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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI INTERPRETAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DA ISO 9001. ESPÍRITO SANTO 2 3 1 INTRODUÇÃO NBR ISO 9001:2015 Já faz algum tempo que a Gestão de Riscos se transformou na pauta dos assuntos discutidos pelo pessoal envolvido na gestão da qualidade, principalmente depois que a nova versão da ISO 9001:2015 trouxe esse item como uma de suas principais mudanças. Como o assunto “risco” não é tão discutido e disseminado no Brasil, de repente começamos a ouvir e falar vários termos que não éramos habituados, que são citados na ISO 9001:2015: Mentalidade de risco, Gerenciamento de riscos, Pensamento baseado em risco, entre outros. Considerando a definição da ISO 9001:2015, risco é o efeito sobre a incerteza, ou seja, o desvio positivo ou negativo relacionado ao resultado esperado de um processo, projeto, ou qualquer outro objetivo. Desta forma, gestão de risco é um processo que visa identificar, analisar e planejar ações a fim de evitar situações indesejadas ou potencializar oportunidades. Na gestão da qualidade é muito comum discutir sobre o “por que” de ter acontecido algo e estamos continuamente procurando a causa raiz de uma determinada ocorrência. O trabalho consiste em encontrar o máximo possível e gerenciá-los a fim de ter a possibilidade de prevenir a empresa contra ameaças e prepará-la para oportunidades. 4 Fonte: static1.squarespace.com Logo na introdução da ISO 9001:2015, encontramos o item 0.3.3 – Mentalidade de Risco com a ênfase de que é algo essencial para conseguir um sistema de gestão da qualidade eficaz. A mentalidade de risco já existia nas versões anteriores da ISO, mas estava implícita no termo ação preventiva, que utilizávamos para eliminar não conformidades potenciais e prevenir recorrências. Mas quando a gente vê o termo “mentalidade de risco” com tanto destaque na ISO, fica evidente que devemos ter uma abordagem relacionada a riscos muito mais abrangente na empresa. Muito mais do que apenas um processo descrito: implantar uma mentalidade de risco está mais ligado a estabelecer uma cultura de prevenção do que escrever um procedimento. Isso envolve não só os conceitos técnicos de como fazer, mas também uma comunicação efetiva para fazer as pessoas adotarem o pensamento baseado em riscos, analisando sempre as possibilidades de algo dar errado nas suas ações, afinal, o papel da gestão da qualidade dentro da organização sempre foi a prevenção! A ISO 9001:2015 não tem um requisito que implica implantar métodos formais ou um processo de gestão de risco, deixando a critério da empresa decidir desenvolver ou não uma metodologia condizente a sua realidade. 5 Mas é importante entender que ao se estabelecer um processo, você torna mais tangível o conceito “risco” na organização, deixando mais claro para as pessoas o que é abordar e considerar riscos em suas rotinas, ajudando a disseminar a cultura. Incentivar uma mentalidade de risco na organização significa orientar a empresa para um pensamento sobre quais ameaças e oportunidades existem ao fazer algo. E que é preciso agir sobre essas situações para se prevenir em relação aos efeitos, tornando a empresa mais preparada, mais forte e que tenha bons resultados a longo prazo. Os princípios Foco no cliente, Liderança e Engajamento das pessoas não passaram por mudanças significativas na nomenclatura e conceito. Mas os outros 4 princípios: Abordagem de Processo, Melhoria, Tomada de decisão baseada em evidências, Gestão das relações. Apresentaram diferenças de terminologias para esclarecer o entendimento do significado desses princípios. Fonte: www.vorle.ru 6 Aqui é onde vemos a maior mudança e de onde é “retirado” um dos princípios com a nova versão da ISO. O título em relação a versão 2008 segue igual, mas a Norma unificou Abordagem de processos com Abordagem sistêmica de gestão. Acredito que havia muita confusão a respeito da separação de sistema de gestão e abordagem de processos, já que ambos estão envolvidos em uma mesma abordagem. Processos são encontrados no decorrer de toda a ISO e é evidente que os resultados desejados são alcançados mais facilmente quando as atividades e os recursos relacionados são gerenciados como processos dentro do Sistema de Gestão da Qualidade. O princípio de melhoria, que era conhecido na versão anterior como Melhoria contínua, traz a mensagem de que as organizações que estão sempre em busca de soluções para aumentar o resultado conseguem se destacar. Essa mudança vem mais esclarecida quando olhamos para o requisito Melhoria, que se estende na melhoria da Empresa como um todo, dos produtos e a melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade. Na versão 2008, o título desse princípio era: Abordagem factual para tomada de decisão. A mudança da terminologia veio principalmente pelo significado da palavra, como podemos ver: “Fato: Coisa cuja realidade pode ser comprovada”. “Evidenciar é mostrar evidência, é tornar incontestável qualquer argumentação, é não deixar dúvidas, é assumir uma afirmação. ” De acordo com a declaração da ISO 9000:2015: “As decisões com base na análise e avaliação de dados e informações são mais propensas a produzir resultados desejados”. A ISO 9001:2015 dá uma ênfase às partes interessadas como um todo e acredito que muitos deixavam as outras partes interessadas de lado quando esse princípio tratava especificamente sobre fornecedores. 7 É claro que deve existir uma relação mutuamente benéfica entre os fornecedores e a organização, porém, não só com eles. Uma boa relação serve para que a organização consiga crescer e manter uma parceria com todos que agregam valor à organização, desde clientes até a sociedade. Tem muito a ver com o que se espera de cada parte interessada e como você deve se comunicar com elas para extrair o melhor das relações. 1.1 Escopo Fonte: www.mbaeposonline.com.br O conceito de Escopo algumas vezes é confundido no meio acadêmico e na vida prática dos gerentes de projetos. Segundo o dicionário Aurélio, “escopo é um local bem determinado a que se aponta para atingir; objetivo que se pretende atingir; limite ou abrangência de uma operação”. Em português de Portugal, se chama “Âmbito”, em espanhol “Alcance” e em inglês “Scope”. A ideia é, portanto, estabelecer o limite do trabalho do projeto, com foco no (s) objetivo (s) que ele deve alcançar. Escopo - A soma dos produtos, serviços e resultados a serem fornecidos na forma de projeto. O PMBOK® considera, o que é ótimo, o fornecimento de um resultado como parte do escopo. A ideia é que a expectativa do cliente pode ser (e normalmente é) 8 obter um resultado (por exemplo, a redução do número de acidentes em uma fábrica) e não somente produtos e serviços (por exemplo, EPI, treinamento, novo processo etc.). Qualquer produto, resultado ou capacidade para realizar um serviço exclusivo e verificável que deve ser produzido para terminar um processo, uma fase ou um projeto. Muitas vezes, utilizado mais especificamente com referência a uma entrega externa, sujeita à aprovação do patrocinador ou do cliente do projeto. Perceba que o PMBOK® inclui como entrega, além de produtos e serviços: “resultado” e “capacidade”. Acho que está mal escrito, mas a ideia é que existem entregaspara o cliente (escopo do cliente) e entregas que capacitam a geração do escopo do cliente (é o que chamo de escopo interno, em função da estratégia para gerar o escopo do cliente). Se utilizarmos a figura de um ovo estrelado para representar o escopo do projeto, a gema seria o escopo para o cliente e a clara o escopo interno para capacitar a geração do escopo do cliente. No exemplo do projeto de construção da casa dos seus sonhos, uma piscina seria parte do escopo do cliente, mas a necessária construção de um barracão para guarda de materiais seria parte do escopo interno. Escopo do projeto: O trabalho que deve ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas. EA: É a decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser executado pela equipe do projeto a fim de alcançar os objetivos do projeto e criar as entregas exigidas. Cada nível descendente da EAP representa uma definição cada vez mais detalhada do trabalho do projeto. Não gosto de como está escrita a definição de escopo do projeto, mas a ideia é que o trabalho do projeto tem de atender às expectativas do escopo do cliente. Mesmo que a expectativa seja um resultado, o trabalho para entregar esse resultado tem de ser a geração de produtos e serviços. Portanto, se vamos fazer o planejamento do escopo em uma Estrutura Analítica do Projeto (EAP), lá devem ser colocados os produtos e serviços, mas não os resultados esperados. Acho melhor, então, não definir o escopo do projeto como sendo um somatório de entregas, mas sim um somatório de produtos e serviços. 