Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Glicólise A glicólise e a sequência metabólica de varias reações enzimáticas, em que a glicose é oxidada produzindo duas moléculas de piruvato e dois equivalentes reduzidos de NAD+, que ao introduzirem-se na cadeia respiratória, produzirão duas moléculas de ATP. A glicose é o principal carboidrato em nossa dieta e é o açúcar que circula no sangue para assegurar que todas as células tenham suporte energético contínuo. O cérebro utiliza quase exclusivamente glicose como combustível. A oxidação de glicose a piruvato gera ATP pela fosforilação (a transferência de fosfato de intermediários de alta energia da via do ADP) a nível de substrato e NADH. Subsequentemente, piruvato pode ser oxidado a CO2 no ciclo de Krebs e ATP gerado pela transferência de elétrons ao oxigênio na fosforilação oxidativa. Entretanto, se o piruvato e o NADH gerados na glicólise forem convertidos a lactato (glicólise anaeróbica), ATP pode ser gerado na ausência de oxigênio, através da fosforilação a nível de substrato. A glicólise é uma rota central quase universal do catabolismo da glicose, a rota com o maior fluxo de carbono na maioria das células. A quebra glicolítica de glicose é a única fonte de energia metabólica em alguns tecidos de mamíferos e tipos celulares (hemácias, medula renal, cérebro e esperma, por exemplo). Alguns tecidos de plantas que são diferenciados para armazenar amido (como os tubérculos da batata) e algumas plantas aquáticas derivam a maior parte de sua energia da glicólise; muitos microorganismos anaeróbicos são inteiramente dependentes da glicólise. A concentração de glicose na corrente sanguínea é mantida a níveis sensivelmente constantes. A glicose entra nas células por difusão facilitada. Este processo não permite a acumulação na célula de concentrações de glicose superiores às existentes no sangue, consequentemente tem de manter glicose em seu interior, sendo realizado por modificação química da glicose pela enzima hexoquinase: Os intermediários da glicólise são fosforilados Para não permitir que os intermediários deixem a célula Para conservar a energia liberada pelas reações Para reconhecimento e posicionamento dos substratos no sítio ativo das enzimas. A membrana celular é impermeável à glicose-6-fosfato, que pode por isso ser acumulada na célula. A glicose-6-fosfato será utilizada na síntese do glicogênio (uma forma de armazenamento de glicose), para produzir outros compostos de carbono na via das pentoses fosfato, ou degradada para produzir energia - glicólise. Seqüência da Glicólise: A quebra dos seis carbonos da glicose em duas moléculas de piruvato com três carbonos ocorre em dez passos; os primeiros cinco dos quais constituem a fase preparatória (fase de investimento) e os cinco seguintes, a fase de geração de ATP (fase de rendimento). Fase de Investimento/Preparatória 1ª Etapa: Hexocinase Fosforilação da glucose. A primeira etapa da glicólise consiste na fosforilação da glucose, em glucose-6-fosfato, em presença de ATP e da enzima hexoquinase que atua tendo como cofactor, o ion Mg2+. O fosfato do ATP vai para a glicose 2ª Etapa: fosfo-hexose-isomerase Isomerização da glicose. Neste segundo passo, a glicose-6-fosfato sofre catalise reversível da enzima fosfoexose isomerase, transformando-se em frutose-6-fosfato. 3ª Etapa. Fosfofrutoquinase 1 Fosfofrutoquinase: Enzima fosfofruquinase-1 catalisa a transferência de um grupo fosfato do ATP para a frutose- 6-fosfato para liberar a frutose-1,6-difosfato, sendo essa uma reação irreversível a nível celular. É uma via comprometida, ou seja, garante que as outras vias vão acontecer. É estimulada por AMP e frutose-2,6-bifosfato. É o principal sitio de regulação glicolítica Hexocinase é inibida pelo produto da reação, G6P. Fosfofruto-cinase 1 catalisa a reação limitante da glicólise; É inibida por ATP e citrato; É estimulada por AMP e frutose-2,6-bifosfato 4ª Etapa: Aldolase Clivagem da frutose-1,6-difosfato em duas trioses. A frutose-1,6-difosfato é quebrada para liberar duas trioses fosfato diferentes, o gliceraldeído-3-fosfato, uma aldose e a dihidroxiacetona fosfato, uma cetose. 