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ADMINISTRACAO E LOGISTICA MODULO UNIFICADO

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Prévia do material em texto

FORMAÇÃO BÁSICA E
INTRODUTÓRIA
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
FICHA TÉCNICA 
2ª Edição 
 
Preparação de Conteúdo: 
Professor Fernando Melo 
 
Formatação e Normalização (ABNT): 
Ediane Souza 
 
Revisão Gramatical, Semântica e Estilística: 
Ediane Souza 
 
Capas: Aporte Comunicação 
Folhas de Rosto: Thomas Arraes 
 
Editoração e Revisão Técnica/Final: 
Ediane Souza 
 
Diagramação: 
Ediane Souza 
 
Impressão: 
Provisual Gráfica e Editora 
 
 
 
 
Rua das Ninfas, 243 
Soledade – Recife/PE – Brasil 
CEP: 50.070-050 
Telefone: (81) 4062-9222 
www.grautecnico.com.br 
 
 
Este material é exclusivo para uso do aluno Grau Técnico. 
Para dúvidas ou sugestões, envie-nos um e-mail: 
contato@grautecnico.com.br 
 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
5 
REGULAMENTO INTERNO – VERSÃO 20171 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Seja bem-vindo(a)! Para que possamos desenvolver as atividades de formação 
técnica com profissionalismo e excelência, se faz necessário o cumprimento de algumas 
normas, as quais estão descritas a seguir. 
 
1 MATRÍCULA 
1.1 O(a) aluno(a) deverá, no ato da matrícula, fazer a leitura do regulamento interno e do 
contrato de prestação de serviços com bastante atenção, para que possa conhecer seus 
direitos e deveres no decorrer do curso. 
 
2 DIAS/HORÁRIOS 
2.1 Turmas de segunda, quarta e sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite. 
2.2 Turmas de terça e quinta-feira, nos turmas da manhã e noite, e aos sábados, pela manhã 
e tarde. 
2.3 O curso de Enfermagem, exclusivamente, tem turmas de segunda à sexta, nos turnos da 
manhã, tarde e noite. Em breve, terá o formato de três dias, assim como os demais 
cursos. 
2.4 A pontualidade e a assiduidade, bem como a postura pessoal serão pontuadas como 
indicadores do processo de avaliação. 
Atenção: observe em seu contrato os dias e horários das aulas. 
 
3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES 
3.1 As atividades extraclasse (palestras, seminários, Visitas Pedagógicas Orientadas (VPOs) 
serão obrigatórias para o complemento da carga horária, sendo realizados nos mesmos 
horários das aulas, em dias alternados ou de acordo com a disponibilidade da escola ou 
da empresa (no caso das VOPs). 
3.2 As visitas pedagógicas orientadas acontecerão de acordo com a disponibilidade da 
escola e das empresas parceiras. Cabe ao aluno interessado realizar o pagamento da 
taxa de transporte na secretaria, se houver. 
3.3 O uso do fardamento é obrigatório para todas as visitas e aulas práticas (dentro e fora 
da instituição). 
 
4 CERTIFICAÇÃO 
4.1 A frequência nas aulas deve ser igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) em 
cada disciplina. 
4.2 A média em cada disciplina deve ser igual ou superior a 7,0 (sete). 
4.3 O(a) aluno(a) que for reprovado(a) em alguma das disciplinas deverá pagar o valor de 
uma parcela para cursar novamente a disciplina, a fim de obter frequência e nota 
necessárias para a aprovação e para o recebimento do certificado. 
4.4 Estar com todas as parcelas pagas. 
4.5 Estar com toda documentação exigida pela Secretaria Estadual de Educação, conforme 
orientado no ato da matrícula. 
 
1
O regimento em vigor será sempre a última versão, informada no título deste documento. 
2
Dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluocarbono, perfluorocarbono e o hexafluorocarbono de 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
6 
4.6 Solicitar, por escrito, a emissão do diploma. O prazo de entrega, após solicitação, será de 
até 60 (sessenta) dias. 
4.7 Os cursos que possuem estágio obrigatório terão os seus diplomas entregues após o 
cumprimento da carga horária total, incluindo estágio. 
 
5 REPOSIÇÃO DE AULA 
5.1 Em caso de falta justificada, o(a) aluno(a) terá o direito de realizar a aula ou atividade 
perdida em outra turma, de acordo com a disponibilidade da escola, sem custo 
adicional. 
5.2 A falta só poderá ser justificada perante atestado médico ou documento comprovando o 
motivo da ausência. 
5.3 Em caso de falta sem justificativa, o(a) aluno(a) poderá requerer na secretaria a 
reposição da aula ou atividade, efetuando o pagamento referente à taxa do serviço. 
5.4 Observa-se que a justificativa não anula a falta, apenas faz valer o direito de reposição 
da aula ou atividade. 
 
6 CONSERVAÇÃO 
6.1 No caso de danos ao espaço da escola ou a equipamentos pertencentes à mesma, o(a) 
aluno(a) ou seu representante legal será responsabilizado pelos gastos com o reparo, 
bem como, se necessário, submetido(a) às medidas disciplinares quando for cabível. 
6.2 Ao término de cada aula, teórica ou prática, a sala ou laboratório utilizado deverá ser 
deixado organizado para a próxima turma. 
 
7 SAÚDE E BEM-ESTAR GERAL 
7.1 Não será permitida a utilização de aparelhos celulares ou fones de ouvido na sala de 
aula. 
7.2 Não será permitida a permanência de pessoas em salas de aula e dependências internas 
da escola, a não ser alunos, instrutores ou funcionários em seus respectivos horários. 
7.3 Não será permitida a entrada de alimentos ou bebidas nas salas de aula, laboratórios ou 
biblioteca. 
7.4 Deve-se manter a limpeza, organização e conservação da escola como um todo. Devem-
se utilizar os cestos de lixo disponibilizados em cada ambiente. 
7.5 A escola não se responsabilizará por perdas ou danos de pertences dos alunos. 
7.6 É obrigatório tratar os demais alunos, docentes e funcionários com respeito e civilidade, 
sob pena de aplicação de medida disciplinar de advertência, suspensão ou expulsão, a 
depender da gravidade da infração. 
7.7 Temos câmeras sendo utilizadas em toda escola, a fim de proporcionar maior segurança 
aos nossos alunos. 
 
8 BIBLIOTECA/ACESSO À INTERNET 
8.1 A utilização da biblioteca será mediante agendamento com a coordenação pedagógica, 
fora do horário normal, com apresentação de documento para uso de livros. 
8.2 O uso desta sala é exclusivo para estudo e pesquisa, portanto deverá ser mantido o 
silêncio e a disciplina, para não interferir na concentração dos demais alunos. 
8.3 O uso dos computadores para pesquisa tem o tempo máximo de 30 minutos. 
8.4 Não é permitida a retirada de livros para empréstimo. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
7 
9 AVALIAÇÃO 
9.1 As provas serão realizadas durante o turno que o aluno estuda e sempre na última aula 
da disciplina, tendo a duração média de 1h30. 
9.2 O(a) aluno(a) que faltar à prova deverá comparecer à coordenação pedagógica da escola 
para requerer a avaliação em segunda chamada, agendar uma data para a realização 
desta, bem como efetuar o pagamento da taxa na secretaria. 
9.3 As provas de recuperação ou segunda chamada acontecem na última semana de cada 
mês, conforme informado pela coordenação, no site e nos quadros de avisos. 
 
10 CANCELAMENTO DO CONTRATO 
10.1 O cancelamento do contrato poderá ocorrer a qualquer momento, sob autorização da 
diretoria da escola, em caso de indisciplina por parte do(a) aluno(a). Quanto a sua 
defesa, caberá aos dispositivos legais vigentes. 
10.2 O cancelamento por parte do(a) aluno(a) deverá ser feito na coordenação da escola, 
mediante requerimento e pagamento da multa de cancelamento, conforme contrato 
de prestação de serviços. 
10.3 O(a) aluno(a) que cancelar e desejar retornar ao curso poderá reverter sua multa em 
pagamentos de parcelas, sendo o valor descontado das últimas parcelas restantes. 
10.4 Para o(a) aluno(a) retornar, deverá ser efetuado o pagamento do valor de uma 
parcela. 
10.5 O aluno que for cancelado por motivo de indisciplina não poderá voltar a estudar no 
Grau Técnico. 
 
11 PORTAL ACADÊMICO 
11.1 Todos os informativos, notas, oportunidades e materiais extras serão disponibilizados 
Portal Acadêmico, no Website doGrau Técnico. 
11.2 O acesso ao portal acadêmico é por meio do endereço eletrônico: 
www.grautecnico.com.br, no qual o(a) aluno(a) colocará o seu número de matrícula 
tanto no campo ‘usuário’, como naquele referente à ‘senha’. 
11.3 Para a solicitação de declarações, deve-se respeitar o prazo de até 05 dias. 
 
