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CONTRATO DE FIANÇA

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CONTRATO DE FIANÇA
INTRODUÇÃO
Abordaremos no presente trabalho o que é contrato de fiança, o qual está previsto nos artigos 818 a 839 do Código Civil de 2002.
Procuraremos expor de forma clara e objetiva as regras gerais, as disposições gerais, os efeitos da fiança e a extinção da fiança, conforme é próprio Código Civil quando aborda o contrato de fiança.
CONCEITO
Conforme estabelece o art. 818 do Código Civil que, “pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra”. 
“A fiança é, portanto, o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a pagar ao credor o que a este deve um terceiro. ” (GONÇALVES, 2012)
“A fiança, também denominada caução fidejussória, é o contrato pelo qual alguém, o fiador, garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. ” (TARTUCE, 2015)
Pelos conceitos expostos pelos doutrinadores podemos afirmar que fiança é uma garantia.
Fiador é um terceiro estranho a relação obrigacional original, sendo que o fiador obriga-se junto ao credor, garantindo com seu patrimônio a satisfação do crédito, caso o devedor não realize o pagamento.
Trata-se portando de garantia fidejussória em que um terceiro (fiador) passa a garantir pessoalmente perante o credor a dívida do devedor com seu patrimônio, tendo dessa forma uma responsabilidade sem débito.
A fiança é muito comum nos contratos de locação imobiliária, mesmo que atualmente sejam utilizados outros meios que substituem a fiança.
A fiança que analisaremos é a fiança convencional, que é ajustada por meio de contrato.
NATUREZA JURÍDICA DA FIANÇA
Podemos classifica o contrato de fiança da seguinte forma:
- Acessório – A fiança visa assegurar o cumprimento de outra obrigação, objeto do contrato principal. 
A fiança pode ser estabelecida no mesmo contrato da obrigação principal ou também ser contratada em separado em um contrato aparatado, mas sem perder sua natureza de acessório ao contrato principal.
O contrato de fiança não pode ser dado em valor superior ao valor do contrato principal, caso isso ocorra a fiança não será nula, sendo apenas reduzido o montante da fiança até o valor da obrigação principal.
- Unilateral – fiança só gera obrigações do fiador para o credor.
- Solene – conforme estabelece na parte inicial do art. 819. “A fiança dar-se-á por escrito,...”
- Gratuito – temo como regra ser um contrato gratuito, mas é possível que o fiador queira receber algo pela garantia que oferece, geralmente tal situação ocorre na fiança bancária. Sendo cobrada para ser fiador deixa de ser fiança gratuita e passa a ser uma fiança onerosa.
ESPÉCIES DE FIANÇA
A fiança pode ser:
- Convencional – resulta da vontade das partes, que deve ser necessariamente ser escrito.
- Legal – resulta de lei;
- Judicial – Imposta pelo juiz.
REQUISITOS SUBJETIVOS E OBJETIVOS
Para GONÇALVES 
EFEITOS DA FIANÇA
Não ocorrendo o pagamento pelo devedor, o fiador assume a obrigação de pagar a dívida do devedor. A obrigação de pagar a dívida é transmissível aos herdeiros. A obrigação que é transmitida aos herdeiros se limita até a morte do fiador e não pode ultrapassar o valor recebido de herança.
O que foi colocado anteriormente está previsto no art. 836 – “A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança. ”
BENEFÍCIO DE ORDEM
No contrato de fiança é possível perceber duas relações distintas: uma entre fiador e credor e outra entre fiador e devedor. O credor tem o direito de exigir junto ao fiador o pagamento da dívida garantida, mas este benefício pode ter algumas limitações.
O benefício de ordem nada mais é, que até a data da contestação da lide, seja primeiramente executado o devedor. O usufruir do benefício de ordem, o fiador deverá indicar bens do devedor que estejam no mesmo município e que estejam livres e desembaraçados e suficiente para honrar a dívida.
Tal situação esta prevista no art. 827 – “O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito. ”
5.1. Benefício de ordem 
5.2. Solidariedade dos cofiadores 
6. Extinção da fiança
BIBLIOGRAFIA
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 3: Contratos e atos unilaterais. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil, volume único. 5 ed. Rio de Janeiro: Método, 2015.
MATHIAS, Maria Ligia Coelho. Direito Civil: Contratos. Coleção: Direito ponto a ponto. Editora: Elsevier, 2008.

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