5ª Etapa: Triose-fosfato-isomerase Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato: Esta etapa encerra a única oxidação que ocorre durante a glicólise. Realiza em presença de fosfato inorgânico e é catalisada por uma desidrogenase que tem a NAD+ como cofactor. Durante a etapa, a energia libertada pela oxidação é transferida para a formação de uma nova ligação fosfato, rica em energia. Apenas uma das trioses fosfato formada pela aldose (gliceraldeído-3-fosfato) pode ser diretamente degradada nos passos subseqüentes da glicólise. Já o produto dihidroxiacetona fosfato, é rápida e reversivelmente convertida em gliceraldeído-3-fosfato pela quinta enzima da seqüência glicolítica a triose fosfato isomerase. Esta reação encerra a fase preparatória da glicólise Fase de rendimento/compensação 6ª Etapa : gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato em 1,3-difosfoglicerato. Este e o primeiro passo da fase de rendimento da glicólise, onde ocorre a conversão do gliceraldeído-3-fosfato em 1,3-difosfoglicerato, catalisado pelo gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase. É a primeira das duas reações conservadoras de energia da glicólise e que leva à formação de ATP. O grupo aldeído do gliceraldeído-3-fosfato é desidrogenado em um anidrido de ácido carboxílico como o ácido fosfórico, o acilfosfato. O receptor do hidrogênio é a coenzima NAD+ (forma oxidada da nicotinamina adenina dinucleotídeo). A redução do NAD+ ocorre pela transferência enzimática de um íon hidreto (H-) do grupo aldeído para liberar a coenzima reduzida NADH. Este, por sua vez, precisa ser reoxidado até NAD+, pois as células possuem um número limitado de NAD+. 7ª etapa:. Fosfoglicerato-cinase Transferência do fosfato do 1,3-difosfoglicerato para o ADP . A enzima fosfogliceratoquinase transfere o grupo fosfato de alta energia do grupo carboxila do 1,3-biofosfoglicerato para o ADP, formando ATP e 3-fosfoglicerato. É irreversível nas condições celulares. Fosforilação a nível de substrato 8ª Etapa: fosfoglicerato-mutase Conversão do 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato. A enzima fosfoglicerato mutase catalisa a transferência reversível do grupo fosfato entre C-2 e C-3 do glicerato. O íon Mg+2 é essencial para esta reação. Fosforilação a nível de substrato. 9ª Etapa: Enolase Desidratação do 2-fosfoglicerato para fosfoenolpiruvato . A segunda reação glicolítica que gera um composto com alto potencial de transferência de grupo fosfato é catalisado pela enolase. Essa enzima promove a remoção reversível de uma molécula de água do 2-fofoglicerato para liberar fosfoenolpiruvato. A célula precisa do P cetônico 10ª Etapa: Piruvato-cinase Transferência do grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP . O último passo na glicólise é a transferência do grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP, catalisada pelo piruvato quinase. Nesta reação, a fosforilação em nível do substrato, o produto piruvato aparece primeiro na sua forma enol. Entretanto, esta forma tautomeriza-se rapidamente para liberar a forma ceto do piruvato, forma que predomina em pH 7,0. Essa reação é irreversível em condições intracelulares. Estimulada por f-1,6-bifosfato e inibida por alanina e ATP Em resumo, no decurso da glicólise, por cada molécula de glucose, são produzidas duas moléculas de ácido pirúvico. No início do processo, foiinvestida energia (consumiram-se 2 ATP). No final do processo recuperou-se energia sob a forma de 4 ATP. O saldo é pois de 2ATP e 2 NADH por molécula de glucose. Esquema das 10 etapas da quebra e formação de ATP a partir da glicose resultando no acido pirúvico. Energia envolvida Conversão de Glicose em Piruvato ∆G0 = -146 Kj/mol Formação de 2 ATP a partir de 2 ADP e 2 Pi ∆G0 = 61 Kj/mol Saldo: ∆G0 = -85 Kj/mol Oxidação completa da Glicose: ∆G0 = -2.840 Kj/mol As moléculas de piruvato conservam a maior parte da energia potencial química existente na molécula de glicose
Compartilhar