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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - 2º BIMESTRE (14)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV
2º BIMESTRE
AULA 06/05:
BUSCA E APREENSÃO
Sentido da expressão
Alexandre Câmara afirma que busca e apreensão é um termo equívoco, porque quando falamos de busca e apreensão pode ser várias coisas e quando falamos em conceito deve remeter a uma única coisa, e esse remete a várias coisas. Busca e apreensão temos pelo menos 6 espécies de busca apreensão, ou seja, um termo equívoco. Não vamos analisar cada uma das seis, mas precisamos saber quais são e que elas existem. 
A doutrina afirma que a busca e apreensão é um todo indivisível, ou seja, significa que embora comporte dois atos, a busca e a apreensão, ela deve ser entendida como uma medida única. 
Busca – buscar – procurar – investigar – examinar
Apreender – sentido de pegar para si – apropriar-se judicialmente 
Ela deve ser entendida como um único ato, não adianta somente buscar, tem que buscar e em ato contínuo apreender. 
A doutrina aponta seis espécies diferentes de busca e apreensão. O professor discorda um pouco disso, porque a primeira espécie de busca e apreensão é um tipo de busca e apreensão cautelar, porque de qualquer maneira, a busca e apreensão incidente é aquela utilizada para garantir a efetividade de uma outra medida cautelar. 
- Seis (6) espécies de Busca e Apreensão:
1. Busca e Apreensão incidente: utilizada para garantir a efetividade de uma outra medida cautelar, visa realizar ou permitir a realização de outra medida cautelar, normalmente o arresto ou o sequestro. Imaginem que o magistrado permitiu o arresto de determinado bem móvel, por exemplo, de um carro; esse carro foi desviado, e com isso, se o devedor tenta sumir com veículo não temos como arrestar esse bem, a medida de busca e apreensão é para pegar o carro e após arrestá-lo (para permitir o arresto). É incidente porque tem objetivo de permitir a realização de uma outra cautelar que já foi concedida. Ela tem natureza cautelar. 
2. Busca e Apreensão natureza de meio executivo – artigo 625 CPC
	Art. 625 - Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel.
Busca e apreensão para garantir a execução de entrega de coisa certa. 
3. Ação de Busca e Apreensão de bens alienados fiduciariamente 
Decreto Lei 911/1969, artigo 3º. Exemplo: automóveis alienados a bens, casos em que o sujeito paga duas ou três parcelas e depois para de pagar. É a busca e apreensão de natureza SATISFATIVA, ou seja, significa dizer que não preciso do processo principal.
Os pressupostos da concessão são diferentes, provando que não pagou, o juiz pode conceder a liminar; não precisa a comprovação de fumus boni iuris e periculum in mora. 
É um procedimento específico, mas que também leva o nome de busca e apreensão, mas nada tem a ver com a cautelar. É uma ação de conhecimento. 
4. Busca e Apreensão de autos
Busca e apreensão comum na prática, o advogado pega o processo e esquece de devolver, o escrivão determina e ofício a busca e apreensão dos autos. Normalmente ele intima para devolução em 48 horas, sob pena de apreensão. Tem natureza satisfativa, o que se deseja são os autos do processo, não visa garantir nenhuma outra medida. Na verdade, trata-se de uma medida administrativa. Se o escrivão ou alguém competente não fizer, a outra parte pode requerer intimação para que a parte devolva sob pena de busca e apreensão.
5. Busca e Apreensão de incapazes como medida satisfativa
Também existe como medida cautelar. Será ensinado mais a frente.
6. Busca e Apreensão cautelar de pessoas e coisas
Prevista nos artigos: 839 a 843 do CPC.
	Art. 839 - O juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas. 
Art. 840 - Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da medida e da ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado. 
Art. 841 - A justificação prévia far-se-á em segredo de justiça, se for indispensável. Provado quanto baste o alegado, expedir-se-á o mandado que conterá: 
I - a indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência;
II - a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a Ihe dar; 
III - a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem.
Art. 842 - O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao morador, intimando-o a abrir as portas. 
§ 1º - Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada. 
§ 2º - Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas. 
§ 3º - Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão.
Art. 843 - Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado, assinando-o com as testemunhas. 
Elemento capaz de diferenciar essa das outras? A natureza cautelar, o objetivo de garantir a efetividade de outro processo. 
Essa busca e apreensão, conforme artigo 839, pode ser decretada em face de pessoas ou de coisas. Temos que lembrar que se tratando de pessoas será SEMPRE de INCAPAZES, não pode fazer busca e apreensão de pessoas que são perfeitamente sã. Em se tratando de coisas, a busca e apreensão será de BENS MÓVEIS, não pode realizar de bens imóveis.
Natureza Cautelar
A diferença de outras espécies de busca e apreensão. 
Medida subsidiária do arresto e do sequestro
Significa que só posso utilizar de uma medida cautelar de busca e apreensão quando não for caso de arresto e de sequestro. Exemplo: no direito italiano o sequestro é uma medida apta para se buscar provas e documentos, quer dizer, quero fazer apreensão e provas e documentos, e no código está expresso. Aqui no Brasil não pode, se eu precisar de buscar e apreender alguma prova eu posso utilizar a busca e apreensão, porque não posso utilizar arresto e sequestro.
É cabível a fungibilidade? Parte da doutrina entende que cabe fungibilidade em cautelares atípicas, mas há alguns que entender que cabe em cautelares típicas. Existem doutrinadores que entendem que não é possível e outros que entendem ser possível.
Distinção importante para busca e apreensão de incapazes (cautelar e satisfativa)
Pode assumir uma natureza satisfativa ou cautelar dependendo da hipótese. Imaginem que um casal se encontram no curso de um processo de separação com discussão acerca da guarda das crianças (casal de filhos menores). No meio do processo o pai some com as crianças e a mãe descobre que ela vai viajar com as crianças para o exterior. A mãe requer a busca e apreensão, que tem natureza CAUTELAR, porque está discutindo a guarda ainda e de nada vai adiantar discutir se eles estão morando no exterior. Faz a busca e apreensão dos menores para garantir o processo principal. 
