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Mudanças sociais no Maranhão0001

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MUDANÇAS SOCIAIS NO .l-IARANHÃO
José de Ribamar C. Caldeira
SÃO LU!'S-I"lARA't-.!HÃO
1978
~.J.lceira
s í gn í f i cado
socie
mo de r-n i z ador- 11
socieda
de b r-a s i.Le í.r-e , Por CO"ls<::>.gU:Lnte, c ar-a ct e r í.z a-e s e , aoue I.a i .te
do rne s mo H10C}:) q ue r-ear-t i.c u Lem o u t r-os ~
Pode ser de?ree~jido, - -tY',:lT1S t o r-ma ç oe s
-as çua i S no rnome r+o S e ~~1] G r:1€ ~ c a se c.: t2d A. :: e ;';:1. ::'\d nherise) e rn sm
elementos inovadores de origem ~X~fS~1.
social concreto possui 0~2 dj~~~::ca
pria e, ainda que,
~6rico-sccial que se caracteriza pe:a aç~o do~ age~t~s
teraç~o dos padr&es conf~gurado~es do ~Qdo de produç~o, de
"ld. uez~= no n{v~l sup?r-estrutu-
~ormidade co~ o seu unlV0rso de interesses.
so de n..êi t
ra dos ':lT'.)cessos conf i gur-e do r-e s das
alteraç-ões que se r-e gi.sr r-arr r.o '~_n (:!ric~ d.e urna sociedade
so
cial - aqui entendida eG sentido
aplicou Au.gusto Corrrt e . A magnit ude mudan
social, i0dependentement0 do estag s6cio-cultura! em que
se e:1contra. -a muaa:ca ~~~ se dpr2~enta des
titu{da de sentido. De a:0rctc~0~
~:u:2.an_ç;)s Sociais -il) 21\3~-? il "S :10
d0 ~iv~o. l~SS. p.l~
?au
o!~ -
tlo~es
de regular-~he o curso: o dese~valv~~e~:0 social,
:ipo sacia: que lhe seja ine~e~~e ou pa~a o qU5: ~enda de
/ ~-
f or-na ír-r-e vers íve1H \. ..) •
submetidas a~lr'2
dades do c~rc~~~o civilizat6ric o~ide~tal, onde T!:UdaIlças
e que SE; C0:1::; ti !::üeF.. os centros heeemônicos des- --
Le s í.sterne , em qu e r-ui tos dos s eu s s e tor-e s cons t í t u t í vo s sao
sempre
nestas 111ti~as, o pr.§
institucionali
. - .r-e.s i s r eric i e s a es~as costu~am desvir~uar o senti
pelos in5trure~to~ Lti~~zajas pa~a
desenvolvi
het e-r-onorrri
últi-
r-e g.i s t ra
das em suas estruturas.
soci ...•dades
subdese~vclvidas, pelas ?eculiarid~~es ~anifestas pelas for
rras de articulação cr~~ica e~~re ~s seus sEtores - .eCO~,);:-LLCOS
e sociai~, permitem que se~dm classificAjas como
-----------_ •.._._-(2) Flcrestan Fernandes, o?ci~; D.1?
f:cadJs,
de formas SOC121S qu~ pcr-ence~ 3
-::V,) :)r0t~?SSO q ue e i ne
r-upt ur-a
o nce
d t :L t uo e s ) va Lor-e s perte}]
centes a d~fere~tes p~~~as ~a
Para o raso da ~uda t.;tili
- -.~):':>l-' c orr.pu.; S -.(:..~~ -i:o'"'aTI"' ·.•..0"",+·-; ng"'r'a· .•••• '- _. !,.._.. ~_~
DroL _
~ .-
a e XT."J,.nçd.O como
- .c o:n.s eq ,_iene J.. ..3. , seja P2~C;(!peSS1~{}C O""
fie e s t r-utu
rauda nç a
supõe a Ce ~~~.ts +r-u t li r-a , 2. rTt(:;.~:i :~a. c~~le a"q ~r?:la s f~ t ~'a {lu z c 0;11(') UTIlê!
!T.ocli:ic2.::;;lQ c8s'ta.tf( 5)
5 scçiedadps in~egrantes do
nadas pelos sodes de abso
ci Y'
. -eu i to s(:';:-~a
-
ç ao .
!'Ia1)
.••t .•..•
,~ -
convu l
ULam, ampliando ~s contradi
- eu
~sgotamento-inclui a mudança sacia: entre os seus .,capltulos
interio~ das sociedades capitalistas inclusas na
subdesenvolvida, ao serem e - .s a luz daquela ~eorla,adli
qui.r i r-arr u:u s í gn i f icado !10V(); ou se j a, "()dSSarar a fornecer
indicadores i~presc:indí vei.s a f or-mu 1 ar,~ . c1", hiDóteses cr:..~_~~ - "'''' - '" ~ ~ - .- 5~~
.~mica espec!fica das sociedadesnais para a explicação da d
subde serivo l vi.da s , ?elo Fat c (:e~ t~~T)e"!"1 SE:' tor-nado essas socie
dades sistemas que "extraem os ~odelos institucicnais do "Da- -
t r-i monio c uI rural
zo r-eLat i vo !'!1arC3.rL1:e (au.E: t enc e a a'~I;tRrl~:1r, so b o
da t ec noLcg i a t)dSE;;éldan,3. c í.ô nc í.a t:; tJC; ce pí t2.L5sf:1()
imDacto
ta) e, com
vas '{ (6) •
Em re
guIam o atual cursa his~5rica das sc~icja~es
vidas
FloreSTan Fernandes, Sociedade
vimen:o. ~io de Janei~o, Zahar
-- ("7 -
volvidas, tanto a nível unit5 0, quanto do seu conjunto~ Em
mu itas '" ,,~~oe as 1.oe s
~ J .4 >/'. ..ç.,
n~r o a€8enpOlv~mBnto econo ."1'''f/L- '.
social pele qual um ,.numer-o c r-es ce n t
nas - preexistentes -. .?rOpr2à mudança - sao sa
tisfeitas a~rav~s de urna diÇerencia~~o ~o sistema p~odutivo
!-ó..... n+ ~ .. ~ 1 -. .• ~ -- ..•;~I''''' ~.~;:",_..:.~ ,,::l~('.7'.(1-<.., \,.,rre<!· e '.,lEi l n ~rQ("uC;ao ele a no ve ço es ..ec.nO.L\.}é'.,.J.ca~,'.
se.s cor.t í nua r~ a ser fo.r1~lt;.ladci~c·::07:: o obj et i\70 ~e +ent.ar- Cd.E
tar o si gn i ficado c:as 1:1""\·0. ns forJ':lações .....dv i ride s da eb so r-çao e
inovações pro~uzidas no exterior,
das sociedades s rjesenvol 'li formula
ções soe baseiám, de
.i nf Luxo s das
.i.nc Lus i vo s ,
... ."- ,.ssas lnovaçoes no 1D.
terior daquelas sociedades desencadeia """ • 1uma serle comp ...exa de
reações, caracterizadas ?elas
adaptaç3e~ de ~uitos dos seus
ou
". -seTore_ as lnovaçoe~, que nao
socie
dade s inc Lusivas;em segundo lugar', por-que as .í novaçôe s nem
sempre se apresenta~ portando traços positivos para o proces
se de transformação
adni t i r- que
i r.s ~::~'bil ida
des estruturais~ derivadas das ~odali~2des de
~es s Ls t eme s to
------_.-._. ----
(7) CeLs o Furt e dc , .0~dlétj~c<- .(~.o Desenvo Lv Lrie n t o • F:.ic) (",e Ja
ne i ro , Fundo te. Cu Lt ur-a , 196Q·, :'~~\:. (fr,5 ....~c 110850).
cent.ros
social posição preeminen~e ~as ~or~ulaç6es da t~oria do ~e
s anvo Lv i me n te. E, com e f e í, to ~ as j",)J •..•ópr.-Las muda.!H;a.s e xper i.men
tadas pelas sociedades D"bdesenve,lvi'idS ~ '?r!i geral, têm sido
nao~
' .....capa '-.ê
(fenôrne::\o at ua L do s ub
desenvol v irnento ) , eu I trur-a
nào+mate r-i.e L teve muitas vezes v:1'.papel de t er-mí.n an te . As .í no
vações abSOr\lidas de ou t r-as 2uJ..tur-as nas a t í, tUtJes e 11ábi tos
p ro vo ce m, via de reg1:'<3, expectati-
vas de .i rapor-t an t.es ca :ad-as da ;·opulc.ção, o que pôde dar lu
gar a. UTIlr3 cadeia de rea.çoes com r-epe rxius sc.es em toda a estru
rur-a ao c i.eL" ( 8) •
Den rr-o ai nda da te~):r·la do de senvo I v í merrto , um ou
tT'O que st í onamerrro se impõe com muito vigor: 'trata-se do con
junto de h i.pó't es es f or-mu Lada s COD. o abje'ti '10 de apreender o
fenômeno da den endiino i a , Esta, Dor sua. vez ~ "alude diretamen_ 4 _
te às condições d e e xist énc i a e f'unc ionarcerrto do s Ls t ema eco
entre
aInDOS, L,:lnto no que se refere
~o ) .
mo no externo'''" /. Ou seja , a
""-'~ ~ao plano interno dos palses co
de00nd~ncia se anresenta defi
. . , . ~nlCia pe.Los tlpOS ve
dades hegemônicas e
"""e 1 ~lç;::::,e ..... ,,'! P S; t··•.• ., Z':í -~ ('"00 ~ --. ~.: A .r-.. e r. ~ """"'&:;1• ..t.e. '. v ;::, ''''::. _ ..1..::! t~c..l..:> ",(,:~nt. .i,"';' ';:' ,. c. s: _
1-1'" .", ~, .••.•.••,y'. '-')T"'; r: " q ('-1 ' ,~ ",~: l"E" n E" r ...." Q "";::::,es'" ,- ,~~"' . .!... ·V~J.~., .••.~_"-. c"' .•..~ .•...~ <.~J o ",· _ 1: ..,.. t,_v,-' ,_.'.,- .
sacie
dern sobre o funcionamento das inst'it'.lições destas úl t i rnas •
novo
nas relaç3es das sociedades suhdesenvolvidas atusis com os
centros maí,s ela- .•.• -e um carater herdado do ?aS8ddo colonial caquslas sociedades
co~ti~uu~ h~2t5rico. Con
vos matizes. Isto ~, a necessidade
maç ac desejada cond i.c í.onou as 30ciüdades ;.:ubdesenvo} vidas a.
tomar slsternameís cinâ.micc·~~ do
(8) Celso Furta.do, op.cit;p.26
(9)
. )
- 09 -
capi~alista os ele~~ntos cons~derados . . - ~ •.~r:-r:YT:eSClrl!~.;...ve 1 S
ra a sua "modez-nâ ze çâo ? • Nesse pr-oc e s so e s t'a be Le ce u+s e
't i.po de r-eLac Lonamerrto que- T"tào s upe r-ou :?•• n :.{::>:-'l~"'; a depe!;,:!ê.,:!
