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Biofilme Dental
Observações Iniciais:
Todo mundo tem biofilme, os quais são decorrentes da presença de substratos na boca, assim como,
de áreas úmidas de adesão as bactérias.
No dente, ocorre o biofilme dental, que fica retido em superfície dura em superfície não renovável, ele fica aderido e não descama, porque o dente não descama. Existe biofilme na língua, mas ele pode sair com facilidade porque a língua é uma área que se pode higienizar, dessa forma o biofilme pode descolar da mucosa lingual. Então, ele não fica realmente aderido por muito tempo. Qualquer superfície que não sofre renovação, como superfície dental, vai ter retenção de micro- organismo.
Paciente que usa prótese e não faz higienização da mesma, tem retenção de biofilme, porque
acumula restos alimentares e consequentemente ocorre uma retenção de micro-organismos. Então, as
superfícies que tem predileção para formação de biofilme são as que tem contato liquido-solido ( superfície dental).
Biofilme é um consorcio funcional, ou seja, uma célula ajuda a outra.
O biofilme tem uma matriz que seria uma massa (com aspecto semelhante a manteiga) formada pelo o
que o indivíduo se alimenta, sofre metabolismo e desse metabolismo surge essa matriz, é como se fosse assim: o microrganismo tem uma cadeia de quebra do açúcar, em especial da sacarose, e dessa quebra forma os polissacarídeos intracelular e extracelular. O extracelular, conhecido como PEC, é que serve como a matriz.
A nossa própria saliva gera uma possibilidade de formação de matriz, porque a saliva tem
glicoproteínas. Por exemplo se o indivíduo não comer, mas não higienizar a boca pode haver formação de biofilme e esse substrato para sofrer metabolismo bacteriano não terá vindo da alimentação e sim das glicoproteínas presentes na saliva, e essas glicoproteínas serão quebradas formando matriz de polímeros.
Dentro desse biofilme, existe uma concentração de polissacarídeos extracelular, polissacarídeos
intracelular, insolúveis, solúveis e também as toxinas ( exotoxinas e endotoxinas),acidos. Tudo isso pode estar dentro do biofilme como também pode ser sequestrado no ambiente ecológico da boca
A sacarose gera a capacidade de uma produção de um polissacarídeo extracelular para as bacteriais acidogênicas (PEC) e esse pec forma o esqueleto do biofilme, graças a esse polissacarídeo o biofilme fica espesso, e para a nossa infelicidade esse pec é insolú-el em água e saliva, não sendo removido com bochechos de colutórios, sendo removido apenas de maneira mecânica através da escovação, sendo o chamado GLUCANO. O glucano é metabolizado quando a bactéria encontra sacarose, mas além do glucano também se produz frutano que serve de reserva para a bactéria, mas essa reserva é solúvel.
BIOFILME é uma comunidade bacteriana, presente em uma matriz composta por polímeros
extracelulares, aderidas entre si e/ou a interfaces ou superfícies sólidas, sendo assim só tem biofilme se tiver dente.
Formação do Biofilme
Pelicula Adquirida: 
Leva de 0 a 4h para ser formada) – possui pontos positivos e negativos: Seu ponto positivo é o fato de servir como uma camada de proteção contra choques mecânicos e térmicos, já o negativo é servir como meio de adesão bacteriana, essa película vem de uma interação eletrostática entre as glicoproteínas da saliva e a hidroxiapatita do es-malte, essa relação pode ocorrer de início devido a uma afinidade eletrostática e específica (cargas opos-tas se atraem) ou pode ser inespecífica (não se sabe de que maneira determinadas glicoproteínas salivares se aderem à estrutura do esmalte), mas sabemos que a ligação de Van der Waals ocorre e é importante, sen-do a ligação entre cargas negativas e positivas e as proteínas se aderem a superfície do esmalte (várias proteínas, dentre elas a mucina), e quando ocorre essa interação eletrostática ocorre uma ligação que é cha-mada sistema chave e fechadura, imagine que na pa-rede celular da bactéria existe uma adesina e na pare-de da película adquirida existe um receptor, e esse receptor permite que aquela bactéria que tem essa adesina específica se ligue aquela película, como cha-ve e fechadura. Iniciando a formação da película adquirida. As glicoproteínas da saliva também possu-em receptores para microrganismos e quando isso ocorre, não só a glicoproteína se liga a película mas também a glicoproteínas dá a possibilidade de que o microrganismos se ligue a ela. E aí começa a coloni-zação bacteriana após a profilaxia quando você rece-be o banho de saliva formasse a película adquirida, e quando você se alimenta pois gera substrato para os microrganismos começarem a colonizar o biofilme pois vai haver a produção de polissacarídeos. 