12 TRANSFERÊNCIA DE TURMA/SALA/INSTRUTOR/UNIDADES 
12.1 A transferência de turma estará sujeita à disponibilidade de vagas nas turmas em 
andamento. 
12.2 A transferência de Unidade terá o valor de uma parcela com desconto. Para tanto, o(a) 
aluno(a) tem que estar com as parcelas em dia, bem como a transferência deverá estar 
condicionada à confirmação da unidade destino, conforme disposição nas turmas. 
12.3 O (a) aluno(a) que requerer transferência de Unidade sem nunca ter cursado na 
unidade de origem e desejar outro curso adiantará uma parcela com desconto na 
Unidade de origem e efetuará matrícula na unidade destino, se adequando ao plano 
de pagamento desta. 
12.4 Para a otimização do espaço e aproveitamento das turmas, o Grau Técnico poderá 
mudar de sala durante o decorrer do curso, bem como unir duas ou mais turmas. 
12.5 Durante o decorrer do curso, pode haver mudança de instrutor. Tendo em vista que os 
nossos cursos seguem um plano de aula, os alunos não terão nenhum prejuízo em 
relação ao aprendizado. 
 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
8 
13 DIAS E HORÁRIOS DE RECEBIMENTO DA ESCOLA 
13.1 As parcelas do curso terão descontos de pontualidade, para os pagamentos efetuados 
até a data de vencimento. Para pagamentos após o vencimento, será cobrado o valor 
integral, mais multa acrescida de juros. 
13.2 O desconto de pontualidade só será válido para pagamentos em espécie. Para todo 
tipo de cartão, a parcela será cobrada em valor integral. 
13.3 A solicitação de declarações, diploma e histórico escolar é gratuita para a primeira via. 
As emissões extras destes documentos devem ser feitas mediante o pagamento de 
taxa de serviços, cujo valor será informado na secretaria da escola. 
13.4 No ato da matrícula, será impresso o primeiro boleto do seu curso. Os demais deverão 
ser impressos a partir do portal acadêmico, no site www.grautecnico.com.br, 
acessando-o com o seu login e senha, no item financeiro, no link ‘Impressão de 
Boletos’, ou solicitando a sua impressão na secretaria da escola. O pagamento do 
boleto poderá ser realizado em qualquer banco ou caixa de pagamentos diversos. 
 
14 AGÊNCIA DE ENCAMINHAMENTO GRAU TÉCNICO 
14.1 Os alunos do Grau Técnico dispõem de uma Agência de Encaminhamento Profissional, 
que tem como objetivo realizar parceria com empresas para disponibilizar vagas de 
estágio e/ou emprego. Para participar, basta estar dentro do seguinte regulamento: 
apresentar nota igual ou superior a 7,0 (sete), ter frequência nas aulas igual ou 
superior a 75%, ter idade superior a 16 anos, ter concluído o primeiro módulo, estar 
em dia com as parcelas e participar de, no mínimo, 50% do ciclo de palestras 
disponibilizadas pela agência de encaminhamento. 
14.2 O compromisso de encaminhamento profissional não é garantia de emprego ou de 
estágio, visto que a decisão da contratação é da empresa contratante e não do Grau 
Técnico. 
14.3 Para os cursos de estágio não obrigatório, os alunos terão acesso às vagas disponíveis 
por meio da coordenação e por agências de integração entre empresa e escola. O 
estágio deverá ser feito fora do horário no qual o aluno esteja estudando. 
14.4 Para os cursos de estágio obrigatório, os alunos deverão seguir o planejamento, 
conforme orientado pela coordenação pedagógica. 
 
15 ENFERMAGEM/RADIOLOGIA/ANÁLISES CLÍNICAS 
15.1 O estágio é obrigatório para os cursos de Enfermagem e Radiologia, podendo ser 
realizado no decorrer ou ao final do curso. Ocorrerá, preferencialmente, em turnos no 
qual ele esteja estudando, porém em dias diferentes. Pode ocorrer, ainda, de acordo 
com a disponibilidade da unidade de saúde (hospitais, postos de saúde, clínicas, etc.). 
Caso o aluno não conclua a disciplina do estágio, deverá realizar o pagamento de uma 
taxa referente a uma parcela, para poder refazer a disciplina. 
15.2 O estágio para de Análises Clínicas é opcional. 
15.3 Materiais imprescindíveis para as aulas práticas (laboratório) – sob total 
responsabilidade do aluno: 
 No caso de Enfermagem: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, 
gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 
(verde), estetoscópio, tensiômetro, garrote, termômetro (digital). 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
9 
 No caso de Análises Clínicas: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, 
gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 (verde), 
garrote. 
15.4 Materiais Necessários para os estágios curriculares: 
 No caso de Enfermagem: todo e qualquer material necessário às atividades práticas 
serão de responsabilidade do aluno e deverão ser entregues antecipadamente para 
garantia dos campos, tais como: luvas de procedimento, máscaras, propés, toucas, 
gorros, capote descartável, toalhas de papel, sabão ou sabonete líquido, ou 
quaisquer outros materiais solicitados pela instituição de saúde. 
 No caso de Radiologia: dosímetro (disponibilizado pela escola, mas, em caso de perda, 
será de responsabilidade do aluno). 
 
 
Ciente e de acordo. 
 
_____________________________________________ 
Aluno(a)/Responsável 
 
 
 
Para sugestões e informações, enviar e-mail para: contato@grautecnico.com.br 
 
SEJA BEM-VINDO(A)! 
 
Atenciosamente, 
A Direção. 
 
 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
10 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11 
 
2 OBJETIVO DO CURSO................................................................................................. 11 
 
3 TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA - MÓDULO 1 ......................................... 12 
 
4 EMPREENDEDORISMO .............................................................................................. 15 
 
5 INTRODUÇÃO À ÉTICA ............................................................................................... 51 
 
6 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO ................................................................................ 81 
 
7 INFORMÁTICA BÁSICA ............................................................................................ 101 
 
8 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DAS EMPRESAS ........................................ 181 
 
9 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL ................................................................................. 203 
 
10 ESTATÍSTICA APLICADA ......................................................................................... 235 
 
11 NOÇÕES DE LOGÍSTICA .......................................................................................... 267 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
11 
1 INTRODUÇÃO 
 
O avanço tecnológico é inevitável. No mundo todo, ele vem quebrando fronteiras 
econômicas, sociais e culturais, trazendo consigo toda uma facilidade no acesso à 
informação, à liberdade de expressão e à inclusão social. Ao mesmo tempo, também se lida 
com certa desintegração dos valores humanos, com o consumo desenfreado, a 
marginalização social e a agressão ao meio ambiente. É necessário despertar o ser humano 
para a importância do conhecimento técnico e suas consequências. Também é preciso 
conscientizá-lo para a solidariedade, o respeito a si mesmo e ao outro e o trabalho em 
equipe. 
 
A atuação do Grau Técnico, portanto, é abrir caminho para oportunidades que 
beneficiem tanto o indivíduo, quanto o coletivo. É orientar para a realização profissional e 
inserçãosocial, por meio de uma educação estimuladora e operadora de inovações na 
sociedade. 
 
2 OBJETIVO DO CURSO 
 
Os Cursos de Técnico em Administração e Técnico em Logística do Centro de Ensino 
Grau Técnico se propõem a desenvolver uma formação profissional por competências, 
habilidades e atitudes, de modo que o aluno seja capaz de enfrentar e responder a 
situações-problema de forma criativa e inovadora, com autonomia, efetividade e ética, 
levando-o a exercer as atividades que concorrem para a boa gestão com eficiência e eficácia, 
a fim de que se atinjam as metas e resultados colimados. 
 
Estes cursos objetivam também capacitar o estudante a utilizar os principais 
conceitos e ferramentas da Administração e da Logística. Na área da administração, objetiva 
formar profissionais capacitados a atuar em diversas áreas funcionais como recursos 
humanos, finanças, apoio logístico, marketing e demais setores administrativos das 
organizações; e propiciar ao estudante o conhecimento e a vivência de gestão em entes 
privados, públicos, do terceiro setor. No que diz respeito à logística, busca formar técnicos 
aptos a atuar no assessoramento gerencial e nos processos logísticos, na articulação das 
operações, no planejamento de materiais, compras, estocagem e distribuição; oferecer 
condições para que o aluno se torne agente de mudanças, com foco na qualidade e na 
produtividade; desenvolver técnicas e habilidades específicas voltadas para a otimização de 
toda a cadeia logística, sob o signo da inovação e da sustentabilidade; levar o aluno a 
compreender o ambiente logístico de uma empresa e sua inserção no contexto global; e 
identificar necessidades e atuar diretamente na formulação e implantação de projetos 
logísticos que aumentem a produtividade das empresas em que atuam. 
 
APROVEITE BEM O CURSO E TRANSFORME O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NAS AULAS EM 
OPORTUNIDADES DE TRABALHO! 
 
Atenciosamente, 
 
Ruy Maurício Loureiro Porto Carreiro Filho 
Diretor Geral 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
12 
3 TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA - MÓDULO 1 
 
Neste primeiro módulo dos cursos, serão desenvolvidas as Habilidades e 
Competências descritas a seguir. 
 
3.1 Competências 
 
a) compreender a relevância dos princípios éticos nas relações pessoais e profissionais; 
b) desenvolver um perfil empreendedor, face ao mundo do trabalho e ao mercado; 
c) compreender a importância social da empresa nas questões atinentes ao 
desenvolvimento sustentável; 
d) planejar e elaborar programas que atendam ao desenvolvimento sustentável e 
direcionem a responsabilidade social da empresa para ações efetivas na comunidade 
em que atua; 
e) analisar relatórios estatísticos, produzindo representações e projeções gráficas e 
tabulares; 
f) desenvolver conhecimentos sobre a área de informática, utilizando-os como 
ferramentas imprescindíveis nas suas rotinas de trabalho; 
g) compreender a língua portuguesa na sua função comunicativa, dominando a 
linguagem específica dos tipos textuais que são utilizados na comunicação 
administrativa e empresarial; 
h) definir os objetivos do planejamento, nos níveis estratégico, tático e operacional; 
i) ter ciência dos sistemas de produção, seu planejamento, organização e métodos; e, 
j) conhecer as atividades primárias do setor logístico e suas atividades de apoio. 
 
