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Civil V - AULAS

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Conceito jurídico de responsabilidade
Toda a atuação do homem invade ou ao menos tangencia o campo da responsabilidade. A própria palavra responsabilidade, de origem latina significa a obrigação que alguém tem de assumir as consequências jurídicas de sua atividade. Também, tem raiz no direito romano no que se refere ao devedor nos contratos verbais. Está ligada portanto, ao surgimento de uma obrigação derivada, o respaldo de tal obrigação, no campo jurídico, está no princípio fundamental da “proibição de ofender”, ou seja, a ideia de que ninguém deve ser lesado.
Responsabilidade pro direito, nada mais é portanto, que uma obrigação derivada, um dever jurídico sucessivo de assumir as consequências jurídicas de um fato, as quais podem variar de acordo com os interesses lesados.
Responsabilidade civil e criminal
-o raciocínio desenvolvido para a formulação de um conceito de responsabilidade, não se restringe ao direito civil, aplicando-se a todos os campos do direito. Pode assim, o mesmo fato ensejar por exemplo, duas responsabilidades, civil e penal. Pois podem decorrer de um mesmo fato jurídico, no caso, ilícito.
A noção jurídica de responsabilidade pressupõe a atividade danosa de alguém que atuando ilicitamente, viola norma jurídica pré-existente (legal ou contratual), subordinando-se às consequências do seu ato (obrigação de reparar).
Trazendo este conceito para o direito privado é possível dizer que a responsabilidade civil deriva da agressão a um interesse eminentemente particular sujeitando o infrator ao pagamento de uma compensação pecuniária caso não possa repor o estado anterior das coisas, assim, são elementos da responsabilidade civil: conduta, nexo causal e danos.
A história da responsabilidade civil:
Nas primeiras formas de sociedade o instituto está baseado na concepção de vingança privada, forma rudimentar de reação pessoal contra um mal sofrido. É dessa visão que parte o direito romano que toma essa manifestação natural como premissa para intervir na sociedade, da qual se encontram traços na lei das 12 tábuas. Nesse sistema havia a intervenção do poder público que permitia em alguns casos, um acordo para fugir da lei de talião que consistia em aplicar ao ofensor o mesmo dano da vítima. No caso de acordo haveria um pagamento em dinheiro. 
Um marco na revolução histórica da responsabilidade civil, se dá com a lex aquilia de tamanha importância que passou a designar a responsabilidade que decorre de lei (responsabilidade aquiliana). Em uma evolução histórica surge a culpa como elemento básico da responsabilidade civil aquiliana, contra o objetivismo do direito primitivo, abstraindo a concepção de pena para substituí-la aos poucos pela idéia de reparação do dano sofrido, que foi introduzida pelo código de Napoleão de 1804 e utilizado como base para o código civil de 1916.
Responsabilidade civil contratual e aquiliana (extracontratual)
	Dependendo da natureza da norma jurídica violada pelo agente causador do dano, uma subdivisão pode ser feita entre: contratual e extracontratual. Assim, se o prejuízo decorre diretamente da lei por força da atuação ilícita do agente (ex.acidente de trânsito), estamos frente à responsabilidade extracontratual. Por outro lado, se existe entre as partes uma norma contratual que as vincula, o dano decorre justamente do descumprimento da obrigação.
A responsabilidade civil subjetiva e a noção de culpa
	A exigência da culpa como pressuposto da resp. civil representou um grande avanço na medida em que passou a exigir um elemento subjetivo que pudesse viabilizar a imputação psicológica do dano ao seu agente. Muitos doutrinadores defendem que foi na lex aquilia onde a culpa incorporou-se na noção de responsabilidade do direito romano. A culpa foi incorporada mais recentemente pelo código de Napoleão e depois por inúmeras legislações mundo afora, inclusive a nossa.
	O nosso código civil consagrou expressamente a teoria do risco e a responsabilidade subjetiva (culpa), mas admitiu também, a responsabilidade objetiva conforme o parág. Único do artigo 927CC.
Conduta, nexo causal e dano – art. 188 CC
O dano é o grande vilão da responsabilidade civil pois não se fala em indenização se não houve dano. Pode haver responsabilidade sem culpa, mas não pode haver responsabilidade sem dano. A obrigação de indenizar só ocorre quando alguém comete ato ilícito e causa dano.