Imaginem outra hipótese, no mesmo caso, o juiz sentenciou e transitou em julgado e decidiu que a guarda vai ficar com a mãe. E o pai faz a mesma coisa, tenta viajar com os menores. A mãe pede a busca e apreensão dos menores. Nesse caso, tem natureza SATISFATIVA, porque a guarda já está definida. Quando realizar a busca e apreensão, vai entregar os menores para a genitora e acabou. 
Pressupostos
Os mesmo para as outras cautelares: fumus e periculum.
Procedimento
Não existe acordo na doutrina com relação a uma aspecto, esse procedimento previsto nos artigos será usado apenas para busca e apreensão de natureza cautelar, ou se será usado também para natureza satisfativa. 
Alguns afirmam que também pode ser utilizada para busca e apreensão de natureza satisfativa, desde que não haja um procedimento específico previsto em lei. Se for de natureza satisfativa, alguns entendem que segue procedimento ordinário e outros quepoderia ser utilizado o procedimento cautelar.
Busca e apreensão cautelar: procedimento a ser observado, artigos 839 a 843.
Busca e apreensão satisfativa: se tiver procedimento específico previsto em lei especial é este que deverá ser utilizado, caso contrário, existe divergência doutrinária sobre se o procedimento a ser utilizado seria o cautelar (artigos 839 a 843) ou o procedimento comum ordinário. 
Artigo 840 – requisitos da petição inicial, que deverá respeitar os artigos 840, 801 e o 282 do CPC.
AULA 26/05:
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS
Artigos 846 a 851 tratam desta medida cautelar de produção antecipada de provas.
- Crítica ao termo
Forte crítica da doutrina ao termo de produção antecipada de provas. A doutrina entende que nesta medida cautelar de produção antecipada de prova não existe a produção da prova propriamente dita e por isso não pode ter este nome. E por que a doutrina entende isso? A produção probatória engloba três momentos, e para falar que houve produção de provas tem que estar presente os três momentos: proposição, admissão e produção. 
A primeira fase do momento de produção probatória é a proposição, que é a fase onde a pessoa requer a produção da prova pelo juiz. Somente o juiz é quem tem o poder para admitir aquela prova; o juiz do processo cautelar, em tese, nem teria como admitir a prova, porque não é ele que vai julgar o processo principal. Então, a produção da prova, o requerimento desta só pode ser feito nos autos do processo em que ela será utilizada para julgar. 
A segunda etapa, somente o juiz do processo que vai julgar aquela situação, a controvérsia de direito material é que pode admitir a prova. No processo cautelar o magistrado não julga a relação de direito material, só vai julgar nos autos do processo principal, e somente neste que o juiz poderia admitir a prova e determinar a produção da mesma.
Com relação a última fase, de produção de provas, engloba a colheita da prova e a avaliação daquela prova. No processo cautelar, ou nesta medida cautelar, não existe avaliação da prova, não existe a valoração da prova. Só o magistrado que vai julgar o processo principal é que pode valorar a prova.
A medida que estamos estudando é a medida cautelar de produção antecipada de provas e a doutrina descorda porque a produção probatória aborda três etapas, e o juiz da cautelar, em tese, por exemplo, não pode valorar uma prova. Todas essas fases só podem existir dentro do processo principal. Nenhuma destas fases pode existir dentro do processo cautelar.
O magistrado não pode nos autos da demanda cautelar avaliar uma prova que será utilizada no processo principal, e é por isso que a doutrina prefere utilizar a nomenclatura medida cautelar de asseguração de provas. 
Porque existe a crítica ao termo? Porque a doutrina entende que não há a produção de provas propriamente dita. A produção de provas engloba três etapas: 1) proposição; 2) admissão; 3) produção (colheita e avaliação da prova).
Proposição é a fase em que a parte requer a produção de prova. 
Admissão é o juiz admitir a prova.
Produção é o momento da colheita e avaliação da prova. 
Medida cautelar de asseguração de provas 
Medida cautelar de asseguração de provas é uma medida que visa garantir uma futura produção de provas no processo de conhecimento.
É uma medida que visa garantir que você possa produzir uma prova no processo de conhecimento. De repente existe um risco de perecimento da prova, e por meio desta medida cautelar você assegura que você possa produzir aquela prova em um momento posterior, esta é a ideia desta medida.
Imagine que eu estou viajando de carro para o interior do estado e ao passar em uma cidade um indivíduo se joga na frente do meu carro, ele está fora da faixa, e a única testemunha do acidente é um velhinho que está sentado na porta da casa dele e está muito doente. Perceba, eu atropelei, não sei se a vítima vai ingressar com uma ação contra mim, e eu não posso esperar ela ingressar com a ação para que depois eu tente achar este velhinho, pode ser que ele nem esteja vivo e se tiver, vai demorar. Neste caso, existe periculum in mora de sumir a única prova que eu tenho, eu posso utilizar a medida cautelar de asseguração de provas para colher o depoimento da testemunha, documentar aquilo e na frente, caso ingresse com um processo. Eu não sei se essa prova vai ser utilizada porque não sei se vão entrar com um processo contra mim, e eu posso chegar nos autos do processo principal e o juiz negar a produção da mesma; mesmo que o juiz admita a prova é ele quem vai valorar a prova, de acordo com a sua percepção. Isso significa que caso eu consiga tomar o depoimento da testemunha, o magistrado da cautelar não vai valorar em nada, somente vai ouvir o que o velhinho tinha para dizer e deduzir a termo. Se o magistrado do processo principal permitir a utilização desta prova é ele quem vai valorar a prova. 