3.2 Habilidades 
 
a) pautar as suas relações pessoais e profissionais pela ética e civilidade; 
b) exercer de modo proativo a sua capacidade empreendedora, trazendo novas ideias 
para a empresa; 
c) executar programas de gestão ambiental e participar das ações desenvolvidas pela 
empresa em prol da inclusão social e da melhoria da qualidade de vida da 
comunidade; 
d) aplicar os fundamentos da estatística e sua importância no campo da gestão. 
e) desenvolver a redação, em língua portuguesa, de textos que digam respeito à 
comunicação interna e externa da sua área de atuação; 
f) contribuir para o planejamento geral da empresa buscando posicioná-la de forma 
inovadora no mercado; 
g) organizar dados e informações para o planejamento da empresa, no estratégico, no 
tático e no operacional; e, 
h) mapear processos de controle logístico, desenvolvendo com eficiência as melhores 
práticas de mercado no campo logístico. 
 
EMPREENDEDORISMO
 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
15 
4 EMPREENDEDORISMO 
Esta disciplina abordará os conceitos de empreendedorismo, sua importância e 
aplicação no campo pessoal e profissional. 
 
4.1 Empreendedorismo 
 
Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra 
entrepreneurship. Popularizou-se a partir da importação do inglês, cuja origem vem de 
entrepreneur, palavra francesa que era usada no século XII para designar aquele que 
incentivava brigas. No final do século XVIII, passou a indicar a pessoa que criava e conduzia 
projetos e empreendimentos. Nessa época, de acordo com Cantillon, que lhe deu o 
significado atual, o termo se referia a pessoas que compravam matérias-primas (geralmente 
um produto agrícola) e as vendiam a terceiros, depois de processá-las, identificando, 
portanto, uma oportunidade de negócios e assumindo riscos. 
 
No entanto, a raiz da palavra empreendedor remete-nos há 800 anos, ainda com o 
verbo francês entreprendre, que significa “fazer algo”. Uma das primeiras definições da 
palavra “empreendedor” foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês J.B. 
Say, como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais 
baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”. Entre os 
economistas modernos, quem mais se debruçou sobre o tema foi Joseph Schumpeter, que 
teve grande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo. 
Em seus estudos, ele o descreve como a “máquina propulsora do desenvolvimento da 
economia. A inovação trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico 
renovar-se e progredir constantemente”. De acordo com Schumpeter, “sem inovação, não 
há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno de capital e o 
capitalismo não se propulsiona”. 
 
Podemos afirmar, entretanto, que o seu conceito ainda está numa fase pré-
paradigmática; não existe ciência que o defina de forma definitiva. Na verdade, o que se tem 
é um conceito variável de acordo com pessoa que responde à pergunta. Fernando Dolabella 
(1999) define o empreendedor como sendo alguém que sonha e busca transformar seu 
sonho em realidade. Não o sonho freudiano. Mas no sentido do sonho que se sonha 
acordado. Ou seja, empreender é agir, é buscar o sonho, é conceber o futuro. Mas é preciso 
que este futuro que a pessoa concebe tenha congruência com o seu eu. E aí entra o papel da 
educação, que é estabelecer a congruência para que o sonho possa ser realizado. Esta 
congruência diz respeito à factibilidade, à acessibilidade... O sonho é acessível, é ponderável. 
 
Mesmo assim, ao serem analisadas as várias definições existentes para o termo, é 
possível perceber que alguns aspectos sempre estão presentes em todas elas, 
principalmente no que diz respeito ao comportamento empreendedor, tais como: 
 
a) iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; 
b) utilização de recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente 
social e econômico; 
c) saber os riscos calculados e a possibilidade de fracassar. 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
16 
Ou seja, o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem; se antecipa aos 
fatos e tem uma visão futura da organização. De outra forma, pode-se definir o 
empreendedor como sendo a pessoa que toma a iniciativa de combinar recursos físicos e 
humanos para produzir bens ou serviços em uma empresa com ou sem fins lucrativos. O 
empreendedor é uma pessoainovadora, que tenta introduzir novos produtos, serviços, 
técnicas de produção e até mesmo novas formas de organização, tomando as decisões que 
irão nortear o futuro do negócio, assumindo não só os riscos pessoais, mas também aqueles 
dos investidores e de todos os envolvidos em seu negócio. 
 
A definição de empreendedorismo consubstancia nas características daquele que 
tem habilidade para criar, renovar, modificar, implementar e conduzir empreendimentos 
inovadores. De fato, pode-se afirmar que empreendedorismo quer dizer pelo menos três 
coisas: 
 
 A capacidade individual de empreender - isto é, a capacidade de tomar a 
iniciativa, buscar soluções inovadoras e agir no sentido de encontrar a solução 
para problemas econômicos ou sociais, pessoais ou de outros, por meio de 
empreendimentos; 
 O processo de iniciar e gerir empreendimentos - isto é, o conjunto de conceitos, 
métodos, instrumentos e práticas relacionadas com a criação, implantação e 
gestão de novas empresas ou organizações. Neste sentido, o empreendedorismo é 
uma disciplina a ser ensinada; 
 O movimento social de desenvolvimento do espírito empreendedor - isto é, um 
movimento social para a criação de emprego e renda, que recebe o incentivo dos 
governos e instituições de diferentes tipos. 
 
Na verdade, nos estudos e pesquisas realizados até hoje sobre o fenômeno do 
empreendedorismo observa-se que não há consenso entre os estudiosos e pesquisadores a 
respeito da exata definição do conceito de empreendedor. Segundo alguns autores, as 
dificuldades encontradas para o estabelecimento desta conceituação são decorrentes de 
concepções errôneas, postuladas, principalmente, pela mídia e o senso comum que, 
obscurecem e distorcem alguns conceitos. 
 
Desde o início dos anos 80, mais de 300 livros e 100 artigos são publicados a cada 
ano, em uma centena de revistas, dentre as quais umas 20 são especializadas em 
empreendedorismo e em Pequenas e Médias Empresas (PME). 
 
À primeira vista, este campo do conhecimento traduz uma excepcional diversidade 
conceitual. Desde o princípio dos anos 80 diversos estudiosos analisam documentos, então 
disponíveis, que levam a selecionar mais de 1000 publicações, resultando em uma centena 
de definições sobre o empreendedor e o empreendedorismo. Na verdade, se se dedicasse a 
um estudo mais profundo sobre o tema, revelar-se-ia numa diversidade de definições. De 
fato, a análise do conteúdo das definições demonstra a influência das disciplinas de base na 
conceituação do empreendedor. Aqui cabe a pergunta: que conceituação seria a mais 
adequada? Esta variou ao longo das últimas décadas, em decorrência da existência de 
diversas correntes de pensamento. No começo, porém, por volta do início do século XVIII, 
aflorou a escola do "pensamento econômico", que foi a primeira a usar o termo 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
17 
empreendedorismo. Sendo assim, torna-se necessário estabelecer uma definição objetiva 
para que se possam desenvolver pesquisas metodológicas mais precisas a respeito. 
 
Estudos mostram que a palavra empreendedor foi utilizada pela primeira vez na 
língua francesa no início do século XVI, para designar os homens envolvidos na coordenação 
de operações militares. Mais tarde, por volta de 1765 o termo começou a ser utilizado na 
França para designar aquelas pessoas que se associavam com proprietários de terras e 
trabalhadores assalariados. Contudo, este termo era utilizado também nessa época, para 
denominar outros aventureiros tais como construtores de pontes, empreiteiros de estradas 
ou arquitetos. 
 
Mais tarde, por volta de 1800 o economista francês Jean Batist Say utilizou 
novamente o termo empreendedor em seu livro Tratado de Economia Política. O 
empreendedor, como definiu Say, é o responsável por "reunir todos os fatores de 
produção... e descobrir no valor dos produtos... a reorganização de todo capital que ele 
emprega, o valor dos salários, o juro, o aluguel que ele paga, bem como os lucros que lhe 
pertencem". O mesmo autor apresentou alguns requisitos necessários para ser 
empreendedor, tais como: 
 
a) julgamento, perseverança e um conhecimento sobre o mundo, assim como 
sobre os negócios; 
b) posse sobre a arte da superintendência e da administração. 
 
Contudo, foi a Inglaterra o país que mais dedicou esforços para definir 
explicitamente a função do empreendedor no desenvolvimento econômico. Dentre os 
ilustres teóricos que ofereceram uma grande contribuição para o entendimento do 
fenômeno do empreendedorismo ressaltam-se Adam Smith e Alfred Marshall. 
 
Adam Smith caracterizou o empreendedor como um proprietário capitalista, um 
fornecedor de capital e, ao mesmo tempo, um administrador que se interpõe entre o 
trabalhador e o consumidor. O conceito de Smith refletia uma tendência da época de 
considerar-se o empreendedor como alguém que visava somente produzir dinheiro. 
 