O dano encontra-se no centro da regra de responsabilidade civil. Não basta o risco de dano, tão pouco basta a conduta ilícita, pois sem consequência concreta, lesiva ao patrimônio econômico ou moral, não se impõe o dever de reparar. Em resumo, sem não, não haverá o que reparar, independentemente de uma conduta culposa ou dolosa.
-Sem dano pode haver responsabilidade penal, mas não responsabilidade civil.
-Se a vítima não sofreu nenhum prejuízo não haverá o que ressarcir. A maioria dos autores afirma que o dano não é apenas um fato constitutivo mas também determinante no dever de indenizar.
	Dano patrimonial também chamado de dano material atinge os bens integrantes do patrimônio da vítima, entendendo-se como tal o conjunto de relações jurídicas de uma pessoa com valor econômico. 
	Como danos materiais podem atingir não apenas o patrimônio presente da vítima, como também o futuro, como pode não somente provocar a sua diminuição, mas também impedir seu crescimento, subdivide-se em dano emergente e lucro cessante.
Dano emergente também chamado positivo e importa na imediata redução no patrimônio da vítima em razão do ato ilícito. O art. 402, CC caracteriza-se com aquilo que a vítima efetivamente perdeu.
A mensuração do dano em geral não encontra dificuldades pois é apurada com base na diferença do bem jurídico antes e depois do ilícito.
O ato ilícito pode produzir não apenas efeitos imediatos no patrimônio da vítima, mas também futuros, impedindo lucros, reduzindo ganhos, etc. Ex. qualquer profissional que deixar de trabalhar por um tempo.
A perda da chance
A teoria da perda de uma chance tem relação com o lucro cessante, uma vez que, a doutrina francesa (onde a teoria teve origem na década de 60), dela se utiliza nos casos em que o ato ilícito tira da vítima a oportunidade de uma situação futura melhor. 
Caracteriza-se a perda da chance quando, em virtude da conduta de outrem desaparece a probabilidade de um evento que possibilitaria um benefício futuro, como progredir na carreira, conseguir um emprego melhor, recorrer de uma sentença desfavorável pela falha do advogado, etc. Deve-se entender por chance a probabilidade de se obter um lucro ou de se evitar uma perda.
A chance perdida reparável deverá caracterizar um prejuízo material ou moral resultante de um fato consumado, não hipotético. É preciso verificar em cada caso se o resultado favorável seria razoável ou se, não passaria de uma mera possibilidade aleatória, uma suposição ou um desejo.
Conduta
	A culpa adquire relevância jurídica quando integra a conduta humana. É a conduta culposa, com as características da culpa que causa dano à outrem, ensejando o dever de reparar.
	O ato ilícito tem por elemento nuclear ter uma conduta humana voluntária, contrária ao direito. Isso fica claro no art. 186, CC. Que refere-se a esse elemento, ao falar em ação ou omissão.
Conceito:
Entende-se por conduta o comportamento humano voluntário, que se exterioriza através de uma ação ou omissão, produzindo consequências jurídicas. A ação ou omissão é o aspecto físico da conduta, sendo a vontade o aspecto psicológico.
Ação
	A ação é a forma mais comum de exteorizar a conduta, por que fora do domínio contratual, as pessoas estão obrigadas a evitar a prática de atos lesivos, sendo que a violação desse dever geral de abstenção se obtém através de um fazer. Já a omissão, menos comum, caracteriza-se pela inatividade, abstenção de alguma conduta devida, é aquilo que se faz não fazendo pois adquire relevância quando se tem o dever jurídico de agir, seja em virtude de lei ou de contrato.
Responsabilidade subjetiva
Nexocausal:
Conceito = é a primeira questão a ser enfrentada na solução de qualquer caso de responsabilidade civil pois, antes de verificar se o agente agiu ou não com culpa, temos que apurar se ele deu causa ao resultado.
Não basta que o agente tenha praticado uma conduta ilícita, tampouco que a vítima tenha sofrido um dano. É preciso que esse dano tenha sido causado pela conduta ilícita do agente e que exista entre ambos, uma necessária relação causa e efeito. Ou seja, é necessário que o ato ilícito seja a causa do dano.
Causas de exclusão do nexo causal são casos onde é impossível cumprir com a obrigação, ou ter a responsabilidade de algo atribuído contra si, devido a algum fator superveniente.
