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1. COMPONENTES DA FORÇA PESO Da figura: Pt Pnsen θ = ––– cos θ = ––– P P • Pt = P sen θ: componente tan gencial do peso; é a componente que solicita o bloco para baixo; na ausên cia de atrito faz o papel de resultante que acelera o bloco. • Pn = P cos θ: componente nor mal do peso; é a componente de com pressão que aperta o bloco con - tra o pla no inclinado; é equili bra da pela rea ção normal de apoio e só tem inte res se em problemas com atrito. 2. ACELERAÇÃO NO PLANO INCLINADO SEM ATRITO Quando um corpo se move livre - mente em um plano inclinado, sem atri to, a força resultante responsável por sua aceleração é a componente tan gencial de seu peso: 2a. Lei de Newton (PFD): Pt = m a m g sen θ = m a ⇒ Observe que a intensidade da ace le ração (g sen θ) é independente da massa do corpo. 3. ACELERAÇÃO NO PLANO INCLINADO COM ATRITO Quando um corpo se move livre - mente em um plano inclinado, com atrito, a força resultante, responsável pela sua aceleração, é a soma ve - to rial da componente tangencial de seu peso (Pt = m g sen θ) com a força de atrito dinâmica (Fat = µd m g cos θ). • Se o corpo for lançado para ci - ma, teremos: 2a. Lei de Newton (PFD): Pt + Fat = m a m g sen θ + µd m g cos θ = m a • Se o corpo for abandonado do repouso ou lançado para baixo, tere - mos: 2a. Lei de Newton (PFD): Pt – Fat = m a m g sen θ – µd m g cos θ = m a 4. ÂNGULO DE ATRITO q Estático Se o corpo permanecer em re pou - so no plano inclinado, porém na imi - nência de deslizar, isto é, a força de atri to so licitada ao máximo, teremos: µe m g cos θE = m g sen θE O ângulo θE, tal que µE = tg θE, é chamado “ângulo de atrito es tá - tico”. q Dinâmico Se o corpo for lançado para bai - xo no plano inclinado e descer em movi mento retilíneo e uniforme (ace - leração nula), teremos: µd m g cos θd = m g sen θd O ângulo θd, tal que µd = tg θd, é chamado “ângulo de atrito dinâ - mico”. a = g sen θ a = g(sen θ + μd cos θ) a = g(sen θ – μd cos θ) FatD = Pt μE = tg θE Fatdin = Pt μd = tg θd – 93 FÍ S IC A A FRENTE 1 Mecânica MÓDULO 37 Plano Inclinado C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:09 Página 93 94 – FÍS IC A A 1. FORÇA RESULTANTE Admitamos que sobre um corpo atuem as forças → F1, → F2, ..., → Fn em rela - ção a um sistema de referência iner - cial (para nossos estudos, ligado à su per fície terrestre). A força resultante sobre o corpo é a soma vetorial das forças atuan - tes. Portanto, a força resultante é uma for ça imaginária (hipotéti ca) que po deria substituir as forças reais e pro duzir no corpo a mesma acelera - ção ve torial. 2. COMPONENTES DA FORÇA RESULTANTE Para facilitar seu estudo, a for ça → FR costuma ser separada em duas com ponentes. → Ft: componente tangencial de → FR → Fcp: componente centrípeta de → FR Cumpre ressaltar que → Ft e → Fcp não são forças que realmente atuam no cor po, mas apenas componentes da força resultante (que é uma força ima ginária). A força resultante é a soma ve to - rial de suas componentes tangen cial e centrípeta. A intensidade da força resultante é obtida pela aplicação do Teorema de Pitágoras. 3. COMPONENTE TANGENCIAL DA FORÇA RESULTANTE q Função A componente tangencial da for - ça re sultante → Ft está ligada à ace le ra - ção tangencial → at e, portanto, pro - voca va ria ção na intensidade da ve - lo cidade ve torial. A resultante tangencial é nu la nos mo vi mentos unifor - mes (� → V � é cons tan te) e está pre sente nos movimentos va - ria dos ( � → V � varia), não impor - tan do a traje tória do móvel. Características vetoriais • Intensidade m = massa do corpo. γ = aceleração escalar. • Direção tangente à trajetória (// a → V). • Sentido O mesmo da velocidade vetorial nos movimentos acelerados. Oposto ao da velocidade vetorial nos movimentos retardados. 4. COMPONENTE CENTRÍPETA DA FORÇA RESULTANTE q Função A componente centrípeta da for - ça re sultante → Fcp está ligada à ace - lera ção centrípeta →acp e, por tan to, pro vo ca va riação na direção da ve lo - ci da de veto rial, tornando a trajetória curva. A resultante centrípeta é nu la nos mo vimentos retilí neos (direção de → V é constante) e es tá presente nos movi men tos curvilíneos (direção de → V varia). Características vetoriais • Intensidade m = massa do corpo. V = intensidade da velocidade li near. ω = intensidade da velocidade an gular. R = raio de curvatura da traje tó - ria. • Direção Normal à trajetória ( a V → ). • Sentido Dirigido para o interior da curva des crita. 5. FORÇA RESULTANTE NOS PRINCIPAIS MOVIMENTOS q MRU → Ft = → 0 porque o movimento é uni - forme. → → → Ft ⇒ at ⇒ variação de | V | FR 2 = F t 2 + Fcp 2 → FR = → Ft + → Fcp → FR = → F1 + → F2 + .... + → Fn → → mV2 |Fcp | = m | acp| = –––––– = m ω2RR → Fcp ⇒ → acp ⇒ variação na direção de → V → → � Ft � = m � at � = m � γ � MÓDULOS 38 a 40 Componentes da Resultante C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:09 Página 94 → Fcp = → 0 porque o movimento é re - ti líneo. q MRUV → Ft ≠ → 0 porque o movimento é va - ria do. → Fcp = → 0 porque o movimento é re tilíneo. q MCU → Ft = → 0 porque o movimento é uni forme. → Fcp ≠ → 0 porque o movimento é cur vilíneo. q MCUV → Ft ≠ → 0 porque o movimento é va - riado. → Fcp ≠ → 0 porque o movimento é cur vilíneo. 6. EXEMPLO Consideremos uma pequena es - fe ra percorrendo um trilho circular sem atrito, em posição vertical, sob a ação ex clusiva de seu peso e da força nor mal aplicada pelo trilho. Consideremos os pontos A, B, C e D indicados na figura e analisemos as forças em cada uma dessas posições: q Ponto A No ponto A, a resultante tangen - cial é nula e a resultante centrípeta tem in tensidade dada por: q Ponto B No ponto B, a resultante tangen - cial é nula e a resultante centrípeta tem in ten sidade dada por: q Ponto D No ponto D, o peso faz o papel de resultante tangencial e a força normal, aplicada pelo trilho, faz o papel de re sul tante centrípeta: q Ponto C No ponto C, o peso é decom - posto em uma componente tangen - cial → Pt e uma componente normal → Pn. No ponto C, a componente tan - gencial do peso (Pt = P sen θ) faz o papel de resultante tangencial: No ponto C, a resultante entre a for ça normal (NC) e a componente normal do peso (Pn = P cos θ) faz o papel de resultante centrípeta: 7. FORÇA CENTRÍFUGA As leis de Newton só podem ser apli cadas em relação a certos sis te - mas de referência privilegiados, cha - ma dos sistemas inerciais. Em nossos estudos, considera - mos como inerciais os sistemas de refe rên cia em repouso ou em trans lação retilí nea e unifor me em re lação à superfície ter res - tre. FcpA = NA + P → FR = → Ft + → Fcp → FR = → Fcp → FR = → Ft → FR = → 0 FcpD = ND FcpB = NB – P FcpC = NC – Pn = NC – P cos θ FtC = Pt = P sen θ ⇒ | γ | = g sen θ FtD = P ⇔ | γ | = g – 95 FÍ S IC A A C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:09 Página 95 Consideremos uma plataforma ho rizontal, com movimento de rota ção uniforme em relação ao solo ter - res tre e velocidade angular de mó dulo ω. Consideremos um bloco de mas sa m, em repouso em relação à plata forma. Para um referencial fixo no solo terrestre, o bloco está em mo vi mento circular e uniforme sob ação de duas forças: 1) força de gravidade → P aplicada pela Terra; 2) força de contato → Faplicada pe lo apoio. Esta força → F admite uma com ponente normal → FN, que equilibra o pe so → P, e uma componente de atrito → Fat, que faz o papel de resultante centrí peta. Para um referencial fixo na pla taforma, o bloco está em re pou so e, além das forças → F e → P, o bloco estará sujeito a uma terceira força, diri gida para fora, com