Entretanto, o empreendedor foi caracterizado pelo economista inglês Alfred 
Marshall como alguém que se aventura e assume riscos, que reúne capital e o trabalho 
requerido para o negócio e supervisiona seus detalhes, caracterizando-se pela convivência 
com o risco, a inovação e a gerência do negócio. 
 
Somente em 1911, com a publicação da obra Teoria do Desenvolvimento 
Econômico de Joseph A. Schumpeter, a conotação de empreendedor adquiriu um novo 
significado. Segundo este autor: "o empreendedor é o responsável pelo impulso 
fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando 
novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e implacavelmente, 
sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros". 
 
Posteriormente, o empreendedor começou a despertar interesse e ser estudado 
por pesquisadores de vários ramos de atividade da ciência, como a psicologia, 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
18 
administração, economia, sociologia, entre outras, que se dedicaram a pesquisar o 
empreendedor, seu papel, suas características, ocasionando o surgimento de uma variedade 
de definições como as que se seguem. 
 
Para Peter Drucker (1987, p. 25 apud SANTOS; MARINHO; MAC-ALLISTER, 2009), os 
empreendedores são pessoas que inovam. "A inovação é o instrumento específico dos 
empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para 
um negócio ou serviço diferente". 
 
Low e MacMillan acreditam que, os "empreendedores são indivíduos que tomam 
iniciativa, identificam e criam oportunidades de negócios, através da reunião e coordenação 
de combinações de novas pesquisas". 
 
Para Amit, "os empreendedores são indivíduos que inovam, identificam e criam 
oportunidades de negócios, montam e coordenam novas combinações de recursos (funções 
de produção) para extrair os maiores benefícios de suas inovações". 
 
Embora nos estudos e pesquisas relacionados com o empreendedor haja muitas 
diferenças e disparidades a respeito das exatas definições, pode-se perceber que há um 
consenso entre os estudiosos de que o que distingue o empreendedor das outras pessoas é 
a maneira como ele percebe a mudança e lida com as oportunidades. 
 
No Século XVII, os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e 
empreendedorismo ocorreram nessa época, onde o empreendedor estabelecia um acordo 
contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Como 
geralmente os preços eram prefixados, quaisquer lucros ou prejuízos eram exclusividade do 
empreendedor. Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, é 
considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido 
um dos primeiros a diferenciar o empreendedor como aquele que assumia riscos, do 
capitalista, aquele que fornecia o capital. 
 
Século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmentediferenciados, 
provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo. Um exemplo foi o 
caso das pesquisas referentes aos campos elétricos, de Thomas Edison, que só foram 
possíveis com o auxílio de investidores que financiaram os experimentos. 
 
E, finalmente, no final do século XIX e início do século XX, os empreendedores 
foram frequentemente confundidos com os gerentes ou administradores, sendo analisados 
meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, 
pagam os empregados, planejam, dirigem, e controlam as ações desenvolvidas na 
organização, mas sempre a serviço do capitalista. 
 
"Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões", 
segundo o conceito do teórico L.J. Filion (1911). Com base nesta definição, o diretor da 
Escola de Administração de Mauá-SP e consultor de empresas, Hazime Sato, afirma que o 
empreendedor é um agente de mudanças e inovações, que identifica oportunidades e busca 
recursos para transformar conhecimento em riqueza. Assim, segundo ele, o instrumento 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
19 
específico do espírito empreendedor é a inovação, a busca deliberada e organizada de 
mudanças, as fontes das oportunidades que tais mudanças podem oferecer. 
 
Transformar conhecimento, nascido de um sonho e da identificação de uma 
oportunidade, em riqueza, por meio da realização da visão concebida a partir do sonho, é 
uma jornada de muito trabalho que requer do empreendedor diversas características 
comportamentais. 
 
O Escritor Fernando Dolabela, 59 anos, é um daqueles que faz questão de 
demonstrar a paixão que devota ao estudo do empreendedorismo, tema dos nove livros que 
já escreveu. O primeiro deles, O Segredo de Luiza, de 1999, tornou-se um dos mais vendidos 
do Brasil na área de negócios. Dois livros seus deram origem a métodos que estão se 
difundindo pelo Brasil: Pedagogia Empreendedora, de 2003, que inspirou o programa 
homônimo que já treinou 10 mil professores em 123 escolas, com reflexos no ensino de 300 
mil alunos com idade entre 4 e 17 anos; e A Oficina do Empreendedor, de 1999, que gerou o 
método que já foi apresentado a 3.500 professores de 350 instituições de ensino superior. 
Curiosamente, o administrador Fernando Dolabela pretende – e de certo modo está 
conseguindo – mudar um paradigma educacional do qual não tem boas lembranças. “Eu era 
o pior aluno da classe no melhor colégio de Minas”, diverte-se, ao falar de sua inadaptação 
às regras da escola. Para Dolabela, o empreendedor é um rebelde, um inconformado – 
alguém que propõe o novo. Um perfil que ele não vê emergir das escolas e das famílias 
brasileiras. “A criança e o adulto aprendem uma só coisa: mandar currículo” (DOLABELA, 
s.d.). 
 
Para ele, um empreendedor: 
 
a) é um sonhador, mas realista; 
b) cultiva a imaginação e sabe definir visões do que quer; 
c) é orientado para resultados, para o futuro; 
d) tem a percepção e a capacidade de descobrir nichos; 
e) tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculos; 
f) tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização; 
g) considera o fracasso um resultado normal, aprende com os próprios erros; 
h) traduz seus pensamentos em ações; 
i) sabe fixar metas e alcançá-las; 
j) tem forte intuição; 
k) tem alto comprometimento: acredita no que faz; 
l) dedica-se intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar 
resultados; 
m) sabe buscar, utilizar e controlar recursos; 
n) aceita o dinheiro como uma medida de seu desempenho; 
o) estabelece e cultiva "redes de relações" internas e externas. 
 
Deste modo, configura-se que a ação empreendedora começa com um indivíduo 
que tem motivação para colocar em prática seus conhecimentos e competências. Seu 
diferencial é sua habilidade de envolver outras pessoas, compor uma equipe de indivíduos 
com outros conhecimentos e competências que irão tornar sua ideia realidade. 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
20 
O empreendedorismo nada mais é do que um sentimento de paixão pela inovação. 
É enxergar oportunidades naquilo que muitas pessoas não veem, é ter um sonho, saber a 
sua viabilidade, acreditar que é possível transformar ideias em oportunidades, ousar e fazer 
o uso constante, ou seja, o exercício da criatividade e pensar como retorno em algo benéfico 
para si e também para sociedade. 
 
Para o autor norte-americano Jefrey Timmons, "O empreendedorismo é uma 
revolução silenciosa que será, para o século XXI, o mesmo que a Revolução Industrial foi 
para o século XX". Isso sugere uma boa reflexão. 
 
4.1.1 Classificação dos Empreendedores 
 
De certa forma, e segundo alguns autores, os empreendedores classificam-se em: 
 
a) empreendedores iniciais: são aqueles cujos empreendimentos têm até 42 meses 
de vida, três anos e meio, período que a literatura considera capital para a 
sobrevivência de um empreendimento. Esses empreendedores compõem uma 
taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), de origem inglesa, Total 
Entrepeneurial Activity, e subdividem-se em dois tipos: 
i) nascentes: aqueles à frente de negócios em implantação – busca de espaço, 
escolha de setor, estudo de mercado, etc., que, se chegaram a gerar 
remuneração, o fizeram por menos de três meses; 
ii) novos: seus negócios já estão em funcionamento e geraram remuneração por 
pelo menos em três meses. 
b) empreendedores estabelecidos: aqueles à frente de empreendimentos com 
mais de 42 meses. Com o propósito de estabelecer o perfil das pessoas 
envolvidas na criação de negócios, os empreendedores identificados na pesquisa 
do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) são classificados segundo variáveis 
demográficas, como gênero, idade, renda familiar e escolaridade. 
 
Para configurar um perfil sobre a mentalidade empreendedora, todos os 
informantes do GEM, empreendedores ou não, respondem a questões relativas a atitudes 
diante do risco de abrir um negócio, à imagem do empreendedor, à percepção de boas 
oportunidades no mercado, entre outras. 
 
Além de categorizar os empreendedores de acordo com suas características pessoais e o 
estágio de seus negócios, o GEM classifica-os segundo a motivação para empreender: 
 
a) empreendedores por oportunidade: são motivados pela percepção de um nicho 
de mercado em potencial. 
b) empreendedores por necessidade: são motivados pela falta de alternativa 
satisfatória de ocupação e renda. 
 
