solicitação de financiamentos, também serve como meio de planejamento da expansão de uma empresa já existente. A elaboração de um plano de negócios é uma etapa fundamental para o empreendedor que deseja criar uma empresa, não somente pela sua utilidade na busca de recursos, mas, principalmente, como forma de sistematizar suas ideias e planejar de forma mais eficiente o seu negócio. Um plano de negócios bem feito aumentará muito suas chances de sucesso. MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 34 O plano de negócios deve ajudar o empreendedor a responder questões importantes relativas ao seu negócio antes do seu lançamento. Não é incomum mudanças profundas no projeto quando se começa a pesquisar e checar as suposições iniciais para a montagem do plano de negócios. É justamente aí, que reside o valor de um bom plano: é muito mais fácil modificar negócios que estão apenas no papel do que aqueles em pleno funcionamento, o que pode obrigar a comprometer uma parcela expressiva de recursos. Assim, antes de iniciar até mesmo a construção do plano de negócios, se faz necessário ter em mente respostas para as seguintes perguntas, no que se refere: À descrição do negócio: Que tipo de negócio você está planejando? Que produtos ou serviços você vai oferecer? Por que o seu produto ou serviço vai ter êxito? Quais são as suas oportunidades de crescimento? Ao plano de marketing: Quem são os seus clientes potenciais? Como você atrairá os seus clientes e se manterá no mercado? Quem são os seus concorrentes? Como eles estão prosperando? Como vai promover as suas vendas? Quem serão os seus fornecedores? Qual será o sistema de distribuição utilizado para o seu produto/serviço? Qual imagem sua empresa vai transmitir aos clientes? Como você vai desenvolver o design de seu produto? Ao plano organizacional: Quem administrará o seu negócio? Que qualificações deverá ter seu gerente? Quantos empregados precisará e quais as suas funções? Como você administrará as suas finanças? Quais são os consultores ou especialistas necessários? Que
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