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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL TEC166 - INST. HID. E SANIT. PREDIAIS PROJETO DE ESGOTO Feira de Santana, Bahia Dezembro - 2018 ADRIELLE LIMA BRENO MACHADO DOS SANTOS GÊNICA SENA DE OLIVEIRA TAILANNE SOUZA MENDES SILVA PROJETO DE ESGOTO Projeto solicitado pelo professor Diógenes Oliveira Senna da disciplina TEC 166 – Instalações Hidráulicas e Sanitárias Prediais, como uma das formas de avaliação. Feira de Santana, Bahia Dezembro - 2018 3 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Unidades de Hunter de Contribuição dos aparelhos sanitários e Diâmetro nominal mínimo dos ramais de descarga. .............................................................................................. 10 Tabela 2: Aparelhos Utilizados ................................................................................................ 11 Tabela 3: Dimensionamento de Ramais de Esgoto. ................................................................. 11 Tabela 4: Tubos de queda. ....................................................................................................... 12 Tabela 5: Dimensionamento dos tubos de queda. ................................................................... 13 Tabela 6: Dimensionamento das colunas de ventilação. ......................................................... 13 Tabela 7: Declividades mínimas .............................................................................................. 14 Tabela 8: Dimensionamento do Subcoletor. ............................................................................ 14 Tabela 9: Dimensionamento Caixa Sifonada ........................................................................... 16 Tabela 10: Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante. .................................................................................................................................. 18 Tabela 11: Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária. ..................... 18 Tabela 12: Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume útil. ............................ 19 Tabela 13: Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária. ..................... 19 Tabela 14: Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio. .................................................................................................. 20 Tabela 15: Coeficientes de Infiltração. .................................................................................... 22 Tabela 16: Orçamento .............................................................................................................. 23 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................5 1.1 DEFINIÇÃO .............................................................................................................5 1.2 REQUISITOS GERAIS ..............................................................................................6 1.3 NORMAS CONSULTADAS.......................................................................................7 2. DETALHES CONSTRUTIVOS .......................................................................................7 2.1 COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DOS AFLUENTES .................................................7 2.2 TUBOS DE ESGOTO ................................................................................................8 2.3 CAIXA DE INSPEÇÃO .............................................................................................8 2.4 SUMIDOURO E FOSSA SÉPTICA .............................................................................9 3. DIMENSIONAMENTO ................................................................................................. 10 3.1 RAMAL DE DESCARGA E ESGOTO ...................................................................... 10 3.2 TUBO DE QUEDA .................................................................................................. 12 3.3 COLUNAS DE VENTILAÇÃO ................................................................................ 13 3.4 COLETOR E SUBCOLETOR ................................................................................... 