a mesma inten sidade e direção da força de atrito, de modo que a re sul tante de → F, → P e des ta terceira força seja nula. Esta força dirigida para fora e de intensidade mω2R não é aplicada por nenhum agente físico; não é uma força real, do tipo ação-reação e é mo tivada pelo fato de o referencial ado tado estar em movi men to de rotação em relação ao solo terrestre. Tal força é chamada de for ça de inércia centrífuga ou sim plesmente força cen - trífu ga. Portanto, quando surge a per gun ta: “Força centrífuga existe ou não?”, a resposta é simples: de pende do referencial adotado. Para um referencial ligado ao solo terres - tre (sistema de referência iner cial), não existe força centrífuga. Para um referencial ligado a um sis tema em rotação ou des crevendo uma curva, em re lação ao solo terrestre, exis te a força centrífuga (força de inér cia, for ça fictícia, pseudoforça ou for ça de correção de referen cial) que tende a lan çar o corpo “pa ra fora da curva”. Referencial na plataforma: bloco em repouso → F + → P + → Fcf = → 0 Referencial no solo terres tre: | → FN| = | → P| | → Fat| = Fcp = mω 2R 96 – FÍS IC A A 1. CONCEITO Uma força → F realiza trabalho quan do (I) transfere energia mecânica de um corpo para outro; (II) transforma energia cinética em potencial ou vice-versa; (III) transforma energia mecâ ni - ca em outra forma de energia (por exem plo, em térmica). Portanto, na conceituação de tra - ba lho, deve estar sempre presente um agente físico força e uma trans - fe rên cia ou transformação de ener gia me câ nica. 2. DEFINIÇÃO Quando a força ( → F ) é constante e o seu ponto de aplicação sofre um deslocamento ( → d ), tal que o ângulo en tre → d e → F vale θ, o trabalho é dado por: • Quando a força é variável, a de fi nição de trabalho é feita com o uso da função matemática integral e do pro duto escalar entre dois vetores e, por tanto, foge ao nível do Ensino Mé dio. • No caso de forças variáveis, o cál culo do trabalho pode ser feito com o auxílio do teorema da energia ciné tica ou do método gráfico. • O trabalho de uma força constante não depende da tra - jetória do móvel entre os pon - tos A e B. τF = | → F | | → d | cos θ MÓDULO 41 Trabalho C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:09 Página 96 3. CÁLCULO DO TRABALHO PELAS PROJEÇÕES Quando dois vetores formam en - tre si um ângulo θ, o produto do mó - dulo de um deles pelo cos θ corres - ponde à projeção desse vetor na direção do outro: Assim: A definição de trabalho de uma for ça constante nos conduz a: O cálculo do trabalho pelo mé - todo das projeções nos revela que apenas a componente da força na direção do deslocamento realiza trabalho, isto é, transfere ou trans - forma energia mecâ ni ca. 4. CÁLCULO DO TRABALHO DO PESO τp = | → P | | → d | cos θ | → P | = m g } Daí: H cos θ = ––––| →d | 5. SINAL DO TRABALHO Quando a força → F favorece o des - lo camento, temos: e o trabalho de → F é positivo. Quando a força → F se opõe ao des locamento, temos: e o trabalho de → F é negativo. No caso da força peso, temos: Na subida do corpo, o trabalho do peso é negativo e corresponde à trans formação de energia cinética em energia potencial: Na descida do corpo, o trabalho do peso é positivo e corresponde à trans formação de energia potencial em energia cinética. 6. FORÇA CONSERVATIVA Quando o trabalho de uma força → F, entre dois pontos A e B, não depende da trajetó ria, a força → F é chamada conserva - tiva. Uma força constante é um exem - plo de força conservativa. A força peso e a força eletros - tática são exemplos importantes de forças con servativas. 7. TRABALHO NULO O trabalho é nulo quando não há transferência ou transformação de energia mecânica. Isso acontece em três casos: q Força nula Sem força, não há realização de trabalho. q Deslocamento nulo Se o ponto de aplicação da força não sofre deslocamento, não há tra - ba lho, porque não há transferên cia, nem transformação de energia me - cânica. q Força perpendicular ao deslocamento Quando a força → F e o desloca men - to → d forem perpendiculares (θ = 90°), temos: Exemplos Quando o deslocamento é ho - rizontal, a força peso não realiza tra - ba lho. A reação normal de apoio não realiza trabalho quando é perpen di - cular à tra jetória. A componente centrípeta da for - ça resultante nunca realiza traba lho por ser perpendicular à trajetória. 8. UNIDADES E DIMENSÕES q Unidade Da definição de trabalho, temos: τ = | → F | | → d | cos θ A unidade de trabalho no SI é de - nominada joule (J). q Dimensões Da definição de trabalho, temos: τ = | → F | | → d | cos θ [ τ ] = [ → F ] [ → d ] [ τ ] = M L T –2 . L | → d | cos θ = proj. → d | → F | cos θ = proj. → F τF = | → F | proj. → d τF = | → d | proj. → F τp = m g H O trabalho do peso não depende da trajetória cos θ > 0 cos θ < 0 cos θ = 0 ⇒ τF = 0 u(τ) = N . m joule (J) = N . m [ τ ] = M L2 T–2 τp = + m g H τp = – m g H – 97 FÍ S IC A A C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:09 Página 97 1. TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA A energia cinética (Ec) ou de mo vimento de um corpo de massa m e velocidade escalar V é dada por: O teorema da energia cinética per mite calcular o trabalho total reali - za do so bre um corpo: A soma dos trabalhos de to das as forças atuantes em um corpo (internas e exter - nas) mede a variação de sua ener gia cinética: O TEC pode ser usado para qual quer tipo de força resultante: cons tan te ou variável, conservativa ou dissi pa tiva. Podemos demonstrar o TEC para o caso particular de uma força resul - tante constante que atua em uma par tí cula que se move em trajetória retilí nea. τF = | → F | | → d | cos θ τF = m γ Δs cos 0° � Da Equação de Torricelli: V2 f = V2 0 + 2 γ Δs V2 f – V2 0γ Δs = ––––––––– � 2 Substituindo-se � em �, vem: V2f – V 2 0 τF = m ––––––––– 2 mV 2 f mV 2 0 τF = ––––– – ––––– 2 2 2. MÉTODO GRÁFICO Seja o gráfico do valor da com - po nente tangencial da força resul - tante Ft em um corpo, em função da dis tân cia percorrida d pelo corpo, ao lon go de sua trajetória. A área sob o gráfico da fun ção Ft = f(d) mede o trabalho realizado no deslocamento consi derado. Note que apenas a componente tangencial da força resultante realiza trabalho sobre o corpo. Quando o gráfico indicar valor po si tivo para Ft, o deslocamento (su posto crescente) se dá no senti - do de → Ft e o trabalho é positivo. Quan do o gráfico indica valor ne ga - tivo para Ft, o deslocamento (suposto crescente) se dá em sentido contrá - rio ao de Ft e o trabalho é negativo. 3. TRABALHO NO LEVANTAMENTO DE UM CORPO Considere um corpo levantado com velocidade escalar constante (ou partindo do repouso e voltando ao re pouso) de uma altura H, sob ação exclusiva de seu peso → P e de uma força motriz → F. Aplicando-se o TEC, temos: τF + τP = ΔEcin Sendo τP = – m g H (subida) e ΔEcin = 0 (movimento uniforme ou Vf = V0 = 0), temos: τF – m g H = 0 4. TRABALHO INTERNO O trabalho total,que mede a va - ria ção da energia cinética, é a soma dos tra balhos de todas as forças ex - ternas e internas ligadas ao sistema físico em es tudo. m V2 Ec = –––––––2 τF1 + τF2 + ... + τFn = m V2f m V 2 0 = ––––––– – ––––––– 2 2 τF = ΔEcin ÁREA (FORÇA x DISTÂNCIA) MEDE O TRABALHO REALIZADO τ0B N = área (A1) τBC N = – área (A2) τ0C N = área (A1) – área (A2) τF = m g H = PH O trabalho de → F não depen - derá da trajetória ou do tem po de trajeto. 