- Natureza Jurídica
A natureza jurídica é nitidamente cautelar. 
- Legitimados 
Quem tem legitimidade para propor é tanto aquele que seria autor da ação principal, tanto aquele que seria réu da ação principal. No exemplo acima do acidente, em que eu estava viajando de carro, eu propus a cautelar e seria o réu da possível e futura ação principal. 
- Cabimento 
1. Interrogatório da parte
Não confundir com depoimento pessoal. Para começar, o interrogatório da parte pode ser feito em qualquer parte do processo, basta a determinação do magistrado. O depoimento pessoal só pode ocorrer na audiência de instrução e julgamento. 
Os dois tem uma função que é comum: esclarecer o juiz sobre os fatos da causa. Só que tem um detalhe, o depoimento pessoal tem uma dupla função: além da comum com o interrogatório da parte, tem a função/objetivo de obter a confissão. Existe neste caso uma atividade valorativa do magistrado e isso não pode ocorrer no processo cautelar, motivo pelo qual, não pode o depoimento pessoal no processo cautelar, somente o interrogatório da parte. 
	Interrogatório da parte
	Depoimento Pessoal
	Qualquer momento do processo
	Somente na audiência de instrução e julgamento
	Esclarecer para o juiz sobre os fatos
	Esclarecer para o juiz sobre os fatos e obter a confissão.
2. Inquirição de testemunhas
Produção da Prova Oral – artigo 847 CPC
	Art. 847 - Far-se-á o interrogatório da parte ou a inquirição das testemunhas antes da propositura da ação, ou na pendência desta, mas antes da audiência de instrução: 
I - se tiver de ausentar-se; 
II - se, por motivo de idade ou de moléstia grave, houver justo receio de que ao tempo da prova já não exista, ou esteja impossibilitada de depor.
Com relação ao inciso I, a ausência não é qualquer ausência, imagine que a testemunha vai se mudar para São Paulo, tem que expedir a carta precatória e ouvir a testemunha lá. Este tipo de ausência não justifica esta medida cautelar. 
Se a testemunha viajou e vai passar 30 dias fora, também não justifica, bem como se a pessoa fosse mudar em cunho definitivo, porém para local certo e sabido. 
O inciso II é justamente o exemplo dado do acidente. A expressão ao tempo da prova afirma justamente que a prova tem um tempo certo para realização da prova oral que é a audiência de instrução e julgamento. Se há um risco de que a prova não possa ser produzida pela testemunha ou pela parte, de repente está cometida de moléstia grave, a prova pode ser documentada em momento anterior. 
O rol do artigo 847 é exemplificativo, visto que se a parte provar que precisa de asseguração de uma determinada prova, ela pode vir a ser assegurada, documentada.
3. Exame Pericial
Artigo 849, CPC
	Art. 849 - Havendo fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação, é admissível o exame pericial.
O que é permitido? O exame pericial pode ser: 1) exame; 2) vistoria; 3) avaliação; 4) arbitramento. Posso, em sede de medida cautelar de asseguração de provas, assegurar qualquer tipo de perícia deste tipo? 
O que éo exame? O exame é uma inspeção sobre coisas (móveis), semoventes e pessoas.
O que é a vistoria? Exatamente a mesma coisa que exame, porém, sobre imóveis.
O que é avaliação? É uma perícia destinada a estimar valor de móveis, imóveis, direitos, obrigações.
O que é arbitramento? É a perícia destinada a verificação de quantidade, qualidade e também valor de serviços, direitos e obrigações.
Retornando a pergunta, só é possível o exame e a vistoria. Os outros dois pressupõe uma atividade valorativa do magistrado. 
Exemplo: Eduardo manda notificação para Leonardo porque ele está fazendo várias festas e com shows de fogos. Você notifica o Leonardo de que é perigoso, que não há espaço para estes shows, mas ele continua fazendo e a casa pega fogo em função do show de fogos. Leonardo tem como ingressar com ação principal, esperar a citação, a contestação, réplica, a determinação de audiência preliminar (quais provas a produzir, se há conciliação e etc.), para depois esperar a perícia? Não, terá um prejuízo enorme, cerca de 4 anos com o imóvel naquele caos, visto que era fonte de renda. Eduardo pode utilizar da vistoria para documentar tudo relativo ao problema que ocorreu.
4. Inspeção judicial 
O código não fala que é possível, mas a doutrina e a jurisprudência já pacificaram que pode ser realizada a inspeção judicial em sede de medida cautelar de antecipação de produção de provas.
Inspeção judicial é o juiz verificar pessoalmente a situação. Imagine uma situação de interdição de incapazes; alguém informa ao juiz que a avó está em estado vegetativo e eu sou a única herdeira, o juiz sai do gabinete e verifica se a pessoa está de fato em estado vegetativo. 
	Art. 440 - O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa.
Não há emissão de juízo de valor 
O magistrado pode fazer de ofício, mas ele não pode emitir juízo de valor. Ele somente documenta o que ele viu, ele não comenta.
AULA 27/05:
- Oportunidade:
Medida Cautelar de asseguração de provas x Produção antecipada de provas (caput do artigo 847, CPC)
	Art. 847 - Far-se-á o interrogatório da parte ou a inquirição das testemunhas antes da propositura da ação, ou na pendência desta, mas antes da audiência de instrução: 
Este artigo mistura dois institutos, qual seja, a medida cautelar de asseguração de provas com a produção antecipada de provas propriamente dita.
