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Complexo dentina polpa

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Dentinogênese e Complexo Dentina Polpa
O processo de dentinogênese começa na fase de campanula do germe dentário.
Fase de campanula:
Brotamento do permanente;
Degeneração da lâmina dentária e aparecimento da lâmina acessória;
Processo de histodiferenciação;
Processo da indução recíproca (ameloblastos – esmalte e odontoblastos – dentina).
Morfogênese: determinação da anatomia da futura coroa que ocorre a partir do dobramento do epitélio interno.
Indução recíproca (recapitulação da aula de amelogênese)
O epitélio interno do órgão do esmalte é separado, pela lâmina basal, das células da periferia da papila dentária. 
	As células do epitélio interno são cuboides altas ou cilíndricas baixas (são células padrões, com o núcleo mais centralizado), essas células param de proliferar para poderem se diferenciar. Então, se essas células vão produzir o esmalte elas têm que começarem a produzir proteínas para excretar, logo elas precisam de organelas especializadas como o retículo endoplasmático rugoso e aparelho de Golgi. Então, elas irão sofrer diferenciações estruturais, o núcleo começa a mudar de posição – inversão de polaridade – e a extremidade onde contém o núcleo é chamada de porção basal. A outra extremidade contém as organelas que irão depositar matriz do sentido centrífugo, assim essas células aumentam de volume.
	Essas modificações do epitélio interno elas induzem/geram fatores que vão modificar as células que estão na periferia da papila, estimulam a diferenciação dessas células. Ao receber esses sinais, antes de se diferenciarem totalmente, essas células passam por uma divisão mitótica desigual, ou seja, a célula-filha que está mais perto do epitélio interno irão se diferenciar nos odontoblastos e a outra célula-filha ficará como uma célula reserva mas que também recebeu alguns estímulos iniciais.
	A vantagem das células que ficam como reserva em relação as células do restante da papila é que essas células receberam mais estímulos do que as demais. Então, essas células podem funcionar como uma célula reserva que tem certo potencial em se diferenciar em odontoblastos caso seja necessário – os odontoblastos like. 
	Então, essas modificações intracelulares do epitélio interno onde começam a incorporarem outras organelas aumentam a síntese proteica, aumento de volume e núcleo em posição invertida induzem as células da periferia da papila que vão proliferar e se diferenciar em odontoblastos. Ao mesmo tempo, quando as células se diferenciarem em odontoblastos ela vai começar a produzir a primeira camada de dentina que é chamada de dentina do manto. Depois da deposição da dentina do manto ocorre uma indução para o epitélio interno termina sua diferenciação em ameloblastos e começarem a depositar esmalte sobre a dentina do manto. 
	Os pré-ameloblasto é a fase transitória entre epitélio interno e ameloblastos, ou seja, é um estágio intermediário onde ele não completou totalmente a sua diferenciação. No meio do caminho foram produzidas enzimas/fatores que o pré-ameloblasto produziu para degradar a lâmina basal.
As células que ficam em reserva irão se localizar abaixo da região da camada dos odontoblastos, são importantes para a produção da dentina terciária que será citada logo abaixo nessa aula.
Junto aos odontoblastos existem vários vasos sanguíneos para ocorrer a nutrição, pois são células com intensa atividade e produzem como matriz orgânica o colágeno para a dentina. Quando se fala em qualquer tecido de origem conjuntiva a principal proteína é o colágeno (principalmente colágeno do tipo I). Então, podemos denotar que a matriz orgânica dos tecidos dentais é composta por colágeno (principalmente do tipo I) e substância fundamental. 
Como é uma célula que produz bastante proteínas os odontoblastos tem uma face secretora que foi aumentada de tamanho e tem bastantes vasos sanguíneos, principalmente na região de vascularização (que lembra: tem que entrar um vaso pelo feixe vasculo-nervoso que vão se ramificando e vão chegando cada vez mais terminações mais finas de fibras nervosas e vasos delicados como os capilares, isso envolve os odontoblastos formando uma rede/alças que contornam essas células).