98 – FÍS IC A A MÓDULO 42 Teorema da Energia Cinética e Método Gráfico C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 98 Por vezes, o trabalho da força re sultante externa é nu lo e o tra balho interno é res ponsável pe la variação da ener gia ciné - ti ca do sistema estudado. Considere os seguintes exem plos: Exemplo 1: um rapaz sobre pa - t ins, em um plano horizontal sem atri - to, aplica sobre a parede vertical uma for ça horizontal e passa a se mo ver so bre o plano horizontal. As forças externas atuantes no ra paz, durante a interação com a pa - re de, são: 1) o peso do rapaz; 2) as reações normais do chão; 3) uma força horizontal → F apli ca - da pela parede. A resultante externa responsável pela aceleração do rapaz é a força ho ri zontal → F aplicada pela parede, po rém seu trabalho é nulo, porque não há des lo camento de seu pon to de aplica ção. A energia cinética adquirida pela pes soa é proveniente do trabalho interno realizado pelas forças mus - cu lares da pessoa. Note que estas forças in ter - nas não têm nenhum papel no pro cesso de ace le ração da pes soa, porém seus pontos de apli cação deslocam-se de mo - do a realizar trabalho e trans - for mar energia interna da pes - soa em energia cinética. Exemplo 2: considere uma pes soa andando com movimento ace le ra do em um plano horizontal, des preze o efei to do ar e admita que os pés da pessoa não escorreguem em relação ao chão. As forças externas que agem na pes soa são: a) o peso → P; b) a reação normal do chão; c) a força de atrito aplicada pelo chão. A resultante externa responsável pela aceleração da pessoa é a força de atrito aplicada pelo chão, porém seu trabalho é nulo, pois o atrito entre o pé e o chão é estático, uma vez que os pontos de contato entre o pé e o chão têm ve lo cidade nula como con di ção para que não haja escorre - ga men to entre eles. O trabalho nulo do atrito pode ser interpretado pelo fato de não haver transferência de energia mecânica do chão para a pessoa. A variação da energia cinética da pessoa é proveniente do tra - balho in terno realizado pelas for - ças mus cu lares da pessoa. Observe mais uma vez que a for ça de atrito é a resultante ex ter na res ponsável pela ace - le ra ção da pessoa, porém a va riação da energia cinética é proveniente do trabalho in ter - no das for ças muscu lares. Exemplo 3: considere um au to - móvel, em movimento acelerado, em um plano horizontal, despreze o efeito do ar, admita que os pneus não der rapem e que as rodas traseiras sejam as ro das motrizes. As forças externas que agem no carro são: a) o peso → P; b) as reações normais do chão; c) as forças de atrito que o chão aplica nos pneus. A resultante externa responsável pela aceleração do carro é a resul - tante das forças de atrito que o chão aplicou nos pneus, porém o trabalho dessa resultante externa é nulo, pois o atrito entre os pneus e o chão é está tico, uma vez que os pontos de con tato entre os pneus e o chão têm velo cidade nula como condição para que os pneus não derrapem. A variação da energia ci né - ti ca do carro é proveniente do tra balho in terno: a expansão dos ga ses nos ci lindros do motor origi - nam for ças in ternas, algumas das quais rea lizam tra balho. A força de atrito é a re sul - tante externa respon sável pe - la aceleração do carro, porém a variação da energia cinética é proveniente do trabalho in - ter no das forças ligadas à ex - pan são dos gases nos cilin - dros do motor. – 99 FÍ S IC A A C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 99 1. CONCEITO A potência mecânica de uma força mede a rapidez de realização de tra ba lho, isto é, a velocidade com que a energia mecânica está sendo trans fe ri da ou transformada. 2. POTÊNCIA MÉDIA Consideremos uma força → F que rea liza um trabalho τ em um intervalo de tempo Δt. Define-se potência média da for ça → F pela relação: 3. POTÊNCIA INSTANTÂNEA Da definição de trabalho, vem: τ = | → F | | → d | cos θ Dividindo-se toda a expressão por Δt: = | → F | cos θ Potm = | → F | | → Vm | cos θ Fazendo Δt → 0, chegamos aos valores instantâneos: θ é o ângulo formado entre → F e → V. 4. UNIDADES E DIMENSÕES q Unidade no SI Da definição de potência média, temos: u(τ) J u(Pot) = –––– = –– (joule por segundo) u(t) s A unidade de potência no SI é cha mada de watt (W). q São também usados alguns múl - ti plos e submúltiplos do watt. 1MW (megawatt) = 106W 1kW (quilowatt) = 103W 1mW (miliwatt) = 10–3W 1µW (microwatt) = 10–6W q Existem ainda unidades práticas de potência. q Dimensões Da definição de potência média, vem: [ τ ] ML2T–2 [ Pot ] = –––– = –––––––– [Δt ] T A potência tem dimensão 1 em re lação à massa, dimensão 2 em re - la ção ao comprimento e dimensão –3 em re lação ao tempo. q Método gráfico No gráfico da potência instan tâ - nea de uma força → F, em função do tem po, a área sob o gráfico Pot = f(t) mede o trabalho realizado por → F no intervalo de tem po considerado. q Potência em uma queda d'água Considere um rio com vazão Z e uma cachoeira, nesse rio, de altura H. Admitamos que a água no ponto mais alto da cachoeira tenha veloci - da de desprezível. A potência média do peso da água que cai é dada por: em que m g é o peso da água que es - tá caindo e Δt é o tempo em que o tra - ba lho do peso é realizado. Sendo µ a densidade da água e Vol o volume de água escoado no tempo Δt, temos: μ Vol g H m = μ Vol e Potm = ––––––––– Δt Vol A razão –––– corresponde à va- Δt zão do rio, indicada por Z. Portanto: Essa é a potência teórica (des - pre za mos as perdas) que podemos retirar de uma queda-d'água para aprovei tamento hidroelétrico. τ Potm = ––––Δt τ –––– Δt | → d | –––– Δt Pot = | → F | | → V | cos θ τ Potm = ––––Δt J 1 watt (W) = ––– = J . s–1 s 1cv = 735W 1hp = 746W τ Potm = ––––Δt [ Pot ] = ML2T–3 ÁREA (POTÊNCIA x TEMPO) MEDE O TRABALHO REALIZADO τP m g HPotm = –––– = –––––––Δt Δt Potm = µ Z g H 100 – FÍS IC A A MÓDULO 43 Potência C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 100 – 101 FÍ S IC A A 1. CONCEITUAÇÃO Um corpo ou um sistema físico qual quer tem energia mecânica, em relação a um certo referencial, quan do tiver possibilidade de se modificar es - pon taneamente realizando traba lho. Em outras palavras: um corpo tem energia mecânica, em relação a um cer to referencial, quando esti - ver em mo vimento ou quando ti - ver possi bi lidade de entrar em mo vi men to. 2. MODALIDADES DE ENERGIA MECÂNICA A energia mecânica pode-se ma - ni festar sob duas formas: q Energia potencial Está ligada à posição do corpo, que lhe dá a possibilidade de entrar em movimento. A energia mecânica, na forma po tencial, pode ser de dois tipos: • Energia potencial de gra - vidade: está associada à posição do corpo no campo de gravidade criado pela Terra. • Energia potencial elásti - ca: está associada à deformação de um sistema elástico, como, por exem plo, uma mola elástica ou a borracha de um estilingue. q Energiacinética Está associada ao movimento do corpo e, portanto, depende de sua velocidade escalar. 3. ENERGIA CINÉTICA Para medirmos a energia ciné ti - ca de um corpo de massa m, ani - mado de ve locidade escalar V, ad - mi tamos que o corpo partiu do re - pouso (V0 = 0) e foi sujeito a uma for - ça resultante cons tante até atingir a velocidade es ca lar V, movendo-se em um plano hori zon tal. O trabalho realizado por essa for - ça resultante corresponde à energia me câ nica transferida para o corpo na for ma de energia cinética (no plano ho ri zontal, a energia potencial não se al tera). (1) Usando a Equação de Torricelli: , temos: V2 = 2γ | → d | ⇒ (2) Usando a 2.a Lei de Newton, te - mos: (3) Substituindo-se (2) e (3) em (1), vem: V2 Ecin = m . γ . ––– ⇒2γ Notas 1) A energia cinética nunca será negativa, pois m > 0 e V2 ≥ 0. 