 Imagine que eu estou em uma rua, vou atravessar a rua e um veículo passa, fura o sinal vermelho e me atropela, e a única testemunha é um velhinho na porta de casa. Ninguém mais viu. Eu não sei se o velhinho vai estar vivo para prestar depoimento na audiência de instrução e julgamento, visto que primeiramente eu preciso melhorar, depois procurar um advogado, ele tem que propor a petição e etc. Posso por meio de asseguração de provas eu posso colher o depoimento do velhinho para utilizar futuramente. Isso é uma coisa, outra coisa seria, eu ingresso com uma ação de conhecimento contando ao juiz o que aconteceu (mesmo exemplo), e no curso do processo eu descubro que o velhinho está com uma moléstia grave e corre risco de morte, eu posso demonstrar o risco de perecimento da prova para o juiz e ele permitir a colheita do depoimento da testemunha específica em momento anterior da audiência de instrução e julgamento, isso é a produção antecipada de provas propriamente dita. Nesse segundo exemplo, tenho a produção da prova propriamente dita. 
No segundo caso, eu pedi a produção para o juiz da ação principal, ele que vai colher o depoimento e ele que vai valorar aquela prova. 
Perceba que o caput do artigo 847 confunde os dois institutos, juntando os dois, visto que na primeira parte trata-se da medida cautelar de asseguração de provas, e quando o artigo começa a falar “ou na pendência desta, mas antes da audiência de instrução” trata-se de produção antecipada de provas propriamente dita. 
Sempre antecedente
A medida cautelar de asseguração de provas será sempre antecedente. 
Observação: A finalidade da medida cautelar da asseguração de provas é garantir que a prova colha determinada prova que há risco de não ser produzida.
A medida cautelar de asseguração de provas tem um objetivo meio diferente das outras cautelares, porque normalmente as medidas cautelares visam assegurar um direito material da parte, normalmente a cautelar visa garantir a efetividade do direito material. A medida cautelar de asseguração de provas é uma medida que visa assegurar um direito processual da parte, qual seja, o direito a produção de provas. Tem a característica de tutelar um direito processual. 
- Procedimento
Depende da natureza da prova que será produzida. Por exemplo: a parte entrou com a medida cautelar de asseguração de provas para produção de prova oral, a parte irá juntar o rol de testemunhas na petição inicial. 
Se for prova pericial, já na petição inicial você junta os quesitos que você quer ver respondidos pelo perito e se quiser, já nomeia assistente técnico. Imagine que uma empresa de SP que mexe com guindaste é ré em uma ação onde uma outra empresa comprou um guindaste e ele quebrou; precisei contratar um assistente técnico para me auxiliar, porque no curso da ação o juiz deferiu a perícia para ver o por que quebrou o guindaste.
- Valoração
Essa só será feita pelo magistrado onde a prova vai ser utilizada. 
Imagine que eu documentei o testemunho do velhinho, eu tenho que requerer ao juiz a produção daquela prova. Não é porque ela foi documentada que ela não será valorada como uma prova testemunhal, não muda a natureza da prova. 
É o magistrado que vai entender o valor daquela prova, porque pode ser por exemplo que o velhinho era muito meu amigo, então ele provavelmente vai ouvir como informante e não testemunha.
JUSTIFICAÇÃO
Sentido da expressão
Podemos entender duas coisas, ela tem dois sentidos: sentido da medida previsto no artigo 861 do CPC e pode ser também a audiência de justificação prévia (finalidade exclusiva de se ouvir o requerente da medida cautelar).
- Conceito (artigo 861 e 863 do CPC)
A justificação é um processo autônomo que tem objetivo de produção de prova testemunhal, que tanto pode ser utilizada em processo futuro como em alguma outra finalidade não contenciosa.
Artigo 861 do CPC: visa a documentação da existência de algum fato ou de alguma relação jurídica.
	Art. 861 - Quem pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica, seja para simples documento e sem caráter contencioso, seja para servir de prova em processo regular, exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.
Art. 863 - A justificação consistirá na inquirição de testemunhas sobre os fatos alegados, sendo facultado ao requerente juntar documentos.
- Natureza
A justificação não tem natureza cautelar e sim de jurisdição voluntária. 
Imagine que um casal vive em união estável, a mulher pretende documentar a relação jurídica e o homem não quer. Ela pode ingressar com processo de justificação para ouvir testemunhas para que declarem a existência da relação jurídica de união estável, pode ser que ela utilize ou não essa prova em um processo futuro.
- Justificação # Produção antecipada de provas
Para começar, a justificação é a produção da própria prova. A produção antecipada de provas é medida cautelar de asseguração de prova.
Na justificação, e isso é importante, você não precisa demonstrar o periculum in mora. E, na produção antecipada de provas precisa provar, é a medida cautelar e como toda cautelar precisa comprovar o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
A justificação é um procedimento apenas formalmente cautelar, ou seja, é um procedimento que não tem na sua essência natureza cautelar mas se utilizada da base procedimental cautelar, formalmente é cautelar, mas em sua substância não é, somente utiliza do procedimento cautelar para ser mais célere. 
- Cabimento
Será cabível toda vez que alguémdemonstrar interesse em documentar por meio de prova testemunhal a existência de algum fato ou de alguma relação jurídica.
Se você buscar na prática, veremos que é mais comum a medida cautelar de asseguração de provas do que a justificação. Por que? Até hoje não consegui entender, quando falamos de prova pericial se justifica porque a justificação é só para prova testemunhal. Mas quando falamos de prova oral, é melhor a justificação porque você não precisa demonstrar o periculum in mora, serve para a mesma coisa, só que de uma forma mais fácil de se comprovar. 
Imagine que você requer ao juiz, dentro do processo de conhecimento, dentro da justificação ou medida cautelar de asseguração de provas com objetivo de provar um fato público e notório, você pode fazer isso? Na verdade, falta interesse. Artigo 334 do CPC. Em algumas circunstâncias você não consegue demonstrar interesse, e este é um caso. 