14 3.5 INCLINAÇÕES ....................................................................................................... 15 3.6 CAIXA DE INSPEÇÃO E CAIXA SIFONADA .......................................................... 15 3.7 CAIXA SIFONADA ................................................................................................ 16 3.8 CAIXA DE GORDURA ........................................................................................... 16 3.9 FOSSA SÉPTICA .................................................................................................... 16 3.10 DIMENSIONAMENTO DO FILTRO ANAERÓBIO ................................................... 20 3.11 DIMENSIONAMENTO DO SUMIDOURO ............................................................... 21 4. ORÇAMENTO .............................................................................................................. 22 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 25 5 1. INTRODUÇÃO O sistema predial de esgoto sanitário tem a finalidade de coletar e afastar da edificação todos os despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos encaminhando- os para um destino adequado. A falta de tratamento dos esgotos e condições inadequadas de saneamento pode contribuir para a proliferação de inúmeras doenças parasitárias e infecciosas além da degradação do corpo da água. A disposição adequada dos esgotos é essencial para a proteção da saúde pública. Aproximadamente, cinquenta tipos de infecções podem ser transmitidos de uma pessoa doente para uma sadia por diferentes caminhos, envolvendo os excretos humanos. Os esgotos, ou excretas, podem contaminar a água, o alimento, os utensílios domésticos, as mãos, o solo ou ser transportados por moscas, baratas, roedores, provocando novas infecções. O presente memorial destina-se a apresentar a fundamentação teórica, memorial de cálculo, metodologia, os princípios básicos e as normas de apoio que nortearam o desenvolvimento do projeto sanitário. Para o desenvolvimento das soluções apresentadas foram observadas as normas, códigos e recomendações relacionadas da NBR 8160/99 - Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e Execução: esta norma estabelece as exigências e recomendações relativas ao projeto, execução, ensaio e manutenção dos sistemas prediais de esgoto sanitário, para atenderem às exigências mínimas quanto à higiene, segurança e conforto dos usuários, tendo em vista a qualidade destes sistemas. A edificação projetada foi a mesma do Projeto de Instalações de Água Fria realizado anterior a este, com característica residencial padrão luxo com dois pavimentos. 1.1 DEFINIÇÃO As instalações prediais de esgotos para qualquer edificação se classificam em dois sistemas de captação de contribuições, caracterizadas por: esgotos sanitários e águas pluviais. Sendo posteriormente conectadas às respectivasredes coletoras, pública. Os sistemas de esgotos sanitários subdividem-se em duas categorias, sendo: • Esgoto sanitário primário: no qual as canalizações recolhem contribuições de esgotos 6 que contêm gases provocados pela decomposição da matéria orgânica e gases provenientes do coletor público ou de dispositivos de tratamento. • Esgoto sanitário secundário: no qual as canalizações recolhem contribuições de esgotos sem a presença de gases provocados pela decomposição da matéria orgânica, sendo protegidas por emprego de dispositivos que não permitam a entrada na canalização de gases do esgoto primário, sendo esta proteção exercida pelos desconectores ou sifão. O sistema de esgoto sanitário receberá os despejos provenientes dos equipamentos sanitários e os conduzirá até a rede pública. 1.2 REQUISITOS GERAIS Segundo a NBR 8160/99, o sistema predial de esgoto sanitário deve ser projetado de modo a: a) evitar a contaminação da água, de forma a garantir a sua qualidade de consumo, tanto no interior dos sistemas de suprimento e de equipamentos sanitários, como nos ambientes receptores; b) permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos, evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos no interior das tubulações; c) impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização; d) impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema; e) permitir que os seus componentes sejam facilmente inspecionados; f) impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação; g) permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos que facilitem a sua remoção para eventuais manutenções. 