2) A energia cinética de pen - de da velocidade e, portanto, de - pen de do referencial adotado. Por exemplo: um passageiro sen - ta do no banco de um ônibus a 50km/h, em relação ao solo, tem ener gia ciné tica nula para um refe - rencial ligado ao ônibus e energia cinética não nu la para um refe ren - cial ligado ao solo. 3) Gráficos da energia cinética. 4) A energia cinética é uma gran deza escalar e, para um cor - po de massa constante, ela será constante se o movimento do corpo for uniforme, não importando a tra je - tória descrita. 4. ENERGIA POTENCIAL DE GRAVIDADE Para medirmos a energia poten - cial de gravidade de um corpo de mas sa m, situado a uma altura H, ENERGIA MECÂNICA TRADUZ CAPACIDADE PARA REALIZAR TRABALHO Ecin = τF = | → F | | → d | cos 0° V2f = V 2 0 + 2γ Δs V2 | → d | = –––– 2γ | → F | = m γ m V2 Ecin = ––––––2 MU ⇒ ENERGIA CINÉTICA CONSTANTE MÓDULO 44 Energias Potencial e Cinética C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 101 aci ma do plano horizontal de referên - cia, basta calcular o trabalho do peso do cor po, de sua posição inicial até o plano de re ferência. Ep = τp ⇒ Notas 1) Ep > 0: acima do plano de refe - rência. Ep = 0: no nível do plano de refe - rên cia. Ep < 0: abaixo do plano de refe - rência. 2) O valor da energia potencial de gravidade depende do plano de refe rência, porém a variação de energia potencial entre dois pontos não depende do plano de referência. ΔH é a distância entre os pontos A e B e não depende do plano de refe rên cia adotado. 3) Gráfico da função Para um corpo de peso cons tan - te, a energia potencial de gravidade é di retamente proporcional à dis tân - cia H até o plano de referência. Note que, para posições abaixo do plano de referência adotado, te - mos: 4) Quando se trata de um corpo ex tenso, a altura H refere-se ao cen - tro de gravidade do corpo. Por exemplo, consideremos um pos te homogêneo de altura H e peso P. A energia potencial de gravidade do poste, em relação ao solo, será da da por: 5. UNIDADES E DIMENSÕES Todas as manifestações de ener - gia têm as mesmas unidades e di - men sões. Portanto, a energia mecânica te - rá as mesmas dimensões e as mes - mas unidades de trabalho. Também se usam, além do joule, as seguintes unidades: Ep = m g H ΔEp = m g ΔH A VARIAÇÃO DE ENERGIA POTENCIAL NÃO DEPENDE DO PLANO DE REFERÊNCIA ADOTADO Ep = f(H) tg θ N= P H < 0 ⇒ Ep < 0 P H Ep = ––––2 PARA CORPOS EXTENSOS, INTERESSA A ALTURA DO CENTRO DE GRAVIDADE DO CORPO PARA MEDIRMOS A ENERGIA POTENCIAL [ Em ] = [ τ ] = ML 2T–2 u(Em) = u(τ) = joule (J) = N . m cal = 4,2J erg = dyn . cm = 1,0 . 10–7J 102 – FÍS IC A A C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 102 1. ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA q Lei de Hooke Consideremos uma mola elástica ideal submetida a uma força defor - ma dora de intensidade F. Seja x a deformação sofrida pela mo la (alongamento ou encurtamento da mola). A Lei de Hooke estabelece que: A intensidade da força de - for madora (F) e a deformação produzida (x) são diretamente proporcionais. A constante de proporcio nalida - de k é uma medida da rigidez da mola e é chamada de constan te elástica da mola. q Gráfico da Lei de Hooke Sendo F diretamente proporcio - nal a x, temos: No SIU, a constante elás ti - ca é medida em N/m. q Energia Elástica Para medirmos a energia elás - tica, armazenada em uma mola de - for mada, basta calcular o traba lho rea lizado por um operador, na tarefa de defor mar a mola. O cálculo do trabalho é feito pela medida da área sob o gráfico F = f(x). Ee = τop N = área (F x d) x . k x Ee = ––––––– ⇒2 Observe que, à semelhança da ener gia cinética, a energia elástica nun ca será negativa, pois k > 0 e x2 ≥ 0. 2. ENERGIA MECÂNICA A energia mecânica de um corpo é a soma das energias potencial e ci - né tica. A energia mecânica depende do referencial adotado e pode ser positiva, negativa ou nula. 3. SISTEMA DE FORÇAS CONSERVATIVO Um sistema de forças, aplicado a um corpo, é dito conservativo quan do não altera a energia mecâ ni - ca do cor po. Exemplos de sistemas conserva - ti vos: Exemplo 1: Quando um corpo es tá sob ação exclusiva da força de gravidade, sua energia mecânica per manece constante. O corpo pode estar a) em queda livre vertical; b) subindo verticalmente; c) em trajetória parabólica (movi - men to balístico); d) em movimento orbital em torno da Terra (órbita circular ou elíptica). Exemplo 2: Quando um corpo desliza livremente ao longo de uma tra jetória sem atrito, ele fica sob a ação exclusiva de seu peso e da reação nor mal de apoio, e sua ener - gia mecânica permanece constante. Exemplo 3: Quando um pên - du lo ideal está oscilando, a esfera pen dular fica sob a ação exclusiva de seu peso e da força aplicada pelo fio ideal, e sua energia mecânica per ma nece cons tante. Exemplo 4: Em uma Máquina de Atwood, ideal, os blocos ficam sob a ação exclusiva de seus pesos e das for ças aplicadas pelo fio, e a energia me cânica total do conjunto dos dois blo cos permanece constan te. F = k x tg α =N k kx2 Ee = –––––2 EM = Epot + Ecin SISTEMA CONSERVATIVO ⇑⇓ ENERGIA MECÂNICA CONSTANTE – 103 FÍ S IC A A MÓDULOS 45 e 46 Energia Elástica e Sistema de Forças Conservativo C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 103 Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 4. GRÁFICO DE ENERGIAS EM UM SISTEMA CONSERVATIVO Os gráficos da energia potencial e da energia cinética de um corpo, em fun ção do tempo ou da posição (defi nida por uma coordenada de posição x), são simétricos em rela - ção a um ei xo correspondente à metade da ener gia me cânica total. Exemplo E1 = Energia Cinética E2 = Energia Potencial Em = Energia Mecânica A demonstração dessa proprie - da de é imediata, pois: E1 + E2 = Em e E1 + E2 Em–––––––– = ––––– 2 2 é a equação que traduz a simetria citada, porque a posição do eixo de simetria é dada pela média aritmética entre as ordenadas E1 e E2. 5. SISTEMAS NÃO CONSERVATIVOS Um sistema de forças é dito não CONSERVATIVO quando, ao ser aplicado a um corpo, provoca au - mento ou diminuição da energia me - cânica do corpo. Exemplo 1: Força de resis - tên cia do ar Quando um corpo está em movi - mento sob a ação de seu peso e da resistência do ar, sua energia mecâ - nica diminui, pois a força de resis - tência do ar realiza um trabalho ne gativo, transformando ener - gia mecâ nica em térmica. Exemplo 2: Força de atrito Quando um corpo está mo ven - do-se ao longo de uma trajetória com atrito, sob a ação exclusiva de seu pe so e da força do apoio, sua ener - gia mecânica diminui, pois a força de atrito realiza um trabalho ne ga - tivo, transformando ener gia mecâ ni caem térmica. Nos exemplos (1) e (2), o traba lho das forças dissipativas (atrito e/ou re - sistência do ar) é medido pela va ria - ção da energia mecânica do cor po: Exemplo 3: Colisões não elás ticas Nas colisões não elásticas (tam - bém chamadas de inelásticas ou ane lás ticas), há diminuição de ener - gia me cânica com a consequente produ ção de energia térmica, ener - gia so nora e trabalho em deforma - ções per manentes. Exemplo 4: Explosões Em uma explosão, as forças in ter - nas provocam aumento de ener - gia mecânica, transformando outra forma de energia (potencial quí mica ou nuclear) em energia mecâ nica. EA = EB = EC = ED E = EpotA + EcinA + EpotB + + EcinB = constante τForças dissipativas = ΔEmecânica NAS EXPLOSÕES, HÁ AUMENTO DE ENERGIA MECÂNICA. EA = EB = EC = ED EA = EB = EC 104 – FÍS IC A A C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 104 – 105 FÍ S IC A A 1. DEFINIÇÃO Denomina-se lente esférica uma associação de dois dioptros esféricos ou um dioptro esférico e outro plano. Em geral, n3 = n1. Os elementos geométricos im - por tan tes de uma lente esférica são: O1 e O2 : centros de curva - tu ra. R1 e R2 : raios de curvatura. e: espessura da lente. O eixo definido pelos centros de curvatura O1 e O2 constitui o eixo principal da lente. Feixes de luz atravessando uma lente de vidro imersa no ar. 2. NOMENCLATURA E TIPOS Nomearemos as faces voltadas para o meio exterior assinalando em primeiro lugar a face de maior raio de curvatura. Assim, temos os seguintes tipos de lentes: As três primeiras lentes são denominadas lentes de bordos finos e as três últimas, lentes de bordos espessos. 