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Produção de textos Científicos Aula 5 - Os operadores argumentativos. Tema 1 – Argumentos e evidências. Prof.ª Dr.ª Sheila Pelegri de Sá W B A 0 1 4 0 _ V 1 _ 0 Argumentação • O uso da linguagem é essencialmente argumentativo • Nos comunicamos sempre procurando levar a conclusões (orientação de enunciados) • Assim, toda língua possui mecanismos que orientam a argumentação Argumentos, evidências, garantias e qualificações • Todo bom trabalho científico tem estes componentes • Argumento – hipótese a ser demonstrada • Evidência – sua contribuição • Garantia – bases do seu trabalho • Qualificações – limites do seu trabalho Argumentos e Evidências A construção da evidência deve ser feita de maneira independente da construção do argumento (evitar dependência) As evidências devem ser capazes de comprovação independente Argumento Evidência Argumentos • É importante ter argumentos precisos e fortes • Argumentos têm de ter substância • A ocupação de Rondônia por meio da colonização fundiária adotada pelo INCRA (espinha-de-peixe) foi um fator decisivo na redução da biodiversidade do estado. • A estrutura viária e topográfica de São José dos Campos condiciona a localização das áreas de exclusão longe do centro e das regiões de classe média. • De alguma maneira, seus argumentos têm de refutar conceitos existentes Argumentos • Seus argumentos devem ser contestáveis e específicos • Caso 1: experimentos quantitativos • (Popper) devem poder ser refutáveis • Caso 2: dispositivos sintéticos (computação) • Deve poder comparar com resultados anteriores • Caso 3: afirmações qualitativas • Não afirme um truísmo (algo que todos concordam) • Ideal: conteste conhecimento estabelecido Argumentos • Exemplo: • As evidências colhidas neste trabalho mostram que a Teoria dos Refúgios de Vanzolini não se sustenta nesta área da Amazônia. Evidências: Características • Acurácia dos experimentos (e afirmações) • Dados devem ser bem checados e validados • Precisão dos resultados • Evitar palavras vazias (ou aproximadas) Evidências: Características • Suficiência • Mostrar a relevância do argumento como um todo, e não apenas de parte dele • Suporte muito adequado de estatística (amostragem) • Autoridade • Fontes de referência • Caso multidisciplinar: prestar muita atenção à transposição de conceitos das áreas exatas para outros domínios Argumento Evidência Garantia Qualificações Produção de textos científicos Tema 2 – Operadores Argumentativos Prof.ª Dr.ª Sheila Pelegri de Sá • Operadores argumentativos: elementos da gramática que têm função de indicar a força argumentativa do enunciado (oração) • Classe argumentativa: conjunto de enunciados (orações) que servem como argumento para determinada conclusão • Escala argumentativa: enunciados de uma classe colocados em ordem de força em favor de uma mesma conclusão Classe argumentativa, exemplo: • João é o melhor candidato, tem boa formação em economia, tem experiência no cargo, não se envolve em negociatas. • ARG. 1 – tem boa formação em economia • ARG. 2 – tem experiência no cargo • ARG. 3 – não se envolve em negociatas ] Conclusão: João é o melhor candidato Escala argumentativa, exemplo: • João é o melhor candidato, não só tem boa formação em economia, mas também tem experiência no cargo e não se envolve em negociatas. mas também tem experiência no cargo e não se envolve em negociatas não só tem boa formação em economiaF o rç a d o a rg u m e n to • Operadores que assinalam o argumento mais forte de uma escala: • Até, até mesmo, inclusive • EX: • A apresentação foi coroada de sucesso: estiveram presentes personalidades do mundo artístico, pessoas influentes do meio político e até mesmo o Presidente da República. • Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão: • E, também, ainda, nem, não só... mas também, tanto... como, além de, além disso, a par de • EX: • O rapaz, além de inteligente, é gentil, deve ser uma ótima companhia. • Operadores que introduzem uma conclusão relativa a um enunciado apresentado anteriormente: • Portanto, logo, por conseguinte, pois em decorrência, consequentemente • EX: • O custo de vida continua subindo, as condições de saúde do povo brasileiro são péssimas e a educação vai de mal a pior. Portanto não se pode dizer que o Brasil esteja prestes a se integrar no primeiro mundo. • Operadores que introduzem argumentos alternativos, que levam a conclusões diferentes ou opostas: • ou, ou então, quer... quer, seja... seja • EX: • Vamos juntos