	Outra característica é que os odontoblastos vão produzindo matriz e à medida que vão produzindo ocorre a migração para o centro da polpa (migração centrípeta) sendo que os prolongamentos dos odontoblastos migram de uma maneira tardia em relação ao corpo. Consequentemente, os prolongamentos permitem que ocorra uma mineralização ao seu redor dando uma característica de túbulos dentinários, por isso que em toda a extensão da dentina existem os túbulos dentinários. Ademias, os odontoblastos migram de uma área maior para uma área mais restrita isso causando um aglomerado de células, mas teoricamente só existe uma camada de odontoblastos.
	Os ameloblastos quando iam produzindo o esmalte já iria adicionando a matriz inorgânica (os cristais de hidroxiapatita), então era uma mineralização – embora que em baixo percentual – imediata. Entretanto, os tecidos mineralizados que são de origem conjuntiva (ex: dentina, cemento e osso) são produzidos de maneira diferente: a célula produz, afasta e mineraliza (então não é imediato, existe uma frente de mineralização). Então, os odontoblastos depositam a matriz orgânica primeiro e então afasta, aquela camada será mineralizada mas já existe uma nova camada para ser mineralizada e é denominada de pré-dentina.
Pré-dentina: matriz orgânica de dentina não mineralizada, encontrada entre a dentina mineralizada e o corpo do odontoblasto em toda a extensão interna. Aqui ainda só se vê os prolongamentos dos odontoblastos, os túbulos dentinários só apareceram quando houver a mineralização.
Onde já está mineralizado, nas regiões onde se tem os túbulos dentinários, ainda podem conter os prolongamentos dos odontoblastos, 
Quando os odontoblastos estão em diferenciação ou recém-diferenciadaos a primeira camada de dentina que é produzida por essas células é chamada de dentina do manto. O que acontece: as primeiras fibrilas colágenas são um pouco maiores e ficam perpendiculares ao limite amelo-dentinário e são denominadas de fibras de von Korff e à medida que as células vão afastando os prolongamentos vão ficando e agora as fibrilas será depositadas dispostas ao longo eixo do prolongamento dos odontoblastos. Então, à medida que a matriz vai sendo mineralizada sempre vai ficando um pouco de matriz orgânica entre o corpo do odontoblasto e a matriz mineralizada – a pré-dentina. Em síntese, na fase de início de coroa até uma fase mais avançada os pré-odontoblastos -> odontoblastos recém-diferenciados irão produzir dentina do manto e a presença da dentina do manto ajuda a completar a diferenciação dos pré-ameloblastos em ameloblastos – indução recíproca – e a migração dos odontoblastos é centrípeta.
Quando os odontoblastos estão especializados damos um novo nome para a dentina produzida, dentina circumpulpar. Então, a dentina do manto foi a primeira camada – os odontoblastos em diferenciação ou recém-diferenicados – e todo o restante estará contornando a cavidade pulpar, dentina circumpulpar.
	Com a mineralização os prolongamentos dão origem aos túbulos dentinários, a dentina que está entre os túbulos recebe o nome de dentina intertubular. Além do que o odontoblastos produz partindo próximo do corpo, os prolongamentos também produz matriz dentinária, só que como já está formando os túbulos dentinários e como o espaço é pouco não dá para ter muitas fibrilas colágenas, enquanto isso a frente de mineralização está vindo, então essas regiões dentro dos túbulos acaba ficando com mais porção inorgânica (cristais de hidroxiapatita) do que mesmo matriz orgânica e essa dentina dentro do túbulo é a dentina peri ou intratubular.
Obs1: A classificação entre dentina do manto e dentina circumpulpar tem haver com quem formou e quando formou. Existe a classificação dos tipos de dentinas que está logo acima.
Obs2: a dentina intratubular é hipermineralizada (houve uma incorporação maiorde matriz inorgânica) em relação ao restante – a dentina intertubular.
Os prolongamentos do odontoblastos são lisas, como é citoplasma ainda existe uma emissão de prolongamentos que também sofrem mineralização ao redor e forma uma estrutura mais delicada, são os canalículos que comunicam um túbulo ao outro.
	Todo esse processo começa na região de futura cúspide ou borda incisal e vai gradativamente acontecendo lateralmente em direção à alça cervical (quando tem dentina já existem as células diferenciadas – os odontoblastos – e onde ainda não tem dizemos que são as células ectomesenquimais indiferenciadas da papila dentária, especificamente da periferia).