9 Se a entrega for um resultado, ele não aparece na EAP, pois é uma consequência dos produtos e serviços entregues. Por exemplo, em um projeto de reestruturação do processo de matrícula em uma escola, um dos resultados esperados seria a redução do tempo que o aluno gasta fazendo a matrícula. Repare na EAP abaixo que essa entrega não consta da EAP, mas sim os produtos e serviços que permitirão o alcance desse resultado. Pacote de trabalho. Uma entrega ou componente do trabalho do projeto no nível mais baixo de cada ramo da Estrutura Analítica do Projeto. O pacote de trabalho inclui as atividades do cronograma e os marcos do cronograma necessários para terminar a entrega do pacote de trabalho ou o componente do trabalho do projeto. O pacote é, portanto, o nível mais baixo da EAP, não podendo, portanto, existir o conceito de subpacote, como algumas vezes vemos na literatura. Levando-se em consideração que podemos combinar com o cliente uma entrega (por exemplo, o material didático em um projeto de treinamento), mas planejarmos com a equipe um nível mais baixo de geração do escopo (por exemplo: apostila, slides e impressão). Perceba que um pacote de trabalho pode não ser uma entrega para o cliente e que essa entrega, portanto, pode estar em qualquer nível da EAP. Dicionário da EAP. Um documento que fornece informações detalhadas sobre entregas, atividades e agendamento de cada componente da estrutura analítica do projeto. A ISO 9001 deixou de ser uma norma presente apenas no ambiente das grandes empresas para fazer parte de maioria das organizações industriais e de serviços no Brasil. Termos como ISO 9001, processos, qualidade, auditoria, requisitos, especificações e não conformidades estão virando rotina no ambiente de trabalho e geralmente os cursos sobre a norma não são muito baratos, a qualidade realmente é um tema caro, e geralmente complexo, pois exige conhecimentos sobre administração, engenharia, estatística e relações humanas. Se você ainda não leu a norma ou não participou de algum curso e está sendo exigido quanto a esse tema, então aproveite esse post para fazer uma introdução a Norma ISO 9001. O objetivo é que você não "fique a ver navios" quando ela for discutida em alguma reunião ou aparecer durante um bate papo informal. Uma norma 10 de Gestão que nasce no nível estratégico e é disseminada por todos os níveis da organização A ISO 9001 é uma norma que define requisitos no âmbito da gestão empresarial, ela não define quais devem ser as características do seu produto ou qual o nível de ruído ideal no ambiente de trabalho, por exemplo. São apresentadas exigências na administração com um objetivo principal: gerenciar os requisitos do cliente para que o entendimento e atendimento desses requisitos sejam eficazes. De forma geral a organização vai precisar levantar os requisitos do cliente, controlar documentos e registros, realizar medições, manter indicadores, propor melhorias no processo, e mais um conjunto de mudanças que vão impactar a forma como a organização é gerenciada. Se uma empresa é administrada atendendo os requisitos da ISO 9001, é bem provável que um profissional que conheça a norma saiba de grande parte das rotinas de trabalho dessa organização, então, ao ser admitido por uma empresa certificada ISO 9001 já vai começar na frente daqueles que não a conhecem. O grande objetivo da norma é fazer com que as organizações atendam aos requisitos do cliente. A ideia é ótima, só existe mercado se existir necessidades, se existem necessidades existem requisitos e para a organização ter sucesso no mercado deve identificar, monitorar e atender os requisitos do cliente. O SGQ tem por objetivo a melhoria contínua da organização, através do planejamento, controle e ações corretivas e preventivas. A norma está estruturada de acordo com a metodologia do PDCA. Inicialmente é preciso determinar os requisitos do cliente e depois fornecer conforme o especificado, para isso a organização deve ter um processo de realização do produto com recursos e profissionais competentes. Após o fornecimento do produto a organização deve avaliar a satisfação do cliente, e com base nesses resultados implementar as correções no sistema, o resultado é a melhoria contínua. 11 Fonte: www.s3.amazonaws.com O SGQ tem por objetivo a melhoria contínua da organização, através do planejamento, controle e ações corretivas e preventivas. A norma está estruturada de acordo com a metodologia do PDCA. Inicialmente é preciso determinar os requisitos do cliente e depois fornecer conforme o especificado, para isso a organização deve ter um processo de realização do produto com recursos e profissionais competentes. Após o fornecimento do produto a organização deve avaliar a satisfação do cliente, e com base nesses resultados implementar as correções no sistema, o resultado é a melhoria contínua. A qualidade teve seus maiores impulsos nas empresas japonesas durante a pós Segunda Guerra Mundial e logo se espalharam pelo mundo ocidental. Com os resultados alcançados por estas, as empresas do mundo inteiro foram atraídas para este conceito e buscam constantemente sua adequação. A ISO 9000 - Qualidade é o nome genérico utilizado pela série de normas da família 9000 (ISO) que estabelece as diretrizes para implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade - SGQ ISO 9001. 12 Fonte: www.sustentare.net A ABNT NBR ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabelece a terminologia para estes sistemas. A ABNT NBR ISO 9001 especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, onde uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam aos requisitos do cliente e os requisitos regulamentares aplicáveis, e objetiva aumentar a satisfação do cliente. Esta norma promove a adoção de uma abordagem de processo para o desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia de um sistema de gestão daqualidade para aumentar a satisfação do cliente pelo atendimento aos seus requisitos. Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que determinar e gerenciar diversas atividades interligadas. Uma atividade ou conjunto de atividades que usa recursos e que é gerenciada de forma a possibilitar a transformação de entradas em saídas pode ser considerada um processo. Frequentemente a saída de um processo é a entrada para o processo seguinte. Uma vantagem da abordagem de processo é o controle contínuo que ela permite sobre a ligação entre os processos individuais dentro do sistema de processos, bem como sua combinação e interação. 13 Fonte: www.faculdade.ienh.com.br Quando usada em um sistema de gestão da qualidade, esta abordagem enfatiza a importância: Do entendimento e atendimento dos requisitos Da necessidade de considerar os processos em termos de valor agregado Da obtenção de resultados de desempenho e eficácia de processo Da melhoria continua de processos baseada em medições objetivas Esta Norma especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, quando uma organização: Necessita demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam de forma consistente aos requisitos do cliente e requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis, e Pretende aumentar a satisfação do cliente por meio da aplicação eficaz do sistema, incluindo processos para melhoria contínua do sistema, e assegurar a conformidade com os requisitos do cliente e os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis. Nesta norma, o termo “produto” aplica-se apenas para: Produto pretendido ou requerido por um cliente, 14 Qualquer resultado pretendido resultante dos processos de realização do produto. Requisitos estatutários e regulamentares podem ser expressos como requisitos legais. Fonte: www.static-public.klickpages.com.br Todos os requisitos desta Norma são genéricos e se pretende que sejam aplicáveis a todas as organizações, independentemente do seu tipo, do seu porte e do produto que fornecem. Quando algum (ns) requisito (s) desta Norma não puder (em) ser (em) aplicado (s), devido à natureza de uma organização e seu produto, ele (s) pode (m) ser considerado (s) para exclusão. Quando forem efetuadas exclusões, alegações de conformidade com esta Norma não serão aceitáveis, a não ser que as exclusões estejam limitadas aos requisitos e que tais exclusões não afetem a capacidade ou responsabilidade da organização de fornecer produto que atenda aos requisitos do cliente e requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis. Escopo Referência normativa 15 Termos e definições Contexto da Organização Liderança Planejamento Apoio Operação Avaliação de desempenho Melhoria Benefícios de uma estrutura normativa padronizada: Todas as normas (com algumas exceções) terão exatamente a mesma estrutura normativa; Maior eficiência no atendimento de requisitos normativos presentes em diversas normas de gestão; Melhor clareza na integração de normas de gestão; Padronização dos principais conceitos apresentados nas diversas normas de gestão. Juntamente com a nova versão da ISO 9001:2015, vieram várias alterações para as organizações que possuem ou pretendem implantar essa certificação. Algumas dessas alterações foram: A saída do manual da qualidade, Saída da ação preventiva, Gestão de riscos, uma das mudanças muito significativas, foram nos Princípios da Qualidade. Antes eram 8 Princípios, e na nova ISO 9000:2015, temos apenas 7 Princípios da Qualidade. 