Fato exclusivo da vítima: 
A culpa exclusiva da vítima é causa de exclusão do próprio nexo causal, porque o agente, aparente causador direto do dano, na verdade funciona como um mero instrumento do dano que a vítima sofreu.
Fato de terceiro:
Terceiro é aquela pessoa além da vítima e do responsável, alguém que não tem nenhuma ligação com o causador aparente, do dano e o lesado. O fato de terceiro só exclui a responsabilidade, quando rompe o nexo causal entre o agente e o dano sofrido pela vítima, e por si só, produz o resultado.
Caso fortuito e força maior:
Ocorre essa excludente de nexo quando se trata de acontecimentos, que escapa de todo cuidado, inteiramente estranho à vontade do devedor. É uma circunstância irreversível e externa, que impede o devedor ou agente de ter a conduta devida para cumprir a obrigação. Conforme o art. 393, CC, os dois termos são praticamente sinônimos. Todavia a doutrina costuma diferenciá-los: caso fortuito seria quando se tratar de um evento imprevisível, e por isso, inevitável. Se o evento for inevitável, ainda que previsível, como os fatos da natureza, teríamos a força maior. O caso fortuito e a força maior excluem o nexo causal por constituírem também, causa estranha à conduta do aparente agente ensejadora direta.
Dano moral
Os direitos, a honra, ao nome, intimidade, e à liberdade que estão englobados no direito à dignidade, essência dos direitos constitucionais da pessoa. Conforme a constituição, podemos conceituar o dano moral por 2 aspectos: em sentido estrito, dano moral é violação do direito à dignidade. Sendo assim, inviolável a vida privada, a honra e a imagem, a constituição inseriu no artigo 5º, a plena reparação do dano moral.
Nem todos os direitos estão ligados à dignidade. Assim, em sentido amplo, temos protegidos os novos direitos da personalidade: reputação, sentimento, convicções políticas e religiosas.
O dano moral está expressamente previsto também no art.186, CC. Só deve ser entendido como dano moral, a dor, sofrimento ou humilhação, que, fugindo à normalidade interfira intensamente no comportamento psicológico, causando angústia e desequilíbrio em seu bem estar, assim, um mero aborrecimento ou dissabor, ou ainda, sensibilidade exagerada, estão fora da órbita do dano moral.
Liquidação do dano
Passemos a limitar as hipóteses mais comuns de necessidade de liquidação de danos, especificamente nos casos de morte e diminuição da capacidade laborativa.
Os casos em que é necessário liquidar os danos estão previstos nos artigos 945 até 954. 
A indenização é proporcional ao dano sofrido pela vítima, já que o objetivo da indenização é reparar o dano o mais completamente possível.
Morte da vítima
Ocorrendo a morte da vítima a indenização consistirá no pagamento do tratamento, funeral, luto da família e eventuais alimentos devidos pelo falecido. Art.948, CC. Essas despesas devem ser comprovadas com documentos idôneos.
O período de duração de uma indenização de natureza alimentar é baseada na duração provável da vida da vítima a qual varia entre 65 e 70.
Lesão leve ou grave
No caso de a vítima sofrer ferimento que cause redução permanente ou temporária da sua capacidade laborativa, a indenização consistirá além dos danos emergentes (despesas de tratamento), em lucros cessantes até o final da sua incapacidade, ou até o final da vida (art.949, 950).
A Responsabilidade Objetiva do Estado
	Numa fase final de evolução de responsabilização do Estado, proclamou-se a responsabilidade objetiva, independentemente de qualquer falta ou culpa do serviço, desenvolvida no terreno do direito público. 
	Assim, descarta-se qualquer indagação em torno da culpa do funcionário causador do dano, ou mesmo sobre a falta do serviço ou culpa anônima da administração. Responde o Estado porque causou dano ao administrado, simplesmente porque há relação de causalidade entre a atividade administrativa e o dano sofrido pelo particular.
	A Constituição disciplinou a responsabilidade civil do Estado no parag. 6º do art. 37, onde o poder público juntamente com o privado, a ele associado indenizará os danos causados podendo ressarcir-se por regresso dos agentes que tiverem participação direta na ocorrência do dano demonstrando que os mesmos agiram com culpa ou dolo (responsabilidade subjetiva).
