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HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0256 Título Caso Concreto 10 Descrição Leia atentamente os Artigos 178 e 187 da Constituição de 1937, abaixo descritos: “(...) Art. 178 - São dissolvidos nesta data a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, as Assembleias Legislativas dos Estados e as Câmaras Municipais. As eleições ao Parlamento nacional serão marcadas pelo Presidente da República, depois de realizado o plebiscito a que se refere o art. 187. (...) Art. 187 - Esta Constituição entrará em vigor na sua data e será submetida ao plebiscito nacional na forma regulada em decreto do Presidente da República. (...) Como se vê, em razão de ter sido a Carta de 1937 outorgada, o seu Art. 178 previu a submissão da mesma a um plebiscito nacional, na forma regulada em decreto pelo próprio Presidente da República, a fim de que o povo a legitimasse. Neste sentido, pergunta-se: a) O Presidente obteve a legitimação da Carta de 1937 por via do referido “plebiscito nacional” constitucionalmente previsto? b) O Congresso Nacional foi atuante no decorrer do Estado Novo varguista? Desenvolvimento Sugestão para encaminhamento de questão. a) Como vimos no dispositivo constante no Art. 178 da Constituição de 1937, a própria Carta previa a convocação de um plebiscito nacional na forma regulada pelo Presidente da República. Porém, sabe-se que o decreto a que alude o referido dispositivo jamais foi implementado, de forma que a Carta, efetivamente, jamais foi submetida, por qualquer processo de legitimação popular, reforçando seu caráter autoritário e impositivo. b) A Constituição de 1937 dissolveu todos os órgãos do Poder Legislativo, no âmbito federal, estadual e municipal, e estabeleceu a eleição de um Parlamento Nacional composto por uma Câmara dos Deputados e por um Conselho Federal, órgão que substituiria o Senado Federal. Como estabelecido no Art. 178 da Constituição, as eleições desse Parlamento Nacional seriam marcadas pelo Presidente de República, o que nunca ocorreu durante a ditadura de Vargas. Dessa forma, conforme disposição constitucional, as competências legislativas da União ficaram a cargo do próprio Presidente, que a exerceu por meio de decretos-leis. Dito isso, fica evidenciada que qualquer atuação de um Congresso Nacional no período do Estado Novo fez-se impossível, já que inexistiu Poder Legislativo no período. Neste sentido, cabe ressaltar que se a convocação para eleição dos congressistas dependia primordialmente da aprovação da Constituição em plebiscito (Art. 187), como este jamais foi realizado, a aplicação do Art. 178, fez- se, por via de consequência, unicamente em relação à dissolução dos Poderes Legislativos, embora jamais em relação à parte que propiciaria a reabilitação do referido parlamento.
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