2 PRINCÍPIOS DE GESTÃO DA QUALIDADE Nesta parte falaremos sobre a relação entre os 7 princípios e como eles impactam o Sistema de Gestão da Qualidade. Quando a gente pensa em Qualidade, sempre virão várias definições e visões distintas. 16 Quando você pensa dessa forma, fica muito mais fácil imaginar o que é Qualidade. Todo Sistema de Gestão da Qualidade busca intensificar o foco no cliente com o objetivo de aumentar sua satisfação. Isso tem que ficar muito claro para toda empresa em tudo o que ela fizer, nas mínimas atividades. Os colaboradores devem saber da importância que possuem ao realizarem suas atividades, e como isso impacta na satisfação dos clientes. Esse hábito começa a se tornar real quando é conduzido pela liderança, o que nos leva ao próximo princípio. 2.1 Foco no cliente Quando a gente pensa em Qualidade, sempre virão várias definições e visões distintas. O que muita gente não sabe é que Qualidade não é uma palavra sozinha, ela deve ser acompanhada de uma pergunta: Qualidade pra quem? Quando você pensa dessa forma, fica muito mais fácil imaginar o que é Qualidade. Todo Sistema de Gestão da Qualidade busca intensificar o foco no cliente com o objetivo de aumentar sua satisfação. Isso tem que ficar muito claro para toda empresa em tudo o que ela fizer, nas mínimas atividades. Os colaboradores devem saber da importância que possuem ao realizarem suas atividades, e como isso impacta na satisfação dos clientes. Esse hábito começa a se tornar real quando é conduzido pela liderança, o que nos leva ao próximo princípio. 2.2 Liderança É importante entender que liderança não se trata apenas de cargos gerenciais ou de pessoas que estão à frente de equipes, mas é quem toma atitude de liderar mudanças, ações e resultados. Se seus gerentes não lideram a Qualidade, possivelmente seu SGQ vai falhar, simplesmente porque eles não trabalharam para engajar as pessoas no seu projeto. Um exemplo disso é: se um novo colaborador 17 entra na organização e seu líder direto não fala sobre Qualidade, como ele vai saber que a Qualidade é importante na organização? 2.3 Engajamento das pessoas Quando você tiver líderes da Qualidade na sua organização, pessoas que conversem sobre isso e que em cada atividade e resultado apontem uma relação direta com a Qualidade, ficará mais nítido o porquê ela é importante e tem que funcionar. Imagine que a produção esteja engajada num projeto de aumentar a produtividade. Se ela conseguiu obter o resultado desejado através de práticas da Qualidade, isso será um incentivo para outros departamentos acreditarem que aquilo funciona, e aí você começa a encontrar caminhos para padronizar a Qualidade. 2.4 Abordagem de processos A padronização acontece quando você estabelece processos. Fazer um lanche na sua casa é fácil, fazer uma rede de lanches pelo mundo garantindo que todos tenham o mesmo sabor, como por exemplo o McDonald’s, é outro desafio. Pessoas engajadas tendem a buscar o entendimento dos processos e o quanto eles podem contribuir para a Qualidade, tornando mais rápida a aderência ao SGQ. Depois que você consegue estabelecer processos e fazer com que eles sejam seguidos, você precisa saber se esses são realmente bons e se estão satisfazendo os clientes. 2.5 Tomada de decisão baseada em evidências Monitorar e medir os processos é uma atividade que deve ser feita continuamente… por todos! Analisando evidências e números você verá o que está falhando ou o que não está dando o resultado que deveria dar. É muito divertido fazer análises com base em opiniões pessoais, e com certeza, a experiência é muito válida nesse sentido. Mas ainda acredito que Deming tinha algum motivo para dizer “eu acredito em Deus, para o resto quero ver fatos e dados”. 18 2.6 Melhoria “O que pode ser medido, pode ser melhorado!” (Peter Drucker) O que você deveanalisar para melhorar? Para quem deve melhorar? É mais fácil analisar a resposta dessas perguntas quando se tem os outros princípios realizados. Uma das filosofias da Honda é: “um dos motivos pelos quais nossos clientes estão sempre satisfeitos é porque nós nunca estamos”. Se você quer que o seu SGQ cumpra o objetivo de satisfazer clientes, você precisa dormir e acordar pensando em melhorar. As melhorias são essenciais para conseguirmos gerir pessoas e processos. 2.7 Gestão de relacionamentos Um dos nossos leitores do Blog da Qualidade nos trouxe uma pergunta que se encaixa aqui: Um produto produzido totalmente de acordo com o pedido do cliente e, posteriormente devolvido para ser refeito porque o cliente não disse uma especificação, pode ser considerada uma Não Conformidade? Claro que sim. Houve uma falha no processo de comunicação e na gestão de relacionamento entre os processos. Caso houvesse a interação adequada entre todas as partes interessadas e etapas do processo, não haveria esse problema! Essa é a importância de gerenciarmos os relacionamentos entre processos, pessoas, organizações, etc. Foco no Cliente tem a ver com liderança. A liderança envolve o engajamento das pessoas, este engajamento aborda todos os processos. Abordar os processos torna possível tomar decisões baseando-se em evidências. Com essas evidências, dá pra melhorar… e melhorar muito! Quando tudo isso estiver acontecendo, você deve se preocupar somente em gerenciar os relacionamentos. Imagine um tabuleiro em que todas as peças são interligadas e dependem umas das outras para poderem seguir em frente e andar para a “próxima” casa. Então, assim é que o Sistema de Gestão da Qualidade deve funcionar. 19 2.8 Flexibilização nas necessidades de partes interessadas Outra mudança que contribui para as empresas é a maior organização que elas terão ao dispor para definir requisitos das partes interessadas. Nesse sentido, também foi ampliada a compreensão do que elas abrangem. Antes só focalizado nas necessidades dos consumidores/ clientes, o conceito também passou a compreender outros públicos de interesse. O que permite avaliar o impacto da sustentabilidade da empresa caso seus anseios não sejam atendidos. Desse modo, a flexibilização nesse item permite à empresa um olhar mais abrangente, a partir do estabelecimento de requisitos específicos e focalizados em atender o que esperam as partes interessadas. 2.9 Ampliação do conceito de produtos A ISO 9001 versão 2015 fez um ajuste que também contribui para a adequação de um número maior de empresas no sistema de gestão de qualidade. Anteriormente, alguns empresários não se alinhavam às normativas porque a citação era única e exclusivamente ao termo “produto”, não citando nominalmente o termo “serviços”. Desse modo, muitos desconheciam que poderiam se adequar à ISO, mesmo aquelas cuja interface junto ao cliente configura uma entrega, sem ter algo tangível. Para tornar a regra ainda mais clara, a nova versão passou a incluir a nomenclatura “produtos e serviços”. 2.10 Definições de aplicabilidade Os requisitos de como será aplicada a ISO 9001 também ganham especial destaque nessa nova versão. No item “escopo” a corporação pode indicar como serão postas em práticas as regras, para atender aos princípios da certificação. O que facilita para que ela consiga mensurar quais atividades pode oferecer riscos para o não- cumprimento da norma técnica, por exemplo. 20 Mas isso não quer dizer que toda essa decisão está na mão da empresa. Ela apenas pode optar que um requisito não se aplica, somente se isso não impactar na adequação à norma técnica. Essas quatro características trouxeram novas possibilidades para que as empresas atuem em sintonia com a ISO 9001 versão 2015. O instituto da substituição tributária é tradicional no nosso sistema jurídico- tributário. Tradicional, porém ainda incompreendido por muitos, que não logram diferenciá-lo adequadamente de figuras afins e/ou desconhecem a sua peculiar estrutura normativa. Pretende-se contribuir para a compreensão e a escorreita aplicação desse fundamental instituto tributário, vocacionado a facilitar a fiscalização e a arrecadação, bem como promover a igualdade na implementação fática da tributação. Fonte: www.boettocontabil.com.br Antes de tudo, cabe definir a figura do substituto tributário, diferenciando-o perante a categoria central dos contribuintes. Na estrutura normativa da substituição progressiva (“para frente”), a relevância jurídica da figura do substituído é particularmente clara. Em tal modalidade de substituição, objetiva-se a antecipação, a cargo de contribuinte situado em etapa antecedente da cadeia econômica (substituto), do recolhimento de tributo que nasceria de fato futuro, a ser praticado pelo substituído. 