c í a das sociedades lia. t.r-as ada s "', pe Lo cGn-:::r,3:rio, d senvol ve
ra"ese for-mas novas '1tH? pe'r~I:lIe'ttl(:l:(~a;:l arle'tE!J.~(;x~om,iadessas 80
ciedades em relação aos c e rrt r-os ~eqemônicos de.o ue Leo ~ sis"':.e
ma. Por outro lado~ em seu interior, as sociedades tt·"p.,...i f"e--}'-~--'
•• - 11 1'; ~ _ .," -;- _ """ .•.~ T ':""'\ . ~.. .; -,-'" 'fI".'_ m - -,.... ,\;r": -nr"- ., d ~C1.a.J..scuja exp.J.J..Caçç~O::;,""·.~.1Cvn"tra .~n,.l.,,,a,hen.~(:; •.I." ••..u.\..a a a
• -.. .~. D • .> • ~ ••sua S1.t uaçac ce aep e nae noia , 'Se se] i:1~ ul ve r-s arne nt e ,"0 perl.~
do colonial (em que as et ua í.s sociedades subdesenvolvidas não
'conseguiam escapar da c:ordi.çã.o de simples f'or-ne ce dor-ea de
matéria-prima em troca -- ,:r. •.•qUE' nao po- lc"l:n pro ouz i.r- in
terna:mente), q uandc as E!X:- a independência ~
senti?o de substilítica e passam a desenvolver esforços :to
tu í r- importações, nao c cn s e guern superar a dependência econ§
míca em relação às ex-r:1etr-ôpoles; par t Lcu.í a r-merrte , por-que
;:) 'tr-an ";:'.-,. ;0 .,..:!:~- aoc í ;!-.,4.-. 'I 'ov,.;':'-- - _\~ H . ~S'" ' '" se ~{;. a.: S"':VL'maçÇ. '-'eu> es. '~.J.e,-,a.(l<::s pc. _..:.e,L'l.C,,",:::, p~. vou n •. ,ce
Lac Lonar- ã incorporação de eLemerrto s exógenos ~
nas ex+met r-ôpo Le s , ':om ef'e i, to, o processo de
produzidos
substituição
de Lmpor-t aç ôe s , ao ; TI";;;S de nr-orno ver- fi r1E'se nvo l V 1.. men to..k ,\j" \.~ '•._ _" ,,-~' J t. "" •....••- •.•.., ......, .•. ~r~ ''''' ~ •••••••• r .•~ _ au
to-sustentado das sociedades "st r-as adas !", r-e ver t eu as expe~
tativas destas por ter engendrado novas formas de dependin
c i.a , em que a "peri feria" j an.a í s DÔC'8 dina:-nizar autonomamen
r e os s eu s ' nr-o ce s so s pr-odu t I «rrv«: O••••• ti' ...,. •• yJ..-- _ •...".~ •...,1._ "".l .'--"" ~p <,. '"" . .,/' _
.•.. - -' i âêno t -ruaçao oa aep en enct-a~ sem altera:'
ter- estrutural. desta.
que deu marge~ ~ pe!"'pe-
substancialmente o
~cara
Errt r-e t-an to, a. t e or i a es~
gera
da
ta •..a1.. Ela
ção-subordinação ~ por ela de-ten:;inada, possui aspe c tos mua,
r-e Laçô e s
dom-i na.do r e e subo~dinaa08 dese~volve~ ~ecaris~os que exer
das
socie.daàes dom-i na âac ; em s egundo Lu ~a'r, P'''''·2:''''q'J€ ~=- d epe ndén=
eia não repercute de modo hOflV)gê::v:::o s obr-e todos os ""Lemeri-
tos cons t i tutivos do s i s t ema socí.e í -iep e n de n i:e .. Jaí 't")oder-
~~e'Den. -
dênc ia 71,3:0 pode estrutu
elTl
ambasra refle~1 com relaçâa a o~~ra;
força o
ceito de depend~ncia: a rigor, as estru~uras dependentes
não pedem ser co~cebidas como mera~te reflexas; ao contrá
rio, tem uma din~~ica
Delas
sacie
Jse
t íc uLado s (:O!Tt o curso das fI1t!C21 ..lças S()C .ia as no .í rrt er-í.or- da:qtl~
Ias s oc í.ed ade s • Por outro La do , o ca c i te Li smo d e pe nde n t e e s
tabelece conex3es entre os m212 variados setores das socieda
des inclusivas, dentro das quais a configuraç5o
vida de qualquer um daqueles sotores explica a dos dem.ais ,
e aSSlIr. St..~essivarnen·te~ est(1!)e:Ct~~~el1do-se errt áo 'l!ri círculo
subjesenvolvi~onto econ6~ico e o subdesenvolvimento social ,
Effiambos os cases,
r-od e r-no e suscite. seje. a arcaização (:C~ .~no~lE:::~noseja a moder
niz a çâo do ar-ca i.co" (lU.
A assincronia das • ~ I-~lnstl~ulçoes SOC121S, - .economl
evi~enci~vel no interior das
sociedades subdesenvolvidas rCDroduz, mutatis ~utanJis,a con
q~e se inserem. Ou se
cen~ro dinâ~icos sobre centros me
nos dinâmicos, onde estes aspectos, aassume~, sob cer~os
se processam sob os influxos das relaç6es mantidas entre es
tas ll:' t Lmas e os caso bra
sileiro constitui um exemplo que satisfaz para explicar es
se fato. Com efe~to, na sociej~de brasileira exiSTem cen
Sociais na Am~rica
(ll) Flareston Fernandes, Capitalismo ~eDendente e Classes
Sociais na Arn~rica Latina. Rio de Janeiro, Zahar Edito
re s , 19'73, p . S1.
- -::'1 ,-,
de s CC1n
t~aste com ou~ras
'!Bra
o p~esente traba~ho prete~d~ a ve:r.\l.,g1..1er algu
essas
que se apresenta~ regu:~~a5 re10 proces~o de expansão do
e xpa ns ao acelerada
depe!!
der1te H, rIO CB.SO. C;l sociedade b~asileird.
CIJTIl efeito, vem no,1.5
apreendidas sob outros aspe'tos.
poderiam
lugar,p0,E
que este s í. tema, nos úJ.tim::.::: vinte aTlOS (195S--75), vem '~n
tand0 introduzir'modi , , -lcaçoes Y10 seu pr-oce s so pr'odu t i.vo
foram
s e ndo Lrrtr-o du z i.da s , no i"!""~ter'\i(]r-' ·2(" s is te ma , ir1c:\f2.çÕeS que
sub
- 12 - l
C5'JCl
" -
ze! de eli~inar te~s6~s O~ efeitos disso~iativos.
'mudan
expe ns ao no seu .i.rrte r-í or-; formas essas que se
pela. i.ntrodução de u;;;a série de elementos novo s no sistema
or-odut í vo da soc.iedacle ir:c:l.1J.s:1..\la f<
na soe .iE.~da~clemar-anhe ns e s e r ao a tlE::1.1 i. ze das 2!, l~JZ ele. um con j u!!
to ce complexidades que vêm r-egul ando 3.S t:ransforr:;a(.'ões da
:L:-rtegra.
, -
~...•"''\.,r'>,.,'' ~ '"'i j
.:", -' ..••.••. 1"')#0. '._.~----_...--.
pT'oc:essaf~
~a caracteri~ad0
ca ao lado da ~m~lanta
tas ~ ji~a~iza~ o s~5te~a ~~o~utivo ('2.
rt~.
POS:
~
i1 ':.r d.v t.~s
~.... .....,.. .w_.. _.... '~.__ ., ~, ,•..~\~~, ~_ ;'. "1)w·~':./I"\~:.:-~·5\..) ~ .' .. -.. - .....
-8 ,.--.
-~;.(}0
ati.'J:1. .
i~vesTigando a situa~â0 ~e t~ansi
. - .:'-;{i S 1
face a este processo glohal. podem ser definidos se~A
com crescente intensidade. -e a cones; traç20
regra geral s do sLst erna
10s empregat!cios ço~ a
de-obra barata ~ sua ; .' ,
------_._._-
(12) Consulte-se Ct~vio G.Ve:~o, ~rent?s de ~X~2nc~o ~ ~stru
tura Agr~ria. ~io de Ja~eiro, 7ah~y itQr~s~ 1972 0 Al
f re do ~l,~dg.r~ece ::aIs r'l:'c'~.lr)ão) qQ~..1.c;S1.p;':'.·~c::, :~gx";l:~-'~~.f;~"'::(~c> '\'~t::r;~
nhâo Cori ter:;.pcJrâ.neo '". 10 i S., :nim(2o.::1'"'~_5~-a.(~r)«
-. 1:1 -
sua situaç~o propria
:~i::. famíl ias dos seus membros garante a 50
lct")la do
s t rad ic:~onais
<: "c a IJ it,.3.1 i s mo mo
.í za uxos muito fortes, •....nao canse
,-
lT:.2iX t:Cc1.DS fi
~ de alterar o esti ma
"
t~d.("1·- deti
) em contraste com os emoreendi-
que os tipos de empresas em conJ erna e a tradicio_.
naD vaIdesenvolveram mecanismosS 1.S +ema
f'i.(:'a.ç~~'o(1() re.g pr-o duç ao
condi~ionou-se a absorver aquelas
de
. ,.... .- .eXDroprlaçac economlca s eu innecli
tive para promover qualquer aI
d~ vida material. D~ outro 1
itiva do seu estilo
?ela posse de terras dis
o que ;10.0
ssuldosn•
t:Y'~dd
d~'2s('r'itas
enfrenta ainda dificu' ernizar-se, sobre
-, corno tEi}'nt~~~rnP()X~ ser' s dm i
tas. Assim sendo, asnistrada segundo
~rises derivadas da transi ()l'-"d. rimen~ada oe]o sistema
(J?) Al~redo Wagner e LaIs Mour~o, op.cit.,
- ..LG -
produtivo mar-anhens e compe l.e-n a tra'::la1hd,c\:rt' rural exc Lus o da
condição de posseiro (ou ocupante de terras devolutas(14)con
t inuar agregado ao regime de ar-c er ia 0'.1 arren(:;.-l iento ~ formas
-e- ao abond~no d ~ r-+' r ,-~ (-·;=r - ~ln;-~~!..'!.' , j Q, ..•a;::, p.,a~lcas (-,-.",,".--,c~...<'1'" dJ.i.a'~1 a;::, U,,~'-'C.""
sabem exercer), embora pouco corape nsador-a s. Essa atitude
que
LLu s'
tra não uma resistência à mudança, mas urna ne gaç ào à pe rvt i.ci+
-paçao em processos novos epJ€
fat6rias para os componeses, cujo horizonte de as raçoes a
presenta-se limitado por uma s;rie de condicionamentos compl~
xos. Ou seja, diante das di f i.cuLda des -Jc r.r-o Let ar....izar-se - uma
vez que a empresa radicicnal pão f2i estrutura~a oara absor
ver mão-de-obra assa ar-iada , P. a ;",cêernanâo vem se consti,
trfindo para essa finalidade - dO campones maralhense tem res
taclo a arrendatápa.rce::..ro,
rio ou posseiro, quand n~0 aota pela tran fer~ncia p~ra a ci
dade.