	Art. 334 - Não dependem de prova os fatos:
I - notórios; 
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
III - admitidos, no processo, como incontroversos; 
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Imagine que eu ingressei com a medida cautelar de asseguração de prova ou com uma justificação, o objetivo nas duas é produção de prova testemunhal, mas eu quero demonstrar a existência de um contrato cujo valor excede 10 salários mínimos, eu posso? Segundo artigo 401 do CPC, somente até 10 salários mínimos. 
	Art. 401 - A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.
- Procedimento
Petição inicial: como toda tem que analisar o artigo 282 do CPC; artigo 801 do CPC; tem que explicar o fato ou relação jurídica que se quer demonstrar; juntar o rol de testemunhas; o artigo 862 determina a citação dos interessados. Na impossibilidade de ser citado pessoalmente o interessado, o MP irá intervir. 
O artigo 865 afirma que no processo de justificação não se admite defesa nem recurso.
	Art. 865 - No processo de justificação não se admite defesa nem recurso.
Existe ofensa ao contraditório? Não, por que o interessado pode influenciar na produção daquela prova. O contraditório se justifica na medida em que o interessado pode influenciar na produção da prova testemunhal, da mesma forma que o requerente da justificação está inquirindo as testemunhas, o interessado também pode inquiri-las. Quando falamos em contraditar a testemunha, é a parte arguir na própria audiência o impedimento ou suspeição da testemunha. 
O magistrado é quem vai valorar o testemunho, ou seja, se vai ouvir como testemunha ou como informante. 
Por fim, o magistrado que vai valorar é aquele que vai utilizar a prova. O magistrado da justificação vai homologar a sentença, ele vai declarar que a prova foi produzida e ponto final. 
Data: 02/06/2014, segunda-feira
TUTELA ANTECIPADA
Tutela de Urgência:
A tutela de urgência é aquela proteção que o Estado dá a situações que precisam ser protegidas de forma mais urgente, e precisam ser protegidas pois tem risco de perecimento do direito material.
É a proteção jurisdicional dada as situações que carecem de proteção imediata, em função do risco do perecimento do próprio direito material.
As tutelas de urgência são prestadas através de técnicas de urgência, por meio de uma dessas técnicas permite que o jurisdicionado preserve a utilidade de um outro processo, seja ele de conhecimento ou execução (TUTELA CAUTELAR), e por meio da outra técnica o jurisdicionado consegue usufruir daquilo que ele usufruiria apenas ao final do processo (TUTELA ANTECIPADA).
A tutela de urgência é um gênero, e que são espécies tutela cautelar e tutela antecipada.
POR MEIO DA TÉCNICA DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA O JURISDICIONADO CONSEGUE USUFRUIR DAQUILO QUE ORDINARIAMENTE USUFRUIRIA APENAS AO FINAL DO PROCESSO. EXISTE AQUI UMA INVERSÃO DA ORDEM LÓGICA DO PROCESSO. NORMALMENTE SE CONHECE PARA DEPOIS SE EFETIVAR, ENQUANTO AQUI, SE EFETIVA PARA DEPOIS CONHECER.
Tutela Antecipada
- CARACTERÍSTICAS:
Satisfatividade:
A medida cautelar ela nunca vai satisfazer a pretensão do requerente, ela vai garantir a satisfação, talvez seja este seja o ponto, capaz de distinguir a tutela cautelar da antecipada, pois a antecipada satisfaz o direito.
Exemplo: Neffa ajuíza ação de cobrança contra Olivia, e ela esta dilapidando o patrimônio, e posso entrar com arresto, em nenhum momento essa medida permite que eu utilize esse bem, consegue provar o fumus e o periculum e arresto o imóvel, Neffa não tem disponobilidade sobre esse imóvel, daí se falar que a natureza da medida cautelar é assecuratória. Diferente da tutela antecipada, que permite a concretização do direito, por exemplo, Neffa vai ao shopping comprar livro com cheque, e esta impedido pois a lojista diz que o nome dele esta sujo perante uma loja e esta no SPC, no entanto, ele nunca comprou nada nessa loja, mas entra com ação declaratória de inexistência de relação jurídica, declara que nunca teve a relação jurídica e que retire o nome do SPC, por meio da técnica da antecipação de tutela, concede aquilo ou parte daquilo que concederia ao final do processo.
A tutela antecipada a decisão do juiz satisfaz sua pretensão, concretiza o seu direito, a natureza é satisfativa, e não assecuratória. 
Provisoriedade:
A tutela antecipada ela é provisória porque a essência da provisoriedade é que em algum momento aquilo será substituído por algo definitivo. A provisoriedasde existe para determinado momento ser substituído por alguma coisa.
Quando o magistrado concede a antecipação de tutela, ele concede sabendo que será substituído por uma decisão definitiva, ou seja, a que concede ou não a antecipação de tutela.
Exemplo: João chega em casa e a torneira esta pingando tarde da noite, e é feito um remendo, você já sabe que aquilo é provisório, para no dia seguinte o encanador substituir por algo definitivo. 
Exemplo: Joao precisa de uma operação cardíaca, e a UNIMED autoriza a cirurgia, mas não libera a os esteintes. O consumidorf ingressa com ação judicial, para realização da cirurgia para conceder os esteintes e a cirurgia. Joao não pode esperar, então o magistrado inverte, efetiva concedendo a medida que seria concedida somente ao final do processo, para depois conhecer. O magistrado determina que seja feita a cirurgia e libere os esteintes de forma provisória, o processo continua até o seu final, e vai confirmar ou revogar a tutela que foi concedida.
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
A tutela antecipada pode ser concedida logo após a contestação, na audiência, antes da contestação, após a audiência, em sede recursal, e na sentença. 
Para que o magistrado antecipa os efeitos da tutela na sentença?
R: Para retirar do recurso subseqüente, o efeito suspensivo.