7 1.3 NORMAS CONSULTADAS As principais normas utilizadas para a elaboração e execução dos projetos de esgotamento sanitário são: ● ABNT NBR 8160:1999 - Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução. ● ABNT NBR 5688:2010 - Tubos e conexões de PVC-U para sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação - Requisitos. ● ABNT NBR 7229/1993 Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. 2. DETALHES CONSTRUTIVOS As instalações do sistema predial de esgotamento sanitário foram projetadas para gerar condições mínimas de higiene, economia, segurança e conforto aos usuários, promovendo o rápido escoamento dos despejos para que não se formem depósitos nas tubulações. Além de impedir a passagem de gases e corpos estranhos para dentro das edificações. Para a liberação desses gases foi projetado um sistema de ventilação para que seja mantido o fecho hídrico e os gases não voltem por meio das peças componentes do sistema de esgoto. 2.1 COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DOS AFLUENTES Os despejos são coletados pelos ramais de descargas, tubulações que partem das peças simples (lavatório, chuveiro, etc.) até a caixa sifonada e serão dispostos nos ramais de esgotos, que partem da caixa sifonada e da bacia sanitária. Esses despejos são lançados em tubos verticais chamados de tubos de queda. Os tubos de queda levarão seus resíduos para uma caixa de inspeção situada próximo deles. Já que não existe sistema público de coleta de esgoto próximo à edificação, os despejos serão levados para o tanque séptico, sistema composto por sumidouro e fossa séptica que fará um pequeno tratamento antes do esgoto ser despejado no solo. 8 2.2 TUBOS DE ESGOTO No dimensionamento das instalações prediais de esgotos sanitários, primário e secundário, serão observadas as prescrições da norma brasileira NBR 8160 – Instalação Predial de Esgoto Sanitário. A princípio para qualquer dimensionamento dos diâmetros das tubulações de esgoto, deve-se adotar como unidade de contribuição a UHC – Unidade Hunter de Contribuição. Cada aparelho possui o seu número de UHC e o diâmetro mínimo do seu ramal de descarga. A primeira fase do dimensionamento do projeto predial consiste em definir a localização e quantificar os aparelhos sanitários que serão utilizados na edificação. Ressaltando que todos os aparelhos, peças e dispositivos deverão satisfazer às exigências das normas pertinentes. Após a primeira fase, determinaram-se os diâmetros mínimos, dos ramais de descarga para posteriormente determinar os diâmetros mínimos, dos ramais de esgoto, tubulação de ventilação e os tubos de queda (TQ- tubo de queda, TG tubo de gordura, e TS tubo secundário). A penúltima fase será a determinação dos diâmetros mínimos, dos coletores e subcoletores. 2.3 CAIXA DE INSPEÇÃO As caixas de inspeção são elementos de um sistema coletor de esgoto sanitário destinado a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações de esgoto. Elas são aplicadas em determinados trechos do coletor, sendo sempre externas à edificação, podem ser prismáticas, circular, de base quadrada ou retangular, de lado interno mínimo de 60 cm, ou cilíndrica, com diâmetro mínimo de 60 cm. A profundidade máxima dessa caixa deve ser de 1 m. As caixas de inspeção serão constituídas por alvenaria estrutural, revestidos internamente com argamassa de cimento e areia, com o fundo de concreto magro, sendo respeitada uma declividade de 5% em direção aos sub coletores prediais. A sua tampa de concreto deverá estar visível, vedada e facilitando a sua abertura para manutenção. Para garantir a vedação da tampa será utilizado mastique elástico à base de resinas acrílicas no friso entre a tampa e a borda de apoio. 