21 A base de cálculo diz respeito à operação futura deste (denominada fato gerador presumido), sendo determinada por estimativa. A alíquota aplicada é a prevista para a operação a ser praticada pelo substituído. Se o tributo for sujeito ao princípio da não cumulatividade, o montante devido pela operação própria do substituto deve ser compensado com aquele (ou abatido daquele) relativo à operação futura do substituído. E caso o fato gerador presumido não se verifique, a quantia paga deverá ser imediatamente restituída (art. 150, §7º, da CF), mas não àquele que a pagou, senão ao substituído (cfr. art. 10 da LC 87/1996, que rege o ICMS). A proposta desta estrutura foi submetida aos países-membros da OMA e aceita em junho de 2005, como uma das respostas do mundo à ameaça representada pelo terrorismo e contrabando internacionais, após o incidente de 11 de setembro de 2001. Essa iniciativa trouxe uma nova metodologia e procedimentos a serem seguidos, tanto por parte das Administrações Aduaneiras como pelas empresas que operam em Comércio Exterior. Fonte: www.famma.br Esse novo programa destacou a utilização de informação eletrônica avançada, o gerenciamento de risco, as inspeções na origem (pré-embarque, preferencialmente por meio de scanners) e a cooperação com as empresas, objetivando o estabelecimento de padrões que promovam a Segurança da Cadeia de Suprimentos e a facilitação do Comércio internacional de produtos, bem como reforçar a rede de 22 comunicação entre as administrações Aduaneiras, visando melhorar a sua capacidade de detectar operações de alto risco, ao mesmo tempo promovendo a cooperação contínua entre as empresas. O documento relacionado a seguir é indispensável à aplicação deste documento. Para referencias datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referencias não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas). ABNT NBR ISO 9000:2005, Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário. 2.10.1 Termos e definições Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR ISO 9000. Ao longo do texto desta Norma, onde aparecer o termo “produto”, este também pode significar “serviço”. Com o surgimento da ideia de sustentabilidade, o uso das energias renováveis favorece a preservação do meio ambiente, pois faz uso de meios naturais, abundantes e reaproveitáveis para a produção de energia elétrica. O Brasil se tornou evidência no cenário global, devido a sua enorme capacidade de produzir energia sem que haja tantos danos ao meio ambiente. 3 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE O Sistema de Gestão da Qualidade, conhecido pelos profissionais da área pelo acrônimo SGQ é um conjunto deelementos interligados e integrados utilizado para atender à política da qualidade e os objetivos de uma organização. Ele é um elemento fundamental para que os produtos e serviços atendam às expectativas dos consumidores. O SGQ também é uma ferramenta que melhora o controle e padroniza os processos, além de permitir a mensuração da eficácia das ações tomadas – sempre colocando a satisfação dos clientes em primeiro lugar e visando melhoria. 23 Uma das mais reconhecidas instituições mundiais que determinam as normas do SGQ é a International Organization for Standardization (ISO), sediada em Genebra, Suíça. Ela estabelece boas práticas e métodos para controle de qualidade, entre outras coisas, e faz a avaliação das empresas que adotam os parâmetros. A ISO 9001 por exemplo, determina os seguintes princípios para um bom sistema de gestão da qualidade: Foco no cliente; Liderança; Envolvimento das pessoas; Abordagem por processos; Abordagem sistêmica; Melhoria contínua; Decisões baseadas em fatos; Relacionamento com fornecedores. Normalmente, as empresas comprovam o atendimento a estes requisitos por meio de documentos e registro para receber a certificação — o que a torna uma empresa chancelada com o selo ISO. Fonte: www.faculdade.pioxii-es.com.br 24 Além da ISO 9001, existem também outras duas certificações muito populares no Brasil. São elas: ISO 14001, que certifica a da qualidade da gestão ambiental e a ISO 16001, que certifica a responsabilidade social. Existe uma série de benefícios que as empresas colhem quando implementam um Sistema de Gestão de Qualidade e obtém certificações. Dentre elas, destacam- se: Promoção do comprometimento de toda a organização com a qualidade; Ganho de melhoria continua no desenvolvimento do negócio por meio de práticas gerenciais otimizadas; Melhoria na eficiência e na eficácia dos produtos e serviços oferecidos ao mercado; Redução de perdas no processo produtivo; Ganho de diferencial competitivo perante a concorrência (diminuição da concorrência desleal, por exemplo); Ganho de reputação para a marca — clientes cada vez mais conscientes e bem informados reconhecem os selos e certificações de qualidade internacionais e tendem a dar preferência às empresas detentoras; Fonte: www.0201.nccdn.net Garantia legal de que os produtos e serviços atendem às normas nacionais e internacionais de qualidade; 25 A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter um sistema de gestão da qualidade, e melhorar continuamente a sua eficácia de acordo com os requisitos desta Norma. A organização deve: • Determinar os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade e sua aplicação por toda a organização. • Determinar a sequência e interação desses processos, • Determinar critérios e métodos necessários para assegurar que a operação e o controle desses processos sejam eficazes, • Assegurar a disponibilidade de recursos e informações necessárias para apoiar a operação e o monitoramento desses processos, • Monitorar, medir onde aplicável e analisar esses processos, e • Implantar ações necessárias para atingir os resultados planejados e a melhoria continua desses processos. Fonte: www.posgrado.net.br Esses processos devem ser gerenciados pela organização de acordo com os requisitos desta Norma. Quando uma organização optar por terceirizar algum processo que afete a conformidade do produto em relação aos requisitos, a organização deve assegurar o controle desses processos. O tipo e a extensão do controle a ser aplicado a esses 26 processos terceirizados devem ser definidos dentro do sistema de gestão da qualidade. Os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade acima referenciados incluem processos para atividades de gestão, provisão de recursos, realização do produto e medição, análise e melhoria. Um “processo terceirizado” é um processo que a organização necessita para seu sistema de gestão da qualidade, e que a organização escolhe para ser executada por uma parte externa. Assegurar que o controle sobre os processos terceirizados não exima a organização da responsabilidade de estar conforme com todos os requisitos do cliente, estatutários e regulamentares. O tipo e a extensão do controle a ser aplicado ao processo terceirizado podem ser influenciados por fatores como: • Impacto potencial do processo terceirizado sobre a capacidade da organização de fornecer produto em conformidade com os requisitos, • O grau no qual o controle do processo é compartilhado, • A capacidade de atingir o controle necessário por meio de aplicação descrita anteriormente. Fonte: www.reader11.docslide.net A documentação do sistema de gestão da qualidade deve incluir: 27 • Declarações documentadas de uma política da qualidade e dos objetivos da qualidade, um manual da qualidade. • Procedimentos documentados e registros requeridos por esta Norma. • Documentos, incluindo registros, determinados pela organização como necessários para assegurar o planejamento, a operação e o controle eficazes de seus processos. Onde o termo “procedimento documentado” aparecer nesta Norma, significa que o procedimento é estabelecido, documentado, implementado e mantido. Um único documento pode cobrir os requisitos para um ou mais procedimentos. Um requisito para um procedimento documentado pode ser coberto por mais de um documento. A abrangência da documentação do sistema de gestão da qualidade pode diferir de uma organização para outra devido: • Ao porte da organização e ao tipo de atividades. • À complexidade dos processos e suas interações. • À competência do pessoal. A documentação pode estar em qualquer forma ou tipo de meio de comunicação. 