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Estupro de Vulnerável principios violados

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ESTUPRO DE VULNERÁVEL “SEM CONTATO FÍSICO” - PRINCÍPIOS 
CONSTITUCIONAIS VIOLADOS. 
Endosso do projeto de pesquisa: Souto. Renato de Almeida. 
A Carta Magna norteia-se por diversos princípios, os quais visam a proteção dos direitos e garantias 
fundamentais do cidadão, assim como dos atributos fundamentais da ordem jurídica, fontes 
basilares para doutrinadores e magistrados. 
A Constituição Federal de 1988 recepcionou em seu artigo 1º, III, a dignidade da pessoa humana, 
assim, como garantiu no artigo 5º, caput, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança [...]. No mesmo dispositivo legal, em seu inciso X, a inviolabilidade a 
intimidade, a vida privada e a honra [...], sendo estas como garantias fundamentais e primordiais a 
proteção da vida humana e o bem-estar em sociedade. 
A dignidade sexual é extraído do princípio da dignidade da pessoa humana, o qual se dá ao 
entendimento que o indivíduo tem direito de escolher com quem deseja ter o relacionamento 
sexual, desde que seja plenamente capaz. Ademais, tem a opção de ser portar e ter como vestimenta 
aquilo que lhe agrada. A Grande maioria da sociedade, parte do contexto que muitas pessoas são 
vítimas de agressores, sendo estuprada ou constrangida ao ato libidinoso pelo fato de terem dado 
causa a conduta do agressor; mas, isso não justifica, principalmente quando essas vítimas são 
pessoas vulneráveis. 
A finalidade deste artigo é esboçar um estudo que servirá de assessoramento nos esclarecimentos 
dos fatos e em aspectos relevantes para determinadas ações judicias sobre os quais a lei será 
aplicada. O Artigo com o tema “Estupro de vulnerável “sem contato físico”, princípio 
constitucional violado” tem por esteio decisão proferida pela 5ª turma do Superior Tribunal de 
Justiça. Perante a violência sofrida é importante destacar que, como ofensa à integridade corporal 
ou saúde, isto é, como todo e qualquer dano ocasionado à normalidade funcional do corpo, quer do 
ponto de vista fisiológico ou mental. A destruição da vida ou lesão da integridade física de uma 
vítima não pode merecer transigência alguma do Direito, lesando o bem jurídico da Dignidade da 
Pessoa Humana. Bem como se não bastasse, desponta também como crimes: Das lesões Corporais; 
Da Periclitação da Vida e da Saúde. 
De acordo com a atual legislação penal preleciona que só é caracterizado estupro de vulnerável com 
ato da conjunção carnal, o qual, de acordo com o delito previsto no artigo 217-A do Código Penal, 
são elementos objetivos do tipo: “ter” (conseguir, alcançar) conjunção carnal (cópula entre pênis e 
vagina) ou “praticar” (realizar, executar) outro ato libidinoso (qualquer ação que objetive prazer 
sexual) com menor de 14 anos, com alguém enfermo (doente) ou deficiente (portador de retardo ou 
insuficiência) mental, que não tenha o necessário (indispensável) discernimento (capacidade de 
distinção e conhecimento do que se passa, critério ou juízo) para a prática do ato sexual, assim 
como alguém que, por qualquer outra causa, não possa oferecer resistência (força de oposição 
contra algo). 
O vulnerável é a pessoa incapaz de consentir validamente o ato sexual, ou seja, é o passível de 
lesão, despido de proteção. O tema ainda é novo na sociedade, raramente é discutido nos tribunais, 
nos centros acadêmicos e em sociedade de modo geral. Também, existem poucos doutrinadores que 
discutem o assunto. 
O crime contra a dignidade sexual, tipificado em questão como estupro de vulnerável sempre 
existiu na legislação penal, no entanto sua imputação se dá apenas com a consumação do ato da 
conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso. No entanto, verifica-se que qualquer conduta que 
satisfaça lascívia dando prazer sexual ao agressor, gera um dano físico e psíquico a vítima, sendo 
esta o vulnerável que não tem condições nenhuma de se defender. 
Os Atos consumados trazem resultados negativos tais como: comprometimentos na saúde física, 
gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, além de todas as possíveis consequências 
para a saúde mental da vítima. 
Nesta linha, buscamos resultados que comparou semelhanças entre os danos das vítimas que 
tiveram a consumação do ato sexual e as vítimas que foram expostas e violadas em seus direitos 
sexuais, porém não havendo a consumação do ato sexual pela conjunção carnal. 
Será que os resultados negativos dos dois seguimentos de violação sexual acima citados se 
assemelham. No senso comum, tem-se conhecimento que as consequências de ambas violações não 
se diferenciam. Mostraremos então neste artigo, resultados que diferenciem ou não das 
consequências de ambas violências sofridas pelo vulnerável, visto que viola o bem jurídico tutelado. 
Um adulto, quando mente, pode ser facilmente desmascarado por um bom profissional, não é 
verdade? 
E quanto ao depoimento de uma criança que apresenta SUPOSTAS falsas memórias? - Basta que se 
repita a pergunta, de forma diferente, minutos depois, para que a verdade seja revelada. 
Desmascarar uma criança que mente é tão fácil e engraçado que memes com o tema não param de 
ser compartilhados nas redes sociais. 
Então, DESCONSIDERAR a fala da criança, em contexto de abuso e violência sexual, é tudo o que 
o agente violentador quer. 
Psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e operadores do direito (juízes, promotores, advogados 
etc.), quando falam em FALSAS MEMÓRIAS, sem que a criança entre em contradição em seu 
depoimento, estão ombreados na trincheira da PEDOFILIA, em franco ataque à infância. 
Não é fácil interrogar crianças.Toda criança tem mecanismos de defesa que incluem agradar aos 
adultos. Também não está desenvolvido nelas a interpretação da entonação de maneira que o soa 
como pergunta para nós pode parecer uma afirmação para elas. Elas reagem confirmando a 
afirmação para agradar ao adulto. Nada substitui o exame de corpo de delito que no Brasil é feito de 
forma ineficaz. 
E não é um simples concordar com a cabeça que o Judiciário tem rejeitado, mas depoimentos com 
riqueza de detalhes e sem contradições são friamente descartados por nossas autoridades. Tentdo 
como embassamento laudos psicológicos desqualificando esses depoimentos que são produzidos em 
série, sem o cuidado de modificarem o corpo do texto, trocam apenas os nomes dos envolvidos. É 
uma indústria CORRUPTA e MILIONÁRIA que é garantida pelo segredo de justiça e sustentada 
pela Lei da Alienação Parental. 
Crianças que não sofreram abuso não têm repertório para sustentar um relato de violência sexual e 
abusadores experientes não deixam sinais no corpo da criança, eu não duvido disso. Mas, o que está 
ocorrendo é a inversão da guarda imediatamente após a revelação da prática de abuso sexual. 
Aquele que representa a criança (vítima), é sistematicamente considerado alienador e afastado de 
seu convívio. Esse absurdo está ocorrendo e precisa ser enfrentado. A primeira medida para a 
proteção da criança deveria ser colocá-la em posição de segurança, longe do suspeito. Entretanto, a 
guarda de milhares de crianças foram invertidas, e as vítimas entregues aos "cuidados" dos 
suspeitos. Essas são causas em que os réus estão dispostos a entregar 100% de seus patrimônios a 
fim de escaparem de uma pena que varia de 8 a 15 anos de prisão. 
Alguém pode imaginar uma situação em que uma vítima adulta seja entregue ao seu algoz durante a 
instrução processual? Claro que não! Entretanto, quando a vítima é uma criança, esta fica nas mãos 
dos réus, afastada de quem tentou protegê-la. 
Exato! E como descreveria atos que não estão disponíveis aos seus olhos? 
Sim, e quando corajosamente descrevem as suas experiências, os seus depoimentos são descartados 
sob a alegação de falsa memória e síndrome de alienaçãoparental. 
 