	Então, a dentina é um tecido conjuntivo especializado mineralizado. Se é um tecido ele tem células e matriz extracelular, no caso das células elas ficam alojadas na periferia da polpa – os odontoblastos – e a matriz extracelular, se é um tecido conjuntivo a matriz orgânica tem principalmente colágeno do tipo I e substância fundamental e, no caso da dentina, a substância fundamental é representada pelo liquido que banha os túbulos dentinários que é chamado de fluído dentinário. E se ele é mineralizado eu tenho a parte inorgânica que é constituída pelos cristais de hidroxiapatita. 
	Em termos de constituição, basicamente, a dentina possui 70% de matriz inorgânica (cristais de hidroxiapatita), 20% de matriz orgânica (colágeno) e 10% de água (fluído dentinário). Então, podemos falar que a dentina funciona como uma peneira por causa da sua estrutura tubular em toda a sua extensão.
	Como os prolongamentos dos odontoblastos são projeções do citoplasma e dá origem aos túbulos dentinários, esse citoplasma pode emitir projeções menores que darão origem aos canalículos dentinários. 
Em síntese:
Entre os túbulos: dentina intertubular
Na periferia ou no interior dos túbulos: dentina intra ou peritubular (é uma dentina hipermineralizada e é mais homogênea pela maior quantidade de matriz inorgânica quando comparado a dentina intertubular). 
	Sempre que falamos que o tecido possui uma certa resiliência é dado pela quantidade de matriz orgânica. No caso da dentina, essa estrutura tubular contribuiu para essa resiliência e a matriz orgânica também (cerca de 20% de matriz orgânica e 10% de fluído dentinário).
	Os túbulos dentinários possuem um trajeto sinuoso porque saem da superfície na parte da coroa, do limite amelodentinário e da raiz, amelocementário e vai em direção a polpa, então se caracteriza como um trajeto em S, trajeto sinuoso.
	No esmalte o crescimento era incrementado e nele havia uma marca que era as Estrias de Retzius e na dentina também tem os longos tempos e de produção e tempos de pausa que ficam marcadas pelas linhas que atravessam os túbulos dentinários e são denominadas de linhas de von Ebner (linhas incrementais ou linhas de crescimento).
	Se existe um espaço maior da junção amelodentinária e o espaço vai restringindo à medida que as células vão migrando. Consequentemente, quando falamos da permeabilidade dentinária isso é um fator importante, porque você sai de um espaço maior e se concentra em uma região. Então, isso reflete na concentração de túbulos dentinários por área, como também na concentração de dentina intertubular. 
Acontece o seguinte: 
Se você tiver só no esmalte o procedimento pode ocorrer até sem anestesia; 
Se tiver perto da dentina (mais perto do limite amelodentinário) o paciente ainda tolera porque eu tenho uma menor concentração de túbulos dentinários por área e a quantidade de dentina tubular é maior – o paciente já senti um pouco de dor;
Se tiver mais perto da polpa a dor será intensa, porque já não tem quase nada de dentina intertubular e se tem uma concentração maior de túbulos por área. 
Obs3: Tem que ser lembrar sempre que quando se trabalha profundamente pode se chegar praticamente na polpa, por isso existem procedimentos de capeamento pulpar para tentar reduzir a sensibilidade dentinária.
Obs4: O prolongamento do odontoblasto na superfície é mais estreito e na base, quando mais próximo do corpo, esse prolongamento é mais largo e essa diferença de espessura baseia-se na frente de mineralização, que quanto mais próximo da base permite um túbulo mais amplo do que no limite amelodentinário.
Obs5: A pré-dentina sempre vai existir, mas não é fixa, ela sempre vai migrando e renovando.
Padrão de mineralização
A frente de mineralização em alguns momentos pode ser mais linear e em alguns momentos ela pode ser globular. Na dentina do manto temos a fibrilas colágenas dispostas mais ou menos perpendiculares (linear) a junção amelodentinária, então é um padrão que predomina.