9 2.4 SUMIDOURO E FOSSA SÉPTICA As fossas sépticas são câmaras fechadas com a finalidade de deter os despejos domésticos, por um período de tempo estabelecido, de modo a permitir a decantação dos sólidos e retenção do material graxo contido nos esgotos transformando-os bioquimicamente, em substâncias e compostos mais simples e estáveis. A fossa é projetada para receber todos os despejos domésticos (de cozinhas, lavanderias domiciliares, lavatórios, vasos sanitários, bidês, banheiros, chuveiros, mictórios, ralos de piso de compartimento interior, etc.). É recomendada a instalação de caixa de gordura na canalização que conduz despejos das cozinhas para o tanque séptico. As águas servidas, destinadas aos tanques sépticos e ramais condominiais, devem passar por uma caixa especialmente construída com a finalidade de reter as gorduras. Essa medida tem por objetivo prevenir a colmatação dos sumidouros e obstrução dos ramais condominiais. Os sumidouros também conhecidos como poços absorventes ou fossa absorvente, são escavações feitas no terreno para receber os efluentes do tanque séptico, que se infiltram no solo através das aberturas na parede. As dimensões dos sumidouros são determinadas em função da capacidade de absorção do terreno. Os sumidouros devem ser construídos com paredes de alvenaria de tijolos, assentes com juntas livres, ou de anéis (ou placas) pré-moldados de concreto, convenientemente furados. Devem ter no fundo, enchimento de cascalho, coque ou brita nos 3 ou 4, com altura igual ou maior que 0,50m. As lajes de cobertura dos sumidouros devem ficar ao nível do terreno, construídas em concreto armado e dotado de abertura de inspeção de fechamento hermético, cuja menor dimensão será de 0,60m. Quando construídos dois ou mais sumidouros cilíndricos, os mesmos devem ficar afastados entre si de um valor que supere três vezes o seu diâmetro e nunca inferior a 6m. 10 3. DIMENSIONAMENTO 3.1 RAMAL DE DESCARGA E ESGOTO Conforme a NBR 8160, ramal de descarga é a tubulaçãoque recebe diretamente os efluentes de aparelhos sanitários, cada aparelho sanitário possui um diâmetro mínimo do ramal de descarga para ser utilizado, as tubulações serão dimensionadas pelo método de Hunter de Contribuição (UHC), apresentado na tabela e a partir disso, foram dimensionadas as áreas molhadas. Tabela 1: Unidades de Hunter de Contribuição dos aparelhos sanitários e Diâmetro nominal mínimo dos ramais de descarga. 11 Os aparelhos utilizados para o dimensionamento estão na Tabela 2: Tabela 2: Aparelhos Utilizados APARELHO DE DESCARGA UHC DN (mínimo) - mm Bacia sanitária 6 100 Chuveiro – Residencial 2 40 Pia de cozinha 3 50 Tanque de lavar roupas 3 40 Máquina de lavar roupas 3 50 Lavatório – Residencial 1 40 O ramal de esgoto é a tubulação primária que recebe os efluentes dos ramais de descarga diretamente ou a partir de um desconector. Seu dimensionamento baseia-se na quantidade de UHC que chega até ele, é obtido através da tabela seguinte e os resultados estão apresentados na Tabela 3. Tabela 3: Dimensionamento de Ramais de Esgoto. 12 3.2 TUBO DE QUEDA O dimensionamento também é feito em função do somatório da UHC dos ramais de esgoto que se conectam ao tubo de queda, por pavimento. O tubo de queda deve ter diâmetro uniforme. O dimensionamento é imediato, a partir dos valores indicados na Tabela 4: Tabela 4: Tubos de queda. Dimensionamento de Tubos de Queda Número Máximo de UHC Dimensionamento Nominal do Tubo Prédio de até 03 Pavimentos Prédio com Mais de 03 Pavimentos 40 4 8 50 10 24 75 30 70 100 240 500 150 960 1900 200 2200 3600 250 3800 5600 300 6000 8400 13 Os resultados estão apresentados na tabela seguinte: Tabela 5: Dimensionamento dos tubos de queda. Tubo de Queda DN (mm) UHC 1 100 14 2 100 11 3 100 11 3.3 COLUNAS DE VENTILAÇÃO As colunas de ventilação foram dimensionadas de acordo com a tabela abaixo: Tabela 6: Dimensionamento das colunas de ventilação. Como, no projeto apresentado, os tubos de ventilação partem dos ramais de esgoto, onde o diâmetro nominal do mesmo é de 100mm, sendo que o número de UHC não foi superior a 14, e altura máxima é inferior a 11,0 m, os tubos de ventilação apresentaram diâmetro nominal de 50 mm. Para a ventilação dos tubos de queda, optou-se pelo prolongamento dos mesmos, 30 cm acima da cobertura. 