As mudanças sociais or~ processadas no interior da
realidade agrária mer-anhens e , por-tarrt o , vem se caracterizando
pela constituição de urna série de con+r-ad i.ç óes que passam a
ser experiwentadas pelo trabalhador rur~l em seu cotidiano
uma vez que as aItern tivas geradas pela transformaç~o rural
nao portam, em seu hojo~ oportuni.ades positivas para a modi-
ficaçio do seu estilo de vida. Em realidade, os avanços do
"capitalismo ~odernizadorll propendem i3. estreitar ainda mais
o horizonte de aspira ·ões do-::raba:!.ha·:op rural" aranhense, so
bretudo por-que vêm incorporando, (2í-~ níveis cr-e scerrt es os es
paços restantes para a
crificam numa primeira
.., -' r'! ' •lmp~an~açao ue e~~reenalmentos
instância os oosse í.r-o s e, I uma seguE:
de
que S2
d - , . . ~. .a, arrendatarlOS e parce~ros, os ~ua's se vem lrn~e~ldos
transformar-se nos primeiros, quando ~mpossibilitados de con-
tinuar na empresa tradicional.
C4) A propós í.to, ver discussãode lI. H", gner- e L.:--'OUT\30 sobre a ut iLizaçào
do conceito "terras devo'Itrras", comum na lite:!'B.'U.I!B o"icial do Ma.YB
ha.- "A - t -'' ~, ,l1J o: . expressao ,erras (J.lS~ ....TIlV€2.S, con '\ 'terras devo'lutas , tem
sido interpreTada(nos doeu.errtos oficiais do G0verno f"'a."'c-m~e."1se) de
maneir-a d~. Ainda que o fato de serem estas 't rI'ascer-tencentes à
União, não signifiquenecesser-íanerrte que sejam á:r'E~as ~1esabitadas,i
sentas de aproveitan-ento eco.ômico ou recursos natura.isnão i.l1<XlrçO='
rados ao processo produt i.vo, é desta forme que expr ssâo tem sido
empregada. Apesar de s constatar a experi.ência da frorrte irn agr-I
ra , consi.dera-se Queas terras di.sooníve.is <"~0Haranhão são terras li
vres , desab.i i:adas: não ocupadas ero!1omicillTlE'nte, CC~~J e espaços va
z ios , %0 se efetuam qua isquer- ~:Jj,çoes··. U\lfv-eClo :-;f\I;'\;:-"':: ,~ ~r c.; ~(;7
Dfin ''', 1")' •• , ":))N .J~ .1';'" _ .••• f,J •• J,.-' •
17
avanços do ft c api.te J~i;;!:lC~ .-e.:"Y."';izõ\Ic~I,,:,~1 er;': r)l~()C(~SSC· ii(~ exna ns ao
ou reco~rer ~s frentes ~e
Of;) . do
sistema orodutivo rna~anh0nse tem significado, .ara o trabalha
l~e garantem d subsist~~cia; par outro _ado. +em significado
tamb~m a aus~ncia de oportunidades novas
va para as suprirni~as! mesmo iguais
est~o ~abitu2dcs e ex~rcer (16).
~ ..•.ou melnores que as que
terior sociedade ~ar~~~en5e, sod?~ estar intimamente asso
s d0 fatores de origem ex6genas. Em ver-da
1e, a sociedade ~aran~ense s~~pre es~eve! desde os prim6rdios
de fatores externos,
ra o atendimento da de
manda externa de produtos tro C5lS (mesmo quando experime!}
ta uma fase de industriali2ac~o, esta n~o deixou de se pautar
~ela expor~aç~o de seus produ~os). Ou seja, o processo de for
mdç~o da sociedade loca' apreendido satis
fatoriarnente se forem omitidas as a eu çoes mantidas entre
a sociedade inclusiva e o sistema cap:~alista internacional,
-pre eSTeve atrelada. Jesse modo, seria ~rroneo pretender for
(1.6) Em "tr'aL)(5 r-ec errte , ()rl(]{~ r-a li(~('ir' as r-aIz e s h í.s
~~~t~:~:u~~~1~~~?~~,a0~~~f~~r~~~~~o~Ce~~~~~~~a~~i~~~~~~
a subc rd í.ne cao ;::.., {~[~40 :;: :-"",-:,T"':r"lrv• !""l. +.......,<"1;~A-l~l~!~·~'rl ur-a I deri_"-...~_ .......•......J,.a~" ... , -,.~" '"1'-..-.(.'- ~. , •. C"" •.•• _ •• , .•••• '-' ~ •••• ./..c .....-.._-"-·.O.'>.....Ii\.J.L •..••.•...1. _ •••. u.!....
~ro da sociedade, conscante alg~~as ~o~rnas engendradas
J.:.t.:'}T' equ e Le ~tipo G'2 cap:l.~:.:lli~')j'l1()"Pa r a o eutor, "sob o ca
i~;'~~;~~~~~~~~;~t~~~~~;!:;iO;~v:~rê~~;..i~:;~~:~~~:.:~~~:=ô~~l~;DoO~~n~~e~~~é
(...j r::: (~c r~-Yl.o?~5c: ã{l t'~ 1 eí ;:~ -f c rce i ('"+.,} P -r'i t n 1,:1;~ '1T:P.J"t-l "t•. t7( 1merrt~ n; o ri p~'~;I~,;;::~:n~~0~;~~;~~~'<~-;e;'~2~~~,~~~,.>~~:~~~.i~'~i~·~;~:m~~~~~~~~~~
_ }.,....,,~, .... c',-,~~)~C~ __<..~.?, c.J.~J.r.~ct"'~''-' ., ex r r-a ; .• ..,,_ ~Gr~,_,~ 1.0.:..
mas um ex ceo errt e C.'l.?l.e 21') me srno -r€!:1~)Ooue corrr r-o r anco a-.." ...•. ~ ...
~~~Jr;~l~~:~r~rd~~& m;~~cgr:!:l~m;~a.~~;ac~~f,~~:i~~~·•• ~.~:~p~,~;naI~'
mi+e ~3 (1e um I~ 8 p<j~ç~(J se,e 2."~_:~L (;0 '! ~ (~;:l'J ~:_t"ií"1i.ame .t D.t or-í tár i~:;
p.. r ri "rpr., r, ~ -\1!'"\~ -f-c; s~~-t('" P ~p "I '-1- r~"~fD. '1.'1 ""'i ,,","'1 '" -e--, t" c...",_J~'~ ..•.........~ ...k,:, •.•_" ••• '-" ~ '•• (.• ./ .•• (...-•.•••c. ~~ \ ..•. , ;".-I •••.~ ~~ ~.~ .• .1 '.J I O" 1:"' •• .J ••. · ••
nhense jamais deixou de se submeter aos :nfluxos que condicio
ner-am o curso da evolução da soc iedade br-as iLe ir-a em que Lque r-
O :.:t ) 't-,,~C'" ..••.~" ...l ~.,..••...-.,. Mo~""" •...r-., Cl'V".:!-.r!;. I ••••,i""r..;., ~". e oe'.) ,c"" Ga <l.l.-;» '-vX'ld •..•e;:,l.o.. ,;~,:>hO ,',-" P_'~.)..'~"''''o C,)~~d __H._, e,., q -
da Co13nia - uma vez que era azbninistrado diretamente pela Me
reaIi
açao
s5cio-cultural ao ~esto
do complexo colonial bras~leiro.
do Estado 60 Maranhio, ~entro ~o con+exto colonial brasilei
!<":!t:rôvole para
<I 1 .. "t .' •.. ....•.• '1. ''1f • /..'raClona-,-l.zar a adnu.n.í s t r-aç ao CC'.,OT1J.cLL, 1:;lreJ:a pÇ,ra a
r,' 1.. À '.;:-' '.. ,- ",. ~ .••• ,o i spunna ',lerecursos ansu r i caenres , <:_,~m~e '7'e,oüOS
nham apr-e eerrt ando pouca eficácia. (P.::!::;o:r je-SE>'jl.:e a
qu.al·
que Vl
-oeupaçao
e exp l.or-açào do Estado do ~1arailhão- :;1.10 supe-
do Brasil,
+,..., -~,.; wm mo' "l , .~- "pr. ~'-~+-""'r- "'~ ;;DC'C'" a Lz un s S1."a~_ave;:-, ue .l '.1· CC.•..O qd€ .lê. ""..~,,€~,e·! _ç.,é't~ ,Ia ". f.4, d-,-o~,. _
nai s de esgotamento. A estratê,(~ja a ser u+ i 15.zad:1para a domi.
naç~o e exploraç~o de novo territ5rio, cortanto, n~o deveria
repetir os m~todos tradicionais; dEver~a po~~ar ele~entos no
vos, desde C1ue pe rm í tiSS(2 êl T'epY'odu -
"1 • •
do estatuto colonial"
Seria tamb~D. err~neo pretendeI' supor eue a sociedade em cons
t i tu içáo nesta par-t e da co Lori ia :1ão ':l2l.Ltivesse contatos com
o restante desta.
artic~laç~o da nova sociedade com o rest-n"te da sociedade gl~
bal; em segundo, p0rque - - .a ~,r(;p!'la " -o~f.a.!1.zaçaode
os
já
cans
tituição.
tivas (os
E, em terceira lugar, porque as ligaç3es
n.errO-Cl';O~ ~/)ll·-!",;·-.o~ :.~ ;::;:c~''';.n':;.si--rat-·-1"\t{~::::co,.. -5 ..........., ~-\". .- ..•. ~ -.-'-"-.:J .........,........... ....-- " -- <-' "".
administra
Marônhão
eram geridos conforme a~ 0~~er~inaç~es de LiSboa, sem c ua í s
quer interfer&ncias dos Governos Gerais da C 15nia) e econ5mi
Cf)S (Cr co nt r-oLe do s isternEI pr-odu+ i \.'0 rn:j!'d.nher1se er-a +odo eLe
efetuado dj r-et erncn+e pel a ::etrópole), marrt idas entre Por-t uga I
, -,
- ,.1 'j -
ar-t -1 nu· 1ac oe sJ...\. __ •.•... -'5 ~ Co:!.ônia.da sociedade maranhense com o da.
lava-se com
ria"(17).
~pecua-
Em seria. ~ poís, ~erroneo pr-e tender--da epoca colo
n í a1 aos di.t arne s de Lí.sboa s8!"ia fi-l tor cietel"l71inante para con
'--l''':;er~;-lo um s i s tems eV'C1'1"";U'-" "" DO"1-':"l+'('1 .ir...nune <;s +r-ans f or-••• J \~ . ..,4 ~ l. J ~~ .L-...... \....' .•..,(... _ .t... ... _ I.. Q .J,... •• t.,; ....,;., : .;.' . f~..t 4 • ~_ ,,_" ~_ _ '!;:- ••. ~ _ _ ••• •.•
,-
!:lÕÇCI€-S coLon ia I Drasi
~
leira, a qual sempre esteve vinculado.