3.1 Ciclo Plan – Do – Check – Act O ciclo PDCA pode ser aplicado para todos os processos e para o sistema de gestão da qualidade como um todo. A Figura ilustra como as Seções 4 a 10 podem ser agrupadas em relação ao ciclo PDCA. O ciclo PDCA pode ser resumidamente descrito como a seguir: 28 Figura – Representação da Estrutura desta Norma no Ciclo PDCA Fonte: www.gp4us.com.br — Plan (planejar): estabelecer os objetivos do sistema e seus processos e os recursos necessários para entregar resultados de acordo com os requisitos dos clientes e com as políticas da organização; — Do (fazer): implementar o que foi planejado; — Check (checar): monitorar e (onde aplicável) medir os processos e os produtos e serviços resultantes em relação a políticas, objetivos e requisitos, e reportar os resultados; — Act (agir): executar ações para melhorar desempenho, conforme necessário. 4 RESPONSABILIDADE DA DIREÇÃO É importante entender que liderança não se trata apenas de cargos gerenciais ou de pessoas que estão à frente de equipes, mas é quem toma atitude de liderar mudanças, ações e resultados. 29 Se seus gerentes não lideram a Qualidade, possivelmente seu SGQ vai falhar, simplesmente porque eles não trabalharam para engajar as pessoas no seu projeto. Um exemplo disso é: se um novo colaborador entra na organização e seu líder direto não fala sobre Qualidade, como ele vai saber que a Qualidade é importante na organização? Quando você tiver líderes da Qualidade na sua organização, pessoas que conversem sobre isso e que em cada atividade e resultado apontem uma relação direta com a Qualidade, ficarámais nítido o porquê ela é importante e tem que funcionar. Imagine que a produção esteja engajada num projeto de aumentar a produtividade. Se ela conseguiu obter o resultado desejado através de práticas da Qualidade, isso será um incentivo para outros departamentos acreditarem que aquilo funciona, e aí você começa a encontrar caminhos para padronizar a Qualidade. Fonte: www.2.espm.br A padronização acontece quando você estabelece processos. Fazer um lanche na sua casa é fácil, fazer uma rede de lanches pelo mundo garantindo que todos tenham o mesmo sabor, como por exemplo o McDonald’s, é outro desafio. 30 Pessoas engajadas tendem a buscar o entendimento dos processos e o quanto eles podem contribuir para a Qualidade, tornando mais rápida a aderência ao SGQ. Depois que você consegue estabelecer processos e fazer com que eles sejam seguidos, você precisa saber se esses são realmente bons e se estão satisfazendo os clientes. Monitorar e medir os processos é uma atividade que deve ser feita continuamente por todos. Analisando evidências e números você verá o que está falhando ou o que não está dando o resultado que deveria dar. É muito divertido fazer análises com base em opiniões pessoais, e com certeza, a experiência é muito válida nesse sentido. Uma das filosofias da Honda é: “um dos motivos pelos quais nossos clientes estão sempre satisfeitos é porque nós nunca estamos”. Fonte: www.hotsites.lasa.com.br Se você quer que o seu SGQ cumpra o objetivo de satisfazer clientes, você precisa dormir e acordar pensando em melhorar. As melhorias são essenciais para conseguirmos gerir pessoas e processos. Um dos nossos leitores do Blog da Qualidade nos trouxe uma pergunta que se encaixa aqui: Um produto produzido totalmente de acordo com o pedido do cliente e, 31 posteriormente devolvido para ser refeito porque o cliente não disse uma especificação, pode ser considerada uma Não Conformidade? Claro que sim. Houve uma falha no processo de comunicação e na gestão de relacionamento entre os processos. Caso houvesse a interação adequada entre todas as partes interessadas e etapas do processo, não haveria esse problema! Essa é a importância de gerenciarmos os relacionamentos entre processos, pessoas, organizações, etc. Foco no Cliente tem a ver com liderança. A liderança envolve o engajamento das pessoas, este engajamento aborda todos os processos. Abordar os processos torna possível tomar decisões baseando-se em evidências. Fonte: www.supervendedores.com.br Quando tudo isso estiver acontecendo, você deve se preocupar somente em gerenciar os relacionamentos. Imagine um tabuleiro em que todas as peças são interligadas e dependem umas das outras para poderem seguir em frente e andar para a “próxima” casa. Então, assim é que o Sistema de Gestão da Qualidade deve funcionar. 32 Além de não citar mais o papel do Representante da Direção (RD), a ISO 9001:2015 também deixa mais evidente algumas instruções sobre o quanto a Alta Direção deve estar envolvida com o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Entretanto, quando vamos para a prática, a Diretoria de muitas empresas ainda vê o SGQ como um trabalho “extra” às atividades de rotina. Por que isso acontece? Será que a Direção está preparada para essa mudança de mentalidade? Será que o profissional da qualidade está pronto para envolver a diretoria nesses processos? Antes de qualquer discussão, a primeira coisa a se entender é que a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade é uma decisão totalmente estratégica, ou seja, ninguém tira uma certificação por acaso, com certeza é aprovada pela alta direção para acontecer, ou seja, esse compromisso que a diretoria deve assumir nada mais é do que parte da sua decisão. Uma das mudanças da ISO 9001:2015 deixou mais definido algumas responsabilidades da alta direção que nas versões anteriores estavam mais subentendidas, algumas delas você poderá ver no quadro abaixo: Tópico Nível de responsabilidade da alta direção Tópicos relacionados a serem considerados (5.1.2) Foco no cliente Demonstrar liderança e compromisso Estar ciente das expectativas do cliente, dos requisitos legais e regulamentares pertinentes, os riscos e oportunidades que podem afetar a conformidade dos produtos e serviços que você está oferecendo. Esse entendimento te dará base para fomentar programas de melhoria para garantir o aumento 33 da satisfação do cliente, garantindo assim que sua empresa tenha vida longa! (5.2) Política de Qualidade, objetivos e indicadores Estabelecer, implementar e manter uma Política de Qualidade Estabelecer uma política coerente com a missão, visão e valores estabelecendo os principais processos da organização, orientando a estratégia e objetivos gerais, objetivos da qualidade e metas com indicadores. Deve liderar programas de sensibilização para a Qualidade entre todos os níveis da organização, estimulando novas ideias para a melhoria contínua da empresa. (5.3) Funções organizacionais Atribuir responsabilidade e autoridade para funções relevantes dentro da organização Distribuir as responsabilidades sobre processos e projetos e se preocupar como quanto cada responsável é competente para executar o que se propõe, pode utilizar de ferramentas como matriz de responsabilidade de gerenciamento operacional para cada 34 processo, matriz de qualificações e níveis de competência exigidos, descrições de cargos, listas de processos com os proprietários de processos declarados, função de gerente de qualidade atribuída. Revisão da Estratégia Assegurar que o SGQ continue adequado ao contexto da organização e apoie o direcionamento estratégico Conduzindo e revisando o planejamento estratégico da organização através de ferramentas como a SWOT, por exemplo, considerando aspectos políticos, econômicos, sociais e tecnológicos que podem influenciar a sobrevivência da organização. Acompanhando as pesquisas e resultados da satisfação do cliente, monitorando o alcance das metas relacionadas ao objetivo da qualidade, resultados de auditorias internas, resultados de avaliação de fornecedores, recursos financeiros e humanos necessários para alcance das metas, acompanhando a lista de ações para enfrentar riscos e oportunidades 35 No geral, é importante que a Alta Direção esteja “por dentro” do que está acontecendo em relação a qualidade da organização, e entenda que o SGQ não é uma atividade extra, mas é parte do trabalho de fazer a empresa funcionar, ou seja, fazer que os produtos chegam ao cliente a hora que devem chegar e as atividades são cumpridas de acordo com o que foi planejado. Não é uma tarefa fácil, mas é extremamente necessária para garantir que a empresa sobreviva e que o sistema de gestão da qualidade esteja ajudando no alcance dos objetivos, até porque, quem é o responsável por dizer se o Sistema de Gestão da Qualidade vem sendo uma boa estratégia para a empresa ou não, seja no curto ou longo prazo, é a Diretoria, que por um acaso, é a maior interessada nisso. Fonte: www.media.licdn.com Discutimos sobre a Responsabilidade da Alta Direção de acordo com a ISO 9001:2015 no Qualicast, podcast sobre Gestão da Qualidade e Excelência. É o segundo episódio piloto que fizemos com o JeisonArenhart de Bastiani, Diretor da Forlogic Software, a Marina Beffa, profissional da Qualidade, e eu representando o tático da organização. Ouça o Qualicast 002 “ISO 9001:2015 – A responsabilidade da Direção” e conheça alguns exemplos de como esse envolvimento da alta direção pode ser feito aí na sua organização. 