Na dentina circumpulpar temos o padrão globular, são glóbulos de cristais de hidroxiapatita que aumentam de volume até fusionar e virar uma massa continua. Quando ela está homogêneo não dá para ver direito na lâmina, mas se houver falha entre esses glóbulos há uma caracterização que é denominada dentina interglobular. 
Dentina interglobular: falha na fusão dos glóbulos de cristais de hidroxiapatita e, com isso, predominância de matriz orgânica caracterizando uma hipomineralização. 
Calcosferitos: demininação para as esferas onde começam o padrão de mineralização globular.
Geralmente, essas falhas ficam mais evidentes na transição entre dentina do manto e dentina circumpulpar e ficam mais visível na dentina coronária. 
Obs6: A dentina do interglobular são áreas hipomineralizadas correspondentes às falhas do processo de fusão do padrão globular de mineralização. 
Outra estrutura que é mais evidente na dentina radicular é a chamada camada granulosa de Tomes.
Camada granulosa de Tomes: representam na dentina radicular os odontoblastos que emitem uma quantidade maior de projeções dos prolongamentos que se concentram na periferia da dentina. 
O limite amelodentinário é bem nítido porque são estruturas com origem e organização diferente, o mesmo não ocorre com a junção cemento dentinária porque são tecidos de origem e composição semelhante, por isso a linha de delimitação não é tão evidente. 
A caracterização do complexo dentina-polpa, embora os dois tecidos sejam de origem conjuntiva a dentina é mineralizada e a polpa um conjuntivo propriamente dito, mas ela tem a mesma constituição histológica, embriologicamente a mesma origem (ectomesenquimal a partir das células da papila dentária) e funcionalmente atuam em conjunto porque a polpa está sendo protegida pela dentina.Os sinais da inflamação são: dor, rubor, calor e tumor e um edema se caracteriza pelo aumento do líquido tecidual do tecido conjuntivo. Um edema dentro da polpa é impede de expandir por causa da limitação da dentina – casos de pulpite.
	A dentina sobrevive sem a polpa (tanto que existe os tratamentos endodônticos), porém a capacidade de resiliência é oriunda da polpa e as células que produzem dentina estão na periferia da polpa, então uma remoção de polpa estabiliza a produção de dentina e restringe um pouco da sua função. 
	Quando os primeiros odontoblastos começam a aparecer (final de campanula e início de coroa) dizemos que está ocorrendo a transição de papila dentária para polpa dentária. 
Hipóteses sensibilidade dentinária
1ª hipótese: inervação direta da dentina
Falava que na dentina existiam terminações nervosas que vinha da polpa e que ficavam em toda a extensão do túbulo dentinário, essa informação é correta mas ela não justifica tudo porque não são em todos os túbulos que serão encontradas as terminações e essa terminação às vezes não chega até o limite dentinário.
2ª hipótese: odontoblasto funcionando como receptor direto dos estímulos
	Falava que os odontoblastos agiam como receptores sensoriais por causa da sua origem ectomensenquimal (por causa das células da crista neural), então dizia que os próprios odontoblastos recebiam percebiam os estímulos e levava para as terminações nervosas na polpa e que respondem aos estímulos na forma de dor. 
	Essa hipótese não se consolidou porque o prolongamento do odontoblasto vai migrando e não teria, então,o prolongamento em toda a extensão do túbulo. Também, a célula precisaria ter um potencial de membrana grande, coisa que os odontoblastos não tem.
3ª hipótese: a teoria da hidrodinâmica (teoria mais aceita)
	Então nos túbulos, mesmo onde não tem prolongamentos nervosos, está preenchido pelos fluídos dentinários. De acordo com o estímulo esses fluídos dentro dos túbulos dentinários movimentam e essas movimentações do fluído é captada e recebida pelas terminações nervosas que estão na polpa. 
Classificação dentinária de acordo com o tempo de produção
	Para ocorrer a forma da dentina radicular é necessário forma o corpo do dente para ele começar a erupcionar. A dentina que caracteriza essa anatomia é a dentina primária. 
Dentina primária:
Dentina do manto;
Dentina circumpulpar.