“§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
Exclusão da responsabilidade do Estado
As causas que excluem o nexo causal (caso fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima ou de terceiro). Excluirão também a responsabilidade objetiva do Estado. Não responde o Estado objetivamente por fenômenos da natureza. Também não responde por fato exclusivo da vítima ou de terceiro, porque se considera que esses fatos não são causados por sua atividade. Assim, assaltos, crimes em geral, acidentes em estradas são fatos estranhos à atividade administrativa.
Responsabilidade subjetiva do Estado
A responsabilidade subjetiva do Estado não foi totalmente afastada da ordem jurídica, mesmo que, a regra geral seja, a responsabilidade objetiva fundada na teoria do risco administrativo. Assim, resta espaço para uma responsabilidade subjetiva por omissão genérica, como nos fatos de terceiro e fenômenos da natureza. Em alguns casos, ocorre a chamada culpa anônima, ou, falta de serviço. Essa questão não é pacífica, havendo pelo menos três correntes distintas na doutrina. 
Importante lembrar que pode haver responsabilização do Estado, em face de danos decorrentes de atos judiciais.
Responsabilidade civil relativa à construções de prédios
Responsabilidade pela ruína de edifício 
	O código civil disciplina a questão no artigo 937. Trata-se de um preceito muito antigo, que desde os tempos de Roma era aplicado, pois os romanos já davam grande importância para os eventos de desmoronamento de prédios, evidentemente que essa preocupação persiste. Importante lembrar o ocorrido em 1997 quando um prédio de 22 andares desabou no Rio de Janeiro, matando várias pessoas e provocando enormes prejuízos, devido a conduta do construtor (que era deputado). Infelizmente este caso não foi único, pois continuam acontecendo, revelando sérios problemas de fiscalização e irresponsabilidade.
	A ruína do prédio pode causar dano para o proprietário, para seu ocupante (locatário, posseiro), e ainda para terceiros, como vizinhos e transeuntes. Importante destacar que no caso do proprietário, não se busca a indenização com base no 937, CC. Pois, terá que ser ajuizada a ação contra o construtor com base no artigo 618, CC.
	Se estiver presente no caso concreto, uma relação de consumo (quase sempre será assim), a indenização poderá ser requerida com base nos artigos 12 e 14 do CDC. Tratando-se de vizinhos, poderão pleitear indenização também com base no direito de vizinhança (arts. 1277 e 1299).
	A construção, por sua própria natureza, e mesmo sem culpa dos executores, podem causar danos a vizinhança, em virtude de problemas com o terreno, vibrações, queda de materiais, entre outros. Eventuais danos dessa natureza, devem ser reparados por aquele que obtém proveito da construção. Poresse motivo, construtor e proprietário são solidários na indenização, bem como pelas lesões patrimoniais causadas aos vizinhos, pelo fato da construção.
	Essa responsabilidade independe de culpa do proprietário ou construtor, pois, não se origina da ilicitude do ato de construir, mas sim, da lesividade da construção. Trata-se de um caso típico de responsabilidade objetiva, como exceção defensiva da segurança, saúde, e sossego dos vizinhos. Essa responsabilidade objetiva serve para reforçar essa ação defensiva, pois não seria lógico exigir do lesado, mais do que a prova da lesão e do nexo de causalidade.
SEGUNDA PROVA = 03/06.
RESPONSABILIDADE CIVIL NA ÁREA DA SAÚDE
Diversos são os casos de danos provocados por profissionais da saúde, até porque, trata-se de uma atividade que representa diversos riscos, inclusive porque trata da vida humana.
	O médico obriga-se a empregar toda a técnica, diligência e perícia, ou seja, todos seus conhecimentos da melhor forma possível para garantir a cura ou a minoração dos males do paciente. Não pode porém, garantir a cura. Estas questões estão previstas no código de ética médica de 2009, porém, existem situações onde a obrigação médica não é apenas de meio, mas sim de resultado, como é o caso de cirurgia plástica, alguns procedimentos de dentistas. Desse modo, como ocorre em toda responsabilidade profissional que representa risco, a responsabilidade médica será em geral, aferida mediante um cauteloso exame dos meios empregados no procedimento afim de comprovar que esta conduta se caracterizou por culpa ou dolo.