4.1.2 Circunstâncias que dão Origem ao Empreendedor 
 
Muito se fala que, quando se estuda o surgimento dos empreendedores, pode-se 
observar que há um mito de que não é possível desenvolver o empreendedorismo; deve-se 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
21 
nascer empreendedor. Muitos estudiosos verificam que isso não é verdade, tomando-se por 
base uma análise mais criteriosa dos vários empreendimentos existentes, 
independentemente de sua etapa evolutiva. Assim, verifica-se, a partir dos estudos 
realizados, que existem várias circunstâncias que dão origem a um empreendimento e ao 
surgimento de um empreendedor, que podem ou não se relacionar aos traços de 
personalidade, que são: 
 
a) o empreendedor nato – esta figura é a personalização integral do empreendedor 
que, normalmente, desde cedo, por motivos próprios ou influências familiares, 
demonstra traços de personalidade comuns do empreendedor. O 
desenvolvimento de tal vocação tem forte relação com o tipo de autoridade 
familiar e o ambiente motivacional familiar, tais como escala de valores e 
percepção de negócios; 
b) o herdeiro – pode ou não possuir as características do empreendedor. Se 
empreendedor por afinidade e vocação, dá continuidade ao empreendimento 
em que se encontra desde cedo em treinamento, o que é muito comum. Não 
tendo características empreendedoras, mas “treinado”, por imposição, desde 
cedo,pode vir a ser um problema para a continuidade da empresa; 
c) o funcionário da empresa – podendo possuir características de empreendedor, 
sente ao longo da carreira em desequilíbrio e falta de reconhecimento entre suas 
contribuições e recompensas, ou então falta de interesse em suas ideias ou 
interferência da burocracia da empresa. Frustrado em suas necessidades de 
realização pessoal, em algum momento de carreira decide partir para um 
negócio próprio; 
d) excelentes técnicos – com características de empreendedor, dispõe do 
conhecimento, de know-how, sobre algum produto ou serviço e, uma vez 
possuidor de experiência no ramo, decide iniciar um negócio próprio. 
e) vendedores – usualmente, entusiasmado pela dinâmica de suas funções 
quotidianas, como conhece o mercado e tem experiência do ramo, inicia um 
negócio próprio em indústria, comércio ou serviços. 
f) opção ao desemprego – uma modalidade de empreendimento arriscada que, 
por questões circunstanciais, finda por ser adotada. Pode ter dois 
desdobramentos: 1) com características empreendedoras, há possibilidade de 
sucesso; e 2) sem características empreendedoras, tem chance de sucesso, 
dependendo de como a oportunidade é encarada. 
g) desenvolvimento paralelo – o funcionário, como alternativa futura, tendo 
características empreendedoras, estrutura-se entre amigos ou familiares e 
desenvolve um negócio derivado de sua experiência ou não, ou associa-se a 
outro ramo de atividades como sócio capitalista. 
h) aposentadoria – com experiência adquirida, e devido à idade precoce com que o 
mercado marginaliza as pessoas, inicia um negócio próprio, usualmente em 
comércio ou serviços, se não for oriundo da área de vendas ou produção. 
 
4.1.3 Características dos Empreendedores 
 
Algumas pessoas já nascem com maior qualificação para o empreendedorismo. 
Outras não têm tantos talentos inatos, mas isso não quer dizer que não possam aprender e 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
22 
desenvolver esses talentos. Esse desenvolvimento é fundamental para toda pessoa que 
almeja implantar e gerir um pequeno negócio. Pode-se perguntar, então, em primeiro lugar: 
O que torna uma pessoa empreendedora? Quais são os elementos essenciais da capacidade 
empreendedora? Evidentemente, essas não são perguntas fáceis de responder. Porém, os 
diversos estudiosos do assunto reconhecem que os empreendedores têm algumas 
características básicas: 
 
a) iniciativa - são pessoas que não ficam esperando que os outros (o governo, o 
empregador, o parente, o padrinho) venham resolver seus problemas. Pessoas 
que começam coisas novas. A iniciativa, enfim, é a capacidade daquele que, 
tendo um problema qualquer, age: arregaça as mangas e parte para a solução; 
b) autoconfiança - o empreendedor tem autoconfiança. Se não tivesse, seria difícil 
tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo arriscar mais, ousar, 
oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais 
empreendedor; 
c) aceitação do risco - o empreendedor aceita riscos. Ainda que muitas vezes seja 
cauteloso e precavido contra o risco, a verdade é que ele o aceita em alguma 
medida; 
d) sem temor do fracasso e da rejeição - o empreendedor fará tudo o que for 
necessário para não fracassar, mas não é atormentado pelo medo paralisante do 
fracasso. Pessoas com grande amor próprio e medo do fracasso preferem não 
tentar correr o risco de não acertar - ficam, então, paralisadas; 
e) decisão e responsabilidade - o empreendedor não fica esperando que os outros 
decidam por ele. Ele toma decisões e aceita a responsabilidade que estas 
acarretam; 
f) energia - é necessária uma dose de energia para se lançar em novas realizações, 
que usualmente exigem intensos esforços iniciais. O empreendedor dispõe dessa 
reserva de energia, vinda provavelmente de seu entusiasmo e motivação; 
g) automotivação e entusiasmo - pessoas empreendedoras são capazes de 
automotivação relacionada com desafios e tarefas em que acreditam. Não 
necessitam de prêmios externos, como compensação financeira. Igualmente, por 
sua motivação, são capazes de entusiasmarem-se com suas ideias e projetos; 
h) controle - o empreendedor acredita que sua realização depende de si mesmo e 
não de forças externas sobre as quais não tem controle. Ele se vê como capaz de 
controlar a si mesmo e de influenciar o meio, de tal modo que possa atingir seus 
objetivos; 
i) voltado para equipe - o empreendedor em geral não é um fazedor, no sentido 
obreiro da palavra. Ele cria equipe, delega, acredita nos outros, obtém resultados 
por meio de outros; 
j) otimismo - o empreendedor é otimista, o que não quer dizer sonhador ou 
iludido. Acredita nas possibilidades que o mundo oferece, acredita na 
possibilidade de solução dos problemas, acredita no seu potencial de 
desenvolvimento; e, 
k) persistência - o empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado e 
crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que as coisas comecem a 
funcionar adequadamente. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
23 
Além destas, outras características também merecem destaque: 
 
a) são visionários: eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua 
vida e, o mais importante, eles têm a habilidade de implementar seus sonhos; 
b) sabem tomar decisões: eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões 
corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso 
um fator-chave para o seu sucesso; 
c) são indivíduos que fazem a diferença: os empreendedores transformam algo de 
difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, 
transformando o que é possível em realidade; 
d) sabem explorar ao máximo as oportunidades: para a maioria das pessoas, as 
boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os 
empreendedores, as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, 
mas não identificam algo prático para torná-la em oportunidade, por meio de 
dados e informações. O empreendedor é aquele que quebra a ordem corrente e 
inova, criando mercado com uma oportunidade identificada. O empreendedor é 
aquele que cria um equilíbrio encontrando uma posição clara e positiva em um 
ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem 
presente. O empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo 
um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances 
melhoram quando seu conhecimento aumenta; 
e) são determinados e dinâmicos: eles implementam suas ações com total 
comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, 
com uma vontade ímpar de fazer acontecer. Mantêm-se sempre dinâmicos e 
cultivam certo inconformismo diante da rotina; 
f) são dedicados: eles se dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ao seu 
negócio, comprometem o relacionamento com amigos, com a família, e até 
mesmo com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando 
energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São 
incansáveis e loucos pelo trabalho; 
g) são otimistas e apaixonados pelo que fazem: eles adoram o trabalho que 
realizam. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os mantêm 
cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores 
vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem como ninguém como fazê-
lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o 
fracasso; 
h) são independentes e constroem o próprio destino: eles querem estar à frente 
das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes, em 
vez de empregados, querem criar algo novo e determinar os próprios passos, 
abrir os próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos; 
i) ficam ricos: ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Elesacreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios; 
j) São líderes e formadores de equipes: os empreendedores têm um senso de 
liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois 
sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno 
de si; 
k) são bem relacionados: os empreendedores sabem construir uma rede de 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
24 
contatos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, 
fornecedores e entidades de classe; 
l) são organizados: os empreendedores sabem obter e alocar os recursos 
materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procurando o 
melhor desempenho para seu negócio; 
m) planejam, planejam, planejam: os empreendedores de sucesso planejam cada 
passo desde seu rascunho do plano de negócios, até a apresentação do plano a 
investidores, definição das estratégias de marketing do negócio, etc., sempre 
tendo como base a forte visão de negócio que possuem; 
n) possuem conhecimento: são sedentos pelo saber e aprendem continuamente, 
pois sabem quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior a sua 
chance de êxito; 
o) assumem riscos calculados: talvez esta seja a característica mais conhecida dos 
empreendedores; 
p) criam valor para a sociedade: os empreendedores utilizam seu capital intelectual 
para criar valor para a sociedade, com geração de empregos, dinamizando a 
economia, e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções 
para melhorar a vida das pessoas. 
 
4.1.4 Sonho dos Empreendedores 
 
O empreendedor sonha em: 
 
a) ter o seu próprio negócio: todo indivíduo tem o objetivo de tornar-se 
independente, não necessitando de terceiros para se manter; 
b) independência financeira: a independência financeira é outro ponto que se pode 
enumerar, como sonho do empreendedor. Estar seguro financeiramente, sem 
medo do desemprego, sem necessitar de um salário fixo; 
c) não ter chefe: tornar-se dono do seu próprio negocio, em consequência não ser 
subordinado alguém; 
d) melhorar o padrão de vida: o empreendedor também sonha em adquirir cada 
vez um melhor padrão de vida, usufruir bens particulares que na situação de 
empregado torna-se muito difícil; 
e) liderar sua própria equipe: como empreendedor não ser mais liderado, mas 
passar a ser o cabeça da equipe; 
f) tornar-se um grande empresário: sem dúvida, o maior sonho do empreendedor 
é tornar-se bem-sucedido em seu próprio negócio, rompendo as barreiras da 
competitividade, até conseguir alcançar a estatura de um grande empresário. 
 