3. COMPORTAMENTO ÓPTICO DAS LENTES Quando um feixe de luz cilíndrico incide em uma lente esférica, ele pode ter dois comportamentos óp ti - cos distintos: • O feixe emergente é do tipo cônico convergente. A lente, neste caso, é denominada convergente; • O feixe emergente é do tipo cônico divergente. A lente é diver - gente. Sendo n2 o índice de refração ab - soluto do material com que a lente é feita e n1 o índice de refração ab soluto do meio onde a lente está imersa, temos os casos resumidos na tabela: O caso mais comum é n2 > n1: len tes de vidro e imersas no ar. 4. LENTE DELGADA Se a espessura da lente for desprezível quando comparada com os raios de curvatura R1 e R2, ela será chamada lente delgada. Na figura a seguir, representamos as lentes del - gadas convergentes e diver gen tes. Lentes de bordos finos Lentes de bordos espessos n2 > n1 convergentes divergentes n2 < n1 divergentes convergentes FRENTE 2 Óptica e Ondas MÓDULO 19 Lentes Esféricas I C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 10/05/12 09:04 Página 105 106 – FÍS IC A A A intersecção do eixo principal com a lente delgada é um ponto O denominado centro óptico da lente delgada. Além do centro óptico O, são importantes os seguintes pontos: F : foco principal objeto. F': foco principal imagem. A distância de F a O é igual à distância de F' a O e é chamada distância focal f. A : ponto antiprincipal objeto. A': ponto antiprincipal imagem. A distância de A a O é igual à distância de A' a O e é igual a 2f. Observação: Sempre que ne - ces sário, consideraremos obe de ci - das as condições de nitidez de Gauss. 5. RAIOS NOTÁVEIS a) Todo raio de luz que incide nu - ma lente paralelamente ao eixo prin - cipal emerge numa direção que pas - sa pelo foco principal F'. F’ tem natureza real nas lentes conver - gentes. F’ tem natureza virtual nas lentes diver - gentes. b) Todo raio de luz que incide na lente numa direção que passa pelo foco principal objeto F emerge paralelamente ao eixo principal. F tem natureza real nas lentes conver - gentes. F tem natureza virtual nas lentes diver - gentes. c) Todo raio de luz que incide, passando pelo centro óptico O, atra - vessa a lente sem desviar. d) Todo raio de luz que incide na lente numa direção que passa por A emerge numa direção que passa por A'. e) Todo raio de luz que incide obliquamente ao eixo principal emer - ge numa direção que passa pelo foco secundário (F's). C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 106 – 107 FÍ S IC A A 6. CONSTRUÇÃO GRÁFICA DA IMAGEM DE UM PEQUENO OBJETO FRONTAL q Lente convergente Imagem: real, invertida e menor do que o objeto (máquina foto - grá fica). Imagem: real, invertida e do mesmo tamanho do objeto. Imagem: real, invertida e maior do que o objeto (projetor de sli - des). Imagem: imprópria. Imagem: virtual, direita e maior do que o objeto (lupa ou lente de aumento). q Lente divergente Imagem: virtual, direita e menor do que o objeto. Objeto antes de A Objeto em A Objeto entre A e F Objeto em F Objeto entre F e O MÓDULO 20 Lentes Esféricas II – Estudo Analítico 1. EQUAÇÃO DE GAUSS Sejam p e p' as abscissas do objeto e da imagem, respec ti va men - te. A Equação de Gauss relaciona p, p' e f. De acordo com o sistema de ei - xos adotado, temos a seguinte con - ven ção de sinais: 1 1 1 ––– = ––– + ––– f p p' p > 0 : objeto real p < 0 : objeto virtual p' > 0 : imagem real p' < 0 : imagem virtual f > 0 : lente convergente f < 0 : lente divergente Observações a) Nos sistemas ópticos refra tores, quando objeto e ima gem são de mesma natureza, estão posicio nados em dife - ren tes semiespaços defini dos pelo sistema. b) Nos sistemas ópticos refra tores, quando objeto e ima gem são de natureza dife rente, estão posi cio nados no mesmo semiespaço definido pelo sis tema. C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 107 2. AUMENTO LINEAR TRANSVERSAL Sejam i e o as medidas algé bri cas das dimensões lineares da ima gem e do objeto, respec ti va men te, com orientação positiva para cima. Desenhando o objeto sempre para ci ma, o será posi tivo. Se a imagem re sultar para cima, temos i > 0: ima gem direita. Se a imagem resultar para baixo, temos i < 0: imagem in vertida. A exemplo dos espelhos es fé ri cos, valem as fórmulas: e O aumento linear transver sal é, por defini i ção, o quo ciente ––– . o i p’ ––– = – ––– o p i f ––– = –––––– o f – p 108 – FÍS IC A A 108 – 1. INTRODUÇÃO É sabido que quanto menor é a distância focal de uma lente, mais abruptamente ela converge ou diver ge raios de luz paralelos, isto é, "quan to menor sua distância focal, maior é seu poder de convergir ou divergir raios de luz". A lente L2 é mais convergente que a lente L1, pois, tendo menor distância focal, converge mais abrup ta - mente os raios de luz. Para medir o poder de uma lente em convergir raios de luz, define-se uma nova grandeza, que será deno mi - nada vergência ou conver gên cia da lente. Define-se vergência (V) de uma lente como o inverso de sua dis tân cia focal. 2. UNIDADE DE VERGÊNCIA Sendo a distância focal f um com primento, a vergência tem dimensão do inverso do comprimen to. Sua unidade de medida é o cm–1 ou o m–1. Esta última unidade, m–1 (inverso do metro), é a usual na prática, rece bendo a denominação de dioptria e sendo representada por di. 3. EQUAÇÃO DE HALLEY OU DOS "FABRICANTES DE LENTES" A distância focal de uma lente depende • do material de que a lente é feita, representado por seu índice de refra ção absoluto (n2); • do meio externo que envolve a lente, representado por seu índice de refra ção absoluto (n1); • da geometria da lente, repre sentada pelos raios de curvatura R1 e R2. O valor da distância focal (f) é calculado pela Equação de Halley ou dos "fabricantes das lentes": Convenção de sinais: face convexa: R > 0 face côncava: R < 0 1 face plana: –––– → 0 R4. LENTES JUSTAPOSTAS Para uma associação de lentes del gadas justapostas, a vergência da associação é igual à soma al gébrica das vergências das lentes associa das. Por exemplo, para duas lentes justapostas, escre ve - mos: 1 V = ––– f 1 n2 1 1 ––– = (–––– – 1 ) (–––– + ––––)f n1 R1 R2 V = V1 + V2 1 1 1 ––– = ––– + ––– f f1 f2 MÓDULO 21 Lentes Esféricas III – Vergência de uma Lente C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 108 – 109 FÍ S IC A A 1. