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SUMARIO PARTE I DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO CAPÍTULO I TEORIA GERAL DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 33 1. As relações internacionais observadas sob o prisma jurídico 33 1.1. A sociedade internacional 34 1.2. Características da sociedade internacional 34 1.3. A globalização e o sistema normativo internacional 35 2. Conceito de Direito Internacional Público 37 3. Terminologia 39 4. Objeto 40 5. Fundamento do Direito Internacional Público 40 6. O ordenamento jurídico internacional 42 6.1. Características do Direito Internacional Público 43 6.2. A cooperação internacional entre os Estados 45 6.3. A jurisdição internacional 46 6.4. A sanção no Direito Internacional Público 47 7. Direito Internacional Público e Direito Internacional Privado 48 8. Direito Internacional Público e Direito interno 49 8.1. Dualismo 50 8.2. Monismo 51 8.3. Outras possibilidades: a primazia da norma mais favorável 53 9. Questões 54 CAPÍTULO II FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: INTRODUÇÃO 57 1. Conceito 57 1.1. Fontes materiais e fontes formais 57 2. Fontes formais do Direito Internacional 58 2.1. Fontes estatutárias do Direito Internacional:o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça 59 2.1.1. O problema da hierarquia das fontes do Direito Internacional 59 2.2. Fontes extraestatutárias: as outras fontes do Direito Internacional 61 2.3. Classificação 61 3. Tratado 62 4. Costume internacional 62 5. Decisões judiciárias:a jurisprudência internacional 64 6. Doutrina 65 7. Princípios gerais do Direito 66 8. Princípios gerais do Direito Internacional Público 66 9. Analogia 67 10. Equidade 67 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO-Paulo Henrique Gonçalves Portela 11. Atos unilaterais dos Estados 68 12. Decisões de organizações internacionais 69 13. Normas imperativas: o jus cogens 70 14. Soft law 73 15. Quadro sinótico adicional 75 16. Questões 76 CAPÍTULO III FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: OS TRATADOS 83 1. Conceito e natureza jurídica 83 2. Terminologia:espécies de tratados 85 3. Classificação 88 3.1. Número de partes 88 3.2. Procedimento de conclusão 88 3.3. Execução 90 3.4. Natureza das normas/ponto de vista material 90 3.5. Efeitos 90 3.6. Possibilidade de adesão 91 4. Evolução histórica 91 5. Condições de validade 92 5.1. Capacidade das partes: entes com capacidade para celebrar tratados 92 5.1.1. Estados 92 5.1.2. Organizações internacionais 93 5.1.3. Santa Sé, beligerantes, insurgentes, blocos regionais e Comité Internacional da Cruz Vermelha 94 5.1.4. Acordos externos de interesse dos Estados da federação, do Distrito Federal e dos Municípios 94 5.2. Habilitação dos agentes 96 5.3. Objeto lícito e possível 97 5.4. Consentimento regular 97 5.4.1. O problema das ratificações imperfeitas 98 6. Processo de elaboração dos tratados 99 6.1. Negociação 100 6.2. Assinatura 101 6.3. Ratificação 103 6.4. Entrada em vigor no âmbito internacional 104 6.5. Registro e publicidade 107 7- Efeitos dos tratados sobre as partes e sobre terceiros 108 7.1. Entrada em vigor dos tratados: vigência contemporânea e diferida. Duração 108 7.2. A regra fundamental pacta sunt servanda e o princípio da boa-fé no Direito dos Tratados 109 7.3. Aplicação dos tratados no tempo: o princípio da irretroatividade 110 7.4. Aplicação dos tratados no espaço. As teorias da repercussão dos tratados sobre Estados não contratantes (reflexos dos tratados sobre terceiros) 110 8. Interpretação dos tratados 111 9. Adesão 112 10. Alteração dos tratados: as emendas e revisões 113 11. Reservas: forma, validade e efeitos jurídicos 114 12. Extinção e suspensão dos tratados 116 12.1. Extinção .'. 116 12.1.1. Denúncia 118 ,-----., 14 SUMÁRIO 12.1.2. Efeitos do estado de guerra e da alteração fundamental das circunstâncias sobre a vigência dos tratados (teoria da cláusula rebus sic stantibus) 120 12.2. Suspensão 121 12.3. Consequências da extinção e da suspensão dos tratados 122 13. Incorporação ao Direito interno 122 13.1. Modelos de internalização dos tratados 123 13.2. O Poder Executivo e o Poder Legislativo na elaboração do tratado 124 13.3. Tramitação do tratado no Brasil 125 13.4. A obrigatoriedade dos tratados na ordem jurídica nacional 127 14. Conflito entre o Direito Internacional Público e o Direito interno: a autoridade do tratado em face da lei interna e a realidade das antinomias 128 14.1. Hierarquia dos tratados incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro 130 14.2. Hierarquia dos tratados de direitos humanos no Direito interno brasileiro 132 14.3. Hierarquia dos tratados de Direito Tributário no Direito interno brasileiro 136 15. Quadros sinóticos adicionais 137 16. Questões 139 CAPÍTULO IV SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: INTRODUÇÃO 155 1. Personalidade internacional 155 2. O Estado 157 3. Organizações internacionais 157 4. Santa Sé e Estado da Cidade do Vaticano 158 4.1. Ordem Soberana e Militar de Malta 159 5. O indivíduo 160 6. As organizações não governamentais (ONGs) 160 7. As empresas 161 8. Beligerantes, insurgentes e nações em luta pela soberania 162 9. Os blocos regionais 163 10. Quadros sinóticos 164 11. Questões 164 CAPÍTULO V SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: O ESTADO. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO 167 1. Conceito 167 2. Elementos constitutivos: território, povo e governo soberano 168 2.1. Breve nota acerca da representação do Estado brasileiro nas relações internacionais 170 3. Os microestados 171 4. Surgimento dos Estados 171 5. Reconhecimento de Estado e de governo 173 6. Direitos e deveres fundamentais dos Estados 176 6.1. Doutrina Drago 178 7. Extinção e sucessão de Estados 180 8. O território 182 8.1. Conceito 182 8.2. Aquisição e perda 183 8.3. Fronteiras 184 8.4. Jurisdição territorial: direitos territoriais de jurisdição. Imperium e dominium 184 15 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO -Paulo HenriqueGonçalves Portela 9. Imunidade de jurisdição 186 9.1. Imunidade do Estado estrangeiro no processo de conhecimento (imunidade à jurisdição cog¬ nitiva) 186 9.1.1. Visão antiga: par in parem non habet judicium/imperium 187 9.1.2. Visão atual: atos de império e atos de gestão. Teoria da imunidade relativa, limitada ou restrita 188 9.2. Imunidade do Estado estrangeiro no processo de execução (imunidade de execução) 192 9.3. Imunidade das organizações internacionais 195 9.3.1. A jurisprudência brasileira e o tema da imunidade das organizações internacionais 196 