4.1.5 Conhecimentos dos Empreendedores 
 
Para operar uma empresa com sucesso, o empreendedor deve possuir alguns 
conhecimentos que são diferenciados em cada etapa na qual a empresa se encontra. Apesar 
desta diferenciação, é possível fazer uma descrição dos principais conhecimentos, 
necessários para o empreendedor. São os seguintes: 
 
a) conhecimento dos aspectos técnicos relacionados com o negócio: é 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
25 
imprescindível que o empreendedor tenha conhecimento a respeito do produto 
que pretende produzir e/ou a respeito do serviço que pretende prestar. 
Consequentemente, o empreendedor deve pesquisar objetivamente 
informações, procurando obter o máximo de dados possíveis, para transformar 
estes dados em novos mercados, técnicas, produtos e serviços. Estes 
conhecimentos incluem vendas, custos, processos de fabricação, meios de 
produção, gerenciamento, dentre outros. Caso o empreendedor não tenha estes 
conhecimentos, deve procurar desenvolvê-los rapidamente ou buscar alguém 
que os possua; 
b) experiência na área comercial: as funções da área comercial dizem respeito ao 
enfoque empresarial voltado ao atendimento das necessidades do cliente. 
Incluem distribuição do produto, publicidade, pesquisa de mercado e definição e 
novos produtos. Esta experiência pode ser adquirida mediante vivência prática 
ou a partir de informações obtidas em publicações especializadas, em centros de 
ensino ou mesmo mediante referências de outros empresários; 
c) escolaridade: o empreendedor deve possuir um nível de escolaridade mínimo, 
que lhe permita responder de maneira adequada às exigências impostas por seu 
negócio, visto que uma elevada escolaridade ou uma baixa escolaridade pode 
prejudicar o andamento das atividades. Isto significa que, os conhecimentos 
devem ser buscados e utilizados à medida que cada empreendimento exigir; 
d) experiência empresarial: a experiência é um fator diferenciador. O fato de o 
empreendedor já ter vivenciado algumas experiências na área empresarial, 
torna-se importante, à medida que estas lhe proporcionam um conhecimento 
prévio mais profundo e abrangente a respeito do funcionamento de uma 
empresa, podendo facilitar a resolução de problemas emergentes; 
e) formação complementar: relaciona-se com a aquisição de informações ou com o 
aprimoramento dos conhecimentos que o empreendedor já possui. Este pode 
partir de um interesse particular ou de uma necessidade gerada pelo próprio 
negócio. Contudo, há conhecimentos que aparentemente não têm nenhuma 
relação com a vida da empresa e que podem ter participação decisiva no êxito 
empresarial. É o caso, por exemplo, do aprendizado de grupos esportivos, 
associações, agremiações, viagens, dentre outros; 
f) conhecimento de gente: esse é outro erro muito comum dos empreendedores – 
não saber ou não se interessar por gente. Herança da Era Industrial. Para montar 
um empreendimento há alguns anos, era necessário saber fazer alguma coisa. 
Manusear e manipular eram mais importantes do que comunicar e se relacionar. 
As habilidades técnicas eram mais importantes do que as habilidades humanas. 
Hoje, é fundamental conhecer a natureza humana, quer seja para lidar melhor 
com o cliente, quer seja para preparar uma equipe de trabalho; 
g) conhecimento de negócio: esse é um dos principais erros dos novos 
empreendedores – sair por aí oferecendo um serviço ou um produto a quem se 
interesse por comprá-los. Poucos conseguem conceber um negócio interessante 
na forma de produtos e serviços. Poucos focam um público-alvo a quem o 
negócio deve ser direcionado. Conhecimento de negócio é fundamental para 
começar a carreira de empreendedor com o pé direito; 
h) Conhecimento do mercado: o mercado possui suas leis próprias, por meio da 
dinâmica da oferta e da demanda. O comportamento da oferta e da demanda é, 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
26 
por sua vez, influenciado pelas ações dos agentes econômicos – empresas, 
famílias, governo, instituições financeiras, etc. Compreender o sistema 
econômico é uma maneira de fazer com que o novo empreendimento interaja 
positivamente com as forças econômicas; 
i) conhecimentos sobre o mundo: o Planeta Terra virou um mundo pequeno. A 
globalização uniu os mercados. Se antes era difícil viajar para o exterior, hoje é 
muito raro algum empreendedor que já não tenha saído do País. É claro que o 
conhecimento do mundo não se consegue apenas viajando. TVs a cabo, Internet, 
revistas, etc. ajudam a compreender o mundo. A compreensão do mundo 
contribui na ampliação da compreensão da humanidade, dos hábitos, dos 
costumes e ajuda a perceber tendências e oportunidades. 
 
4.1.6 Habilidade dos Empreendedores 
 
O sucesso de uma empresa também depende das habilidades do empreendedor, 
que correspondem às facilidades para utilizar as capacidades. São inúmeras as habilidades 
necessárias para a operação de uma empresa de pequena dimensão. Algumas mais 
importantes são: 
 
a) identificação de novas oportunidades: relaciona-se com a habilidade de 
perceber o que os outros não percebem e de visualizar muito mais longe que os 
demais. O indivíduo que possui esta habilidade está sempre atento às 
informações que possamaumentar conhecimento relativo ao seu 
empreendimento, para que possa criar, implantar e desenvolver novas soluções. 
O processo de identificação de novas oportunidades depende fortemente da 
criatividade e da capacidade de pensar inovadoramente; 
b) valoração de oportunidades e pensamento criativo: é a habilidade de atribuir 
valor àquilo que se apresenta como uma oportunidade. A avaliação crítica é 
essencial para distinguir entre boas oportunidades e a ilusão das outras. Não 
basta perceber o que os outros não percebem. É necessário atribuir valor àquilo 
que se apresenta como uma boa oportunidade; 
c) comunicação persuasiva: é a habilidade de convencer os outros a respeito da 
pertinência de uma ideia. A comunicação pode ocorrer de diversas formas como: 
visual, comunicação não verbal (por meio de gestos, etc.), comunicação oral ou 
escrita. Os empreendedores geralmente começam com apenas uma ideia na 
cabeça. Para transformar esta ideia em realidade precisam, primeiramente, 
convencer os amigos, parentes e patrocinadores, a acreditar e investir em seu 
novo negócio. Mais tarde, porém, quando estiver à frente de sua empresa, o 
empreendedor deverá persuadir as pessoas a fazerem o que ele acredita que é 
importante; 
d) negociação: é a habilidade de convencer os outros, por meio da comunicação, a 
respeito da pertinência de uma ideia. Os empreendedores geralmente começam 
com apenas uma ideia na cabeça, e para transformá-la em realidade precisam 
primeiramente convencer os amigos, parentes e patrocinadores, a acreditarem e 
investirem em seu novo negócio; 
e) aquisição de informações: é a habilidade de coletar, reunir e agrupar 
informações. A questão da informação revela-se como um fator diferenciador no 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
27 
desempenho geral da empresa. A posse de informações sobre mercados, 
processos gerenciais e avanços tecnológicos, entre outros, apresenta-se 
intrinsecamente relacionada com a posição comparativamente mais sólida e 
saudável que o empreendimento venha a adquirir; 
f) resolução de problemas: é a habilidade para utilizar sistematicamente 
operações mentais, a fim de encontrar respostas para enfrentar os desafios e 
superar os obstáculos. Há vários processos envolvidos na criação e 
desenvolvimento de um novo empreendimento, criando um conjunto único de 
problemas, desafios e crises. Cabe ao empreendedor a tarefa de encontrar o 
melhor estilo, que lhe proporcione a forma ideal de revolucionar e gerar 
soluções inovadoras. 
 
Na verdade há uma variada gama de habilidades que possibilitam o empreendedor 
obter sucesso junto a sua empresa. As citadas acima se constituem num exemplo de 
classificação comumente utilizado pelos autores, o que não esgota de maneira alguma o 
assunto. 
 
4.1.7 Empreendedorismo e Liderança nas Empresas 
 
A quantidade de empreendedores no Brasil é muito grande e isso é muito bom. 
Geralmente estas pessoas começam um negócio quando conhecem muito bem um produto, 
um segmento de mercado ou um determinado setor de empresas; ou ainda porque estão 
com alguma reserva financeira disponível, porque querem ser seus próprios patrões ou 
estão tendo dificuldades de voltar ao mercado de trabalho. Muitas vezes se esquecem de 
que terão de ser bons líderes para conseguir fazer o negócio crescer, senão correm o risco 
de ter uma empresa com um só funcionário: o proprietário. 
 
Ser líder é diferente de ser administrador, gerente ou chefe. Liderar é lidar com 
pessoas; administrar é lidar com recursos, papéis, coisas, processos. Um chefe pode ser 
nomeado numa hierarquia, independentemente de possuir ou não as qualidades 
necessárias. Você pode ser um gerente e não conseguir ser o líder da equipe e pode ser o 
líder da equipe sem ser o chefe. 
 
Um bom líder precisa possuir várias virtudes, entre elas: competência 
(conhecimento, habilidades e atitude/ação), ética (integridade e honestidade), entusiasmo, 
empatia, autoconfiança, sensibilidade, humildade, imparcialidade, saúde, 
autoconhecimento, motivação e inteligência acima da média. É fundamental que goste de se 
relacionar com pessoas, que saiba ouvir e que seja observador. 
 