36 A primeira coisa a observar é por que um representante ambiental da direção é requerido para começar. Este é um elemento comum da norma de Sistema de gestão ISO, e basicamente implica que o sistema de gestão possui um gestor específico que retém a responsabilidade e autoridade geral para assegurar que o sistema de gestão funciona. O representante da direção não precisa fazer tudo, mas cabe a ele dizer “a responsabilidade é minha”. O papel do representante da direção é definido em duas partes nos requisitos da ISO 14001. O primeiro é assegurar que o sistema de gestão ambiental está implementado e continua a funcionar, e o seguindo requisito é assegurar que a alta direção sabe o que está acontecendo com o sistema de gestão de forma que eles possam redefinir prioridades, ajustar recursos e alterar planos se necessário. O representante ambiental da direção não precisa realizar todas as ações para implementar o sistema de gestão e verificar que ele continua a funcionar, mas o representante da direção precisa se assegurar que pessoas são designadas para as tarefas necessárias, e estão realizando as tarefas apropriadamente. Como o representante da direção se assegura de que isto ocorre? Aqui estão algumas formas sobre como isto pode ser feito: Estabelecido. Todos os processos que têm interações com o ambiente (chamados aspectos ambientais) precisam ser identificados, e uma forma de monitorar os aspectos precisa estar implementada. Como representante da direção, você pode revisar a identificação e classificação de aspectos ambientais para todos os processos na organização para ter certeza de que elas foram realizadas. Para mais informação sobre este processo, veja Environmental aspect identification and classification. O Segundo item a verificar é se todos os processos requeridos pela ISO 14001 estão implementados em seu sistema de gestão ambiental. Se todos os processos foram revisados considerando aspectos ambientais, todos os processos da ISO 14001 estão implementados, e os empregados sabem como isto os afeta, então o sistema de gestão ambiental está estabelecido. Implementado. O principal elemento para assegurar que o sistema de gestão ambiental está implementado é a primeira rodada de auditorias internas. Quando as auditorias internas verificarem todos os processos que foram estabelecidos para o sistema de gestão ambiental, você saberá se sua implementação é conhecida e realizada por toda a organização. A análise crítica dos resultados das auditorias 37 internas, incluindo as respostas a quaisquer ações corretivas, dará uma boa indicação de quão bem sua implementação está funcionando. Veja também: Internal Audits in the EMS: Five Main Steps. Mantido. Verificar a manutenção do sistema de gestão é muito importante. Passar por todos os problemas de identificação de aspectos, processos e recursos requeridos para implementar o Sistema será um desperdício de esforços se você não tiver a certeza de que o sistema permanece relevante. O principal elemento para fazer isto é a análise crítica pela direção. Na análise crítica pela direção você olhará para os dados do sistema se assegurar que ele mantém sua eficácia e melhorias com o esperado. 5 GESTÃO DE RECURSOS Fonte: www.24horasdegrh.sfori.com A organização deve determinar e prover recursos necessários para: • Implementar e manter o sistema de gestão da qualidade e melhorar continuamente sua eficácia; • Aumentar a satisfação de clientes mediante o atendimento aos seus requisitos. 38 As pessoas que executam atividades que afetam a conformidade com os requisitos do produto devem ser competentes, com base em educação, treinamento, habilidade e experiência apropriados. A conformidade com os requisitos do produto pode ser afetada direta ou indiretamente pelas pessoas que desempenham qualquer tarefa dentro do sistema de gestão da qualidade. A organização deve: • Determinar a competência necessária para as pessoas que executam trabalhos que afetam a conformidade com os requisitos do produto, • Onde aplicável, prover treinamento ou tomar outras ações para atingir a competência necessária, • Avaliar a eficácia das ações tomadas • Assegurar que o seu pessoal está consciente quanto à pertinência e importância de suas atividades e de como elas contribuem para atingir os objetivos da qualidade, e manter registros apropriados de educação, treinamento, habilidade e experiência. A organização deve determinar e gerenciar o ambiente de trabalho necessário para alcançar a conformidade com os requisitos do produto. O termo “ambiente de trabalho” se refere àquelas condições sob as quais o trabalho é executado, incluindo fatores físicos, ambientais e outros (tais como ruído, temperatura, umidade, iluminação e condições meteorológicas). O termo "Recurso" inclui a totalidade dos recursos que uma organização necessita a fim de operar um sistema de gestão da qualidade eficaz, com uma exceção - recursos financeiros. Nenhuma explicação é fornecida quanto ao motivo de ter sido omitido. Os requisitos são descritos sob os seguintes subtítulos: • Provisão de recursos • Recursos humanos • Instalações • Ambiente de trabalho Aplicável a todos os recursos necessários por uma organização para fornecer e garantir produtos e serviços que resultam em clientes fiéis e satisfeitos. 39 Esses recursos incluem as pessoas, os equipamentos de que precisam, as instalações (fábricas, escritórios etc.), as telecomunicações e outras infraestruturas e apoio. A norma não aborda os recursos financeiros, porém, como explicado posteriormente, os processos financeiros não podem ser ignorados. Se antigamente a área de recursos humanos em uma empresa era responsável por pagamento de salários, férias, demissões e outras funções burocráticas, hoje, o setor vive um novo tempo. O profissional de RH precisa encontrar boas práticas para manter a equipe sempre motivada, atraindo e retendo bons profissionais, trabalhando o bom relacionamento entre as pessoas para, consequentemente, aumentar a produtividade dos colaboradores e gerar mais resultado, valorizando a imagem da empresa, em outras palavras, o gestor precisa tornar o trabalho agradável para os profissionais se comprometerem ainda mais. Treinamento e desenvolvimento dos colaboradores, valorização das pessoas, oferta de benefícios e criação de um ambiente agradável e colaborativo são apenas algumas das novas tarefas de gestão de pessoas. E junto com estas novas funções surgem novas responsabilidades. Listamos abaixo os principais desafios do trabalho do gestor de RH e como lidar com cada um deles. 5.1 Reconhecimento e incentivo Reconhecer e incentivar o colaborador é muito importante para engajar a equipe. Elogiar um trabalho bem feito dá ao profissional uma motivação a mais para realizar suas tarefas. Possibilitar novas aprendizagens é uma forma de incentivar o colaborador, e é possível fazer isso dentro da sua empresa, proporcionando ao trabalhador vivenciar práticas de outros setores e adquirir mais experiências. Um aprendizado implícito muito valioso para o profissional. Lembre-se que colaboradores satisfeitos com o trabalho fazem além de suas obrigações e se preocupam com oandamento da empresa, por isso, é preciso sempre reconhecer um bom trabalho e saber identificar e elogiar os potenciais de cada um. Benefícios para reter talentos: 40 Não poupe esforços na hora de investir nos seus colaboradores, pois os custos de rotatividade pesam muito mais no bolso do que criar benefícios atraentes. Um bom plano de saúde e vales como o de refeição ou alimentação já não impressionam mais o profissional. Busque por benefícios diferenciados como convênios com empresas que sejam relevantes para o colaborador e sua família. Ofereça cursos de idioma ministrados dentro da própria empresa para profissionalizá-lo ainda mais e contrate um bom plano de previdência empresarial, assim a empresa, além de contribuir com a educação financeira do colaborador, o ajuda a projetar uma aposentadoria complementar. Essas vantagens dão à empresa um diferencial no momento da contratação de funcionários e possibilitam ao colaborador que ele equilibre sua vida e valorize ainda mais a empresa em que trabalha. Empresa que oferece benefícios atrativos diminui a rotatividade e atrai ainda mais talentos. 5.2 Comunicação e Transparência Desenvolver uma excelente comunicação com a equipe é também um grande desafio da gestão de RH. Ouvir sempre o que colaborador tem a dizer é muito importante dentro de uma empresa, pois bons comunicadores criam equipes confiantes e engajadas. Estabelecer e informar com facilidade e transparência as políticas de recursos humanos é essencial para criar e manter uma equipe forte e alinhada com os objetivos da empresa. 