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UFERSA Campus Pau dos Ferros Economia para Engenharia Aula 2 TEORIA DO CONSUMIDOR Prof. Lauro César Teoria do Consumidor O que trata a teoria do consumidor? É a parte da ciência econômica que estuda o comportamento do consumidor durante as suas decisões de consumo. Para isso, os economistas partem do pressuposto de que os consumidores escolhem as melhores coisas dentro aquilo que eles podem adquirir. Economia - Prof. Lauro César Introdução A teoria do consumidor consiste em um dos temas de maior debate na teoria microeconômica. Muitos autores têm questionado “os pilares” da teoria, por admitir que o consumidor pouco tem a ver com os conceitos de racionalidade. Ao contrário, a escola heterodoxa sinaliza a limitação das informações a serem processadas e admite que o “construto mental” do consumidor se aproxima da abordagem denominada de racionalidade limitada. Entretanto, a teoria vigente – ortodoxa – consiste na escola que mais contribuiu para os avanços desta teoria. Economia - Prof. Lauro César Comportamento do Consumidor As pessoas escolhem as melhores coisas pelas quais podem pagar; O consumidor se defronta com duas restrições comportamentais: “melhores opções” “poder pagar” O consumidor possui todas as informações sobre os bens: quando comprar, onde, circunstâncias da compra... Os preços são dados no mercado: “price-taker” – cada consumidor corresponde a um grão de areia na praia... Economia - Prof. Lauro César Para sustentar essa teoria, deve-se entender o significado de “melhores opções” e “poder pagar”. No primeiro caso, torna-se importante o estudo do conceito de preferências, ao passo que, no segundo caso, o estudo das restrição orçamentária. No entanto, antes, devemos aprender o que são cestas de consumo. Economia - Prof. Lauro César Uma cesta de consumo nada mais é do que uma combinação de diversas mercadorias, cada uma em uma quantidade. O estudo da teoria do consumidor adota pela facilidade de argumentação e pela maior viabilidade de visualização gráfica, a suposição que existem apenas dois bens (ou duas mercadorias) disponíveis para os consumidores. Representamos a cesta de consumo por (x1, x2), onde x1 representa as quantidades do bem 1 e x2 as quantidades do bem 2. Às vezes, ainda, podemos representar a cesta do consumidor por um único símbolo, como X (é só um exemplo), onde XQ representa a cesta (x1, x2). Economia - Prof. Lauro César Imagine as cestas abaixo: Economia - Prof. Lauro César Alguns de vocês acreditam que essa hipótese é muito simplificadora e não se aplicaria à vida real. Entretanto, a hipótese de dois bens é mais real do que se pensa, pois, podemos tomar um dos bens como uma representação de todas as outras coisas que o consumidor desejasse consumir. Por exemplo, ao estudar a demanda por Coca-Cola do consumidor, podemos fazer com que x1 represente o consumo de Coca-Cola ao passo que x2 represente tudo mais que o consumidor gostaria de consumir. Economia - Prof. Lauro César Preferências do Consumidor O consumidor pode, sempre que possível, pode comparar duas cestas quaisquer de produtos. Supondo duas cestas X=(x1, x2) e Y=(y1, y2) O consumidor pode estar: (i) preferindo uma cesta fortemente ou fracamente em relação à outra ou, (ii) sendo indiferente entre as duas. Esta relação é simbolicamente expressa por: (x é pelo menos tão boa quanto y) (x é indiferente a y) (x é estritamente preferida a y) ~ yx ~ yx yx ~ Economia - Prof. Lauro César Axiomas das Preferências do Consumidor (Pressupostos) 1. Completeza: as relações de escolha englobam todas as possibilidades. Ex: o consumidor pode preferir fracamente/fortemente uma cesta x, ou uma y, ou ambas. 