A dentina primária é representada pela dentina do manto (primeira camada produzida) ainda naquele processo de indução recíproca, ou seja, foi produzida enquanto os odontoblastos estavam em diferenciação ou recém-diferenciados. Porém não é só dentina do manto, a dentina do manto é a que foi depositada mais próxima do limite amelo-dentinária e mais próximo, também, do limite com o cemento, e aí depois o restante que vai circundando a câmara pulpar é chamada de dentina circumpulpar.
Então, quando nós falamos de dentina primária é aquela que vai formar o corpo do dente (a anatomia principal do dente) e ela é feita em um ritmo necessário até o dente erupcionar. Mas se ainda existem odontoblastos viáveis que vão produzindo dentina em um ritmo mais lento que causa o estreitamento da câmara pulpar que, também, vai sofrendo uma involução. 
Dentina secundária:
Dentina circumpulpar.
Produzida durante toda vida com os odontoblastos viáveis, ela também tem um padrão tubular e é feita em um ritmo mais lento e, alguns autores dizem que ela é menos mineralizada. Ademais, ela está em toda a extensão da cavidade pulpar.
Um padrão comum entre a dentina primária e secundária é a produção de maneira centrípeta pelos odontoblastos que vão deixando seus prolongamentos e formando os túbulos dentinários, ou seja, elas possuem padrões tubulares. Outra característica comum é que ambas ocorrem em toda a extensão da câmara.
Dentina terciária (localizada, ou seja, não é em toda a extensão):
Dentina reacional: produzida pelos odontoblastos;
Dentina reparativa: produzida pelos odontoblastos like – as células de reserva.
Feita para proteger a polpa, se eu tenho uma agressão que comprometa a estrutura do dente e se os odontoblastos estiverem viáveis é feita a produção da dentina terciária na tentativa de afastar a agressão da polpa.
A estrutura é mais irregular por causa da pressa da produção e essa dentina terciária pode ser do tipo reacional ou reparativa. 
Quando ocorre qualquer tipo de agressão à dentina terciária é produzida para afastar/proteger o tecido pulpar, ela não é em toda a extensão – ela é sempre localizada mais ou menos direcionada na região da agressão.
Se a agressão não for tão forte e não destruir os odontoblastos eles vão reagir formando dentina terciária reacional. Mas, se a agressão for muito forte e destruir os odontoblastos é preciso reparar essa perda, então as células reservas (que ficaram em uma região indiferenciada da polpa) serão acionadas para se diferenciarem em odontoblastos, mas como essas células só receberam parte do estímulo elas recebem o nome de odontoblastos-like (semelhante a odontoblastos). Geralmente, a dentina terciária, tanto reacional quanto reparativa, possui odontoblastos aprisionados dentro porque é produzida muito rápido e o processo de mineralização de dentina não ocorre como na produção das demais.
Mineralização da dentina: o odontoblasto produz a pré-dentina (matriz orgânica de dentina não mineralizada) e então afasta e mineraliza, enquanto isso ela iria produzindo a nova. Mas, na dentina terciária, como o processo de produção é muito rápido, não dá tempo de produzir e afastar, por isso algumas células ficam presas nesse tipo de dentina e, quem tem (geralmente) células aprisionadas dentro é o tecido ósseo , motivo do qual o termo osteodentina é derivado – porque lembra mais um tecido ósseo do que a dentina mesmo, que tem um padrão tubular organizado.
Consideramos então que a dentina primária:
É a primeira a ser formada até mais ou menos completar a anatomia externa do dente (então o corpo do dente tanto na sua porção coronária quanto radicular é dentina);
Estrutura tubular;
A única que contém a dentina do manto (porque é a primeira a ser produzida – quando os odontoblastos ainda estão em diferenciação ou recém-diferenciados);
Dentina circumpulpar.
A dentina secundária:
Menor grau de mineralização em relação a dentina primária, mas não chega a ser tão discrepante porque ela apresenta uma estrutura semelhante a da dentina primária;
Produzida ao longo de toda a vida.
A dentina terciária:
Padrão mais irregular porque não dá tempo de organizar;
Depende de quem produziu, ou seja, se deu tempo de fazer uma reação porque os odontoblastos estavam viáveis ou se teve de ser socorrido por uma célula semelhante (células reversas que tiveram uma pré-estimulação na indução recíproca).