Contemporaneamen~e, quando os vInculos com o
sistema social global (a socíedade brasileira) se tornam cada.
da estrat~gia integraci2
plano econômico, pode-se
inferir que a integraç~o da sociedade
ma sdou ir-e con'"';tar.o-··'~,...1'."',.."";:: .....• ". , rrn.~ •• 1.. Çi,. ••.••.,.J... - ••,.. t. . ~I c:.. ~ \~ ~ e ,.~e~,~~ç '- l.Á. 1.'-' :'). ló.. •.••••
sist:e-
primeipo lugar, porque
a integraçâo de cada uma das part8s com o todo -nao se pl"oce~
sa de modo simé-tt"ico; ou sej a, não sendo a sociedade bras iIei
r-a UITI s i s t ema homog en eo em s o as f',~...,y "',~ (·'e> 1" •.• sn í.z.ac áo e conom io ;::>'" .,a •. I•.. !::..• eJl v,.c).., •.~',l.nC..:>.) o 6cu."-.~a..,, ..
ca, a integração das suas partes pauta
va
~0 Aon~jU1T·1·t·nn;c' ~et:"'...l.-.J' \..., J,' ~ •.••. ".O.J \:)
conforme padrões , ~.nar-mon a co s , T"aS ..' dseg~nao rltDos e mo os
riados; em segundo lugar, porque cada uma dessas partes, por
apresentar tambÉm em seu Lrrt er i.or- f'or-ma s econômicas
~eR.- .qlue lb,e..' c'onferpill.uma ~nnF~a'un~0~o~ ha~e~r"e~ro~ -- - _ ~ .• ~._ _" ! Cl ..••..'•..,': _ ..•...c» 4-.. -.1. ':ç' (.-. • .l '-.. l. . J.. .#!:...., - j '"- •...•••
peculia
imprime:
. ..,' ,_. - .. ,.. . p
matlzes QlrerenClados ao proprlO processolntegraclonlsta ..or
conseguinte, podem ser identificados dentro do sistema social
sentarem graus variados de intensidade, ir;o participar de ffi2
do especIfico dentro do processo integracionista. DaI nao ser
redundante observar que os centros de din~mica mais intensa
dentro da sociedade brasileira se apresentarem como os mais
, f~ . 1 -, ~ln'~uentes; e, se aSSlffie.as se apresentam, nao e apenas pelo
fato de serem os mais desenvolvidos, mas porque - .o pr-oprn.o SlS
tema' implementa corrt i nuamerrt e o seu desenvolvimento para, em
50;:,.,,' d ut '1';' -'-1" , r'~ '1,. - ~,,,,:- " +-.,,! e • d 1,-ó •..•a ra , u J.. az.a os como moc e i.o pa ...•r-eo c or-a errr aoor- da :'...90 o
gia que procura viabilizar a integ~aç~o da sociedade nacional
através do "oap italíamo mode,rrd zador-? , Assim sendo, a inte
graçao se constitui tamb~m em um processo de difus~o dos ele-
mentos priduz.idos nos centros rrais dinâmicos do sistema para
( 17) C:?l o r> ::::"'''rt T..~ - 't" ~. 1 D-~ '" C;:l r!' -, r ur ,-ç,~'O( .•crmsçao Lconoruca (O '.)J.aSLL .'.IC~ ecnçao ,
1':), Fundo (1(: ~'ultura. 19hu" J:i.l0C
Rio de Janei
- 20 -
desta última. Entretanto,
os cpntros mais dináuicos
as desigualdades acentuadas entre
e. a periferia .írnpede:n que a 5_ntegr~
çao se processe sem provocar efeitos dissociativos, particu-
larmente no interior dos c en r r-os neno s dinâmicos.
Com efeito, as mudanças corre~tes
d ,.. . f' •reranhense - que po e ser ~nc .ulda na perl~erla
sociedadena
do sistema
global - se derivam do modo de irrtegra.ção do sistema produti
vo dessa sociedade ao "ce c i.t a ã i smo moder'nizador", em açao
'.' .•..'., t ",' i -" duc àseu arrt eru.or-; par, . acu i ar-men ~e. no su c+s ...s :en'..a oe pro uç ao
no
pri
economica do Estado.
Embor-a tenha o 11aranhão experimentado uma fase
de industrialização em sua hi.stória - que abrangeu mais ou me
nos setenta anos, pois se estendeu da ~ltima d~cada do s~culo
XIX até o início dos anos sessenta de presente século - em
certo sentido aquela experiência se realizou sem a I ter r os
..undamentos que davam sus r errt açào ~l estrutura e à organização
da sociedade mar-anhe ns e . Os ben ef 3::cios gerados por ela
giram a círculos sociais muito es ...r-ei:tos. Entre estes ~
se cin. ~ •.l.nc1.U~
raro-se os empresári.os oriundos da exp Lor-açâo das atividades
agrícolas e ccmer-cíaí s que t r-ans f er-Lr-ampara atividade indus
trial a experiência acumu Lada nes se s s e't or-e s . Daque-La exp~
riência surgiu também pequ.ena massa de perários ~ "ma categ~
ria social nova, requisitad~ en~re pequenos artes~os e outras
pessoas que ex er-c í.am atividades aproveitáveis par-a as tare
fas r-equer í.das pela indústria -;'ora2.. 1) operariado mar-anhe ns e
recrutado na própria. sociedade inclusiva - já qe a import~
çao de w~o-de-obra do exterior foi insignificante - em volu
me, nao poderia ser compar-ado com o mime r-o de trabalhadores a
grícola do Estado, sem d~jv:da , o contingente mais expr-e s s í,
..4 -.. .• '\' -vo ue toda a populaçao econo~l=amente atlva do Marannao desde
o início da J:: ~~ \. "'. ...•sua .1. or-maçao h í.st or-c.c e ate o momerrto pr-e s errt e .Por
outro lado, a industrializdç~o maranhense nio criou condiç~es
para a metamorfose do camponos em oDer;;rio. Primeiro, porque
nâo poderia incorporar a l1~ão'~-:'2-obra. r-rre l , desoualificada na~ ~-
ra executa.r atividades ur-bana s , segundo, por-que nas próprias
cidades onde se LmpLarrt ou a.Dsor'VI'?' a mão-de-o r-a de que nece~
si tava .
Em verdade, -? cor: stit' ição de parque industrial
"1arannense - que em 189:' e pr-e serrt a ra- se Ir composto ce 17 f(:1bri
- 21 -
cas per~Encentes a sociedade anônimas e 10 que eram particu-
., ri 1 n,4 +" - ~. • - .•. d- , - .f' • ,
.íar-e s , s encio ~'J u€ ~_laçao e l.€CJ.GOS <le aigo ao ~ .~ de ~1ar d_
godâo ~ 1 de tecido de canhamo , 1 de tecido de lã ~ 1 de meias,
'd"" r-;::''''''+Q'r'''''''=t. 1 4f'> 1; rnbo r l' 1· d". - <:: ~.<),t,.",v~, _. tA_ C.(lU" ••,( e p.'egos, ._ {:,.e cêL'ça 'OS,
dutos cera..micos, 14 de pí Lar- arroz, 2 de pilar arroz
sabão~ ::..de sabão e ? de açúcar e aguarden.en(lS),e
1 de p~
e fazer
chegou a
d ., . -1 ~ ~ser- um 105 mai s amporvrarrre oo Fal8 - se deveu basicamente
à desarticulacão da economia local causada pela abolição do
!'eglme ser-ví L. Com efeito a Hdébâcle" da econom í a maranhen-
se, em torno dos anos lesO/la90,. não poderia ter sido susta
da pela aristocracif'J.agrária ligada ã. pl"odução canavieira e
::.lgodoeira.A cultura de cana-de-açúcar, que experimentara
1m grande surto no intervalo 1850/1880, chegara quase a
- • •• ~ A • •.•'" d r1 - - • ~ •pet i,r- em nr velo oe ague r.oaoe com a pr'oouç ao a.i gocoe az-e ,
com
em
termos de área cultivada, de valor da produção e do número
de estabelecimentos voltados para exploração quase exclusi
'.'.":{d • - '1"1 ", d t f'v ca .â. cana-ae-açucar. :"iaque..•.e perloao ...e empo lrIDOU-Se, na
...-, ..,.... ...t... If' .• , h d h~rov~nCla, uma ca.Legorlõ SOCla_ Dova, o sen.or e engenao
H l'P'la 1 e.....r.'t n "1'0 -'p ....'Y",,~A..;:- M i - -nu"'''''''''' ri 'DT'lOV1"'nC1·a Oli", C. a.~-:>e j.ova~ q,~,~a ·a.,·_,--,"<1. •.,0 me_o .•. ~·u,.L •..•a • ",. •
engenho atestava-lhe a riqueza, desta proveio-lhe o prestí
g í o . Enva í.cecí.da, edqu i rir-a hábitos de opulência, ficaria
um tanto perduliri~~19).
Com efeito, a partir do último quartel do século
XIX~ qua.ndo passam a ser incrementados O'S investimentos nas
regi6es cafeicultoras do Centro-Sul, a tradicional economia
agrária ~,~ranhense passa a experimentar ir stabi idades, parti.
cu La.rrne nte pela desagregação progressiva do regime escravis-
ta, fator esse que, somado à necessidade de reajustar-se
o modelo econômico vigente às tT'ansfoX"'maçõesoperadas no sis
i:"emacapitalista in"ternacional (topnando a competição cada
vez mais difíci.l par-a as economias pr-odu+oz-as e e:xportad~
ras de g~neros tropicais), deu origem a.o interesse pela ln
----------.~---------t v q '\
\. -'- •... / -r -. .; ...~ (~ t,-'t"-e:s-'; "" u~ 4.....-."Y'\ ••,je::-on I"O ~e ·lv_".10S) :•.LS'.O.1_a
S~o Luis, Ediçic da Associaç~o
195u. 29 volume.pp. 558.559.
do Comércio do Maranhão.
Come~cial do Maranhão t
ci t, 19 volume p , ? 5.
- 22 -
d'Ustrializacão~ uma atividade menos propensa,. segundo as ava
l:Lações so f'r-er- ins·tabi :idôdes. Ver-Lf i co i+se no Ma
ran:-tão, ~ntão} uma série de fa.:tos novo s deriom inados ora de
ou
ff Loucur-a
€.ces iva
mente scbr'E~tudo existên
que as sagur-ava o escoamento da produ
para o eXi:erior-cnHseguiu sobr-ev í ver por '" <um peru oco apr~
xLrnedo de se+errt a anos, não sem experimentar crises de graus
var-Lado s de profundidade. Essas crises += • ••. '..,oram) sem cuvxce , c ~
sadas pela combinação de dois fatores. ~rim~iro, peja incapa-
c idade de se adaptar às mudança s que in iciarc:1r, o curso de
• • - d~'':; ~;;, 'r ,.,. 1"" ~..: '1 ..; "V'I<:!l . ' ._~, "d .mO'Jern:t.zaçao .<0 .•.na~s,",r~a V!\~,';;'J" ...•.e._j.a~ no 'p.s..OC0.SS(;, e arrcr-emen
~ ••. ~ • .• * - 'fi .,...,.to a pO~lt~ca de substltulçao de lmpo.taçoes, que teve o seu
e 60; segundo, porque f'.&.",)
cona egu í.u ajustar-se às mudanças que pr-oduz i r-am alterações em
.., .4" 4 • _. ~
algU!'!1aS '..Ias Iormas (Je opgarnz~1çao Ge
bretudo 2 ?artir dos anos 40. Para o
do Estado, so
primeiro caso) as CdU-
. . - . • .. 'ug~~,SdS que se poc e enunc i ar- s ao as s egui.n re s : en pru.me1.T'O ~ _Á'
Dorque Ç1 indústria maranhense se estruturou apoiada num mode
impeditivo para a cons
segundo, DOI"GUe. .. a
sua produç~o' era quase ~oda voltada para o atendim~nto rle mel"
cados externos (outros Estados brasileiros e alguns países
demanGd sempre esteve su
]elto a o í r-cuns t ânc Lae corrj urrtur-e â s ;.J • in.,. ,., .tercelro, porque r01
capaz de capit:alizar-se para promover a sua modernização com
vistas a poder suportara competiç~o crescente das ind~s rias
do Cerrt r'c - Sul - mais f r+ernerrt e capital Lzada s , o ou.e lhes Der~ . -
mit i u mode r-n iz ar-e s e ,e desenvolver ,:) capi-l:ali8ffio ind1lstrial do
Brasil - as qua ís corlquis~tar.drn \~Oinri~21,,:tti\ta fa(,ilidade os rner- -
c3dos anteriormente supridos satisfator!arnente por manufatu
cT'ganizada
a l;'lóústria ma
~ .ranhense nao consegulu '.;:' -mod í .••: :u::!açao
cas fOl~!r:as que davam s econômi a agr~
-----------------
opi c í t . ,29 volume,
- 'I.? -
r.ut"enção daquelas fOI'mas~ as qua is lhe gar'a~ltiriam a obt -nçao
ilvariavelmente baiyo'. Essas cons
t2.-::açõe~nos permite ••inferir que a experiência
mar-anberrs e '"'a-o ~e ....•ons t i tu í u f'at .....--:oi'"l ~-~ T1"-r-,d·(:':lrn';""~-;·"",.<,:l.~".u" ~ o J.,~.' ,-, '-' i:> _. ..•.••• ~':l. <..I~ ~~ .• ",,' ' .. ~~.~',: •..•.~.