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO OLHO Vista lateral de uma córnea humana. Nesta representação, des ta ca mos apenas as par - tes mais im por tan tes na formação das imagens, in di - cando sua função óptica. O esquema apresentado é deno minado "olho reduzido". a) Cristalino: é uma lente con vergente, do tipo bicon vexa. De um objeto real, esta lente deve produzir uma imagem real sobre a retina. b) Pupila: comporta-se como um diafragma, controlan do a quan ti dade de luz que penetra no olho. c) Retina: é a parte sensível à luz, onde deve formar-se a imagem. Comporta-se como um anteparo sen sí vel à luz. d) Músculos ciliares: com pri mem conveniente - mente o cristalino, alterando sua distância focal. A distância da retina ao cristalino é constante e da ordem de 1,5cm e cor res ponde à abscissa da imagem p'. Os cones e bas to netes são as células senso riais da visão. Situa das na retina, essas células trans formam a infor ma - ção lumi no sa sobre elas inci den te em infor mação elétrica que es coa pa ra o cérebro atra vés do nervo óp tico. Na foto acima, tem-se um aspecto de cones e bas tonetes vistos ao microscópio com am pliação de 1600 ve zes. 2. ACOMODAÇÃO VISUAL Como já ressaltamos, a abscissa p' da imagem (distância do cristalino à retina) é constante e, como a abs cis sa p do objeto assume valores dis tin tos, con - forme a particular posição do objeto visado, a equação + = mostra-nos que a dis tância focal do cris talino deve ser variável. Para cada valor de p, a distância focal f assume um valor conveniente, para que a ima gem se forme exa ta - mente sobre a retina. A variação da distância focal do cristalino é feita com a intervenção dos músculos ci lia res. Sendo p' = cons tante, per ce be mos pela Equação de Gauss que quanto menor for p (objeto mais pró xi mo da vista), menor deverá ser a cor respondente distância focal f. Assim, à medida que apro xi ma mos o objeto do olho, os músculos ciliares comprimem o cristalino, di mi - nuin do o raio de curvatura das faces e também a distância focal f. O trabalho realizado pelos mús cu los ciliares, de variação da dis tân cia focal do cristalino, é denominado "acomodação visual". 3. PONTO REMOTO E PONTO PRÓXIMO Ponto remoto (PR) é o ponto mais afastado que o olho vê com nitidez, estando os músculos ciliares relaxados. 1––f 1––p 1––p’ MÓDULO 22 Óptica da Visão C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 109 Ponto próximo (PP) é o ponto mais próximo da vista para a qual a ima gem é nítida, estando os mús cu - los ciliares com máxima contração. Para que um objeto possa ser visto com nitidez, ele deve situar-se entre o ponto próximo e o ponto re mo - to do olho. A região do espaço com - preendida entre tais pontos é de - nominada zona de acomoda ção. d: distância mínima de visão distinta. D: distância máxima de visão distinta. Para o olho normal, o ponto re - mo to está no infinito (D → ∞) e o pon to pró ximo está a uma distância con ven cional d = 25cm. 4. MIOPIA A miopia é um defeito da visão que consiste em um alongamento do globo ocular. Há um afastamento da retina em relação ao cristalino, e com isso a imagem de um objeto impróprio se forma aquém da retina, e portan to não é nítida. Para o míope, o ponto remoto es - tá a uma distância finita, maior ou menor, conforme o grau de miopia. Quando o objeto está no ponto remoto do míope, a imagem forma-se nítida na retina, com os músculos ci - lia res relaxados (condições de visão mais cômoda). PRM = ponto remoto do olho mío - pe. D = distância máxima de visão distinta do olho míope. P' = imagem nítida do ponto re - mo to sobre a retina. Como a distância focal máxima do cristalino está sendo demasiado pequena, isto é, sua vergência é maior do que a ideal, a correção é feita com o uso de uma lente di ver - gente. Tal lente divergente deve for ne - cer, de um objeto impróprio, uma ima gem virtual no ponto remoto do olho. Esta imagem virtual se com por - ta como objeto real para o olho, dando uma imagem final real e nítida sobre a retina. De um objeto impróprio, a lente cor retiva divergente dá uma imagem em seu foco imagem; como tal ima - gem vai ser objeto para o olho, ela de verá coincidir com o ponto re moto do olho míope (PRM ≡ F'). A lente corretiva tem distância fo- cal , em que D é a distân - cia máxima da visão distinta para o olho míope. 5. HIPERMETROPIA A hipermetropia é um defeito da visão que consiste num encur ta men - to do globo ocular. O problema do hipermetrope não é a visão de objetos distantes, pois, com uma acomodação con ve niente, a distância focal do sistema é re du zi - da, possibilitando a visão níti da do obje to impróprio. A dificuldade reside no afas ta - men to do ponto próximo. A distância focal mínima do sis te - ma é maior do que deveria ser, fa zen - do com que a visão de objetos pró xi - mos não seja possível com ni ti dez. Nesse caso, a vergência do sis - tema deve ser aumentada, com o uso de uma lente corretiva con ver - gente. Tal lente convergente deve for necer, de um objeto real, situado no ponto próximo do olho normal, uma imagem virtual, no ponto pró xi - mo do olho hipermetrope. Esta ima - gem se comporta como objeto real para o olho, dando uma imagem final nítida sobre a retina. PPN = ponto próximo do olho nor mal (emetrope). PPH = ponto próximo do olho hi - per metrope. Sendo d = 25cm a distância míni - ma de visão distinta para o olho nor - mal, dH a distância mínima de visão distinta para o olho hi per me tro pe e f a distância focal da lente cor retiva, te re mos: p = d = 25cm p' = -dH (imagem virtual) (CGS) f = – D 1 1 1–– = ––– – ––– f 25 dH 110 – FÍS IC A A C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 110 – 111 FÍ S IC A A 1. PERÍODO, FREQUÊNCIA, AMPLITUDE E COMPRIMENTO DE ONDA Suponhamos que um homem, se gurando uma das extremidades de uma corda tensa, passe a movi men tar ritmadamente sua mão para cima e para baixo. Admitamos que o intervalo de tem po decorrido em um sobe e des ce da mão seja sempre constante e que a altura da posição mais alta da mão em relação à posição mais baixa seja invariável. Esses movimentos cadenciados da mão do homem produzirão uma sucessão de ondas senoidais que percorrerão a corda com velocidade de intensidade V, conforme ilustra o esquema acima. No caso do exemplo, o período da onda é igual ao intervalo de tempo gasto pela mão do homem para exe - cutar uma oscilação, isto é, um sobe e desce completo. Matematicamente: Se n = 1 ciclo, teremos Δt = T. As sim: Se a unidade de tempo for o segundo (s), decorrerá que: Recordemos que: 1kHz = 103Hz, 1MHz = 106Hz e 1GHz = 109Hz Referindo-nos ao exemplo da cor da, podemos dizer que o com pri mento de onda λ é a distância entre duas cristas ou entre dois vales consecutivos. É evidente que a distância entre uma crista e um va le consecutivos equi vale a meio comprimento de on da (λ/2). 2. RELAÇÃO FUNDAMENTAL DA ONDULATÓRIA Geralmente, uma onda pro pa ga-se em movi mento uniforme, valendo a relação: Recordando que durante um pe río do (T) a per tur ba ção percorre um comprimento de onda (λ) e que a frequên cia (f) é o inverso do período, podemos escrever que: Chama-se período (T) da on da o intervalo de tempo necessário para que um ponto vibrante rea lize um ciclo completo. Chama-se frequência (f) da on da o número de ciclos rea li za dos por um ponto vi brante numa uni dade de tempo. n f = –––– Δt 1 1f = ––– ou T = ––– T f 1 unid (f) = –– = s–1 = hertz (Hz) s Chama-se amplitude (A) da onda a distân - cia de uma crista ou um vale ao nível de equilíbrio. Chama-se comprimento de onda (λ) a dis - tância per cor rida pela perturbação du ran - te um pe ríodo. Δs V = –––– Δt λ V = –––– = λ f T MÓDULO 23 Equação Fundamental da Ondulatória C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 111 112 – FÍS IC A A FRENTE 3 Eletricidade MÓDULOS 37 e 38 Força Eletrostática – Lei de Coulomb 1. INTRODUÇÃO Consideremos duas cargas punti - for mes q e Q separadas uma da outra por uma distância d e situadas no vá - cuo. Entre elas, existe uma força ele - trostática que pode ser de atração ou de repulsão, conforme os sinais das car gas (Fig. 1). Fig. 1 – Entre as cargas, existe a força ele trostática. 2. LEI DE COULOMB A intensidade da força eletrostá - tica depende dos seguintes fatores: 1.o) da distância que separa as par tículas; 2.o) das quantidades de eletri - cida de q e Q; 3.o) do meio em que as partícu - las se encontram. Geralmente, o meio é o vácuo, a menos que se mencione o contrário. A Lei de Coulomb diz: | q | . | Q | F = K0 –––––––––––– (1) d2 Na expressão anterior, K0 é uma constante de proporcionalidade, de - no minada constante eletros tá ti - ca do vácuo. No SI, o seu valor é K0 = 9,0 . 