O empreendedor precisa atentar para o fato de que a presença de um líder é 
fundamental para o sucesso de qualquer negócio. O ideal é que procure desenvolver 
habilidades de liderança caso não seja um líder nato. É necessário que tenha alguém para 
conduzir o grupo de onde está até onde precisa estar, para fazer com que a equipe faça 
voluntariamente o que precisa ser feito, para extrair o melhor de cada colaborador e com 
isso conseguir obter os resultados positivos. 
 
Os pequenos empresários costumam cometer alguns erros na administração de 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
28 
seus negócios, muitos por falta de liderança. Dentre eles citam-se: 
 
a) não se conhecem suficientemente para saber as competências que lhes falta 
para buscar treinamento ou pessoas com tais capacidades; 
b) não conhecem o ponto de equilíbrio de seu negócio e gastam mais do que 
podem; 
c) contratam pessoas que não são adequados às funções. Não é proibido contratar 
amigo ou parente, mas é proibido contratar gente incompetente para a função; 
d) adiam decisões que precisam ser tomadas rapidamente; 
e) não suprem seus colaboradores e a si mesmos com os treinamentos necessários; 
f) não têm uma política de treinamentos; 
g) assumem compromissos que não têm capacidade de cumprir; e, 
h) esquecem-se de que os clientes são o maior patrimônio das empresas. Todos os 
colaboradores na organização precisam “servir” o cliente e não “servir” o patrão. 
Sem clientes o negócio está fadado ao fracasso. 
 
Assim sendo, ser líder é difícil, mas é bom. Para se tornar um bom líder, é preciso 
procurar estar preparado, ser proativo e ser reflexivo. É importante ainda se autoavaliar, 
procurar melhorar continuamente e ter entusiasmo e otimismo. 
 
Outro problema que acontece é que algumas vezes o empreendedor transfere toda 
a responsabilidade de liderança para o gerente de sua empresa. Quanto mais delega 
atribuições, mais o líder penetra na essência de sua função: que não é "fazer", e sim "fazer 
os outros fazerem". Agora, o empresário não pode ignorar que quando ele delega continua 
com a responsabilidade pelo êxito ou fracasso do empreendimento. Por isso, ele precisa 
acompanhar aqueles que recebem a tarefa, pedir que prestem contas temporariamente e 
não só no final do ano, e controlar o uso de todos os recursos, inclusive os recursos 
humanos. Se o gerente não tiver sucesso, ele será o culpado: ou por ter contratado errado 
ou por não ter treinado da maneira correta ou ainda por não ter controlado 
suficientemente. 
 
4.1.8 O Intraempreendedorismo 
 
Pode-se afirmar que o intraempreendedorismo é um sistema revolucionário para 
acelerar as inovações dentro de grandes empresas, mediante melhor uso dos seus talentos 
empreendedores. Os intraempreendedores são os integradores que combinam os talentos 
dos técnicos e dos elementos de marketing, estabelecendo novos produtos, processos e 
serviços. Assim, é importante fomentar as iniciativas inovadoras e empreendedoras dentro 
das corporações, tanto como vantagem competitiva junto ao mercado ou como fator de 
retenção de talentos. 
 
A organização que busca usufruir os benefícios que o empreendedorismo 
corporativo pode trazer tem que implementar programas internos de suporte ao 
empreendedorismo. Este programa deve enfocar o desenvolvimento de funcionários, a 
estrutura organizacional e seus processos, além do seu direcionamento estratégico. 
Percebe-se que essas ações requerem profunda mudança no estilo de vida das organizações. 
Elas devem indicar um novo perfil de talentos, aliado a uma cultura corporativa, a um 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
29 
formato organizacional e aum estilo diferenciado de gestão. 
 
Com o objetivo de atrair e manter as pessoas criativas e implementar novas ideias, 
as organizações devem reconhecer os complicados processos pelos quais a inovação ocorre, 
bem como certas características sobre os intraempreendedores. Para tal fim, foi criado o 
Instituto Brasileiro de Intraempreendedorismo (IBIE), entidade brasileira dedicada ao 
estudo, à aplicação e disseminação dos conceitos de inovação e intraempreendedorismo no 
País. 
 
Ou seja, o intraempreendedor é aquele profissional que a partir de uma ideia, e 
recebendo a liberdade, incentivo e recursos da empresa onde trabalha, dedica-se 
entusiasticamente em transformá-la em um produto de sucesso. Não é necessário deixar a 
empresa onde trabalha, como faria o empreendedor, para vivenciar as emoções, riscos e 
gratificações de uma ideia transformada em realidade. E como saber se uma pessoa é ou 
não um intraempreendedor? 
 
Algumas características estão presentes nos intraempreendedores, que podem 
diferenciá-los dos demais funcionários, tais como: 
 
a) tem visão sistêmica: não tem olhos apenas para o seu departamento, mas 
consegue visualizar a companhia como um todo. Atribui significado pessoal a 
tudo o que faz – tanto pelo trabalho como pela empresa onde atua. Isso inclui 
acreditar no negócio e ter a sensação de que a experiência está valendo a pena; 
b) tem capacidade de implementar as ideias: implanta projetos com começo, meio 
e fim. Não basta ser um poço de ideias, é preciso implementá-las; 
c) é persistente: faz de tudo para que os projetos e negócios deem certo. Tem 
capacidade de encontrar saídas para os obstáculos que apareçam; 
d) é proativo e se antecipa ao futuro: faz as coisas antes mesmo de ser solicitado 
ou forçado pelas circunstâncias. Consegue antecipar a necessidade e vai além do 
preestabelecido. 
 
O ambiente intraempreendedor possui as seguintes características: 
 
a) a organização opera nas fronteiras da tecnologia; 
b) novas ideias são encorajadas; 
c) a tentativa e o erro são estimulados; 
d) os fracassos são permitidos; 
e) não há parâmetros para a oportunidade; 
f) os recursos estão disponíveis e acessíveis; 
g) abordagem de equipe multidisciplinar; 
h) longo horizonte de tempo; 
i) programa voluntário; 
j) sistema de compensações apropriado; 
k) patrocinadores e defensores disponíveis; e, 
l) apoio da alta administração. 
 
Portanto, para que se desenvolva e estabeleça o intraempreendedorismo, é 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
30 
necessário que haja o comprometimento da alta administração, ou seja, que os gerentes 
apoiem fortemente o intraempreendedorismo na organização. 
 
Dentre as características de liderança individuais que constituem um 
intraempreendedor de sucesso encontram-se: 
 
a) entender o ambiente; 
b) ser visionário e flexível; 
c) criar opções administrativas; 
d) estimular o trabalho em equipe; 
e) incentivar a discussão aberta; 
f) construir uma coalizão de defensores; e, 
g) persistir. 
 
Portanto, o intraempreendedor tem um complicadíssimo desafio à frente de uma 
nova célula de negócios: deve impedir que esta seja contaminada pelos velhos e nocivos 
hábitos de gestão vigentes na empresa-mãe e, ao mesmo tempo, manter a coesão interna, 
bem como as diretrizes e os compromissos gerais da organização. Em suma, ao 
empreendedor convencional basicamente interessa agradar clientes e consumidores. O 
intraempreendedor precisa também ganhar credibilidade entre diretores e acionistas e 
garantir a manutenção do ânimo dos integrantes da equipe. 
 
4.1.9 O Plano de Negócios 
 
Uma das primeiras coisas que se deve fazer, uma vez decidida a criação de uma 
empresa, é a definição por escrito das principais variáveis do negócio. É isso que chamamos 
de Plano de Negócio. A elaboração de um Plano de negócio é fundamental para o 
empreendedor, não somente para a busca de recursos, mas, principalmente, como forma de 
sistematizar suas ideias e planejar de forma mais eficiente, antes de entrar de cabeça em um 
mercado sempre competitivo. 
 
Ou seja, para montar uma empresa, antes de começar a colocar em prática os 
passos necessários para a sua legalização, é preciso que o futuro empresário tenha uma 
série de conhecimentos fundamentais, como: conhecer o ramo de atividade onde vai atuar, 
o mercado, fazer um planejamento do que vai ser colocado em prática na nova empresa, 
estabelecer os objetivos que se pretende atingir, entre outros. 
 
O Plano de Negócios será o documento que o orientará na estruturação do seu 
negócio, constituindo também um instrumento fundamental para a negociação com 
parceiros e investidores. O Plano de Negócios do empreendimento equivale, portanto, a um 
projeto da empresa, no qual cada uma das questões sobre o negócio deve ser esmiuçada, 
compreendida e dominada, para que o empreendedor seja hábil o suficiente para tomar 
decisões corretas como empresário. 
 
Além da importância para a apresentação do projeto a terceiros, o Plano de 
Negócios será para o empreendedor um instrumento de trabalho fundamental, ao agregar e 
sistematizar toda a informação prática para a concretização e condução do projeto. Muitos 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
31 
empreendedores fracassam por não terem feito com a devida atenção esta lição de casa. 
Para isso, é preciso fazer um levantamento de dados e informações em uma série de órgãos 
e entidades (IBGE, sindicatos, associações, Sebrae, cooperativas, empresas já estabelecidas, 
etc.), para saber como se encontra este mercado, quanto o futuro empresário terá que 
vender por mês para não vir a fracassar; quanto poderá retirar por mês de pró-labore, sem 
prejudicar o bom funcionamento da empresa; quais os impostos a pagar e suas alíquotas e 
quanto guardar de recursos financeiros para fazer frente aos compromissos nos primeiros 
meses. Enfim, é preciso fazer o planejamento financeiro e da estrutura da nova empresa. 
 