É uma técnica utilizada pelo magistrado para retirar do recurso o efeito suspensivo, a decisão passa a ter eficácia imediata.
Art. 520 - A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto,
recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:
I - homologar a divisão ou a demarcação;
II - condenar à prestação de alimentos;
III - julgar a liquidação de sentença;
IV - decidir o processo cautelar;
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;
VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela. 
Qual recurso cabível para sentença que julga procedente o pedido que julga a tutela antecipada? 
R: Apelação.
Cognição sumária
A tutela antecipada, assimcomo a cautela é concedida com base na cognição sumaria, o magistrado não tem atividade cognitiva profunda ao conceder a medida de urgência. 
- Exceção: 
A regra é a cognição sumária, porém existe uma hipótese onde o magistrado concede a antecipação de tutela, porem com base em cognição exauriente, no artigo 273 §6º.
§ 6º - A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
Incidentalidade 
Significa que a tutela será sempre concedida no curso de uma tutela já proposta. Sempre será necessário que existe um processo já um curso.
A tutela antecipada não possui autonomia formal, ou seja, ela não é autuada em autos processuais apartados, autônomos, ela vai ser sempre concedida no curso de uma demanda, sendo sempre incidental.
- Não pode ser concedida de ofício:
O juiz poderá a requerimento da parte, como dita o caput do artigo 273 CPC, não podendo ser concedida de ofício. 
A concessão permite a satisfação do direito, então existe o real risco de causar prejuízo, sendo assim, a parte que sofreu pode entrar contra isso.
- Legitimidade ativa
Tem legitimidade ativa para requerer a antecipação dos efeitos da tutela sempre o autor.
Existe uma hipótese em que o réu pode fazer o pedido de tutela antecipada, no caso de reconvenção.
Exemplo: Recebo na minha empresa uma carta dizendo para eu preencher e mandar meus dados para fazer um anúncio no catálogo, a empresa te manda um boleto e você não paga, pois não preencheu nada, aí a empresa entra com uma ação contra a sua, assim, na reconvenção posso dizer que não tem nada com isso, não contratou os serviços e ainda requer a tutela antecipada para retirar o nome de sua empresa do SPC.
- Pode ser total ou parcial
O 273 caput do CPC, diz que o juiz pode a requerimento da parte antecipar total ou parcialmente os efeitos da tutela.
O magistrado não precisa conceder exatamente aquilo que você pediu, pode conceder apenas uma parte do que você pediu.
- Procedimentos Compatíveis
A tutela antecipada é compatível com praticamente todos os tipos de procedimento: ordinário, sumário, sumaríssimo e procedimentos especiais.
Compatível = significa que a tutela pode ser postulada nesses procedimentos.
Muito antes da previsão do artigo 273, que entrou em vigor em 94, antes disso na era prevista a antecipação de tutela em alguns procedimentos especiais,a a antecipação de tutela não é um instituto previsto apenas no artigo 273 do CPC, é previsto também em leis especiais, em alguns procedimentos especiais do próprio CPC, e quando houver previsão de antecipação de tutela em outros procedimentos, se é possível preencher os requisitos exigidos naquele procedimento, se não for possível, entra com pedido de antecipação de tutela com base no 273 CPC.
Exemplo: Nas ações possessórias, antes do artigo 273 CPC já era permitida a concessão de liminar, com natureza satisfativa, por exemplo, fui esbulhada, e para conseguir a liminar, precisava provar que exercia a posse sobre o bem que fui retirado e a data de quando ocorreu o esbulho.
A tutela antecipada foi concebida para ser utilizada no processo de conhecimento, logo, não faria sentido a tutela antecipada no processo executivo, pois você já conseguiu.
No processo cautelar quando o juiz te concede a liminar, ele te dá antecipação da tutela pretendida. A tutela antecipada se permite dentro do processo cautelar, a ou seja, a tutela antecipada é concedida no processo cautelar.
No final das contas a tutela antecipada é compatível com quase todos os procedimentos. 
Data: 03/06/2014, terça-feira
TUTELA ANTECIPADA (continuação)
- Efeitos Antecipáveis
A tutela jurisdicional via de regra pode ter 3 conteúdos: declaratória, condenatória (tem duplo efeito, num primeiro momento ela declara existência do direito e no segundo momento aplica a sanção) ou constitutiva (Teoria TERNÁRIA); tutela jurisdicional mandamentais (o juiz manda fazer alguma coisa) e executivas lato sensu (permitiria a declaração do direito e imediatamente num momento subseqüente sem necessidade de processo autônomo, que o direito seja concretizado) (Teoria QUINÁRIA).
Existe uma crítica muito forte, questionando a subdivisão da teoria quinaria, pois no final das contas, tanto a mandamental quanto executiva lato sensu seriam tipos de sentenças condenatórias. 
Os efeitos antecipáveis deve se levar em conta a TEORIA TERNÁRIA, porém quando se falar em tutela jurisdicional condenatória deve-se entender que a teoria quinaria esta inserida nela.
Com relação a sentença condenatória, se você quiser antecipar os efeitos é só utilizar o artigo 273 do CPC. A discussão existe nas sentenças que produzem efeito declaratórios e constitutivos, pois para se declarar a existência ou inexistência o magistrado não pode fazer por meio da cognição sumária (não existe juízo de certeza) e essa mesma justifica na constitutiva, como o juiz vai modificar, criar ou extinguir relação jurídica sem ter certeza do que esta fazendo. Porém essas críticas são difíceis de serem sustentadas, pois ao final das contas não é a sentença que antecipada, e sim os efeitos práticos da sentença, os efeitos palpáveis da sentença. 
O que é antecipado, ou o que antecipada-se por meio do 273 é a eficácia social da sentença, quando falo em efeitos práticos, palpáveis da sentença.
- Artigo 273, caput: “O juiz poderá?”