109 N.m2/C2 Em outros meios, a constante ele - trostática será indicada apenas por K e seu valor é menor do que K0. Neste caso, temos | q | . | Q | F’ = K –––––––––––– (2) d2 Mantidos os valores de q, Q e d e sendo K < K0, resulta de (1) e (2): F’ < F. 3. UNIDADES IMPORTANTES DO SI 4. GRÁFICO DA FORÇA ELETROSTÁTICA Mantidos os valores de q e Q e supondo o meio o vácuo, vamos cons truir uma tabela, variando o valor de d. Assim, temos o gráfico. A intensidade da força ele - tros tática entre as duas car gas é dire tamente pro - por cio nal ao produto delas e inver sa mente propor cio - nal ao qua drado da distân - cia que as se pa ra. d F 2d F/4 3d F/9 4d F/16 q Q d F K unidades do SI C C m N N . m 2/C2 MÓDULO 39 Campo Elétrico 1. INTRODUÇÃO Chamamos de carga de prova (q) a uma partícula eletrizada ou cor - po puntiforme eletrizado que se uti li - za para verificações e obser vações (son dagens). Fig.1 – O pesquisador e a carga de pro - va (q). 2. CONCEITO DE CAMPO ELÉTRICO Dizemos que numa região do espaço há um campo elétrico quan - do, ao sondarmos a região com a car ga de prova, notamos o apa re ci - mento de uma força eletrostática agin do na carga de prova. C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 112 – 113 FÍ S IC A A Fig.2 – Na região R, há um campo elé - trico. 3. ONDE ENCONTRAMOS O CAMPO ELÉTRICO Os campos elétricos são en con - tra dos em torno dos corpos ele tri za - dos. Por exemplo: fixemos uma esfera de alumínio, eletrizada, sobre um pedestal. Em torno dela, haverá um campo elétrico e isso se confirma na sondagem com a carga de prova. Fig.3 – Na região que envolve a esfera fixa, há um campo elétrico. 4. ANALOGIA O campo elétrico de uma esfera é análogo ao campo gravitacional de um planeta. Envolvendo o planeta, há um cam po de forças dito "campo gravi ta - cio nal". Se usarmos um objeto qual - quer como "corpo de prova", o pla ne - ta o atrairá, transmitindo-lhe uma for - ça gravitacional. Envolvendo uma esfera ele tri za - da, há um campo eletrostático. Se apro ximarmos dela uma carga de pro va, a esfera a atrairá (ou a repe - lirá), trans mitindo-lhe uma força ele - tros tá ti ca. Tanto o gravitacional como o cam po elétrico são campos de for ça. 5. VETOR CAMPO ELÉTRICO: → E Para melhor definir a direção, o sentido e a intensidade do campo elé trico, definimos um vetor E → , deno- minado vetor campo elétrico. Para tanto, seja F → a força ele tros - tá tica do campo elétrico sobre a car - ga de prova q nele colocada (Fig. 4). Fig. 4 – Carga de prova no campo elé - trico. q Definição ou Convém observar que 1.o) F → e E → são vetores de mes ma direção. 2.o) Quando a carga de prova (q) for positiva, F → e E → têm o mesmo sentido. 3.o) Quando a carga de prova (q) for negativa, F → e E → têm sen ti dos opos tos. Fig.5 – Sentido de F → e de E → com relação ao sinal de (q). 6. MÓDULO OU INTENSIDADE DO VETOR CAMPO ELÉ TRI CO Fixemos uma carga puntiforme Q. Em sua volta, há um campo elé tri - co. Coloquemos uma carga pontual q a uma distância d de Q. Sobre (q), bem como sobre (Q), aparece uma força eletrostática. Temos → F F E → = –––– ⇒ E = ––––– (1) q | q | Sendo | q | . | Q | F = K0 –––––––––– (2) d2 Vamos substituir (2) na (1): |q| |Q| K0 ––––––– d2 E = ––––––––––––– |q| Por cancelarmos q, afirmamos que o módulo do vetor campo in de - pen de da carga de prova. Restará Observação A unidade provisória do campo ele trostático, no SI, é newton por cou lomb. 7. SENTIDO DO VETOR CAMPO ELÉTRICO O seu sentido dependerá exclu - si va mente do sinal da "carga-fonte" (Q). a) Quando a "carga-fonte" Q for positiva, o campo elétrico será de afastamento. Os vetores campo elétrico apontarão "para fora", isto é, são centrífugos em relação à carga- fonte. F → = q . E →F → E → = –––– q |Q| E = K0 ––––––d2 C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 113 114 – FÍS IC A A Fig.6 – Campo de afastamento para Q > 0. b) Quando a "carga-fonte" Q for negativa, o campo elétrico será de aproximação. Os vetores campo elétrico apontarão para o centro da carga-fonte. Fig. 7 – Campo de aproximação para Q < 0. Observações 1.a) Quando representamos um ponto P e um vetor E → , é bom res sal tar que, mesmo não havendo carga em P, há um campo elétrico no local. 2.a) Não devemos dizer que os ve tores E → da Fig. 6 estão "repelindo" os pontos P. Analogamente, eles não os estão atraindo na Fig. 7. 3.a) O vetor campo elétrico E → não é uma força, mas apenas uma re pre - sen tação simbólica de uma direção e um sentido de um agente trans mis sor de força. 8. GRÁFICO DO CAMPO ELÉTRICO Variando-se a distância d, varia a intensidade E do vetor campo elétri - co. O gráfico de E em função de d é um ramo de uma hipérbole cúbica, conforme indica a Fig. 8. Fig. 8. Já o gráfico de E em função de d2 é um ramo de “hipérbole equilá - tera” (Fig. 9). Fig. 9. Quando várias cargas são gera do ras de um mesmo campo elétrico, então, em cada ponto do campo, o ve - tor campo elétrico resultante será a so ma dos vetores produzidos pelas car gas individualmente. 1. CAMPO ELÉTRICO GERADO POR DUAS CARGAS PUNTIFORMES Sejam as cargas puntiformes Q1 e Q2, de sinais opostos, criando cam po elétrico em P. A carga positiva (Q1) gera em P um vetor campo elétrico (E → 1) de afas ta mento. A carga negativa (Q2) gera em P um vetor campo elétrico (E → 2 ) de aproximação. O vetor campo elétrico re sul tan te em P (E → res) será dado pela so ma ve to rial de E → 1 e E → 2. Cada campo parcial tem inten si da de dada por E → res = E → 1 + E → 2 |Q2|E2 = K . –––– d22 |Q1|E1 = K . –––– d21 MÓDULO 40 Campo Elétrico Resultante – Diversas Cargas C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 114– 115 FÍ S IC A A O módulo do vetor campo elé tri co resultante é dado pela expressão Observação: se as cargas fos sem ambas posi - tivas ou ambas ne ga tivas, apenas mudariam a direção e o sentido do vetor E → res. Na figura (a) a seguir, temos duas partículas ele - trizadas com car gas elétricas positivas e iguais a + Q e na figura (b) as partículas es tão eletri zadas com cargas elétri cas +Q (posi tiva) e –Q (negativa). Elas estão si - tuadas nos vértices A e B de um triân gulo equilátero. Nas fi gu ras re pre sentamos os vetores campo par ciais → EA e → EB, ambos de mesmo mó dulo E e o vetor campo resultante → Eres. Fig a. EA = EB = E Eres = E . ��3 Fig b. EA = EB = E Eres = E 2. CAMPO ELÉTRICO GERADO POR N CARGAS PUNTIFORMES Sejam agora n cargas punti for mes, Q1, Q2, Q3, …, Qn, criando campo elétrico em um ponto P. As cargas negativas criarão, indi vi dualmente, vetores (E → j) de apro ximação. As cargas positivas criarão, indi vidualmente, vetores (E → i) de afasta men to. O vetor campo elétrico resultante será dado pela soma vetorial de todos os vetores parciais. E → res = E → 1 + E → 2 + E → 3 + ... + E → n Eres = �������������� E21 + E22 + 2 . E1 . E2 cos α MÓDULO 41 Potencial Elétrico e Energia Potencial 1. DEFINIÇÃO Potencial elétrico é a me di da do nível de ener - gia potencial elétrica as so ciada a um ponto do cam po elé tri co. Tomemos uma carga de prova (q) e a coloquemos em um ponto P de um campo elétrico. Ela adquire uma ener gia potencial elétrica (εpot). De fi nimos o potencial elétrico (V) as so cia do ao ponto P como a gran deza escalar dada por ⇒ εpot = q . V εpot V = –––––– q C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 115 116 – FÍS IC A A 2. UNIDADES DO SI 3. ENERGIA POTENCIAL Consideremos o campo elétrico gerado pela carga Q e o ponto P a uma distância d, no vácuo (Fig. 1) Fig.1. A energia potencial elétrica que a carga elétrica puntiforme q adquire ao ser colocada em P é dada por O referencial adotado para a me di da da energia potencial que q ad qui re é o infinito. 