participar da passeata. Ou você prefere se omitir e ficar aguardando os acontecimentos? • Operadores que estabelecem comparação entre elementos: • mais que, menos que, tão... como, • EX: • Vamos contratar Márcia que é tão competente quanto a Lúcia. • Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação relativa ao enunciado anterior: • porque, que, já que, pois • EX: • Teremos que tomar uma atitude com urgência, porque com doença não se brinca. • Operadores que introduzem argumentos deixando subentendida uma escala com outros argumentos mais fortes: • Ao menos, pelo menos, no mínimo. (este deve ser inserido logo após os operadores que sinalizam o argumento mais forte) • Ex. O rapaz era dotado de grandes ambições. Pensava em ser, no mínimo, prefeito da cidade onde nascera. • Operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias: • mas (porém, contudo, todavia, no entanto, etc.), embora (ainda que, posto que, apesar de, apesar de que, etc.) • • Exemplo: O candidato se esforçou para causar boa impressão, mas sua timidez e insegurança fizeram com que não fosse selecionado. • Embora o candidato se tivesse esforçado para causar boa impressão, sua timidez e insegurança fizeram com que não fosse selecionado. • operadores que têm por função introduzir no enunciado conteúdos pressupostos: • já, ainda, agora • Exemplo: Paulo mora no Rio. • Paulo ainda mora no Rio. • Paulo já não mora no Rio. • Paulo agora mora no Rio. • Operadores que se distribuem em escalas opostas, isto é, um deles funciona numa escala orientada para a afirmação total, e o outro, para a negação total. • Às vezes, tais operadores são morfologicamente relacionados, como é o caso de um pouco e pouco. • Exemplo: Será que Ana vai passar? Ela estudou um pouco (b) ela estudou pouco. • Quase e Apenas • Quase aponta para a afirmação da totalidade e por isso combina com a maioria: • A maioria dos cidadãos já vota conscientemente; • Quase aponta para a afirmação da totalidade e por isso combina com a maioria: • A maioria dos cidadãos já vota conscientemente: quase 80%. • São poucos, mesmo agora, os que votam conscientemente: apenas 30%. • Apenas combina com 'poucos' porque aponta para a negação da totalidade. • Operadores que assinalam o argumento mais forte de uma escala: Até, até mesmo, inclusive EX: A apresentação foi coroada de sucesso: estiveram presentes personalidades do mundo artístico, pessoas influentes do meio político e até mesmo o Presidente da República. • Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão: E, também, ainda, nem, não só... mas também, tanto... como, além de, além disso, a par de EX: O rapaz, além de inteligente, é gentil, deve ser uma ótima companhia. • Outro operador que soma argumento, mas de forma como se fosse desnecessário, e no entanto é decisivo, é o “golpe final”: aliás EX: A apresentação foi coroada de sucesso: estiveram presentespersonalidades do mundo artístico, pessoas influentes do meio político e até mesmo o Presidente da República. Aliás, sua apresentação mereceu um público de alto nível. • Operadores que introduzem uma conclusão relativa a um enunciado apresentado anteriormente: Portanto, logo, por conseguinte, pois em decorrência, consequentemente EX: O custo de vida continua subindo, as condições de saúde do povo brasileiro são péssimas e a educação vai de mal a pior. Portanto não se pode dizer que o Brasil esteja prestes a se integrar no primeiro mundo. • Operadores que introduzem argumentos alternativos, que levam a conclusões diferentes ou opostas: ou, ou então, quer... quer, seja... seja EX: Vamos juntos participar da passeata. Ou você prefere se omitir e ficar aguardando os acontecimentos? • Operadores que estabelecem comparação entre elementos: mais que, menos que, tão... como, EX: Vamos contratar Márcia que é tão competente quanto a Lúcia. • Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação relativa ao enunciado anterior: porque, que, já que, pois EX: Teremos que tomar uma atitude com urgência, porque com doença não se brinca. • Operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias: mas (porém, contudo, todavia, no entanto, etc.), embora (ainda que, posto que, apesar de, apesar de que, etc.) Exemplo: O candidato se esforçou para causar boa impressão, mas sua timidez e insegurança fizeram com que não fosse selecionado. Embora o candidato se tivesse esforçado para causar boa impressão, sua timidez e insegurança fizeram com que não fosse selecionado.
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