2. Transitividade: caso o consumidor prefira a cesta x em relação a cesta y, e que a cesta y seja preferível à outra cesta z, logo, isto implica que x é preferível à z. 3. Reflexividade: qualquer cesta é pelo menos tão boa quanto outra idêntica. 4. Convexidade: um pouco de cada cesta é sempre preferível a somente uma das cestas. 5. Monotonicidade: a maior quantidade de um bem é sempre preferível à menor quantidade do mesmo. Este axioma também é conhecido como o da não saciedade local. Economia - Prof. Lauro César Curvas de Indiferença Para visualizar melhor os axiomas da preferência, adota-se uma representação gráfica. Região melhor que Região pior que Região de indiferença Economia - Prof. Lauro César Curvas de Indiferença Cada ponto na curva de indiferença representa uma combinação de bens em que o consumidor é indiferente. A indiferença surge porque a satisfação é mantida constante. x1 x2 U = cte Sentido da satisfação Economia - Prof. Lauro César Representação das Preferências Dizer que u(.) representa as preferências consiste em: i. u(x) > u(y), se e somente se, a cesta x for estritamente preferível à y. ii. u(x) = u(y), se e somente se, a cesta x for indiferente à cesta y. “Do ponto de vista geométrico, a função de utilidade é uma forma de rotular as curvas de indiferença.” (VARIAN, 2006) Economia - Prof. Lauro César Propriedades das Curvas de Indiferença(Bem Comportadas) 1. Curvas mais altas são preferíveis: O nível de utilidade U2 representa mais satisfação que o nível U1, pois para a mesma quantidade de alimentos, o vestuário é maior em U2. Assim, quanto mais alta a curva, melhor. v3 Vestuário Cestas Melhores v2 U2 U3 v1 U1 Cestas Piores A Alimentos Economia - Prof. Lauro César Essa suposição de que mais é melhor é chamada de monotonicidade de preferências. A monotonicidade das preferências implica que as curvas de indiferença tenham, obrigatoriamente, inclinação negativa 2. Curvas de indiferença não se cruzam. Esta é uma ratificação do axioma da transitividade. Utilizando o exemplo anterior, tem-se se as curvas de indiferença se cruzassem, o ponto de intersecção representaria uma combinação de vestuário e alimentos que proporcionaria dois níveis de utilidade diferentes ao mesmo tempo, o que seria um inviável. Vestuários C B U2 A U1 Alimentos Economia - Prof. Lauro César As curvas U1 e U2 têm uma cesta vestuário/alimentos em comum (cesta A). Sendo assim, o consumidor seria indiferente às cestas A e C (Visto que pertencem a curva U1) e às cestas A e B (que pertencem a curva U2). Assim sendo, pela lógica, o consumidor deveria ser indiferente também às cestas B e C. Entretanto, isso é impossível, já que C implica maior vestuário que B, mantendo a mesma quantidade de alimentos. Ou seja, conclui-se que é inviável duas curvas de indiferença se cruzarem. 3. As Médias são preferidas aos extremos: Suponha duas cestas duas cestas de bens A(x1,x2) e B(y1,y2). E tomarmos uma terceira cesta C cujas quantidades dos bens 1 e 2 possuam valores intermediários entre x1 e y1 e x2 e y2. Esta terceira cesta será preferívela A(x1,x2) e B(y1,y2). Por exemplo, suponha as cestas A e B contenha respectivamente dos bens 1 e 2: A(2, 6) e B(8, 10).Se pegamos uma cesta C cuja quantidade do bem 1 esteja entre 2 e 8 e cuja quantidade do bem 2 esteja entre 6 e 10, esta cesta C será preferível às cestas A e B. Assim, uma cesta C, digamos, com 5 unidades do bem 1 e 8 unidades