industrial
da socie
exp1i
a
insta!açio da indGstria maranhense no fin~l ~o s~cuJo XIX, ou
seja, ela n~o surgiu ~ ,como um tenomeno natural, do
d .' .ama ur-ec arnerrt o ce un: ~con~mica que teveproduçãomodo d(~ o
eu modelo ·esgotarJo ou superado e que, '?:':! se! .i.rrte r-í or-. enge!].
drara os mecanismos eco
n&mico; pelo contr;rio, eln fora implantada como um recurso
nd-rd Lnv i.ab i Liz ar- a ~lteY"~(~;O-"ae f oz-mes -:'-""'af'~, .•.Lone i s da o ·..•a•. - .~ ••• __ -'-_G._ ~ _<:1:",4 -.• __ .", ••".,0:> ,"- •. ~_ • .l. "<..<-,-",,, . .r~_
nizaçâo do sistema, com vistas a assegurar a continui ade dos
;. l' -_.' e -. rm i ] do ~ 'h d d _. . ~ .pr .s: v.._.•..e~l.Ov a.CU ••.U.L2. _d',., e HeI' ,a os pe.,ta ar .l.stocrac:...a agrarla e
pela burguesia comercial .. .i.oce a s .
. d '.. . - , -a z.n us t r-i a ....a z aç ao ma annens.e nao se pautou confo~me os cri
t~rios que deram os fundamentos para a I'mDI eYn~"""''''''.:l'~a-o ..4~lI, ._. , ",., / ••.O'''s ~~ subs
tituição de im.portações: constituiu-ser.lais come um recurso
a I t er-ne t í vo par-a manter a continuidade dos pri vi lÉgios das
camadas sociais "tradicionalmente dom:nan-tes.
Para o segundo caso, porque a inJÚstr::.a mar-anhen
se _ que sempre se apresentara anacrônic eri suas f or=na s de e s
da sua adDin~straç~o
c uan t o do s 5"-"1';" maqu in ~Y\'l.' r.~ '" i r,""+::>1 "I''"'o~e<:::')_. ,"> :':,0 nrli'·S""•...".; U':. .::::1. •.. t,. •..) .•... " Q 1:..' ~ •• C'..l.J,.. " .,..J __ ' ~ .••...•. l)" ••••("J: .".fM~~' .",,.:. s ••o .__ .~\,.<t~ .•.,
jus t ar+s e às .í nove cóe s Lnt r-odue i da s no s i s t erna E'c01"'\ômi::::,o
a
eo
Estado, que começ ava a se sub-ne t er ao s in:'luxos das altera
ç6es verificadas no sistema de transDo~teB e pela presença _e
migrantes de o tros Es tado;ó~ do ~!,:rdes"::e (sobretud(."f Ce?rá ~ Fer
nambuco e Piauí) ..os qua í s ~ desCr" os anos trinta, v í nhan ocu
parido sistematicamente a:c' " •. " ...c ispon i V6lS do+e r-r-e s
Pindari(21). No caso do siste~a de tr~nsportes, a concllJsão
~o eixo rodovi~rio Sâo LuIs - ~e~esi~a no in!cio dos anos 50
E: a precária rodoviá
ria no final 1â. década. de 5O, c nst i 'tui.rdm-se ta r or-e s , ..CeClSl.
vos para a alteraçio da fisionomia pcon6mica do Maranhio.
(21) Conf. C.G. V~l~o
ria, citada.
,.. ~.~xpansao e Estrutura AgrfiFrentes de
- ?t~ _
"Ao aprc xd.mar-vs e a década de SI! comcç e a "ter alg~
s í f í.cade , no tadarnen te de cereais" cond í.cí.onac'o em boa medida
'"'0;:-. evo I umer- r':> +Y"arl';.0~on",1 '~'.""·""n+p de ':,m';""",,'''''''';,,"" nor-ce st í-:~ _ ..•...'_ v l-!..i,.. ~. l.f........ \.,...I;f,;.- ~••• ~ -..6...••.•..•.•.. -4 í ç:., •..•~ "'-- v..t, ~~";__ '" 1... ..-'......; _ •.• t .•.i..)(;..t. (;.!. ',. (.;;. Ç) J- J- ~_ ,,- ••:::;t. ••.... ..l-
condi
expansao
; - :t ,~ ~ ..•. '. "!""'!! 1(la a r-ea pr-ocur ava , apesar ae d í s por- o Est ado c..€!um
excepcional no Nord"ste de mais de 15.800.000 de hectares
E:, na realidade, () horizonte econômico do Estado
federal
cor
...... .•... ..
a. j;l.JT'iaz on i a interior com rodovias do passo, amque
econ&nica Maranhão/Nordeste/Resto do Bra
. tornam acessível àNort:les'tina;
mão-de-obra rural a ocupe cao produtiva da nova frorrt-e i r-a de
terras d€volu~as.
:~estas ter-ras o pr-odut-or- do Maranhão encontra, p~
relativa de produção
relaç6es com o lati
de liberda.de
a preços deprimidos que caracterizam as
fúndio; enquanto o s i st eraa r-odov í àr-Lo muLt í c Li c.a os polos
~jE:' ccmer-c í e Lí.zaç âo no Interior do Estaco e quebra o oligop2.
Lí.o+oLi.gop s on i o da Praia Grande:';. Começa aqui um cc~pitulo no
v o da h i s t.ó r ía ela. $'Sco.rl.olnia. 11<:fr~arlrléTIseH (22) ~
teria 50, coi...,
maranhen~e
dec~etado o seu colapso
~ ~ -e:Cldentemente o per~odo em que o ~ .eco no !:l 1.co~.;i s t ema do ~lara
"1:,2ioexperimenta transfor::'Dações ::'dZO.3.Ve·;.s ~ adv inda s sobretu-
do de mais efetia) - a
,TO.'SP: TY'l buz i. n.; nhe i r-c '-:::"ffi· r:-."" "For-m "r-;;;o i='COrl,::'''''''ca "~,,,~~ - - o., __ ·~.'o!.. ~..>,. ,'~_ \::_J. "'~, - ~ o, 's'" o, o , ...,)j,-,- '-..I,~.
r-anhâo? , sem de ta, mi.meogz-__fado, P?~ 31.-22.
c er-
mui
;rrararl~ertS~ e pr-eços~O:7~r)€ti·~~·ivos~ (Jif·:c:'es de ser-ern SU1)Ort~
dos pela indGstria loc31.
mar:timo
Dor
dest Lr.o ts-cado pe s sar-a.e a
fisionoa SlJa
anos ~ cc.mpreendi-
enr í
novos espaços 60 sistema produtivo do Ssta
~o e consolidaram ct- oc s ícâo 14,."" D" r-'''-'a" CO''1e'r'('';:> i",Y'-'''~'-s '"' -,-- . _.a\~ ,',- ...j,u . ..;... __ ....•...Cl __ .;) no .i.rrte ri or-,
dentre os qlais alguns deles (e não foram poucos) consegui-
2:'21":1 a~ce"cãc. econôm í c, sobre-r::t.d0 atl"Bv8S da. cCJ!!H?r(~ial:.za""'ão
do arroz - '3stabelecer-sc- :Lsm in1:ercâ",bios comerciais P1U i 'to
descen
:i.ntro-
int'er
c~~bio ~omercial. v: gran~e~ ~Iaça5 cJ~~rciais do
mara~hense surgiu .m tino so~idl ~0V0, o . ,?.lft.'1 ?'J01..-l"J(J,.
UFMA - Biblioteca central
\ -:-~~ ~<:l_
e
1•I
t
r ,...
- .l ':; -
vela~os pel.a Aconomia do arroz. ~m regra, o uflinBiro (a s s im
r-ev e La do .•• •••• <> •• -- •por um slsterna econonlCO em !ranSlçao; 0U seJa, um
nitivo. Nas comunida~es de econo3ia mais din~mica. so br-e t udo
constitui a grande maior dos m;dios a grandes
1 •.•..OCd"l.S.
eco nom i a ao arroz maranhense, o das
frentes de expa~são da agri~ultura desempenha um papel social
mui to .í.mpor-t arrt e ; comcrner t e "se
atra
v;s dos pequenos comere ntes, como finaneiadores da
#oç tt/')~'çao· \ L~v } •
~
em geral, se a;:'ll'\esen~a corno Ufr;, empresa
rio pouco preparada para ~ assunçao de tarefas muito comple-
X.:3S - especificamente aquelas exigidas ~ .para o empresarlo mo
derno das economias muito dinâmicas - dado o seu baixo nrvel
cultur-a l , que coris eg u í u e
mergir e ajustar-se satisfatoriamente dentro da moderna econo
mia do arroz mar-anhe.nse . .r.: o ~1·?"";·'~~~'~ ainda. um tiDO social
pouco voltado para o consumn suntu~rio,Darticularmente
Le s Que ~ - . ., ,TI1Ul to prox z.mos tias f r e rrtes ag r-aco ra s ; emse encontram
geral ~ um elemento originado das camadas m~dias e/ou pobres
do interior mar-anhense-; sendo comum ser! nordestino ou descen
dente deste; geralmente agressivo economicamente, costuma a
plicar os seus recursos em investime~tos produtivos. Conhece
...4 .•• ..4 •. ~.ç' A " • .,... •••
~or' aue e...lCS mov imerrto s dA c r-o rrr e ir-e agrlé(i.l..3,tmpr-ov i sa as
suas instalaç5es e procura ?repar2~-se para as mudanças que
3dvir~o com o cur~o da transfer~ncja das áreas de produção
r2 regi~es a ~ada vez mais distantes ~o lugar onde mant~m os
seus neg6cios. Quando :he permite~ as disDonibilidades finan-
ceiras, ~s vezes consorcia as suas atividades aos a ?ecu~ria,
pro?endendo a dedicar-se exclusivamente d esta. quando esg.9,
tAdas as ?ossibilidades de encontrar resultados satisfat6rios------_.----~-------(;~) Al~r~~n ~a~nc~ p l~~S Mour~n_'.... , ,I. __ _ __ • ....L...., <".... 5.' ç.L ..~ .....•..,.l.. "- ",. _....~
- ?7 -
com o beneficiamento e arroz. Cumpre res
babaçu. Constit~i-se ele elos que com
p6en a cadeia de comercializa;~o desse nroduto entre o neaues- ._
~o produ~Qr, que lhe vende o arroz e o babaçu, e os interme-
,:',' 'L: a-Y'. io s ' ,-l - •- • _u~ oos gran_es emnresar20S ~e fora do Estado.
sáric;,
o u e i ne i r o , corno uma categoria específica de empr~
co s t ume manter um e51:110 aI'; vida eu e se apresenta d í.f e~ - -
renciado daquele que caracteriza o do tradicional empres5rio
agro- .í ridu s tri.al do Har2 nhão: sobr-e't udo porque somente co st ume
optar pelo. consumo suntuârio '-",'u·J.['idopossuidor' de recursos que
lhe permitam realizar investimentos nessa esfera. Com efeito,
surgiàp
do
~.t""r''''nh:''':r -o~ u-'t~,r'l""''-' 'Q1""-, ~" ..•.., ,-o'~ l-:='· 01 j d. •..) 1."-: r :» . ...1... J...1 •••í_~~ '_~..4'.ÀL'e;;} .~ct
devem tamb~m ser agregados os
anos. Esse tipo social, ao qual
comerciantes
Ca p i tal) vem • ., - ..-1, •• ,.•••••aUX1~lanuO na constltulçao das
(execlasses m~dias urbanas do Estado, cuja primeira geraç~o
cetua:::do-se, são LuIs) e formada, em ampla. escala, por imi
grantes nordestinos. são eles as classes cuja sobreviv~ncia. -.. ,....
econOffilca nao se apresenta diretamente dependente do setor
-"1)- \ -, ' .; 1''''0.r:.. ~IJ..Á."-·.J, uma vez que a sua renda não se origina de empregos
ou "e ou t r-a s formas de - ,-.. . ri 1cepencenCla Cireta daque~e setor.