14 3.4 COLETOR E SUBCOLETOR O dimensionamento do coletor e dos subcoletores foi realizado a partir do somatório das unidades de contribuição (UHC) e das declividades mínimas, de acordo com o apresentado na tabela abaixo: Tabela 7: Declividades mínimas A seguir, a Tabela 8 está apresentando os diâmetros nominais encontrados para cada trecho do subcoletor até a entrada na caixa de inspeção e da caixa até a fossa séptica. Tabela 8: Dimensionamento do Subcoletor. Subcoletor DN (mm) UHC Inclinação AB 100 27 1% BC 100 33 1% CD 100 44 1% DE 100 54 1% FE 100 20 1% EG 100 74 1% C.I. - Fossa 100 74 1% 15 3.5 INCLINAÇÕES Para tubulações com diâmetro igual ou acima de 75 mm, a inclinação deve estar entre 0,5% e 1%, e para as tubulações com diâmetro abaixo de 75 mm, a inclinação deve estar entre 2% e 5%. Para uma melhor padronização, execução e atendendo aos requisitos estabelecidos, as inclinações dos ramais de descarga, ramais de esgoto secundário e de esgoto primário terá inclinação de 2% e os subcoletores inclinação de 1%. 3.6 CAIXA DE INSPEÇÃO E CAIXA SIFONADA A norma, NBR 8160 define caixa de inspeção como “caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou direção das tubulações.” As caixas de inspeção devem ter: a) profundidade máxima de 1,00 m; b) forma prismática, de base quadrada ou retangular, de lado interno mínimo de 0,60 m, ou cilíndrica com diâmetro mínimo igual a 0,60 m; c) tampa facilmente removível, permitindo perfeita vedação; d)fundo construído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar formação de depósitos. Para este projeto, só haverá necessidade de uma caixa de inspeção e as dimensões adotadas foram as mínimas estabelecidas por norma. Será de forma prismática, de base quadrada 60X60 cm, com altura variável de acordo com as cotas do projeto, tendo profundidade de 60cm. 16 3.7 CAIXA SIFONADA De acordo com a norma, as caixas sifonadas devem atender aos requisitos mínimos, que estão apresentados na tabela abaixo: Tabela 9: Dimensionamento Caixa Sifonada Efluentes até 6 UHC DN 100 Efluentes até 10 UHC DN 125 Efluentes até 15 UHC DN 150 Como no projeto em questão, todos os ralos sifonados recebem UHC igual ou inferior a 6, o diâmetro dos mesmos será DN de 100 mm. 3.8 CAIXA DE GORDURA A caixa de gordura está conectada a pia da cozinha e a pia da área de churrasco, e segundo a norma pode-se ter duas opções de caixa de gordura, de acordo com a necessidade do cliente. A caixa escolhida foi a simples, cilíndrica e será executada em concreto e alvenaria com as seguintes dimensões mínimas: diâmetro interno de 0,40 m, parte submersa do septo 0,20 m, capacidade de retenção 31L, e DN 75. 3.9 FOSSA SÉPTICA A disposição do líquido coletado pelo coletor predial da instalação predial pode ser feita de duas formas: a. Em coletor da rede pública; b. Em sistema individual (particular), quando não houver no local rede pública de esgotos sanitários, através do sistema: Fossa Séptica e Sumidouro. Fossa séptica é um recipiente geralmente de planta retangular ou circular onde o líquido sofre decantação, removendo-se os sólidos grosseiros, que retidos formam o lodo, que se liquefaz, com o tempo. 17 O efluente da fossa séptica deve ser disposto com cuidado e existem várias alternativas de disposição, sendo a mais utilizada a seguinte: O efluente da fossa é infiltrado em escavações no terreno, que caracteriza o sumidouro. Segundo a NBR 7229 (ABNT, 1993), para a construção do tanque séptico devem ser consideradas as seguintes distâncias horizontais mínimas (consideradas da face externa até ao ponto mais próximo do elemento considerado): a) 1,5 m de construções, divisas do terreno, poços e ramal predial de água; b) 3 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água; c) 15 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer uma vez que é essa vazão de esgoto que irá determinar qual será a capacidade do tanque séptico e do sumidouro e suas respectivas dimensões. A altura depende do volume útil do tanque, sendo que para valores inferiores a 6 m³ adota-se uma profundidade útil entre 1,2 e 2,2 m. O tanque séptico deve ser executado com material impermeável, não devendo ocorrer infiltração do líquido nele contido diretamente para o solo. Como na região não dispõe de rede pública de esgoto foi adotado o sistema individual. A fossa séptica terá todo seu dimensionamento de acordo com a NBR 7229/93. Tem-se que: V=1000 + N x (C x T+ k x Lf) Onde: ● N é o número de contribuintes, que será 6 pessoas na residência; ● C é contribuição per capita, que será de 160 litros por dia para uma Residência padrão alto. (Tabela 10); ● T é o tempo de detenção em dias, que para a faixa de 960 litros de contribuição diária total será de 1 dia (Tabela 11); ● K é a taxa de acumulação de lodo,que será considerada para o intervalo de limpeza de 3 