4. POTENCIAL ELÉTRICO Para calcular o potencial elétrico em P, retomemos as equações se guin tes. q Q εpot = K0 –––––– (1)d εpot V = –––––– (2) q Substituindo (1) em (2), vem q . Q K0 –––––––d V = ––––––––––––––– q Ao cancelarmos q, podemos di zer que o potencial em P não de pen de rá do valor da carga de prova. 5. OBSERVAÇÕES SOBRE O POTENCIAL 1.a) Trata-se de uma grandeza es calar. 2 .a) Seu valor em P não de pen de de uma eventual carga de prova ali colocada. 3 .a) O sinal do potencial elétrico acom panha o da carga-fonte. Q > 0 → V > 0 Q < 0 → V < 0 4.a) Agora temos em P duas gran dezas asso cia - das: uma vetorial, o campo elétrico (E → ), e a outra es ca - lar, o potencial elétrico (V). 5 .a) Se o meio não for o vácuo, a cons tante eletrostática (K) assume um valor diferente de K0. 6. GRÁFICO DO POTENCIAL Obedecendo à equação: o potencial colocado em gráfico em função da distância d nos dará uma hipérbole equilátera. Fig.2. Q V = K0 ––––d q . Q εpot = K0 –––––––d Q V = K0 ––––d unid. (εpot) = joule (J) unid. (V) = volt (V) C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 116 1. INTRODUÇÃO Considere dois pontos, A e B, de um campo elétrico onde VA = potencial resultante no pon to A. VB = potencial resultante no pon to B. Uma carga de prova (q) é transportada de A para B por um operador (Fig. 2). Durante este transporte, as for ças elétricas do campo que atuam em (q) executam um trabalho τAB, dado pela equação: Esta equação pode ser demons tra da pela diferença entre as ener gias potenciais da carga de prova (q) nos pontos A e B. Fig. 2. τAB = q(VA – VB) – 117 FÍ S IC A A 7. ENERGIA POTENCIAL DE UM PAR DE CARGAS PUNTIFORMES O sistema de duas cargas pun ti for mes, Q1 e Q2, no vácuo, co lo ca das pró ximas uma da outra, con for me a Fig. 3, adquire a energia poten cial elétrica igual a Fig.3 – Par de cargas puntiformes. Q1 . Q2εpot = K0 –––––––––d Consideremos um campo elé trico gerado por n cargas elétricas punti for mes: Q1, Q2 … Qn. Neste campo, fixemos, ainda, um ponto P. Fig. 1. Para calcular o potencial elétrico resultante (Vres) no ponto P, proce de mos da seguinte maneira: 1.o) Calculamos, isoladamente, o po ten cial gerado por cada carga elé trica em P, usando a fórmula an terior: Q1V1 = K0 ––––d1 Q2V2 = K0 ––––d2 QnVn = K0 ––––dn 2.o) O potencial resultante no ponto P é dado pela soma algébrica dos potenciais parciais. O po - ten cial é uma grandeza escalar e "cu mu la tiva". Observação Podemos, ainda, substituir as ex pres sões parciais na equação acima. Q1 Q2 QnVres = K0 ––– + K0 ––– + … + K0 –––d1 d2 dn Vres = V1 + V2 + V3 + … + Vn Q1 Q2 QnVres = K0 (––– + ––– + ... + –––)d1 d2 dn MÓDULOS 42 e 43 Potencial Elétrico Gerado por Diversas Cargas MÓDULO 44 Trabalho da Força Elétrica C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 117 118 – FÍS IC A A 2. TEOREMA DE ENERGIA CINÉTICA "O trabalho de todas as forças que atuam em q é igual à variação de sua energia cinética ao passar do ponto A para o ponto B." Sendo apenas duas as forças atuantes em q, a do operador e a do campo elétrico, teremos Caso particular A partícula é tirada do repouso em (A) e levada até (B), onde foi colocada em repouso. Neste caso, teremos: εcinA = 0 e εcinB = 0 τoper + τAB = 0 τres = εcinB – εcinA τoper + τAB = εcinB – εcinA τoper = – τAB MÓDULO 45 Propriedades do Campo Elétrico 1. LINHA DE FORÇA A fim de representar a direção e o sentido de um campo elétrico, foram cria das as "linhas de força". Elas são linhas imaginárias que de senhamos com o intuito de vi sua li zar melhor o campo elétrico. Uma linha de força tangencia sem pre um conjunto de vetores cam po elétrico. Fig. 1 – Linha de força (LF). 2. CARGA PUNTIFORME ISOLADA Recordemos: a) Se Q > 0, o campo é de afas ta mento; b) Se Q < 0, o campo é de apro xi mação. As linhas de força serão radiais e o sentido obedece à regra anterior. Fig. 2 – Linhas de força de uma carga puntiforme positiva. Fig. 3 – Linhas de força de uma carga pun tiforme negativa. 3. DUAS CARGAS PUNTIFORMES Fig. 4 – Linhas de força de duas cargas puntiformes positivas idênticas. Fig. 5 – Linhas de força de duas cargas puntiformes de sinais contrários. "A linha nasce na carga positiva e morre na carga negativa." C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 118 – 119 FÍ S IC A A 4. EQUIPOTENCIAIS As equipotenciais são linhas ou superfícies imagi - nárias nas quais seus pontos possuem um mesmo poten cial. Fig. 6 – A superfície esférica imaginária de raio r é uma equipotencial em torno da carga puntiforme Q. q Propriedades As linhas de força são per pen di cu lares às linhas ou superfícies equi po tenciais quando ambas se cru zarem. Fig. 7 – Linhas cheias – linhas de força. Linhas pontilhadas – linhas equipo ten ciais. 5. CAMPO ELÉTRICO UNIFORME Um campo elétrico se diz uni for me quando suas linhas de força fo rem re tas, paralelas e unifor me men te dis tri buí das. As superfícies equi po ten ciais serão planos para le los entre si. Cada pla no é per pen di cu lar às li nhas de força. Fig. 8 – Campo elétrico uniforme. Linhas pontilhadas = equipotenciais. Linhas cheias = linhas de força. 6. PROPRIEDADES IMPORTANTES 1.a) As linhas de força são abertas. 2.a) Duas linhas de força nunca se cru zam. 3.a) As equipotenciais podem ser aber tas ou fechadas. 4.a) Ao percorrermos uma linha de força, no sentido dela, notaremos que o potencial vai decrescendo.5.a) Linha de força e linha equi po ten cial jamais pode - riam ser coin ci den tes. 1. DEFINIÇÃO DE CONDUTOR ISOLADO Um condutor isolado, eletrizado ou não, está em equilíbrio ele tros tá ti co quando não existe nele nenhum mo vi mento ordenado de cargas elé tri cas. 2. PROPRIEDADES Para um condutor isolado em equi líbrio eletros - tático, são válidas as propriedades que se seguem. 1.a) É nulo o campo elétrico no seu interior. Fig.1 – Condutor em equilíbrio eletros tá ti co. 2.a) É constante o potencial elétrico em todos os seus pontos (in ter nos e da superfície). MÓDULO 46 Condutor Isolado C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 119 120 – FÍS IC A A Fig. 2. Vint = constante Vsup = constante 3.a) As cargas elétricas em excesso de um condutor em equilíbrio eletrostático distribuem-se pela sua superfície externa. Fig. 3 – Cilindro oco de alumínio. As car gas elétricas em excesso estão na su per fí cie externa. 4.a) O vetor elétrico tem direção perpendicular à su per - fície con du to ra. Fig. 4 – Condutor em equilíbrio eletros tá ti co-eletrizado. 5.a) Há maior densidade superficial de cargas elétricas nas regiões de maior curvatura (pontas). Fig. 5 –d1 = densidade superficial de car gas da região 1. d2 = densidade superficial de car gas da região 2. d3 = densidade superficial de car gas da região 3. d1 > d3 > d2 6.a) A intensidade do campo elétrico nas proximidades do condutor é proporcional à densidade de cargas da respectiva região. |E → 1| > |E → 3| > |E → 2| 7.a) Numa esfera condutora, em equi l í brio eletrostático, as cargas elé tri cas têm distribuição uniforme e o cam po elétrico tem intensidade cons tante em sua volta (para pontos infi ni ta mente próximos dela). Fig. 6 – Esfera em equilíbrio eletrostático; eletrizada positi - vamente. Vint = Vsup C5_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 13/04/12 12:10 Página 120
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