5.3 Amenizar conflitos internos O maior desafio do profissional de recursos humanos é tornar o ambiente de trabalho harmonioso, porém, ao lidar com pessoas, alguns conflitos sempre irão aparecer. O gestor precisa desenvolver estratégias que amenizem essas tensões sem causar aborrecimento. É importante ressaltar que os conflitos nem sempre são visíveis, podendo ser encontrados em situações como desintegração da equipe, difícil convivência e muita divergência de opiniões entre os colaboradores. Neste caso, é preciso muita cautela para identificar e solucionar estes problemas. 41 5.4 Ser participativo O grande diferencial do gestor de RH é participar do dia a dia dos colaboradores. É necessário estar perto das pessoas para melhor avaliar as suas habilidades, dificuldades e diferenciais. Além disso, as empresas precisam de um gestor que vivencie e compartilhe o dia a dia com os trabalhadores. Ser parte da equipe é motivar o time a alcançar ainda mais resultados. Toda empresa necessita de pessoas, por isso o gestor de RH é tão essencial. Uma equipe bem alinhada, com metas e objetivos definidos, é a protagonista de uma organização bem-sucedida, e um bom trabalho de gestão de pessoas está diretamente associado ao sucesso. É muito importante que as empresas invistam nos seus profissionais, valorizem os talentos da casa e ofereçam um ambiente de trabalho tranquilo e harmonioso, juntamente com oportunidades de desenvolvimento que incentivem o bem-estar e a motivação. Cuidar do bem-estar dos colaboradores é sempre um excelente investimento. 6 REALIZAÇÃO DO PRODUTO A organização deve planejar e desenvolver os processos necessários para a realização do produto. O planejamento da realização do produto deve ser consistente com os requisitos de outros processos do sistema de gestão da qualidade. Ao planejar a realização do produto, a organização deve determinar, quando apropriado: • Os objetivos da qualidade e requisitos para o produto; • A necessidade de estabelecer processos e documentos e prover recursos específicos para o produto; • A verificação, validação, monitoramento, medição, inspeção e atividades de ensaio requeridos, específicos para o produto, bem como os critérios para aceitação do produto; • Os registros necessários para fornecer evidência de que os processos de realização do produto resultante atendem aos requisitos. 42 A saída desse planejamento deve ser em uma forma adequada ao método de operação da organização. Um documento especificando os processos do sistema de gestão da qualidade (incluindo os processos de realização do produto) e os recursos a serem aplicados a um produto, empreendimento ou contrato específico pode ser referenciado como um plano de qualidade. 6.1 Processos relacionados ao cliente 6.1.1 Determinação de requisitos relacionados ao produto. A organização deve determinar: • Os requisitos especificados pelo cliente, incluindo os requisitos para entrega e para atividades pós-entrega, • Os requisitos não declarados pelo cliente, mas necessários para o uso especificado ou pretendido, onde conhecido, • Requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis ao produto, • Quaisquer requisitos adicionais considerados necessários pela organização. Fonte: www.uniabeupos.com.br 43 Atividades de pós-entrega incluem, por exemplo, ações sob condições de garantia, obrigações contratuais, tais como serviços de manutenção e serviços suplementares, como reciclagem e descarte. Análise crítica dos requisitos relacionados ao produto: A organização deve analisar criticamente os requisitos relacionados ao produto. Esta análise crítica deve ser realizada antes da organização assumir o compromisso de fornecer um produto para o cliente (por exemplo, apresentação de propostas, aceitação de contratos ou pedidos, aceitação de alterações em contratos ou pedido) e deve assegurar que: • Os requisitos dos produtos sejam definidos • Os requisitos de contrato ou de pedido que difiram daquelas previamente manifestados estejam resolvidos • A organização tenha capacidade para atender aos requisitos definidos. Devem ser mantidos registros dos resultados da análise crítica e das ações resultantes da análise crítica. Quando o cliente não fornece uma declaração documentada dos requisitos, a organização deve confirmar os requisitos do cliente antes da aceitação. Quando os requisitos do produto forem alterados, a organização deve assegurar que os documentos pertinentes sejam revisados e que o pessoal pertinente seja conscientizado sobre os requisitos alterados. 44 Fonte: www.billiger-autofahren24.de Em algumas situações, como venda pela internet, uma análise crítica formal para cada pedido é impraticável. Nesses casos, a análise crítica pode compreender as informações pertinentes ao produto, como catálogos ou material de propaganda. Comunicação com o cliente: A organização deve determinar e implementar providências eficazes para se comunicar com os clientes em relação a • Informações sobre o produto. • Tratamento de consultas, contratos ou pedidos, incluindo emendas, e Realimentação do cliente, incluindo suas reclamações Planejamento de projeto e desenvolvimento: A organização deve planejar e controlar o projeto e desenvolvimento de produto. Durante o planejamento do produto e desenvolvimento, a organização deve determinar • Os estágios de projeto e desenvolvimento, • A análise crítica, verificação e validação que sejam apropriados para cada estágio do projeto e desenvolvimento, • As responsabilidades e a autoridade para projeto e desenvolvimento. 45 A organização deve gerenciar as interfaces entre os diferentes grupos envolvidos no projeto e desenvolvimento, para assegurar a comunicação eficaz e a designação clara de responsabilidades. As saídas do planejamento devem ser atualizadas apropriadamente, na medida em que o projeto e o desenvolvimentoprogredirem. Análise crítica de projeto e desenvolvimento, verificação e validação têm propósitos distintos. Estas atividades podem ser conduzidas e registradas separadamente ou em qualquer combinação, na forma adequada para o produto e a organização. Entradas de projeto e desenvolvimento: As entradas relativas a requisitos de produto devem ser determinadas e registros devem ser mantidos. Essas entradas devem incluir: • Requisitos de funcionário e de desempenho, • Requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis, • Onde aplicável, informações originadas de projetos anteriores semelhantes, e • Outros requisitos essenciais para projeto e desenvolvimento. As entradas devem ser analisadas criticamente quanto à suficiência. Requisitos devem ser completos, sem ambiguidades e não conflitantes entre si. 6.2 Saídas de projeto e desenvolvimento As saídas de projeto e desenvolvimento devem ser apresentadas em uma forma adequada para a verificação em relação às entradas de projeto e desenvolvimento, e devem ser aprovadas antes de serem liberadas. As saídas de projeto e desenvolvimento devem: • Atender aos requisitos de entrada para projeto e desenvolvimento • Fornecer informações apropriadas para aquisição, produção e prestação de serviço, • Conter ou referenciar critérios de aceitação do produto, • Especificar as características do produto que são essenciais para seu uso seguro e adequado. 46 Informações para produção e prestação de serviço podem incluir detalhes para preservação do produto. Análise crítica do projeto e desenvolvimento: Análises críticas sistemáticas de projeto e desenvolvimento devem ser realizadas, em fases apropriadas, de acordo com disposições planejadas. • Avaliar a capacidade dos resultados do projeto e desenvolvimento em atender aos requisitos, • Identificar qualquer problema e propor as ações necessárias. Entre os participantes dessas análises críticas devem estar incluídos representantes de funções envolvidas com o (s) estágio (s) do projeto e desenvolvimento que está (ão) sendo analisado (s) criticamente. Devem ser mantidos registros dos resultados das análises críticas e de quaisquer ações necessárias. 6.3 Verificação de projeto e desenvolvimento A verificação deve ser executada conforme disposições planejadas, para assegurar que as saídas do projeto e desenvolvimento estejam atendendo aos requisitos de entrada do projeto e desenvolvimento. Devem ser mantidos registros dos resultados da verificação e de quaisquer ações necessárias. 6.4 Validação de projeto e desenvolvimento A validação do projeto e desenvolvimento deve ser executada conforme disposições planejadas, para assegurar que o produto resultante seja capaz de atender aos requisitos para aplicação especificada ou uso pretendido, onde conhecido. Onde for praticável, a validação deve ser concluída antes da entrega ou implementação do produto. Devem ser mantidos registros dos resultados de validação e de quaisquer ações necessárias. 