Obs1: Os odontoblastos estavam em um nível produzindo a dentina primária, depois ele troca de nível e produz a dentina secundária, então a orientação dos túbulos dentinários ficam diferentes e isso serve para você diferenciar a dentina primária da secundária. Embora isso seja não seja uma divisão muito correta, porque não conseguimos definir tão bem esse limite.Basicamente, entre o corpo do odontoblasto e a dentina mineralizada temos a pré-dentina, então enquanto eu tiver dentina viável e polpa normal a pré-dentina está ali existente. Porém, se ocorrer um processo necrótico na polpa é bem provável que a pré-dentina seja consumida também, porque ela é matriz orgânica não mineralizada, ela não é tão resistente, se chegar a destruir a camada de odontoblastos a pré-dentina também vai junto.
Além da dentina terciária existe a dentina esclerótica que é a região onde se tem os túbulos dentinários obliterados por dentina. Então, a dentina intra ou peritubular (dentina produzida dentro dos túbulos) fecha esses túbulos como uma forma de proteger a polpa, deixando a dentina menos permeável porque se ele funciona como uma peneira tudo passa através da dentina, mas se ocorrer o fechamento ela fica menos sensível. 
Então quando falamos de agressão ainda se tem essa subdivisão:
Injúria crônica: baixa intensidade e longa duração. Então, dá tempo das células reagirem fechando os túbulos ou produzindo dentina reacional, ou as duas coisas juntas.
Dentina esclerótica (caso de bruxismo);
Dentina reacional.
Injúria aguda: alta intensidade e curta duração. Então quer dizer que a agressão foi tão forte em pouco tempo e se não comprometer os meus odontoblastos eu tenho a mesma resposta da injúria crônica, porém se a agressão chegou a destruir os odontoblastos as células reservas são acionadas – os odontoblastos like – para produzir a dentina reparativa como tentativa de afastar a agressão da polpa.
Odontoblastos viáveis: dentina esclerótica e dentina reacional;
Odontoblastos não-viáveis: dentina reparativa.Às vezes é feito um capeamento pulpar para promover uma ponte dentinária com a intenção de produzir um pouco de matriz mineralizada para tentar preservar um pouco mais a polpa. Só que isso, geralmente, é feito em pacientes mais jovens que tem uma capacidade de resposta pulpar melhor e o único problema disso é que às vezes, por exemplo, com o uso do hidróxido de cálcio em pó, se ele não ficar restrito no seu local específico e cair para a polpa acredita-se que ele possa induzir algumas calcificações pulpares. Logo, se esse tratamento não der certo e forma alguma calcificação pulpar e esse paciente precisar fazer um endo essa calcificação irá dificultar o acesso aos canais radiculares.
Os odontoblastos estão localizados na polpa, então quando falamos do complexo dentina-polpa temos que lembrarque além dos odontoblastos na periferia a polpa possui outros componentes. A dentina e a polpa atuam em conjunto pois, foram originados de células ectomesenquimais da papila dentária, histologicamente ambos possuem a mesma constituição – tecido conjuntivo e funcionalmente atuam em conjunto.
Então temos essa característica da polpa de permitir a hidratação da dentina e, consequentemente, dando a ela uma certa capacidade de resiliência como também, a polpa sendo protegida por esse tecido mineralizado. 
Classificação histológica da dentina: tecido conjuntivo mineralizado;
Tecido conjuntivo: abundância de matriz extracelular (orgânica) – colágeno (principalmente do tipo I) e substância fundamental (bem representada também pelo fluído dentinário);
Mineralização: porção inorgânica – cristais de hidroxiapatita.
Classificação histológica da polpa: tecido conjuntivo propriamente ditoSe eu tenho um tecido conjuntivo normal e começa um processo inflamatório e há formação de um edema. Se isso é na pele tem para onde expandir, se é na gengiva tem para onde expandir e se isso for na polpa? Essa inflamação que precisaria expandir é limitada pela dentina. Então, a polpa tem a vantagem de ser protegida pela dentina contra agressões exógenas, porém há uma desvantagem relações a agressões endógenas – casos de pulpite.
Polpa
Classificação histológica da polpa: tecido conjuntivo propriamente dito.