anos, resultando em K =145; (Tabela 14); ● Lf taxa diária de contribuição diária de lodo fresco = 1L (Tabela 10) O dimensionamento da fossa séptica será feito a partir da fórmula abaixo: V útil = 1000 + N (C*T + K*Lf) V útil =1000+6 x (160 x 1,0 + 145 x 1,0) V útil= 2830 L = 2,83 m³ 18 De acordo com a equação preconizada pela norma, o volume útil necessário para o tanque séptico é de 2,83 m³. As dimensões escolhidas para a fossa séptica foram de 1,50 x 1,50 metros de base e 1,30 metros para a profundidade útil (Valor encontrado na figura 1), resultando num volume de 2,93 m³. O tanque séptico do presente projeto será no formato prismático em câmara única. Figura 1: Dimensionamento Fossa Séptica Fonte: ABNT NBR 7229/93 Tabela 10: Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante. Tabela 11: Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária. 19 Tabela 12: Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume útil. Tabela 13: Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária. 20 Tabela 14: Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio. 3.10 DIMENSIONAMENTO DO FILTRO ANAERÓBIO Segundo a NBR 13969/97, o filtro anaeróbio consiste em um reator biológico onde o esgoto é depurado por meio de microorganismos não aeróbios, dispersos tanto no espaço vazio do reator quanto nas superfícies do meio filtrante. Este é utilizado mais como retenção dos sólidos. Todo o processo anaeróbio é bastante afetado pela variação da temperatura do esgoto; sua aplicação deve ser feita de modo criterioso. O processo é eficiente na redução de cargas orgânicas elevadas, desde que as outras condições sejam satisfatórias. Os efluentes do filtro anaeróbio podem exalar odores e ter cor escura. O volume útil total do filtro Anaeróbio deve ser calculado pela fórmula: V = 1,6 x N x C x T Vútil = 1,6 x 6 x 160 x 1 Vútil = 1.536 L Onde: V = volume útil, em litros; N = número de contribuintes, 6 pessoas na residência; C = contribuição de despejos de 160 litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia ( Ver 21 Tabela 10); T = período de detenção hidráulica na faixa de 960 litros e de 1 dia (ver Tabela 11). Nota: O volume útil mínimo do Filtro anaeróbio deve ser de 1.000 litros. O volume útil do Filtro Anaeróbio foi de 1.536 L que equivale a 1,54 m³. Recomendações da norma: -A altura do leito filtrante, já incluindo a altura do fundo falso, deve ser limitada à 1,20 m; -A altura do fundo falso deve ser limitada a 0,60 m, já incluindo a espessura da laje. Foi adotado fundo 45cm. As dimensões adotadas no projeto foram de base quadrada de 1,20 m x 1,20 m e profundidade de 1,20 m, totalizando um volume de 1,73 m³. 3.11 DIMENSIONAMENTO DO SUMIDOURO O dimensionamento deste dispositivo de infiltração, sumidouro, é feito a partir da realização de um teste de infiltração do solo, para saber a taxa de percolação média do mesmo, ou seja, o tempo em que o solo demora a infiltrar líquidos, em dada área. A área do sumidouro é dada pela razão entre o volume de esgoto por dia e o coeficiente de infiltração. O sumidouro foi dimensionado a partir da fórmula abaixo: A = V/Ci A = 960/74 A = 12,97 m² Onde: ● A é a área mínima de infiltração no solo; ● V é o volume de contribuição de esgoto, que é de 960 litros por dia; ● Ci é o coeficiente de infiltração em litros por m² por dia, obtido graficamente, a partir de experimento que mede a infiltração da água em 1 m² de solo. O volume de esgoto por dia é calculado a partir da multiplicação do número de pessoas prevista para a residência e a taxa de contribuição unitária. Como não foi feito o teste de infiltração, foi adotado o valor do coeficiente em função do provável solo da região silte arenoso (Tabela 15) e tendo como referência um teste 22 realizado no bairro da mangabeira em Feira de Santana (DE JESUS, 2011), que teve como resultado de ensaio o coeficiente de infiltração de 74 litros/m²/dia. A norma utilizada fornece a tabela 10 que possui uma faixa de coeficientes de infiltração em função do solo da região. Tabela 15: Coeficientes de Infiltração. Constituição Provável do Solo Coeficientes de Infiltração (l/m²xdia) Rochas, argilas compactas Menor que 20 Argilas de cor amarela ou marrom medianamente compactas 20 a 40 Argila arenosa 40 a 60 Areia ou Silte Argiloso 60 a 90 Areia bem selecionada Maior que 90 A partir disso, a área do sumidouro será de 12,97 m². A área calculada corresponde à área das paredes do sumidouro e o fundo do mesmo. Foi adotado um sumidouro cilíndrico com diâmetro de 1,50 m e altura de 2,50 m sendo 2,00 m a altura das paredes consideradas infiltrantes. A INF = π * 1,50²/4 + (π * 2,50 x 1,50) A INF = 13,5m² Totalizando uma área de infiltração igual a 13,5m² A camada de brita na parte inferior do sumidouro conforme a norma 13969/1997 é de 40 centímetros. 