do bem 2, C(5, 8), será preferível às cestas A e B, uma vez que 5 está entre 2 e 8, e 8 está entre 6 e 10. A explicação intuitiva para este fenômeno reside no fato de que os consumidores preferem consumir cestas mais diversificadas, isto é, tendo quantidades equilibradas de cada bem. Ou seja , é melhor um consumo mais diversificado. Isto é, a diversificação é preferível à especialização. Economia - Prof. Lauro César Geometricamente, essa suposição de que as médias são preferidas aos extremos implica que as curvas de indiferença serão convexas. x1 A Cesta média preferível C B x2 Economia - Prof. Lauro César A cesta C (com valores médios das quantidades dos bens 1 e 2 nas cestas A e B) é preferível às cestas A e B, uma vez que ela está em uma curva de indiferença mais alta (curva de indiferença azul).Isto ocorre porque as curvas de indiferenças são convexas. Extremos das Preferências Bens Substitutos perfeitos: quando o consumidor substitui um bem por outro na mesma proporção. Bens Complementares perfeitos: o consumidor consome os bens juntamente. x y Sentido da satisfação y x Sentido da satisfação Economia - Prof. Lauro César Como o Consumidor Troca os Bens Muitas vezes, estamos interessado em observar como o consumidor está propenso substituir um bem por outro; Geometricamente, isto é chamado de taxa marginal de substituição – TMS: y x TMS y x Economia - Prof. Lauro César Considerações Sobre a TMS É sempre negativa pois o consumidor abre mão de consumir um bem por outro. (convexidade?) Para bens substitutos perfeitos, a TMS é sempre constante. (porque?) A TMS não é definida para bens complementares perfeitos. (porque?) Para bens substitutos, mas não perfeitos, a TMS varia ao longo da curva de indiferença. Economia - Prof. Lauro César Restrição Orçamentária (RO) Existe uma diferença entre “a melhor opção” e “a melhor opção que se pode adquirir”. Pensando nisso, o consumidor consome os bens no mercado que são “factíveis” ao seu orçamento. “As necessidades são ilimitadas, mas os recursos são limitados” (MAS-COLELL, WHINSTON E GREEN, 1995) Qual a melhor escolha do consumidor? Economia - Prof. Lauro César Restrição Orçamentária A Restrição (reta ) Orçamentária é o conjunto de cestas que custam exatamente m. Em outras palavras, é o conjunto de cestas que esgotam a renda do consumidor. Matematicamente, segue a representação da reta orçamentária; (1) Ao isolar para x2 , tem-se: (2) Economia - Prof. Lauro César 1 1 2 2p x p x m 1 2 1 2 2 pmx x p p O segmento de reta AB representa a restrição orçamentária. Qualquer cesta de consumo que esteja sobre a reta AB exaurirá a renda m. Por outro lado, as cestas de consumo situadas dentro da área azul (incluindo o segmento AB) representarão o conjunto orçamentário do consumidor. Economia - Prof. Lauro César Cálculo da Inclinação RO Sabe-se que a inclinação de qualquer função é dada pela sua derivada. Assim, para sabermos a inclinação da RO, basta calcularmos a derivada de x2 (variável do eixo y ) em função de x1 (variável do eixo x ). Assim, derivando a Equação 2 tem-se: (3) Veremos adiante essa inclinação da RO tem importante significado para a teoria do consumidor. Além do mais , essa inclinação tem uma relevante interpretação econômica. Ela mede a taxa à qual o consumidor está disposto a “substituir” o bem 1 pelo bem 2. Por exemplo, suponha que o bem 1 custe R$ 200,00 e o bem 2 custe R$ 100,00. A inclinação da reta orçamentária será -2, o que nos indica que o consumidor troca 1 unidade do bem 1 por 2 unidades do bem 2. A inclinação da RO também é