47 6.5 Controle de alterações de projeto e desenvolvimento As alterações de projeto e desenvolvimento devem ser identificadas e registros devem ser mantidos. As alterações devem ser analisadas criticamente, verificadas e validadas, como apropriado, e aprovadas antes da sua implementação. A análise crítica das alterações de projeto e desenvolvimento deve incluir a avaliação do efeito das alterações em partes componentes e no produto já entregue. Devem ser mantidos registros dos resultados da análise crítica e de quaisquer ações necessárias. 6.6 Liberação de produtos e serviços A organização deve implementar arranjos planejados, em estágios apropriados, para verificar se os resultados do produto e do serviço foram atendidos. A liberação de produtos e serviços para o cliente não pode proceder até que os arranjos planejados forem satisfatoriamente concluídos, a menos que de outra forma tenham sido aprovados por autoridade pertinente e, como aplicável, pelo cliente. A organização deve reter informação documentada sobre a liberação de produtos e serviços. A informação documentada deve incluir: a) Evidência de conformidade com os critérios de aceitação; b) Rastreabilidade à(s) pessoa(s) que autoriza(m) a liberação. 6.7 Controle de saídas não conforme 6.7.1 A organização deve assegurar que saídas que não estejam conformes com seus requisitos sejam identificadas e controladas para prevenir seu uso ou entrega não pretendido. A organização deve tomar ações apropriadas baseadas na natureza da não conformidade e em seus efeitos sobre a conformidade de produtos e serviços. Isso deve também se aplicar aos produtos e serviços não conformes detectados após a entrega de produtos, durante ou depois da provisão de serviços. 48 A organização deve lidar com saídas não conforme de um ou mais dos seguintes modos: a) Correção; b) Segregação, contenção, retorno ou suspensão de provisão de produtos e serviços; c) Informação ao cliente; d) Obtenção de autorização para aceitação sob concessão A conformidade com os requisitos deve ser verificada quando saídas não conformes forem corrigidas. 6.7.2 A organização deve reter informação documentada que: a) Descreva a não conformidade; b) Descreva as ações tomadas; c) Descreva as concessões obtidas; d) Identifique a autoridade que decide a ação com relação a não conformidade. 7 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 7.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação 9.1.1 Generalidades A organização deve determinar; a) o que precisa ser monitorado e medido; b) os métodos para monitoramerito, medição, análise e avaliação necessários para assegurar resultados válidos; c) quando o monitoramento e a medição devem ser realizados; d) quando os resultados de monitoramento e medição devem ser analisados e avaliados. A organização deve avaliar o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade. A organização deve reter informação documentada apropriada como evidência dos resultados. 49 7.2 Satisfação do cliente A organização deve monitorar a percepção de clientes do grau em que suas necessidades e expectativas foram atendidas. A organização deve determinar os métodos para obter, monitorar e analisar criticamente essa informação. 7.2.1 Análise e avaliação A organização deve analisar e avaliar dados e informações apropriados, provenientes de monitoramento e medição. Os resultados de análises devem ser usados para avaliar: a) conformidade de produtos e serviços; b) o grau de satisfação do cliente; c) o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade; d) se o planejamento foi implementado eficazmente; e) a eficácia das ações tomadas para abordar riscos e oportunidades; f) o desempenho de provedores externos; g) a necessidade de melhorias no sistema de gestão da qualidade. 7.3 Auditoria interna 7.3.1 A organização deve conduzir auditorias internas a intervalos planejados para prover informação sobre se o sistema de gestão da qualidade: a) está conforme com: 1) os requisitos da própria organização para o seu sistema do gestão da qualidade; 2) os requisitos desta Norma. b) está implementado e mantido eficazmente. 50 7.3.2 A organização deve: a) planejar, estabelecer, implementar e manter um programa de auditoria, incluindo a frequência, métodos. Responsabilidades, requisitos para planejar e para relatar, o que deve levar em consideração a importância dos processos concernentes, mudanças que afetam a organização e os resultados de auditorias anteriores;b) definir os critérios de auditoria e o escopo para cada auditoria; c) selecionar auditores e conduzir auditorias para assegurar a objetividade e a imparcialidade do processo de auditoria; d) assegurar que os resultados das auditorias sejam relatados para a gerência pertinente; e) executar correção e ações corretivas apropriadas sem demora indevida; f) reter informação documentada corno evidência da implementação do programa de auditoria e dos resultados de auditoria. 7.4 Análise crítica pela direção 7.4.1 Generalidades A Alta Direção deve analisar criticamente o sistema de gestão da qualidade da organização, a intervalos planejados, para assegurar sua continua adequação, suficiência, eficácia e alinhamento com o direcionamento estratégico da organização. 7.5 Entradas de análise crítica pela direção A análise crítica pela direção deve ser planejada e realizada levando em consideração: a) a situação de ações provenientes de análises críticas anteriores pela direção; b) mudanças em questões externas e Internas que sejam pertinentes para o sistema de gestão da qualidade; c) informação sobre o desempenho da eficácia do sistema de gestão da qualidade, incluindo tendências relativas a: 51 1) satisfação do cliente e retroalimentação de partes interessadas pertinentes; 2) extensão na qual os objetivos da qualidade forem alcançados; 3) desempenho de processo e conformidade de produtos e serviços. 4) não conformidades e ações corretivas; 5) resultados de monitoramento e medição; 6) resultados de auditoria; 7) desempenho de provedores externos; d) a suficiência de recursos; e) a eficácia de ações tomadas para abordar riscos e oportunidades (ver 61); f) oportunidades para melhoria. 7.5.1 Saídas da análise crítica pela direção As saídas da análise crítica pela direção devem incluir decisões e ações relacionadas com: a) oportunidades para melhoria; b) qualquer necessidade de mudanças no sistema de gestão da qualidade; c) necessidade de recurso. A organização deve reter informação documentada como evidência dos resultados de analises críticas pela direção, 8 MELHORIA 8.1 Generalidades A organização deve determinar e selecionar oportunidades para melhoria e implementar quaisquer ações necessárias para atender a requisitos do cliente e aumentar a satisfação do cliente. Essas devem incluir: 52 a) melhorar produtos e serviços para atender a requisitos assim como para abordar futuras necessidades e expectativas; b) corrigir, prevenir ou reduzir efeitos indesejados; c) melhorar o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade 8.2 Não conformidade e ação corretiva 8.2.1 Ao ocorrer uma não conformidade, incluindo as provenientes de reclamações, a organização deve: a) reagir ã não conformidade e como aplicável; 1) tomar ação para controlá-la e corrigi-la; 2) lidar com as consequências. b) avaliar a necessidade de ação para eliminar a(s) causa(s) da não conformidade, a fim de que ela não se repita ou ocorra em outro lugar. 1) analisando criticamente e analisando a não conformidade; 2) determinando as causas da não conformidade; 3) determinando se não conformidades similares existem, ou se poderiam potencialmente ocorrer. c) implementar qualquer ação necessária; d) analisar criticamente a eficácia de qualquer ação corretiva tomada; e) atualizar riscos e oportunidades determinados durante o p4arieamento, so necessário; f) realizar mudanças no sistema de gestão da qualidade, se necessário. Ações corretivas devem ser apropriadas aos efeitos das não conformidades encontradas. 53 8.2.2 A organização deve reter informação documentada como evidência: a) da natureza das não conformidades e quaisquer ações subsequentes tomadas; b) dos resultados de qualquer ação corretiva. 8.3 Melhoria continua A organização deve melhorar continuamente a adequação, suficiência e eficácia do sistema de gestão da qualidade. A organização deve considerar os resultados de análise e avaliação e as saídas de análise critica pela direção para determinar se existem necessidades ou oportunidades que devem ser abordadas como parte de melhoria continua. 54 9 BIBLIOGRAFIA Antonio, Edmilson. Palestra: Introdução à ISO 9001:2015. Disponível em <http://q2management.com.br/wp- content/uploads/2017/03/Palestra_Introducao_a_ISO9001-2015_Rev00.pdf> Acesso em 24/05/17. BUENO, Monise Carla. ISO 9001:2015 – O envolvimento da Alta Direção no SGQ! 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