4. ORÇAMENTO Fazendo uma pesquisa de custo-benefício dos acessórios o orçamento foi baseado nos preços da tubulação fabricada pela TIGRE, com um custo total de R$ 2.442,96. Os serviços de tanque séptico e sumidouro realizado são fabricados na obra, ficando a cargo da construtora os custos. Segue abaixo a tabela com o quantitativo total do projeto acrescentando as perdas. 23 Tabela 16: Orçamento MEMORIAL DE CÁLCULO - CUSTO DO SISTEMA DE ESGOTO MATERIAL Preço Unitário Comp. (m)/ Quant. Quant. Coef. 15% Preço Total Custo Total Tubo Série Normal- 40mm R$ 24,53 16,00 3 3 R$ 75,23 R$ 2.442,96 Tubo Série Normal- 50mm R$ 39,63 43,00 7 8 R$ 326,62 Tubo Série Normal- 75mm R$ 56,73 4,00 1 1 R$ 43,49 Tubo Série Normal- 100mm R$ 61,57 31,00 10 12 R$ 731,66 Caixa de Passagem R$ 9,00 1 1 1 R$ 10,35 Adaptador para Saída de Vaso Sanitário 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 26,50 1 5 6 R$ 152,38 Curva 90º Longa 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 46,90 1 6 7 R$ 323,61 Curva 90º Longa 40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 3,75 1 9 10 R$ 38,81 Curva 90º Longa 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 12,10 1 3 3 R$ 41,75 Joelho 45º 40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 1,34 1 13 15 R$ 20,03 Joelho 45º 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 2,10 1 9 10 R$ 21,74 Joelho 45º 75mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 4,90 1 2 2 R$ 11,27 Joelho 45º 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 7,50 1 16 18 R$ 138,00 Joelho 90º 40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 1,79 1 10 12 R$ 20,59 Joelho 90º 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 2,39 1 11 13 R$ 30,23 24 Joelho 90º 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 7,50 1 5 6 R$ 43,13 Junção Simples Y 50 x 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 7,00 1 3 3 R$ 24,15 Junção Simples Y 100 x 40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 12,00 1 2 2 R$ 27,60 Junção Simples Y- 100 x 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 10,00 1 4 5 R$ 46,00 Luva Simples 40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 4,05 1 14 16 R$ 65,21 Luva Simples 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 4,16 1 5 6 R$ 23,92 Luva Simples 75mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 6,90 1 3 3 R$ 23,81 Luva Simples 100mm,Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 4,43 1 2 2 R$ 10,19 Tê 50 x 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 4,94 1 1 1 R$ 5,68 Junção "T" DN 100x40 - TIGRE R$ 8,49 1 4 5 R$ 39,05 Junção "T" DN 100x50 - TIGRE R$ 10,58 1 6 7 R$ 73,00 Tê 100 x 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE R$ 10,94 1 6 7 R$ 75,49 Caixa Sinfonada TIGRE- com Ralo R$ 15,00 1 12 14 R$ 207,00 25 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8160/1999 Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.NBR 7229/1993 Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13969/1997 Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5688/2010 - Tubos e conexões de PVC-U para sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação – Requisitos. BORGES, Ruth Silveira; BORGES, Wellington Luiz. Manual de Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias e de Gás, 4ª edição – Editora PI DE JESUS, Marcelo Santos. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: AVALIAÇÃO DA DESTINAÇÃO FINAL DOS EFLUENTES RESIDENCIAIS NO BAIRRO MANGABEIRA FEIRA DE SANTANA BA: ESTUDO DE CASO. UEFS. 2011. 84 p. .Disponível em: <http://civil.uefs.br/DOCUMENTOS/MARCELO%20SANTOS %20DE%20JESUS.PDF>. Acesso em: 09 dez. 2018. FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE. Manual de Saneamento. 3. ed. rev. Brasília, 2006. 408p. H.C. Botelho, Instalações Hidráulicas Prediais – 1º Edição
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