vista como a mensuração do custo de oportunidade de consumir o bem. Economia - Prof. Lauro César 1 12 2 1 1 1 2 2 1 1 0 1 x x p p x p px x Mudanças na Restrição Orçamentaria Dar-se em função de dois fatores: 1. Mudanças na renda Como os interceptos das reta orçamentária são m/p2 e m/p1. Caso m aumente para m’, os interceptos aumentarão respectivamente para m’/p2 e m’/p1. Visualize no gráfico: x2 m ’/p2 Caminho de expansão da renda m’/p2 m’/p1 x1 m/p1 Economia - Prof. Lauro César O aumento da renda desloca a reta orçamentária para fora. 2. Mudanças nos Preços Suponha que o preço de x1 aumente de , enquanto o preço do bem x2 e a renda , permaneçam constantes. De modo que, o acréscimo em P1 não alterará o intercepto vertical, mas reduzirá o intercepto horizontal, fazendo a RO deslocar-se (rotação) para dentro, conforme ver-se no gráfico a seguir: x2 m/p2 m/p1 x1 Economia - Prof. Lauro César ' 1 1p p 2( ; )p m ' 1 m p O acréscimo em p1 deixou a RO mais inclinada ou mais vertical Sobre a RO O consumidor tem uma renda equivalente a “m”; Pode comprar qualquer cesta de bens, desde que não exceda sua renda; Os gastos com cada “bem” de uma cesta consiste no dispêndio financeiro do orçamento; (4) Onde, correspondem, respectivamente, os preços (à quantia) em dinheiro gasta no bens mxpxp 2211 21, pp Economia - Prof. Lauro César 21, xx Sobre a RO Desconsiderando as incertezas no futuro e que o consumidor viva para consumir toda sua riqueza (ausência de legados), a equação orçamentária pode ser modificada por: (5) “Lei de Walras” – o consumidor gasta toda sua renda ao longo de sua vida. Crítica da escola heterodoxa – Giovanni Dosi, Richard Nelson, Sidney Winter, Herbert Simon. Economia - Prof. Lauro César mxpxp 2211 Agora, retorna-se a análise do “melhor possível”. Entretanto, torna- se necessário entender os conceitos de utilidade e utilidade marginal. Suponha a seguinte situação: Suponha que você vai ao shopping com os amigos tomar um Chopp. Ao tomar o primeiro Chopp, caso você goste, seguramente esta caneca trará uma grande satisfação/utilidade. Entretanto, o segundo Chopp, também acrescenta grande utilidade adicional. No entanto, a medida que tomamos mais Chopp o acréscimo de utilidade vai diminuindo, isto é, pode-se dizer que a utilidade total cresce com o aumento do consumo. Todavia, o valor acrescentado à utilidade total pela última unidade de consumo é tão menor quanto maior for o total consumido. Ou seja, quanto mais se consome de um bem, maior é a utilidade total. Por outro lado, quanto mais se consome do mesmo, menor é o acréscimo de utilidade. Daí, surge o conceito de utilidade marginal: Economia - Prof. Lauro César A Utilidade Na “Era Vitoriana”, os filósofos econômicos costumavam atribuira “utilidade” como sendo um indicador de bem-estar nos indivíduos. Problemas na mensuração da utilidade. (como quantificar?) Como os avanços da ciência econômica, a utilidade passa a ser apenas um modo de descrever as preferências do consumidor. (foco central no entendimento das preferências) Teoria da utilidade subordinada à Teoria das preferências. Economia - Prof. Lauro César Utilidade Marginal É importante na análise, imaginar como varia a utilidade do consumidor quando se aumenta em uma unidade de consumo em um determinado bem. Esta “taxa de ganho de bem-estar” é definida como utilidade marginal: (6) 0 , , 1 21 121 x xxu UMgxxu Economia - Prof. Lauro César Utilidade Marginal(Umg) É o acréscimo de utilidade (U) em razão do acréscimo de uma unidade de consumo (q) de um bem qualquer. Matematicamente a