O juiz tem discricionariedade para conceder a tutela antecipada? Não, pois presentes os pressupostos ele deverá conceder.
- Espécies de tutela antecipada 
Tutela antecipada assecuratória/segurança
Se for analisado os incisos do 273, é verificado que a tutela antecipada é concedida por motivos diferentes.
A tutela antecipada pode ser basicamente em 2 espécies:
- Assecuratória ou de segurança (artigo 273, inciso I)
- Punitiva ou sancionatória ou evidência (artigo 273, inciso II)
O 273 no inciso I fala que a tutela será concedida se houver fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Essa tutela prevista no inciso I é a hipótese que tem natureza de tutela de urgência, pois o objetivo aqui é conceder a medida para evitar o perecimento do direito, qualquer tipo de risco ao próprio direito.
Quando falo em tutela antecipada assecuratória ou de segurança falo da tutela antecipada que é concedida pelo magistrado para evitar dano ao direito pretendido.
Tutela antecipada punitiva/sancionatória/evidência
A tutela antecipada será concedida caso fique caracterizado o abuso de direito defesa ou manifesto propósito proletário do réu.
A tutela antecipada prevista no artigo 273 inciso II é a chamada tutela antecipada punitiva, é uma tutela antecipada que é concedida como uma sanção que a parte de todas as formas tenta postergar o andamento do processo.
Antecipa os efeitos da tutela pretendida como uma forma de punir aquela parte que tenta criar obstáculos ao regular andamento do processo.
A tutela antecipada aqui, não tem natureza de urgência, não antecipa porque tem periculum in mora (risco de perecimento do direito), antecipa para penalizar.
- Requisitos para concessão
Temos requisitos que são gerais, sempre devem existir, e temos os requisitos alternativos aqueles que podem existir um ou outro.
Para que a tutela antecipada seja concedida deve ter os 2 pressupostos gerais abaixo e além desses, 1 dos pressupostos alternativos.
- Pressupostos Gerais:
Prova inequívoca da verossimilhança da alegação
Verrossimilhança de alegação = é um juízo de aparência, mais suave do que a probabilidade.
Prova inequívoca = é a prova que não deixa dúvidas.
Então junta-se 2 termos que aparentemente são contraditórios entre si. A idéia do legislador aqui foi colocar um pressuposto geral para concessão da antecipação da tutela, que leva-se o magistrado para um juízo de probabilidade. A prova inequívoca da verrossimilhança da alegação é aquela prova que leva o magistrado ao um juízo de probabilidade, porém, esse juízo de probabilidade é mais forte, mais denso do que o “fumus boni iuris”, ou seja, precisaser provado de forma mais robusta.
Na tutela cautelar se a parte quiser resguardar a efetividade de determinada pretensão precisa demonstrar o periculum e o fumus, a parte demonstra o fumus através da probabilidade de existência do direito que a parte alega ter. Na tutela antecipada é a mesma probabilidade de existência, só que de uma forma mais forte que o fumus, é como se fosse graus de um mesmo fenômeno.
FUMINHO = FUMUS DA TUTELA CAUTELAR
FUMÃO = FUMUS DA TUTELA ANTECIPADA
Reversibilidade
Algumas doutrinas colocam a irreversibilidade como pressuposto negativo, pressupost que não pode estar presente, sendo a mesma coisa.
A reversibilidade sempre deve estar presente = irreversibilidade não pode estar presente.
O magistrado na hora de conceder a tutela antecipada irá verificar se há a prova inequívoca da verossimilhança da alegação (probabilidade da existência do direito que ele alega ter), agora irá verificar se a tutela antecipada é irreversível. Se for irreversível não irá conceder, pois não pode realizar a cognição sumária de algo irreversível, visando o retorno ao status quo, caso seja concedido de forma equivocada.
O objetivo reversibilidade é o retorno ao status quo.
A irreversbilidade recíprova é uma idéia que se assemelha ao periculum in mora inverso, uma coisa é conceder a tutela antecipada e retornar ao status quo, outra coisa é conceder a tutela antecipada e eu sei que a partir do momento que vou concede-la ela não poderá mais retornar ao status quo, ele não irá conceder nesse caso, a não ser que não concessão da tutela antecipada também irá gerar um resultado irreversível.
Exemplo: O consumidor do plano de saúde vai a UNIMED e pede aoperação pois esta com risco de vida, e a UNIMED nega os esteintes. O autor ingressa a demanda requerendo a antecipação da tutela, que o magistrado faça a operação inclusive com os esteintes. Não esta presente o requisito da reversibilidade, pois realizando a cirurgia não tem como reverter isso. Mas o magistrado vai observar, que se ele não conceder a medida, irá causar também um efeito irreversível, que é a morte do consumidor.
Então, no caso da reversibilidade recíproca, a não concessão em caso de irreversibilidade, ela poderá ser flexibilizada, sendo feito um juízo de ponderação pelo magistrado. 
Quando a regra do §2º do artigo 273 do CPC poderá ser flexibilizada ?
R: Quando a não concessão da medida poderá gerar algum resultado irreversível, o magistrado irá ponderar com base no princípio da proporcionalidade e razoabilidade.
- Pressupostos alternativos
Inciso I, 273 CPC: idéia que nos remete ao periculum in mora. Esse periculum tem que ser concreto, atual e grave.
Para que esteja caracterizado esse periculum, o perigo de dano ao direito deve ser concreto, atual e grave.
Concreto no sentido de que não pode ser um temor subjetivo. 
Atual no sentido de ser iminente.
Grave no sentido de ser capaz de gerar prejuízo.
Inciso II, 273 CPC: 
Exemplo: você já de defendeu, seus argumentos de defesa foi negado, você já levou multa em função daquilo ali, você insiste nos recursos, e o tribunal aplica a multa por recurso protelatório. Isso pode ser entendido como abuso de direito de defesa. Ou então, aquele réu que varias vezes fugiu do oficial de justiça, se recusou a assinar os mandados, prática de atos que visam retardar o andamento do processo.