• ~ ..'1·Com um tipo social que se lmpos dentro ae uma eco
norr ia o usineiro propendeu a perpetuar as fOI'
mas de expr-opr-á açâo comuns a. um s í st ema econômico assentado na.
como e.mpresár·io que portava alguns eleme~
- • .t::' ,proxlmo das ~ontes uet~s inovadores - uma vez que coloca.r:a
produção todo o cOlTlDlexo +r"e s pec i r a c o do empreendimento,a usina,
dos neg6cios e etc. ~ terminou dDenas por 5uOO-
-+" d -. ~ ~ .. ,,' ~ 1~ltulr o gran e empresarlo ~raulClona~, lnaceSSlve ao traba
Lhado r- rural. Errt r-e t arrt o , es sa !!democrat izaçãc re Lat Lva H no
processo de cornercializaç~o ~ão afetaria o conjunTO das rela
ç6es sociais industriais-agricultores. Em verdade o ue i ne i.
pelas preocupaç6es de obter o maior
~p u'na a-rp~ -a~~d~m ~- n~, '·e"~~ ~n.j... " .'. ~,(.4 :-; .).;.. -, ".",en ,-e ",r op .t.;:>'" ,~' .•.
vo l ume de»c, absorvido
esgOTamento
da 'p::,o(.~uçãoem pr-a zos médios, procuraria obter, da situação~
um m5xirno de rendimentos possiveis para, em seguida, mudar de
- 2.8 -
ramo . SSS~ domudan~a, en geral, significa a
~sineipo em pecuarista, uma vez que tem sido co~wn a transfor-
~aç~o de antigas ~reas de Dlan~io de drroz e~ ~reas de cria
--;a0 de gads,
er::ono
~ica favorece ao aparecimenTo rie uma notilidade B~cial em que,
t 'i .P() . -pOS1çao
mu~to ?~i~i:egiada dentro do sistema; ja!~~odE chegar a me-
sição ::-:ai:;;;ri vi legiada a
aspirada por todos. ~ eviJe~te que as seguem
sociais
. -.a sp : r-e çc e s
esse curso
:::rofis
paro: i eu Larvnerrt e
comume n
te, aspiram para os seus doscendentes. (2, suma como esta
ma~~ria ~ouco explorada da ~ealidade s0cia: do Es~~do, se re
social ai~da estao
CLl\SSES SOClf\IS
As' mudanças sociais em curso na soc í edade maranhen
se nao poderiam deixar de afeta~ o universo de interesses das
Cl.asses sociais DerSDectivas. .do sistema, acrescentando-lhes
novas. Co~ na
. -organlzaçao do sLstema, part icu Ler-nente a+ r-a'lés da ir:lple-
mentação .. ,. . ..•... .r nr r-a- e s t r-ut ur-a "'"-:'COfiomJ.03. e S"oc :L,::J.:. - quer s e i a '0-:;.-da
12 arnpl.iaçâc) da oferta de oD':JPtunidace educacionais (em que
pese as ~0vidas que se de~e colocar ~a qualidade da educação
oferta~a), ou nelo incremento de cer~os insu~os vol·ados pa.ra
a dinamizaç~o da economia (ene~gia e t0ansportes,
~::en"te) . j .-susclTa' o novas aSDlraç~~s enLr~ os
par~ certos daqueles segm_n"tos - especificamente o t r-ebaLha -
dor r-ur-e . q ue se mantém na condição d<;; po s s e í r-o , Oôrc-eiro ou
a.rre:;catár::'o e os( e o d~ rea:idade rural)
dos ou malginalizados dos centr0s conjunto
- 2. 8 ..
ramo. Essa mudança, e~ geral, significa a transformaç~o do
~si"eipo em pecuarlsta, uma vez que tem sido comwn a transfor-
-ar-e a s criade nlantio de arroz-:;a~) de gado 11
Na fronteira agrícola do Maranhâc a
QICa favorece ao aparec
menos do seguinte modo: ne pequeno
de ascender ~ condiç~o de U8~"e~po. ti . -!)OSlÇ<'l()
~me-
dio/grande pecuarista, sem . - .d. po sa.çe.o raa .1-5 vileg:.iada a
aspirada por todos. ~ evidente que as a seguem
!igados ~s atividades prim~rias Le gi arn ,.:tS
sí5es 1.ibera is , -<li.. '.propr12S dOS cen~rcs s,
as que exigem forrnaç~o de n!vel universit~rio. o que, c omumen
te, aspiram para os seus descendentes. (Em suma como esta
~ .ma~er12 pouco explorada da ~eal
porconhece que estudos da estratific
F'\3' mudanç as SOC,lal,S em cur so na. ~3'L)C;ie(5a.cle mar-anhen
se nao poderiam deixar de afetar o universo de interesses das
Classes SOClalS do sistema, acrescentando-lhas DE~rS~)ecti va s- .
novas. Com efeito, a introduçâo de elementos Lnov ador-e s na
. -or-gam zaç ao do sistema, parti imple-
e educacionais (em que
,A:'" • '}pese as uUVloas que se dade~e colocar na quali
ofertada), ou oelo incremento de certos insumos voltados para
~ . .- -.... .. ra clnamlz2çao aa economla \en
mente) - tem suscitado novas asp
msntos da sociedade inclusiva. Entretanto, deve ser lembrado ~
pare certos daqueles segmentos - especificamente o r r-a .baLha -
dor r-ur-a l que se ma.ntém na con
arre r;.j{~jt á}" ío (aa nrvel d~ reali
dos ou marginalizados dos centros
re
r».'
",
\
compreendem a grande fn"'l1.0rJ_"l dos 60C·',]· d.o S.~st ema inclusi' o -
as inovações introduz idas PO! co ?.fe-t"2:I'ian, o. sua si tllação ~so
exp",ctativaB po
lado~ p0N:!.ue as
inovações que or-a vão aCí'escen+anC10 lP~:d í nami smo novo ao S:'$-
das
atividades dos agentes que con t r-c Lam :::.propriedade dos rne a.os
de produção; de outro~ habiliporque
dades Que est~o acostumados a exercer. Esses dois fatores in
fluem decisivamente cesses
agent e s no .r-ocea so de mudança ..:~ soe iec!ade "naranhense.
pri"lJilegi~dos
dentro da. , -orga.nlzaçao ..•c.do s i.s+erne ~ propenc1em
serem as s í.mí.Lade s e incor-por-ade s , c\f·sde que não a f et am . egati,
, .
HSS2,
sendo, numa sociedad corno 5. f!lal"')tj~rj"!r)se - ()!lde as opo r-t un i.da+
des econ~micas (tanto a nivel de empreendimentos tradicionais
~ ....-quan ro a n i.v e I ainda s~a insuficientesdos "rnoder-no s ") para
b - .a a sorçac do grande _otenclal de .,io-de-ohra sem e~prego, os
empreendimentos implantados nc E~d:ado sob a égid~ do "capita-
lismo modernizador" se apresentam destituídos da preten~io
de of er-ec ez- empregos} tanto na ;::idade como no campo, para
parT='m
te, essa lacuna vem sendo pr~enchida pelo se~or p~blico - a
exemplo do que COSTuma ocorrer' er: so,:,iec:ade subde senvo lv idas >
particularmente nos cen+r-o s ur-banc s mais i~portant(-?s, onde a
quele setor se reserva a of er-e c er- empr-e gos maí.s e s t áve i s . Em
certo sentido, essa a·ti tude do 'SEi~or Dú!)l í co de s ei volve f r
TOas que atenuam, embora corn :5.!"H?'''1SaSrestrições ~ aS ?rofundas
des; l' 1,1 ri ..,. l"l~' .'."" ';TI -"'7 " .., . r-e Lhe v-, ;-:'h1· .....' t en,_~g",a ·._.3._e", ._co!-oml~ClS, 11,•.0. V .•.. _ q"e C apa.t..~_~ ..... l.. ...:.~. 1.,-,0 _
de a se tra"sformar no ITi/:1 ior- E,mr.;!'Bs.3rlo 1o':!.:!.L, Pê.'lr·aisto es se
vistas di.nam í z ar- a e co norn i a rJC L::t' '1co. E, ac r-e '2(,€ a i:1da que,
aLzuma s cond í.côe s ""::>.,..,- ,..., (~t-'>-::.'''''''''l('> v inerrt o e c onomi cor.;, __ Õ ~.~ <"';.1.r.... -,;' :r:".....• ;. d .;..,_,,,._J ,\ •• _ ._.. ." ...., •• '- to _.- ,ao cri.ar
tem d.ado oportuni.dade ao apar~cine'ltQ de c '!'ltrad içõ~~s agudas .
De um Lado porque ~ ao incre·nerrtar. a "rr;oderriÍ:r:aç:ao" co s i st ema
..l• • ~prouutlvo do Estado, favorece a lni"r0duçao de inovaç óe s , ç S
ou
pela absorçio quase exc_uslva O€ ~tabalhadores altamente (Jua. -
lificados para o meio e, em ~ .(~(}'r;,Sf-~(I}lenCla, inexistent@s na so
cie de óe LncLus i va . De .outr-o .. por-oue , ao D!"07.!1()'t:t~r a nod er n-i ea
~,;; - - -
~~(io daquele sistema, em ger-aL, j,lcentiva atividades que nao
produzido resultados satisfat6rios para os grandes ..corrt lnge~
Que o 9stilc de vida ma~erial e social ~Asses trabalhadores
nao foi melhorado substantivamen~e.
,.