Umg dar-se: (7) À medida que aumentamos o consumo de um determinado bem, a sua utilidade marginal/benefício adicional de seu consumo vai diminuindo. Ou seja, a Umg é decrescente. Em outras palavras, quanto mais se tem de um bem, menos útil ele se torna. Isso acontece porque a sua utilidade marginal é decrescente. Esse fenômeno é denominado como a lei da utilidade marginal decrescente Economia - Prof. Lauro César U U Umg x x Características da Utilidade Quanto maior é o consumo de um bem, maior será a utilidade (total); Quanto maior o consumo de um bem, menor a utilidade marginal. Matematicamente, a Umg é definida como a derivada da utilidade (U) em relação ao consumo (X) de certo bem. Sabe-se que uma das aplicações da derivada é a possibilidade de calcularmos o valor máximo de uma função. De forma que, ao derivar a função utilidade igualar o resultado a ZERO. Em outras palavras, a utilidade máxima é atingida quando: (8) Economia - Prof. Lauro César Umg U x U x 0MaxU Umg De forma direta: ao se consumir mais de um bem, aumenta-se a utilidade total. Sendo que, ao mesmo tempo, o valor da Umg decresce. Contudo, quando esse valor for NULO, se continuarmos a consumir, a Umg passará a apresentar valores negativos. De modo que, o aumento de consumo reduzirá a utilidade total. Ou seja, a utilidade máxima é atingida no momento em que Umg é NULA. Economia - Prof. Lauro César Utilidade Marginal e a TMS A utilidade marginal serve para calcular algum conteúdo comportamental – TMS. A TMS consiste na taxa ao qual o consumidor abre mão de consumir um dado bem em troca de outro, preservando sua satisfação ou utilidade. (9) Como anteriormente afirmado a TMS é negativa. (porque?) 2 1 1 2 221121 0, UMg UMg x x TMS xUMgxUMgxxu Economia - Prof. Lauro César Função Utilidade CONCEITO: “modo de atribuir um número a cada possível cesta de consumo, de modo que se atribuam às cestas mais preferidas números maiores que os atribuídos às menos preferidas.” (VARIAN, 2006) Logo, existe uma função contínua que represente as preferências do consumidor – u(.). (10) Esta função é crescente (monotonicidade) e satisfaz todas as preferências bem-comportadas do consumidor. 1: Xu Economia - Prof. Lauro César Geometria da Função de Utilidade Matematicamente temos: CuBuAuCBA Crescimento de u(.) C B A U(x,y) x y Curva de indiferença Economia - Prof. Lauro César Tipos de Funções de Utilidade Substitutos Perfeitos(utilidade linear): Quase Linear Complementares Perfeitos (Utilidade Leontief): Cobb-Douglas: CES 1 2 1 2,u x x ax bx 1 2 1 2, ,u x x mín ax bx 11 2 1 2, (0,1)u x x x x Economia - Prof. Lauro César 1 1 2 1 2, ( )u x x x x 1 2 1 2, ( )u x x x x Considerações Sobre a Utilidade A função de utilidade representa uma forma de resumir o ordenamento das preferências. Transformações na função (transformações monotônicas) não alteram as preferências . Qualquer transformação monotônicas não altera a TMS. (porque?) Qual a melhor escolha do consumidor? Podemos fazer alguma inferência sobre ela? Economia - Prof. Lauro César Transformações Monotônicas: Forma de transformar um conjunto de números em outro conjunto de números, porém, preservando a ordem original. Se u1 < u2 => f(u1) < f(u2) Essas transformações TEM que ser POSITIVAS, não podendo ser elevada a expoente par (regra). Exemplos f(u) = 3u f(u) = u + 17 f(u) = potência impar. Economia - Prof. Lauro César 40/34 Escolha Ótima Com as preferências bem-comportadas e uma restrição orçamentária, o consumidor busca a cesta com a melhor satisfação possível. Neste sentido, a escolha preferida