Existem muitas atividades a ser exploradas, mas é preciso ficar atento a uma série 
de fatores que influenciam e limitam a escolha do seu ramo de negócio. Para se abrir uma 
empresa, deve-se levar em conta que o sucesso de qualquer negócio depende, sobretudo, 
de um bom planejamento. Embora qualquer negócio ofereça riscos, é preciso prevenir-se 
contra eles. Numa visão mais ampliada, o plano de negócio tem as seguintes funções: 
 
a) avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico, 
financeiro, jurídico e organizacional; 
b) avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação: para cada 
um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá 
comparar o previsto com o realizado; 
c) facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu 
capital próprio não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais. 
 
4.1.9.1 Análise dos riscos 
 
O conhecimento de alguns aspectos da vida das empresas deve permitir a avaliação 
do grau de atratividade do empreendimento, subsidiando a decisão do futuro empresário na 
escolha do negócio que pretende desenvolver. Basicamente, os riscos do negócio referem-
se a: 
 
a) sazonalidade - se caracteriza pelo aumento ou redução significativos da 
demanda pelo produto em determinada época do ano. Os negócios com maior 
sazonalidade são perigosos e oferecem riscos que obrigam os empreendedores a 
manobras precisas. Quando em alto grau, é considerada fator negativo na 
avaliação do negócio; 
b) efeitos da economia - a análise da situação econômica é questão importante 
para a avaliação da oportunidade de negócio, já que alguns deles são 
gravemente afetados, por exemplo, por economias em recessão; 
c) controles governamentais - setores submetidos a rigorosos controles do 
governo, nos quais as regras podem mudar com frequência, oferecem grandegrau de risco e são pouco atraentes para pequenos investidores; 
d) existência de monopólios - alguns empreendimentos podem enfrentar 
problemas por atuar em áreas em que haja monopólios formados por 
"megaorganizações", que dominam o mercado, definindo as regras do jogo 
comercial. No Brasil, a comercialização de pneus, produtos químicos em geral e 
tintas são exemplos típicos de segmentos fortemente monopolizados; 
e) setores em estagnação ou retração - nestes setores, há uma procura menor que 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
32 
a oferta de bens/serviços, o que torna a disputa mais acirrada. Nas épocas de 
expansão e prosperidade de negócios, ao contrário, novos consumidores entram 
no mercado, promovendo a abertura de novas empresas; 
f) barreiras à entrada de empresas - referem-se a obstáculos relacionados com: 
exigência de muito capital para o investimento, alto e complexo conhecimento 
técnico, dificuldades para obtenção de matéria-prima, exigência de licenças 
especiais, existência de contratos, patentes e marcas que dificultam a legalização 
da empresa, dentre outros. 
 
4.1.9.2 O que é preciso saber para montar um plano de negócios? 
 
Este é um questionamento comum, especialmente para os empreendedores em 
início de suas atividades. Neste sentido, apontam-se alguns caminhos, saber: 
 
a) conhecer o ramo de atividade – é preciso conhecer alguns dados elementares 
sobre o ramo em que pretende atuar, possibilidades de atuação dentro do 
segmento (ex., confecção é o ramo: pode-se atuar com jeans, malha, linho... para 
público infantil, adulto, feminino...); 
 
b) conhecer o mercado consumidor – o estudo do mercado consumidor é um dado 
importante para o empreendimento, pois abrange as informações necessárias à 
identificação dos prováveis compradores. O que produzir, de que forma vender, 
qual o local adequado para a venda, qual a demanda potencial para o produto. 
Essas são algumas indagações que podem ter respostas mais adequadas quando 
se conhece o mercado consumidor; 
 
c) conhecer o mercado fornecedor – para iniciar e manter qualquer atividade 
empresarial, a empresa depende de seus fornecedores – o mercado fornecedor. 
O conhecimento desse mercado vai se refletir nos resultados pretendidos pela 
empresa. Mercado fornecedor é aquele que fornece à empresa os 
equipamentos, máquinas, matéria-prima, mercadorias e outros materiais 
necessários ao seu funcionamento. 
 
d) conhecer o mercado concorrente – o mercado concorrente é composto pelas 
pessoas ou empresas que oferecem mercadorias ou serviços iguais ou 
semelhantes aos que você pretende oferecer. Este mercado deve ser analisado 
criteriosamente, de maneira que sejam identificados: quem são meus 
concorrentes, que mercadorias ou serviços oferecem, quais são as vendas 
efetuadas pelo concorrente, quais os pontos fortes e fracos da minha 
concorrência, e se seus clientes lhes são fiéis; 
 
e) definir produtos a serem fabricados, mercadorias a serem vendidas ou serviços 
a serem prestados - é preciso conhecer detalhes do seu produto/serviço. 
Ofereça produtos e serviços que atendam as necessidades de seu mercado. 
Defina qual a utilização do seu produto/serviço, qual a embalagem a ser usada, 
tamanhos oferecidos, cores, sabores, etc.; 
 
 
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1 
33 
f) analisar bem a localização de sua empresa – onde montar o meu negócio? A 
resposta certa a esta pergunta pode significar a diferença entre o sucesso ou o 
fracasso de um empreendimento. Tudo é importante para esta escolha e deve 
ser observado e registrado; 
 
g) conhecer marketing – marketing, como muitos pensam, não é só propaganda. 
Marketing é um conjunto de atividades desenvolvidas pela empresa, para que 
esta atenda desejos e necessidades de seus clientes. As atividades de marketing 
podem ser classificadas em áreas básicas, que são traduzidas nos 4 Ps do 
marketing. São eles: Produto, Pontos de Venda, Promoção (Comunicação) e 
Preço; 
 
h) processo operacional - este item trata do como fazer. Devem ser abordadas tais 
questões: que trabalho será feito e quais as fases de fabricação/venda/prestação 
de serviços; quem fará; com que material; com que equipamento; e quando fará. 
É preciso verificar quem tem conhecimento e experiência no ramo: você? Um 
futuro sócio? Ou um profissional contratado?; 
 
i) projeção do volume de produção, de vendas ou de serviços - é prudente que o 
empreendedor ou empresário considere: a necessidade e a procura do mercado 
consumidor; os tipos de mercadorias ou serviços a serem colocados no mercado; 
a disponibilidade de pessoal; a capacidade dos recursos materiais - máquinas, 
instalações; a disponibilidade de recursos financeiros; a disponibilidade de 
matéria-prima, mercadorias, embalagens e outros materiais necessários; 
 
j) projeção da necessidade de pessoal – identifique o número de pessoas 
necessárias para o tipo de trabalho e que qualificação deverão ter, inclusive as 
do serviço de escritório; 
 
k) análise financeira – é necessário fazer uma estimativa do resultado da empresa, 
a partir de dados projetados, bem como, uma projeção do capital necessário 
para começar o negócio, pois terá que fazer investimento em local, 
equipamentos, materiais e despesas diversas, para instalação e funcionamento 
inicial da empresa. 
 
Diante do exposto, o plano de negócio é um instrumento que visa estruturar as 
principais concepções e alternativas para uma análise correta de viabilidade do negócio 
pretendido, proporcionando uma avaliação antes de colocar em prática a nova ideia, 
reduzindo, assim, as possibilidades de se desperdiçarem recursos e esforços em um negócio 
inviável. Além de servir como instrumento de avaliação para solicitação de financiamentos, 
também serve como meio de planejamento da expansão de uma empresa já existente. 
 
A elaboração de um plano de negócios é uma etapa fundamental para o 
empreendedor que deseja criar uma empresa, não somente pela sua utilidade na busca de 
recursos, mas, principalmente, como forma de sistematizar suas ideias e planejar de forma 
mais eficiente o seu negócio. Um plano de negócios bem feito aumentará muito suas 
chances de sucesso. 
 
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA 
34 
O plano de negócios deve ajudar o empreendedor a responder questões 
importantes relativas ao seu negócio antes do seu lançamento. Não é incomum mudanças 
profundas no projeto quando se começa a pesquisar e checar as suposições iniciais para a 
montagem do plano de negócios. É justamente aí, que reside o valor de um bom plano: é 
muito mais fácil modificar negócios que estão apenas no papel do que aqueles em pleno 
funcionamento, o que pode obrigar a comprometer uma parcela expressiva de recursos. 
Assim, antes de iniciar até mesmo a construção do plano de negócios, se faz necessário ter 
em mente respostas para as seguintes perguntas, no que se refere: 
 
 À descrição do negócio: 
Que tipo de negócio você está planejando? 
Que produtos ou serviços você vai oferecer? 
Por que o seu produto ou serviço vai ter êxito? 
Quais são as suas oportunidades de crescimento? 
 
 Ao plano de marketing: 
Quem são os seus clientes potenciais? 
Como você atrairá os seus clientes e se manterá no mercado? 
Quem são os seus concorrentes? Como eles estão prosperando? 
Como vai promover as suas vendas? 
Quem serão os seus fornecedores? 
Qual será o sistema de distribuição utilizado para o seu produto/serviço? 
Qual imagem sua empresa vai transmitir aos clientes? 
Como você vai desenvolver o design de seu produto? 
 
 Ao plano organizacional: 
Quem administrará o seu negócio? 
Que qualificações deverá ter seu gerente? 
Quantos empregados precisará e quais as suas funções? 
Como você administrará as suas finanças? 
Quais são os consultores ou especialistas necessários? 
Que

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