Na polpa temos vários tipos de células, na periferia temos a camada de odontoblastos e como a polpa é um tecido conjuntivo propriamente dito ela precisa manter a estrutura da matriz, ou seja, produzir substância fundamental e fibras colágenas e essa manutenção é feita pelos fibroblastos. Também, como é um tecido vascularizado podemos encontrar na polpa algumas células de defesa (que podem chegar normalmente sem nenhum processo inflamatório e as residentes que ficam no tecido – macrófagos e mastócitos). Outro tipo de célula que encontrada na polpa são as células ectomesenquimais indiferenciadas – podem ser transformadas em odontoblastos like ou em fibroblastos (as diferenciações ocorrem de acordo com a necessidade do tecido).
Atualmente, a intenção é que se tenha banco de dentes decíduos para capitação de células-tronco adultas (são chamadas de adultas porque já tiveram um certo direcionamento). Geralmente de dente decíduo porque é um dente jovem e que passou pouco tempo sofrendo agressões, preservando assim células indiferenciadas. Já na dentição permanente, o terceiro molar se assemelha um pouco porque a polpa está bem jovem – “ela nasceu a pouco tempo” e produziu menos dentina secundária, consequentemente o volume pulpar é maior.
Matriz extracelular (MEC) da polpa:
Colágeno do tipo I: possui a característica de se agrupar formando fibras – então se tem as fibrilas colágenas que se agrupam formando fibras;
Colágeno do tipo III: não possui a característica de formar fibras, é um colágeno mais delicado que, geralmente, formam redes de fibras reticulares;
Substância fundamental: fluído intersticial associado a proteínas (glicoproteínas, proteoglicanas e glicosaminoglicanos) que tornam o líquido mais viscoso.O fluído intersticial mesmo sendo viscoso permite trocas da célula com o tecido (nutrientes, oxigênio, metábolitos que serão eliminados), mas ele não é tão fluído e isso dificulta se tiver uma agressão/invasão por um micro-organismo porque forma uma certa “resistência” para a difusão dos micro-organismos.
Inicialmente, consideramos a polpa como um tecido conjuntivo frouxo e ao longo do tempo pode ir sofrendo modificações, tanto porque as células vão sendo utilizadas ou vão morrendo e de frouxo pode passar para um conjuntivo denso ao longo da vida do dente.
Tecido conjuntivo frouxo: contém todos os componentes distribuídos de forma semelhante, ou seja, ele tem fibras, células e substância fundamental.
Tecido conjuntivo denso: à medida que vai reduzindo a quantidade de células ocorre a predominância de fibras e isso representa a transição da classificação histológica da polpa.
Organização da polpa
Porção coronária:
Câmara pulpar;
Cornos pulpares – extremidade mais proeminente relacionada às cúspides.
Porção radicular:
Canais radiculares – uma mesma raiz pode existir mais de um conduto;
Forame apical (sistema apical) – nem sempre se tem um forame apical tão centralizado, é bem mais complexo formando um sistema.
Funções da polpa:
Formativa: na periferia da polpa estão alojados os odontoblastos que produzindo a dentina primária e agora produzem a secundária ao longo da vida e, se necessário, irão produzir um dentina terciária localizada (casos de agressão);
Nutritiva: por ser um tecido conjuntivo ele possui vasos sanguíneos que dão essa característica nutritiva; 
Sensitiva: toda a inervação que temos na polpa responde como dor e dá uma característica protetiva e dinâmica do fluído dentinário também dá uma característica sensitiva (pensando no complexo dentina-polpa);
Defensiva: presença de células de defesa na polpa;
Reparativa: capacidade da produção de uma dentina pelos odontoblastos (viáveis ou não) para proteção também.
Obs2: Começamos a chamar a papila dentária de polpa a partir da diferenciação das células ectomesenquimais da periferia da papila em odontoblastos que produzem imediatamente a dentina do manto. 
Camadas da polpa (mais evidente na região coronária, também existe na polpa radicular):
Camada de odontoblastos;
Camada subodontoblástica -> Zona pobre em células ou Camada de Weil: é pobre em células mas não vazia, aqui se tem intensamente o plexo vascular e plexo nervoso;
Camada subodontoblástica -> Zona rica em células: encontra-se, especialmente, as células ectomesenquimais indiferenciadas;
Região central da polpa: todo o conteúdo padrão de um tecido conjuntivo.