Colonização Inicial
A partir do momento que você tem uma mucina na superfície da película você tem bactérias com afinidades e entre elas os streptococcus, aqui os problemas começam a aparecer, pois os streptococcus, em especial o sobrinus e o mutans, são acidúricos e acidogênicos. Mas logo no começo, na colonização inicial as bactérias que estão presentes no biofilme ainda não são as patógenas, são as residentes, sendo strep-tococcus sanguinis, streptococcus orales, streptococcus tipo mitis biovale tipo 1 são as primeiras a coloni-zar, abrem o caminho e preparam o ambiente para as outras bactérias que vão sucede-las. A película adquirida é o primeiro passo para a formação do biofilme, não se pode dizer que ela já é biofilme, mas sem ela não há formação do biofilme. Com a dieta rica em carboidrato fermentáveis o ambiente fica ácido e chega uma hora que essas bactérias que crescem e se multiplicam criam um ambiente extremamente ácido e essa acidez não permite que boa parte delas permaneça viva, ocorrendo a sucessão microbiana, bactérias que vivem muito melhor no meio ácido começam a colonizar o biofilme e se alimentar dessas bactérias que morreram.
Bactérias (indígenas, iniciais ou pioneiras) – Não possuem potencial cariogênico, no entanto a ingestão de carboidratos faz com que elas possuam potencial cariogênico
Comunidade Climax
Após a sucessão, esse biofilme está numa comunida-de extremamente perfeita, eles produzem ácido, eles vivem em meio ácido e eles fazem com que o PEC fique espesso, quanto mais PEC maior a espessura do biofilme, ficando mais fácil visualizá-lo. Biofilme completamente patógeno é biofilme é classificado como de comunidade clímax, ou seja, possui substra-to, PEC insolúvel e solúvel, PIC, ácido, bactérias que vivem bem em meio ácido. Sendo um biofilme cario-gênico, se diferenciando do periodontopatogênico que é igual ao cariogênico até a fase de sucessão, pois no primeiro as bactérias são acidogênicas e acidúricas (streptococcus, lactobacilos) e no segundo são bacté-rias que vivem bem em meio alcalino (actinomyces, prevotella). 
Etapas do Processo:
Formação da película adquirida do esmalte
Adesão microbiana inicial
- Crescimento bacteriano
- Sucessão bacteriana
Maturação do biofilme dental
- Comunidade clímax
Inicialmente ocorre a formação da película adquirida, que serve como um meio inicial de colonização bacteriana. Previne a ocorrência de choques mecânicos e térmicos e favorece a adesão inicial. Em seguida ocorre a co-adesão ou co-agregação que é quando bactérias secundárias que não conseguem se ligar à película, se ligam à superfície celular de outra bactéria. E a partir desse momento, existe a multiplicação e a maturação do biofilme, chegando a comunidade clímax.
A saliva pode agir como uma limpeza mais próximo do total da superfície dental. Ao realizar uma profilaxia, deixa praticamente sem biofilme naquela área e a partir daí, com o movimento de abrir e fechar a boca, permite que a saliva entre em contato com a hidroxiapatita e comece a atração eletrostática, onde a carga elétrica da hidroxiapatita vai atrair a carga dos componentes salivares para iniciar a formação da película.
Dois caminhos podem ser disponíveis quando se tem o biofilme na boca:
I – Pode estar em controle e equilíbrioII- Pode desequilibrar
I-	Em controle, quando tem um consumo moderado de açúcar, Marsh cita um “estresse de biofilme”, onde esse biofilme se desorganiza internamente, devido a inclusão de fatores fundamentais, Exemplo: Má escovação, onde isso gera mais substrato para bactéria, ou passa a comer mais sacarose e frequentemente; e isso deixa o biofilme estressado, desorganizado.
Mas se tem um consumo moderado de açúcar, o pH bucal maior do que 5,5 e a saliva terá uma capacidade tampão boa e esse biofilme vai estar em manutenção de equilíbrio da microbiota. 