Renato Souto 
Bacharelando de Direito, militante do Direitos Humanos, atuante na Defesa dos Direitos das 
Crianças e Adolescentes. Membro do Grupo Triple Judicializacion. Vamos fazer a mudança, juntos 
somos mais fortes!”. Assegurando a garantia de Direitos à Pessoa Humana. 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Brasília: Senado 
Federal, 1988. 
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.248, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Cap. II, dispõe Dos 
Crimes Sexuais Contra Vulnerável. Art. 217-A. 
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990. - 
1, ed- Manaus: Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, 2015. 
BRASIL. VADE MECUM – RIDEEL, 13ª Ed. 2017, p. 515 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial. 7ª Ed. revista, ampliada e atualizada. 
Vol. III. Rio de Janeiro: Impetus, 2010, p 237. 
BRASIL, STF – HC: 73662 MG, Relator: MARCO AURÉLIO, data de julgamento: 21/05;1996, 
Segunda Turma, data de publicação: DJ 20-09-1996 PP-34535 EMENT Vol – 01842-02 PP-00310 
RTJ Vol-00163-03 PP-01028, undefined, disponibilizado na página: 
http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/744007/habeas-corpus-hc-73662-mg 
TEODORO, Rafael. Jus Navigandi, 2014, disponibilizado no site: 
http://jus.com.br/artigos/32157/da-presuncao-absoluta-de-violencia-nos-crimes-de-estupro-e-
atentado-violento-ao-pudor-praticados-contra-vitima-menor-de-14-anos 
BRASIL. LEI nº 12.015, de 07 de agosto de 2009. Dos Crimes Hediondos. Cap. II, dispõe dos 
crimes sexuais contra vulnerável. Art. 218. Diário Oficial da União, Brasília. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm 
MASSON, Cleber. Direito Penal. Parte Geral. Vol. 1 11ª. ed. , 2016.

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