Se o juiz entender que há esse tipo de conduta, o juiz antecipa como forma de sanção.
Data: 09/06/2014, segunda-feira
- Artigo 273, §3º:
§ 3º - A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as
normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A.
Quando se tratar de obrigação pecuniária deverá observar o artigo 475-O do CPC, que se fala da efetivação da tutela antecipada.
Tutela antecipada de obrigações de fazer e Não fazer, §4º e §5º 461 do CPC
Tutela antecipada referente a obrigação de entrega de coisa, artigo 461-A CPC.
- Artigo 273, §4º: 
§ 4º - A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
Característica da revogabilidade que advém da própria característica da tutela antecipada ser concedida com base na cognição sumária, então, permite-se a revogação da tutela para sanar equívocos na sua concessão.
A revogabilidade deve ser provocada, ou seja, o magistrado somente pode revogar a requerimento da parte (no curso do processo). A não ser que a revogação advenha da sentença de improcedência. O magistrado somente não pode revogar de ofício no curso do processo. 
- Artigo 273, §5º:
§ 5º - Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento.
Essa é a característica da provisoriedade, onde a tutela antecipada já se sabe que um determinado momento será substituída por algo definitivo, ou seja, o magistrado ou revoga a tutela concedida ou confirma a tutela concedida.
- Artigo 273, §6º:
A tutela antecipada concedida com base nesse artigo não é com base na cognição sumária, sendo uma exceção, aqui o magistrado exerce cognição exauriente. É uma exceção a característica que a tutela antecipada é concedida com base na cognição sumária.
O que se tem nesse artigo não é uma tutela de urgência, antecipada propriamente dita, e sim, uma resolução parcial do mérito. 
“Um ou mais dos pedidos cumulados mostrarem incontroversos”:
Exemplo: Neffa ingressa com ação indenizatória por dano material e moral contra Uilian. Uilian alega que o dano material ele causou e irá pagar, porém o dano moral não. Entao temos incontrovérsia em relação a um dos pedidos ao de dano moral. O magistrado permite a antecipação de tutela com relação ao pedido incontroverso, em relação ao pedido do dano moral.
§ 6º - A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos
cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
Resolução Parcial do Mérito
A tutela concedida com base nesse artigo não tem característica de tutela de urgência. É concedida com base na congnição exauriente. Daí se falar em que há uma resolução parcial do mérito.
Faz coisa julgada material
A doutrina fala que a tutela concedida com base nesse parágrafo, fala que a tutela antecipada tem natureza de julgamento conforme o estado do processo.
Como é concedida com base na cognição exauriente tem aptidão para fazer coisa julgada material.
Recurso cabível ?
Qual será o recurso cabível contra uma antecipação de tutela que é concedida contra o pedido ou parcela dele? Agravo de instrumento, pois trata-se de decisão interlocutória.
Não se aplicam os pressupostos da tutela antecipada
Essa tutela não se submete aos pressupostos gerais para a concessão da tutela antecipada, aqui não se fala em prova inequívoca da verossimilhança da alegação, porque o magistrado não esta fazendo o juízo de admissibilidade, a decisão não é provisória, é definitiva. 
Não se fala também de fundando receio de dano irreparável ou de difícil reparação e nem no abuso de direito de defesa. 
A decisão aqui não precisa ser reversível, se o magistrado vai conceder a antecipação dos efeitos da tutela com base nesse parágrafo não precisam ser reversível, até porque é concedida com base na cognição exauriente.
Requisitos
Os pressupostos são: (o que esta no §6º)
- incontrovérsia de um ou mais pedidos ou de parcela deles.
- desnecessidade de produção de qualquer outra prova com relação aqueles pedidos ou parcela deles.
- Artigo 273, §7º CPC:
Esse parágrafo trás a fungibilidade entre as tutelas de urgência. Se o autor a titulo de antecipação de tutela requerer providencia de natureza cautelar, não tem natureza satisfativa, poderá o juiz presentes os respectivos pressupostos definir a medida cautelar.
As vezes no caso concreto é difícil de saber se esta diante de medida de natureza cautelar ou satisfativa, se é caso de tutela antecipada ou cautelar, esse parágrafo dita que um determinado processo de forma incidental o requerente analisa a situação, analisa a hipótese, e entende que caso de antecipação de efeitos datutela, mas o magistrado entende analisando que não tem natureza satisfativa, e sim natureza cautelar, entende que não é caso de tutela antecipada. Então, o magistrado pode ou não conceder a medida cautelar como se a tutela antecipada fosse? Sim, desde que o requisitos da medida cautelar estiverem presentes.
A doutrina majoritária entende que se for ao contrário, caso tenha os requisitos do que o magistrado entender poderá conceder a tutela antecipada como se cautelar fosse.
Por que o legislador criou essa fungibilidade entre as tutelas de urgência?
R: Porque na pratica havia muita dificuldade do requerente se ele entrava com a cautelar ou antecipação dos efeitos da tutela.
§ 7º - Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar,
poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em
caráter incidental do processo ajuizado
Exemplo: Magistrado recebe petição inicial, e analisando ele viu que a parte fez o requerimento de antecipaçao dos efeitos da tutela, quando o magistrado vai averiguar se estão presentes ou não os requisitos, ele percebe que não é caso de antecipaçao defeitos da tutela, mas caso de medida cautelar. Ele concede a cautelar presente os pressupostos ou determina a emenda da inicial ?
R: Ele aplicará o §7º do artigo 273, ou seja, irá deferir ou não a medida, se estiverem presentes os pressupostos irá deferir, caso contrário irá indeferir. Mas ele não poderá emendar.

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