maximiza sua satisfação. O consumidor possui todas as informações, apenas preocupa-se com o “problema de escolha”. Esta escolha consiste no ponto de tangência entre a curva de indiferença e a restrição orçamentária. Economia - Prof. Lauro César Representação Gráfica A posição ótima de consumo situa-se onde a curva de indiferença tangencia a reta orçamentária. x2 x1 Cesta preferida Economia - Prof. Lauro César Solução Algébrica A solução do problema do consumidor é dado por: (11) A solução do problema pode ser encontrado pelo método do multiplicador lagrangeano (12) Busca-se a solução máxima da função modificada. mxpxpas xxumáx 2211 21 .. , 1 2 1 2 1 1 2 2, , ,L x x u x x m p x p x Economia - Prof. Lauro César Solução Algébrica 1 2 1 2 , , 0 1 2 1 2 1 1 1 1 2 1 2 2 2 2 1 2 1 1 2 2 , , , , , 0 , , , 0 , , 0 x x máx L x x L x x u x x p x x L x x u x x p x x L x x m p x p x 1 2 1 1 2 2 1 2 1 1 1 2 1 2 2 2 , , , , TMS u x x x u x x x u x x x p p p u x x x p Economia - Prof. Lauro César Exemplos 1) 2) 30 - (ANALISTA BACEN - 2006) As preferências de um consumidor que adquire apenas dois bens são representadas pela função utilidade : Caso a renda do consumidor seja 300, o preço do bem 1 seja 5 e o do bem 2 igual a 10, Qual as quantidades e preços de equilíbrio do consumidor? 21 - (AFC/STN - 2005) Considere o seguinte problema de otimização condicionada em Teoria do Consumidor: Maximizar Onde ( para todos os problemas) Onde U = função utilidade; X1 = quantidade consumida do bem X1; X2 = quantidade consumida do bem X2; Com base nessas informações, quais as quantidades e preços ótimos que maximizam autilidade do consumidor Economia - Prof. Lauro César 11 2 1 2 1 1 2 2 , (0,1) . Max u x x x x s t p x p x m 1 2 1 2 1 2 ( , ) . 2 4 10 u x x x x s t x x 2 1 3 3 1 2 1 2 1 2 ( , ) . u x x x x s t Px Px m A partir da solução do problema do consumidor, cada bem pode ser associado com o seu respectivo preço e a renda de forma compor uma função especial. Função de demanda do consumidor: quantidades ótimas de cada bem como uma função dos preços e da renda com os quais o consumidor se defronta. É representado por x1(p,m) ou x2(p,m). Cada função, dá a combinação de bens que maximizam a satisfação sujeito à restrição do consumidor. Economia - Prof. Lauro César CONSIDERAÇÕES FINAIS DA AULA As preferências são importantes suposições para se estudar o comportamento do consumidor. As funções de utilidade são uma boa maneira de representar as preferências por meio do ordenamento dos bens. O consumidor se defronta com a difícil decisão de escolher os bens preferíveis, dado o seu orçamento. A solução deste problema é chamada de condição de equilíbrio do consumidor. Economia - Prof. Lauro César CONSIDERAÇÕES FINAIS DA AULA A melhor escolha consiste na cesta de bens que tangencia a curva de indiferença com a reta orçamentária. A partir da solução do “problema de maximização do consumidor” pode-se derivar as funções de demanda por cada bem. Segundo a função de demanda, a quantidade demanda de cada bem relaciona-se inversamente com o seu preço. Economia - Prof. Lauro César REFERÊNCIAS VARIAN, H. (2006) Microeconomia: Princípios Básicos, tradução da 7a edição, Editora Campus. PINDYCK, R.S., RUBINFELD, D.L. (2002) Microeconomia. São Paulo: Prentice-Hall. VASCONCELLOS, M.A.S.; OLIVEIRA, R.G. (2000) Manual de Microeconomia. São Paulo: Atlas. MAS-COLLEL, A., WHINSTON, M., GREEN, J. (1995) Microeconomic Theory. New York: Oxford University Press. Economia - Prof. Lauro César 49
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