Ciclos de vida das células da polpa:
Odontoblastos: alguns autores consideram os pré-odontoblastos e as células tem o seu momento de atividade, repouso e também tem sua característica de envelhecimento, que no caso do odontoblastos são as fibotuxinas* que ficam marcadas nas células como se fosse depósitos (também acontece quando as células estão mudando o grau de atividade); 
Fibroblastos: blasto de formação não só das fibras, mas da matirz extracelular no geral (fibras + substância fundamental) e em seu ciclo de vida temos os fibroblastos ativo – célula maior, mais organelas e nucléolo evidente e os fibroblastos em repouso (célula quiescente) ou mesmo de envelhecimento – redução de organelas necessárias a célula, redução do volume celular e núcleo com a cromatina condensada e as vezes vemos os fibrócitos;
Células ectomesenquimais indiferenciadas: estão principalmente na zona rica em células mas também podemos encontra-las na região central da polpa, principalmente próximo aos capilares (também existe outras células como os pericitos que estão próximo aos capilares e possuem potencial grande de diferenciação – além de poder se diferenciar em células da qual o tecido precisa os pericitos também pode se diferenciar em células endoteliais).
Então, entra um feixe vasculo-nervoso pela região de forame apical e entram como vasos maiores com altos calibres e vão sofrendo ramificações, principalmente, na região coronária onde será originados vasos mais finos/delicados o que chamamos de microcirculação (rica na zona pobre em células). Geralmente, nas regiões de vascularização pulpar são encontradas várias anastomoses artério-venosas que ajudam a regular o fluxo sanguíneo (uma conexão direta).
A função sensitiva, todas as terminações iram responder como dor, e isso acaba sendo também uma certa proteção. O suprimento nervoso vem também de ramificações que temos do nervo trigêmeo. Então falamos dos nervos aferentes sensoriais derivados do trigêmeo e ramos simpáticos oriundos do gânglio cervical superior. Essas terminações formam um plexo nervoso que se localizam, principalmente, na região pobre em células e esse plexo nervoso, que fica mais evidente na porção coronária, é denominado de plexo nervosocoronário ou plexo nervoso Raschkow (em síntese, é o plexo nervoso subodontoblástico que se localiza, principalmente, na região pobre em células). Esses plexos nervosos são bem abundantes nos cornos pulpares e isso torna essas regiões mais sensíveis, e algumas terminações irão penetrar no interior dos túbulos dentinários, principalmente axônios mielínicos, mas lembrando que não é em toda a extensão de túbulos dentinários que se tem terminações nervosas. 
Alterações pulpares
	A polpa irá sofrer alterações com tempo – pela idade cronológica ou pelos estímulos e sobrecarga que o dente irá receber. Então temos as modificações normais da idade, a produção de dentina secundária ao longo da vida diminui a cavidade pulpar e então ocorre a redução do volume pulpar. Outra característica é que a polpa era inicialmente um tecido conjuntivo frouxo e ele vai se tornando denso (porque diminui a quantidade de células e aumenta a quantidade de fibras).
Perda e degeneração de terminações nervosas: por isso que os idosos possuem bem menos sensibilidade;
Apoptose das células indiferenciadas: mesmo não sendo utilizadas elas possuem um ciclo de vida;
Dentina esclerótica;
Calcificações.
Calcificações pulpares (característica de envelhecimento ou causa idiopática) são massas calcificadas com proporção de cálcio e fosforo que tem uma constituição semelhante à dentina, não como aquela organização de túbulos mas como matriz orgânica e inorgânica. Geralmente, elas se organizam de forma mais concêntrica de tecido mineralizada e em geral estão localizadas mais próximas dos ápices do dente. 
Cálculos pulpares:
Nódulos verdadeiros ou falsos: dependendo se eu tenho células ou não;
Nódulos livres ou aderidos: podem estar soltos na polpa ou aderidos a alguma superfície.
A perda da vitalidade pulpar torna o dente mais frágil e sujeito a fraturas devido à redução de sua resiliência.

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