O que vai ter lá? Vai ter todos os micro-organismos bucal, incluindo cariogenicos, mas a predominância vai ser dos colonizadores iniciais: S. Sanguinis, S. Oralis e a superfície do esmalte estará remineralizada.
II-	Porém, se o caminho for um consumo frequente de sacarose, o pH diminui, fica abaixo de 5,5; e esse valor do pH quebra o equilíbrio ecológico do biofilme e tem uma mudança, onde micro-organismos acidúricos e acidogênicos é quem vive em dominância e essa dominância vai ser especificamente do S.Mutans, S. Sobrinus e lactobacilos. E na superfície do esmalte vai gerar uma desmineralização, porque nesse meio ocorre a produção de ácido láctico.
De acordo com a teoria de Marsh, a hidroxiapatita do esmalte sofre desmineralização com o PH abaixo de 5,5, que é considerado o PH de dissolução do esmalte. Ou seja: abaixo de 5,5 o esmalte se dissolve na presença de microrganismos. Quando chega até 4,5 os microrganismos estão envolvidos nessa desmineralização, eles produzem polissacarídeos e ácido lático. Abaixo de 4,5 eles começam a ficarem inviáveis e não participam mais de nenhuma desmineralização com o PH abaixo de 4,5, porque abaixo de 4,5 ocorre a dissolução de qualquer espécie de tecido dental. Esmalte, dentina e cemento se dissolvem quimicamente, sem precisar da presença de bactérias. Esse processo é chamado de erosão dental. Ela pode ser consequência de refluxo, quando se lança a boca ácidos estomacais (PH 2,1) que banham os dentes causando desmineralização sem a presença de microrganismos. A perda de esmalte leva a exposição de dentina, que causa sensibilidade ao paciente. 
Os Streptococcus têm grande afinidade por sacarose, e isso leva a produção dos PECs- Polissacarídeos Extracelulares, em especial o glucano que dá origem à estrutura esquelética do biofilme. A função dessa estrutura é: adesão de bactérias; coagregação ou coadesão de outras bactérias, que formam um meio insolúvel neste biofilme, tornando-o removível apenas por força mecânica.
Composição do Biofilme
Streptococos mutans em maior número, estreptococos sobrinos, lactobacilos casei que estão intimamente relacionados com a cárie na coroa dental e os actinomyces muito relacionados com a cárie na raiz, no cemento radicular
Os lactobacilos estão presentes quando o ambiente já possui uma cavidade, ou até mesmo quando eu tenho uma situação de presença de açúcar em potencial. Os lactobacilos são acidúricos em potencial, quando como açúcar o pH cai muito e ele aumenta de número, sendo portanto, chamados de invasores secundários.
Já o s.mutans, agem como uma “furadeira” abre o esmalte, quando a cavidade está aberta, os lactobacilos entram, por isso que eles são invasores secundários. A presença de um número pequeno de lacto-bacilos no esmalte é porque ele é mais acidúrico do que acidogênico, ele não tem essa capacidade de adesão tão grande quanto os estreptococos. Na den-tina há maiores concentrações de lactobacilos porque lá tem mais ácido.
Já os actinomyces estão em maior número na raíz, a raíz está muito pró-xima do sulco gengival, o fluido do sulco tem uma característica neutro-alcalina, por isso ele vive ali. Ele pode tanto contribui para doença periodontal (porque vive muito bem em um meio neutro ou alcalino) co-mo ele pode gerar desmineralização em um tecido mais solúvel dos três do dente, esmalte é mais resis-tente do que dentina e dentina é mais resistente do que cemento, o cemento consegue ser desmineraliza-do com um pH em torno de 6,8, onde o actinomyces já consegue desmineralizar o cemento. É por isso que ele pode estar envolvido com cárie e doença perio-dontal. 
Uma boca com pH ácido gera cárie e uma boca com pH neutro o risco é gerar doença periodontal ou cál-culo dental, como ter os dois ao mesmo tempo? Pare-ce antagônico, mas não é, nas áreas onde eu tenho grande quantidade de biofilme, se eu tiver actino-myces na área cervical, a tendência é que esse acti-nomyces mesmo em pH quase neutro consiga desmi-neralizar o cemento radicular, ao ponto de que con-tribui para calcificação do biofilme.
Marilia A Barbosa

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