NO que se r-ef er-e à. -ebsor-çe o c <:iDa4 _ ...
tem apreserltaó/) »d'-
com
SOC18lS }erten~entes
ntef!der
economia da
. - .ocupavam as pOSlçoes malS privilegiadas dentro do
sistema social inclusivo;
pacidade de acompanhar ou adaptar-se ao processo de mudanças
q1..1e
. .. tao 1ncorporar aqueLes a ores
para os seus qUdriros~ de certa for~a, assegurar-lhes-ia a
perpeh1i3-ção r-eLat i.va do seu 8*a~us. Por outro lado, esse .c :Ll
po de concess~o não tem se manifestado apenas atrav5s da o
de empregos~ uma outra .for'rn-3, (;s·tendída
aque Le s estratos sociais vern s~fldo eoncr-e t Lzada atra.vés (112
, - . ..
El iugu e t s oo :::.esses es
~ratos, Dor parte do pode D~bl1co sobretudo Sp sâo LuIs.Res
sa.lt:e-se, e qu e Le patri.mônic~ se co n s t a t~J .; -? ..no unlCO tlpo de
bem herdado dos antepassados pelos atores identific~dos ~om
aqueles estratos.
ir:flue~
- 31
O -ra~~lho ~~h';~O ~~~. r..\rL', •..",. yt, "",~-,-,-,. 0.'-,.'<0'
eeta-o ~ômn~p n~op~r.~~e__ . '-' ..•..•.•.l:•..t"" -1....... to.t.. -' .•. _4 ...::)V · a vislu~~rar. no setor -p~
seus interesses porque, C()
~iO classe,
blico de uma sociedade economicamente pouco desenvolvida, a
o ti
de
ri' - ., A-u1çao e o apare] o do Esta0o, no ~aranhao. quando
se v í.r-arn s eus meios deessas c Las s e s
porque impossibilitadas de ~on~in~ar a '" ~ ..eXD .s,ora- .tOS conforme
da
edmi.ni st r-eç ao pilb ica aos seus inteY'esses~ nel e 7ncrustando-
se e com ela se identificando. Esse fenameno yode ser eviden
cia~o so~remaneira na Capital do Estado~ onde podem ser enco~
.,.v..."",~ - .•• +a l - ~,~cr'; nede exc l '1s i.•.."",,""<:1 .0. ". e <..:1 '~Õ"",,<C; ,- _'- =-
efeito., a Ilgrande burguesia" de
+-r'd[1ac:>, íCami,":--e ·~l.·r.+ei"Y"ias """'""";a•. ' ~ ~ .•~,- .•.a.", .•.. ,~.. ..•••.•J
vamerrt e do setor públ .í.co, Com
são Luis recorreu a essa forma de sobrevivência a í.nda no anos
sessenta quando, coinciden'tementes se inicia a ampliação da
aç·ão do Estado e aquela classe experimenta a conclusão do ci
c1.o rl.•e. R1J.2 ~acad~nc~a ec~no-~;~~ ~~"·t~ a·n:'/e1 ~~s a+J,···~~ades_ ~ _. _ c. ,~_. ~ ~,,~ . <•••• "l~'~u, ,-<:~",.,/ .....•.... '.cU. •.. ".,,~
comerciais quanto industriais. Desse ~cdo, di~erentemente do
naqu~
Las inclusas no "Brasil d""senvol\,-ido'l,onde a "bur-gue sí.a de
• - i! .-t r-adí.çao: pode encontrar out r-as f'o rrnas que assegurassem a
continuidade dos • •• •••• ..,J' "! ••.• ,." dseus prlvlLcglos, engaJanao-se no perlo.o de
transformação da sociedade ou atravÁs de casam.entos ou ou:..ras
tino
va burguesíaH enriquecida~ no v.aranhão~ na ausência dessa "no
va burgues::i.aH e do Pl""ÓpP1.0 crescimento econômico da sociedade,
corrt í.ngenc í ar-am a "velha burguesia" LocaI a recorrer ao ap~
r-e Lho público par-e garantir' a continuidade ·::105 seus privil~.
glOSo
origem soci.al de certos
estT'ô.tosque s"-~apr-e serrt en. benef:iciacos pelo setor público ma
rnnhense se refere~ de um modo geral, aos
diI'eta.mente pela moderniz<3\;ão OQ
atores sociais bene
ficiados s Ls t erna . Em certo
sentido, s~o atores sociais oriundos das classes e,~reendedo-
- f 3' ., -. tIC ••r-as que vem aur e r-an .0 r-azo-ave i.s par-c e i.a s do produto soc í.aI ge
- .;<. "-
d ., - . ~. ..,ralO pe~a modepn~zaçao; ou seJd~ grupos SOClalS cUJa ascençao
es-;:á ô i.r-e tamerrt-e relacionada CGm a impJ.ementação da infra-es-
- 12 -
tru rur-a que, sem <!úvida ~ pr-op i c ' (.\1: C c r-e s c i.raerrt o das ativida-
des Li.gada s ã exploração do ar r-JZ, ::0 baba çu e de outros pr~
d 1- l~ d -. . +- • dou ros m nor-e s , a. em o vpr-opr-a o c eSC'J.me!1c-Oexpe r-Lment-a o p~
10 seto .•.•comer-c LaI ~-"- ~~ ~ ... Les «r t ~ ~ m r-- V) ;: n' '~d" • '-' ". __ ••• .c..Hll ~ "qde ',,,_ a,_,e,l._~.• poce,.1;:,es: ~n,- ..•.uJ.. os
os Lmí.gr-arrt es nor-ôes t í os e muitos dos seus desc enderrt es que
experimentaram ascenç~o ec~n5nica atrav~s da exp oraç~o das
atividades comerciais e/ou as relacionadas com as atividades
primárias; por outl"O lado, nesse 'nesmo estrato podem ser in-
cluídos também os elementos nativos que souberam ajustar-se às
transformações exper-í.merrt ade s pela sociedade Lnc: us i.va , Ele
gendo-se ." ...• .." ....um pe!'1.oao especlflco para se si +uar- a. ocor-r-enc ia da
ascençao desses grupos oD'tar--se-i"\ pela série de anos que me
deia o intervalo 1950/1975.
Depreence- se, daí. C1Je a. "nova c asse média If mara
nhense ainda est~ CaIr efeito, nos
anos anteriores a 1950, e s sa cLas s c se apr-es errt av a meio difu
so na cena social do sis'tena, fU!1d2J!'en"talrnentepor cois moti
vos. Pr-irne i.r-amerrt.e, porque antes da década de 5 • o Haranhão
podia contar apenas três ou ç a t r-o m:;clecs aos quais se pod~
ria aplicar a categoria. "urba'·l.O"; por outro lado, eram cen
+r-o s que, exo etue ndo+a e são Luís ~ agr'?ga!âm parcelas ponder~
veis de populações sobr-ev í vendo des at iv í dade s primárias. Em
segundo lugar, porque, regra ger-a L, a sociedade apr-e s en ava-
se estratificada em três se'''':'l",r,"tC'sque s e exclusivos: os gra,!2
d ...• . -- - ~ w ,es proprletarloR agr1coias. c'rCULO no qua~ se circunscre -
viam tambér:t os grandes comercia:l'tes e os grancE's industriais;
no centro, uma pequena class0 ffi~~ia cc~posta ~cs pequenos e
-d . " ç' • • • ~. ~ • • ~., •
me 105 comer-c i arrr e s , pr-o r a s s i ona i s J.J;.,;era:LS o e nc.ve i superu.or-
e~ na 'base da est r-u+ur-a , as Dopular;-)0s formadas por ca..•mporie
ses, empregados em geral. extrati' ~~tdS. ope 5rios, artes~os,
, .. ~. d w'
e e t c . li.o ser ut ai a ze o e s se eX·2:.:]J.L'), Incorre-se no risco de
estabelecer urna sinplif'i.caç::to p.-~~ner:.J.,;_izada de UJ'!J. fenômeno 'que
po s s su i aspectos muito na i s comp lexo s 00 que se pode T"supor.L~
tretanto, s6 um estudo ~ais cuidadoso Doderi definir e iden
tificar o processo ôe cons ti 1.:"uiçào da "nova classe média!! ma
r-ar he n s e e Lc»: "..,,·t'·d~-1a ern "''''''1 oa s s a do r-ec en+e~.ahç.~ . oç;;;;> u. u _ .1" ~_., j""''::>'''o_", _ •__ ./.,__ •
Para essa !Inova (!.•ass€ média" entretanto, o siste
ma inclusivo vem oferecendo per-soe ct í.ve s nebulosas. Particu-
Lar-mervt e , DOT'1ue a con jurrtur-a que favoreceu a sua ascenção e
- 33 -
- . . 1 -e -' "9~"'/'" .-conom1CO-SOCla~ no perlouo ~~u L97Q, Ja apresenta
de esgotamento em decorrência das morJificações que
s í rrromas
de modo
acelerado estio sendo introduzi das no sistema produtivo - e
que se caracterizam por estender as meJ.hores opor-t.un i.dad e s
quase que exclusivamente para os gra~ldes empreendedores g~
r-eLmerrt e oriundos do Cerrt r'o+Su Lvou de out r-os Estedo s do
"! n .•... ". ,. ~ . 1!.orUeSLe os quals, por serem malS caplTa~lZaGOS e lrnp_ement!
dores de tecnolcgias avançadas no sistema produtivo maranhen
se, estabelecem formas de competição, sobretudo ao nível da
obtenção de'produtos e de
se encontram pouco preparados - . ~os medlOS empreenGedores 10
cais para fazer-Ines f'r-en tre • Esss sit:uação tem condicionado
os médios locais, nia raras vezes, a recorrer' ao .
aparelho p~blico para auxilii-los em seus dilemas. Esse fena
meDO - que pode ocorrer quando o ernDres~rio nia consegue ser
nabsorvidc" ~ - .peLOS grupos econOffilCOS llde forau, aos quais g~
no investimento - poderalmente se associillncomo parce2ros
se registr·ar de duas formas. Pr-Lmei.r-o , quandoo - .empr-e s aru,o
se articula no sentido de que o Governo estadual reduza a nI
veis mínimos a pressao tributária sobre as suas atividades ~
quer concedendo-lhe prazos longos para saldar seus compromis
50S, quer estendendo-lhe outros tipos de
d - d l~ A're.uçaoe a 19uotas ue lmpostos, e etc.
concessao, como fi
Se gu ndo ') quando re
correm ao aparelho eqttadual para que este absorva seus paren
tes e/ou afins entre os servidores dos quadros daquele, vis
to ser difícil a incorporação daaueles em outros setores,d~
da a inelasticidade da oferta de empregos, tfipificadora das
econo.mias capi tali.sta,s Hper·iféricê.sH subme t í das a crises es
t• . ~ .,~~~.~ ~~n+ ,'~ n=n.rUd.lralS~ como no caso oo nar-annao corrrempo ..erieo
ao caso brasileiro.
em r-elação
No perIo~o 1950/1970 a eco~omia maranhense exp~
rimenta algumas transformações. Com e f e i t o , naqu e Le in-terva-
10 de tempo verifica-se um crescimento relativo da populaçio
• • -4 .t.. ." •economlcamente atlva ~o selar pr1marlO a
a ocupação no setor terciirio. No quadI~
dispostos os dados referentes ~ população
segundo os Censos de 1950, 1960 e 1970.
taxas menores que
Que se segue estio
ocupada no Estado,
- 3I+ -
MARAl\IHÃO - POPULl-.ÇÃO ECONOHIC.t.,MENTE P,TIVA" SEG .'iDO o SETOR
DF ATIVIDADE - 1950-1960-1970
ANOS
Total
!
r I>r:iJr1r~r)i(l
;
~
I
(1': 1_ ..~ :
I
_J.
