Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FOCUSCONCURSOS.COM.BR Processo Penal | Material de Apoio Professor Rodrigo Sengik. FINALIDADES E VALOR PROBATÓRIO DO IP 1. FINALIDADES DO IP O IP possui várias finalidades, das quais destaco: Colheita de elementos de informação acerca da materialidade e autoria/participação em infração penal, para que o titular da AP (o MP, na AP Pública, ou o Ofendido, na AP Privada) possa ingressar em juízo. Para nossos Tribunais superiores, alguém só pode ser processado penalmente se existir justa causa para tanto. Essa justa causa, que acabou se tornando uma expressão jurídica, consiste no lastro probatório mínimo acerca de materialidade e autoria/participação do sujeito em infração penal. Sem isso, não há AP. Mas de onde vamos tirar essa tal justa causa? Exatamente das investigações preliminares, das quais, a mais famosa pra gente, é justamente o IP. Daí dizermos que a finalidade mais concreta do IP é conferir justa causa para a AP. Levantamento de dados necessários para decretação de medidas cautelares, como prisão preventiva e temporária. Quando você estudar essas modalidades prisionais, verá que cada uma delas tem requisitos específicos, como, por exemplo, a necessidade do cárcere preventivo quando for preciso assegurar a aplicação da lei penal. Mas onde o Juiz vai alicerçar sua decisão? Simples: nos elementos de informação colhidos no IP. Então, os elementos de informação colhidos durante o IP podem ser utilizados pelo Juiz em suas decisões? Sim! É óbvio que sim. Apenas tenha cuidado com o atual artigo 155 do CPP, que nos diz que eles não podem ser utilizados de modo exclusivo para formar a convicção do Magistrado. Olhe só: Art. 155 do CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Há, ainda, uma finalidade negativa de suma importância: alguém sabidamente inocente não deve ser processado penalmente. Muitas vezes, durante o IP levantamos informações que demonstram cabalmente que o sujeito investigado é inocente, por exemplo, não tem nada a ver com o fato criminoso. Nessa hipótese, o indivíduo sequer responderá por AP. Dessas 3 finalidades, lembre-se da primeira. É ela que mais cai e nossas provas! 2. VALOR PROBATÓRIO DO IP Quando seu edital exigir o valor probatório do IP, em verdade, o que ele pretende é saber se você conhece o valor de convencimento dos elementos de informação colhidos no IP. Nesse passo, saiba que tudo que é produzido no IP tem o mesmo valor, qual seja: RELATIVO! Claro que possui mais concretude do que as provas produzidas lá na AP, afinal, elas são confeccionadas na frente do Juiz, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, tanto é que o artigo 155 do CPP diz que as decisões do Juiz são fundamentadas nas provas – mas o Magistrado pode usar os elementos de informação em seu convencimento, desde que não seja de forma exclusiva. Veja: Art. 155 do CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Em outras palavras: os elementos de informação produzidos no IP não servem para, de modo exclusivo, fundamentar as decisões do Juiz lá na AP, mas podem ser usados subsidiariamente para tanto. Só isso! 3. LÁ VEM A BANCA! BANCA AQUI, BANCA ACOLÁ! Vamos à uma questão para justificar seu estudo: Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: SEJUS-PI Prova: Agente Penitenciário (Reaplicação) O inquérito policial tem como finalidade, EXCETO, a) apurar a materialidade do crime. b) apurar a autoria do crime. c) colher elementos para informar o titular da ação penal. d) formar a convicção do juiz e fundamentar sua decisão, de forma exclusiva. e) subsidiar a decretação de medidas cautelares. GABARITO: D. 1
Compartilhar