O tratamento médico é atualmente alcançado pelos princípios do CDC, embora a relação médica não possa ser caracterizada como uma relação tipicamente de consumo. O paciente coloca-se na posição de consumidor nos termos do art.2º do CDC. O médico, ou a pessoa jurídica que presta o serviço, coloca-se como fornecedor de serviços, de acordo com o art.3º. Assim, o parágrafo 2
º, art. 3º não deixa dúvidas a respeito: serviço é qualquer atividade de consumo mediante remuneração. Com tudo, a responsabilidade do médico continua a ser subjetiva nos termos do CDC.
O defeito ou falha da pessoa jurídica na prestação de serviços médicos independe de culpa conforme o Art. 14 CDC. Apenas a responsabilidade do médico na condição de profissional liberal individual continua no campo subjetivo.
O Art. 948 trata do homicídio, o Art. 949 da lesão ou ofensa a saúde e o Art. 950 trata de defeito que impeça o exercício profissional ou diminua a capacidade de trabalho.
Já o Art 951 trata especificamente da conduta culposa de um profissional da saúde.
Importante ressaltar que o prazo prescricional para propor uma ação de indenização é de três anos conforme o Art. 206 do CC. Porém, o CDC estabelece prescrição de 5 anos para os casos que possam ser considerados como relação de consumo. Assim a responsabilidade médica, com base no CDC, pode ser buscada por mais tempo.
Cirurgia Plástica como Obrigação de Resultado
Doutrina e jurisprudência entendem em geral que uma cirurgia estética é na verdade uma obrigação de resultado.
Neste tipo de procedimento o profissional deve garantir o resultado almejado. Há uma tendência generalizada de se presumir a culpa pela não obtenção do resultado. Isso diferencia a cirurgia estética da geral.
Não resta dúvida que uma cirurgia estética carrega como principal elemento uma relação contratual
Responsabilidade dos transportadores
	O contrato de transporte contém típica obrigação de resultados, pois incumbe ao transportador levar a coisa ou pessoa, incólumes até o destino programado. A regra que já era tradicional no século XIX, decorrente da longa experiência de séculos de transporte marítimo, difundiu-se para todos os tipos de transportes. Além da incolumidade, o contrato de transporte traz como consequência a obrigação de custódia ou dever de segurança.
	Com relação ao passageiro e ao frete, a responsabilidade será contratual, com relação à terceiros, a responsabilidade do transportador é aquilina. Precisamos considerar ainda que o CDC estabeleceu a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços e assim, absorvendo toda a relação passageiro-transportador. No art. 17, CDC, temos a equiparação ao consumidor de todas as vítimas do evento, ou seja, embora quem não tenha relação direta com o transportador, mas seja atingido por um meio de transporte, terá legitimidade de postular indenização, como acidente de consumo. 
	Sempre que analisamos o transporte de coisas e pessoas, há de se levar em conta a cláusula de incolumidade que está implícita no contrato de transporte. Trata-se de consequência da obrigação de resultado, pois, o transportador assume a obrigação de entregar as coisas em perfeitas condições de segurança. Não basta, entregar ou chegar no destino, é essencial chegar salva e íntegra.
A responsabilidade do transportador é tripartida. Com relação a terceiros ela é extracontratual (atropelamentos e acidentes de trânsito). Com relação a empregados ela se da no âmbito da legislação sobre acidentes do trabalho. Já em relação a passageiros e a carga ela é contratual.
Responsabilidade Civil do Advogado
A responsabilidade do advogado é contratual na grande maioria dos casos e decorre de mandato. Geralmente há um acordo prévio entre advogado e cliente. Suas obrigações consistem em defender a parte em juízo e dar-lhe conselhos. O estatuto da advocacia estabelece como atividades exclusivas dos advogados os serviços de consultoria, assessoria, direção jurídica e a postulação perante qualquer órgão do poder judiciário.
A responsabilidade na área litigiosa é de meio, como ocorre com a responsabilidade médica, pois está obrigado a usar diligência e conhecimentos na defesa da causa sem assumir compromisso com o resultado pois existem diversos aspectos relativos e imprevisíveis durante um processo. A sua ineficiência precisa ser apurada no caso concreto sendo passível de responsabilização um erro grosseiro levando em consideração se houve ou não prejuízo para a parte.
Outro aspecto relevante é o dever de informar reforçado pelo CDC podendo haver situações de responsabilização pela falta ou inadequação de informações.

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