Ten:~iário
------------~-------------
1950
1960 790.228
i·f09.~·29
651. 378
17.274 65.356492.059
23 ..271 115.579
149.8251970 97,3.160 761.289 62.046
-------------------------------------
(1) - Incluídas as atividades exrrattivas .
No dec~ncio 1950/1q60~ a pçpulaç;o ocupada no se-
tor prim~rio ~aranhense cresceu 59%(24), enquanto no interva
10 50/70 aquele crescimento seria r-eduzido para apenas 17%.
Snquanto isso, entre 1950 e 1960 o setor secundário, que exp~
rimentara um cr-es ci.merrto da ordem de 35% do seu pessoal ocup~
do, no período 1960/70 o seu aumento chegaria aos 167%. Toda
via, esse fato nio significa a implantaçio de ind~strias de
grande porte no Mdranh~o; ele representa a expans~o das usi
nas de arroz, das indÚstrias de móveis, das serrarias e etc .,
espalhadas em quase todo o "nteriar do Estado. No que se refe
re ao terci~rio, esse setor exoerimentaria uma grande expa!}.
s~o no intervalo 50/60, da ordem de 77% quanto ao volume de
pessoal por ele absorvido; no decênio 60/70 o seu creSClmen-
to seria reduzido para 30%~ de qualquer modo, maior que o ve
rificado no setor . ~ .prlmarlo.
Em termos percentuais, no ano de 1070, o setor pri.
m~rio maranhense absorvia 78% de toda a populaç~o economica -
mente ativa do Estado (em 1950 essa Drooorç~o era de 83%, te~
do decaído para 82% em 60, o que significa uma reduç~o relati
va C~() seu "O' ·,TV'", a"_ .1 ..,. "-".. \! •.L. L ••H~t~••..,. _..• medida que se processam mudanças no J.nte
(24) Com efeito~ a popula~io do Maranhão, no ano de 1958,cres
ceu bastante de/ido a entrada de aproximadamente 400 OOÕ
imigrantes nordestinos, que escolheram esse Estado para
se estabelecer, em razão da grande seca ocor-r í.de no Nor-
deste naquele ano.
rlor da sociedade inclusiva), Snquanto isso, e~ 197Q~ o se
tor secund~rio e o setor terci~rio absorviam. 6% e 16%, res
pec"tivamente danuela pODular~o.~ .....J "S"
o crescimento de terciário revela uma r-e l a t i Ia, ex
parrs ao na's taxas de ur-ban í z-'(""::'''' Me) ;:",,+-::./1..., -::-''''.•...•..•et e•...+o r-e s saI_ ~ ~ , . . _ r.... .J.. Cl :)'d" -.l o,.'::> <-ü· ...i,_I. .:...• L •. " .C~ •• _'. , _=_
te-se, aquela expansio n~o vem se processando ~s expensas de
um crescimento econômico da soc ie dacie inc1 us í.ve. Em verdade,
os maís importantes centros urbanos do Est ado , a s s i rn como
aqueles qu.e se situam numa nosicào.. ~ exp~
r í merrt ando uma cer'taexpansão pelo acil:!ll.llo,em sua pcriféria,
,-1 , - ~"?" .,-oe popu .•.açoes que, r ung i noo cos T'lgOt'0S Lmpos t os por r-e i aç ao
palsagem
daqueles ce: +r-os , aumentando então cons í.der-e ve Lmente o vo Lu
me da "máo+de+obr-a sobr-a nte " que se ericor-t r-e haji tando as
cidades. A sua sobrevivênci~ '~~ar CQ á.J. -ro.> .. -,~t::- , .::. g e r-a l a-regr"- ."":~...!., _
t ics de e tiv í da de s ligadas 5,0 "rie t or- de gr-ace do de serviços':
Esse em escala mais ampla dentro do Estado, pode
pólose'!"ev i denc i.ado na cidade de são Luís, net ur-eLmen <:: o
mais dinâmico do Maranh~o que. por isso mesmo) propende a a
trair populações ffiàlS
nhense.
que mara
3 - CONCLUSÃO
As mudanças sociais arue Lmerrt e em curso numa so
cíedade como de mar-anhe.nse tem Sf:' caracterizado pela desarticu
lação de muitos dos s;~tores sociais const i 'tut i,vos dessa socie
dada; por outro lado, tem significado também o surgimento de
situações novas que têm afetado o compol"tamento dos setores
mais diretamente envolvidos no processo de mudanças. Ou seja,
enquanto alguns daqueles setores conseguem alterar o seu esti
10 de vida) particularmente pela modificaç~o dos seus hibitos
de consumo - o que denuncia o seu modo de participação no
processo de mudança "- outr-os segmentos, por seu
+r-am dificuldades para edep+e r+s e •..as . -l.!'Jovaçoes
lado, encon
introduzidas
!l0 sistema.
Essas considerações permitem que sejam apresenta-
dos) em linhas gerais, os dois " .DlvelS em que se processam as
mudanças sociais atualmente na sociedade maranhense. No pri
meiro caso, tem-se as mudancas em curso na realidade rural do
Estado. Nesta, as mudanças tim se pautado pela introduçio de
inovações no sistema produtivo, as quais vem desagregando
algumas das formas tradicionais daquele sistema sem, contudo,
suprimi-Ias; por outro lado, enquanto cerceiam as possibilid~
des de expansão dos pequenos e médios empresários agrícolas
locais, desenvolvem mecanismos favoráveis ao crescimento dos
grandes empreendimentos, sejam os nativos, sejam aqueles Vln
dos de outros pontos do Pa!s. Nesse processo, a modern{zaç~o -
fator explicativo das mudanças em curso na sociedade maranhe~
se - suscita a desagr'egcu;.~iodo trabalhador rural, impedindo-
o mesmo de proletizar-se em seu meio, uma vez que tanto a no
va grande empresa quanto o grande latif~ndio tradicional j~
mais se organizaram com'a intenç~o de absorver aquele traba
lhador como mão-de-obra assalariada, mantendo-o na condiçio
de "despossuidolt•
No segundo caso, tem-se as mudanças em curso na
realidade urbana mar-ariherrs e , Nestà ~ as transformações têm se
caracterizado pelo modificação dos hábitos de consu.mo e, con
sequentemente,do estilo de vida material de algumas camadas
sociais dos mais impo:r>tantes centros urbanos do Estado sem, e}2
- 37 -
tretanto, afetarem a estrutura e a organização da sociedade on
de se inserem. O crescimento CO 8e"::'01' terciário se constitue
~~ indicador satisfatório para a explicação desse fenômeno;pa!
ticularmente porque, riesses e en+r-os , pr-operide a absorver pe~
soa1 oriundo das classes m~dias dos mesmos.
Pode-se afirmaI'~ portar-to, que as mudanças sociais
em curso atualmente na sociedade maranhense têm significado t~
do um processo que se apresenta voltado para a substituição
do I!tradic~onal!! pelo "moderno", através da introdução de ino
vações no sistema produtivo da sociedade inclusiva. Em outras
palavras) >têm significado. também um conjunto de processos em
ação, voltados para a sua transformação de sociedade rural em
sociedade urbanizada, sem contudo alterar a estrutura e a ar
ganização social do sistema.
Apesar de a última administração estadual (período
1971/74) e a presente (período 1975/79) terem desenvolvido ~
'''+' Lt e.d . . . d d -.•.l •..aca.s vo Lt-ada s par-e lncremem::a.ro or-e sc.imerrt o aa pro uçao
primária maranhense(25) no entretanto, não puderam suprimir as
providências que tinham por o jetivo promover o concomitant"e
desenvolvimento dos centros urbanos, par-r í cuLar-merrt e através
da implementação dos setores
centros.que propiciam a -expansao daqueles
No caso espec!fico da realidade urbana maranhense,
~ . -
a modernização pode ser apreendida conforme a acepçao que tem
Costa Pinto para esse fenômeno, que o apresenta como "um prS?
cesso que consiste sobretudo na adoção de padrões e consumo,de
comportamento, de instit:uições~ valores e idéias característi-
cas de sociedade mais ava iç adas sem Lrnporvt ar- necessariamen--
te em transformação da estrutura. econômica e social"(26).
Sob esse aspecto, pode-se considerar que as mudan
ças atualmente em operação na realid:-de urbana do Naranhão se
processam sob os influxos de uma mode rni z aç ao reflexa, uma vez
(25) f\yaliação suc í.n+a da política agrÁ.l""ia do Plano de SoveI'
no do t1aranhao para o período 19'71/74 tê encorrt r-ada em AI
fredo WAGNER e Laís t10uRÃG~op. cit, Parte I.
(26) L.A. Costa Pinto, Desenvolvimento Econômico e Transição Se
eial, 2a edição. Rio de Ja!lciro, Ed , r;:vilização Brasilei-
ra. 197 O") p. 21 . -
que em seu interior a pr6pria sociedade inclusiva experimenta
o desenvolviment.o de meoan i.smoe voltados parô ê1
e .í nco .•..•por-açâo de eLemerrtos p f"'\p,"'::Y"o···€t::" .•.•.'i11_T_1j'l""_;-.1_·~~ "_..ir-o :.-:1!.?:_.,._..•..o s no• L-. '':>'~~ <:;_ "<__•• '. ~ -v -s~"'-'" . _<-> ,.c_ _ -C~_~ ._".-vU __ ('_~ ••
exterior.
Emconclusão ~ cons-tí, 'f::u:l.-:;;e tarefa bastante di:fí
.••..•; , ..•...• ..c .•• _ _ ".... .- _'t '"l-~. prognosLlcar os e~elCOS que alDoã serao causauos pe~o mo-
do de Lntegr-açâo da aocí edade mal"a.nhense ao curso da expanaao
d tt í t l' der'ni d Ho - capa a La amo mo er-m.ze cor-
porque este ainda nio esgotou
br-as íLe ír-o , Em prim;e;lro lugar,
o seu cur-so histórico; em segu:!2
do lugar, porque a sociedade maranhense ainda mant~m mui"tos
'dos e Lemerrt os tradicionais em eu: or-garrí.z açâo econômico-soci-
al, os quais, se n~o funcionam como mecanismos de resistincia
à mudança) por seu lado são mantidos por esta como UJl1 recurso
< •
voltado para a manutenção do F:)c{\;i.Llbri.o do sistema. Em tercei
r-o lugar, porque a soc iedade mar-anhens e não se encontra •. +-Clo•.a
da dos requisitos essenciais qJe lhe possibilitem conferir-
administrativo quanto no econ&mico fator
lhe a situaçio de sistema autônomo - tanto no plano
',. d t ....«- Ii<....:;.,.s..... 1'''\ ".,quer SOCleClaO€ con iuz a r- c seu pr-opr-xo uas r i no ~ us vancu.r os
econômicos , culturais e Lnst ít-uc.í one Ls que a sociedade mara
,
nhense mantém com a sociedade brasileira +or-nam est a, de modo
inexorável, dependente dos processos que 'regulam a dinâmica
do sistema globa.l onde se circunscreve. Assim send-o, po í s , as
d· .,,_.~' d ~mu anças que se processam na SOCJ.eúdce mar-annen se nao po ier-ao"-
ser apreer'ldidas satisfatoriamente se não forem consi.dera.das â
luza dos processos que regulam trajet5ria de transformação da
pr6pria sociedade brasileira.
"
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