9.4. Estados estrangeiros e organizações internacionais como autores no Judiciário de outro Estado 199 9.5. Competência para o exame de litígio envolvendo pessoas jurídicas de Direito Público externo no Brasil 200 10. Questões 202 CAPÍTULO VI ÓRGÃOS DO ESTADO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 211 1. Órgãos do Estado nas relações internacionais 211 1.1. Noções gerais 211 1.2. Os órgãos do Estado nas relações internacionais 212 1.2.1. Chefe de Estado 212 1.2.2. Chefe de Governo 216 1.2.3. Ministro das Relações Exteriores 216 1.2.4. Agentes diplomáticos 217 1.2.5 Agentes consulares 221 1.2.6. As missões especiais 226 2. Privilégios e imunidades 226 2.1. Noções gerais 227 2.2. Privilégios e imunidades diplomáticas 231 2.3. Privilégios e imunidades consulares 233 3. Princípios relativos às relações internacionais do Brasil 235 4. Quadros sinóticos adicionais 237 5. Questões 239 CAPÍTULO VII SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: AS ORGANIZAÇÕES INTERNA¬ CIONAIS. A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). OUTRAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 249 1. Teoria geral 249 1.1. Conceito e natureza jurídica 250 1.2. Personalidade jurídica 252 1.3. Elementos essenciais e características 253 1.4. Espécies 255 1.5. Informações adicionais: admissão e saída de Estados membros; sede; representação internacio¬ nal; financiamento; recursos humanos 256 2. Organização das Nações Unidas (ONU) 258 2.1. Histórico 259 2.2. Objetivos e princípios 260 2.3. Órgãos 263 2.3.1. Assembleia Geral 263 16 ····················································································································· ······································································································································ ................................................................................................................... ·············································································· ·································································································································· ............................................................................................................................................ ..................................................................................... ........................................................................................................................... ....................................................................... ········································································································· ...................................................................................................... ................................................................................................. ..................................................................................................... ···································································································· ..................................................................................................................... ........................................................................................................................... ...................................................................................... ·························································································· ....................................................................... ·············································································································· ............................................................................................................................................ .......................................................................................................................... ........................................................................................................................................ ····································································································· ·············································································································· ................................................................................................................................... ...................................................................................... ···························································································· ·································································································································· .............................................................................................................. ..................................................................................................................................... ········································································································ SUMÁRIO 2.3.2. Conselho de Segurança 264 2.3.3. Secretaria Geral 266 2.3.4. Outros 267 2.4. Organismos especializados do Sistema das Nações Unidas. Organizações relacionadas. Orga¬ nismos que não fazem parte do Sistema das Nações Unidas 268 2.5. Funcionamento do mecanismo de segurança coletiva das Nações Unidas 272 2.5.1. A Iniciativa R2P (Responsibility to Protect- Responsabilidade de Proteger) 274 3. As organizações regionais 274 3.1. Organização dos Estados Americanos — OEA 275 3.1.1. Carta Democrática Interamericana 276 5. Questões 279 CAPÍTULO VIII NACIONALIDADE 287 1. Nacionalidade 287 1.1. Conceito 287 1.2. A nacionalidade e o Direito Internacional: princípios gerais 288 1.3. Conflitos de nacionalidade: polipatridia e apatridia 290 1.4. Nacionalidade: tipos e critérios de aquisição 291 1.4.1. Nacionalidade primária ou originária: jus solis ejus sanguinis 292 1.4.2. Nacionalidade secundária ou adquirida. Naturalização. Outros critérios 292 2. Nacionalidade brasileira originária 294 2.1. Aquisição 294 2.2. A Justiça Federal nas causas referentes à nacionalidade brasileira 296 3. Naturalização no Brasil 296 3.1. Aquisição da nacionalidade secundária brasileira: condições 296 3.2. A Justiça Federal e o processo de naturalização 300 3.3. A condição jurídica do naturalizado 300 4. Mudança, perda e reaquisição 302 5. Nacionalidade de pessoas jurídicas 304 6. Questões 305 CAPÍTULO IX CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO 313 1. Introdução 313 2. Entrada e permanência em Estado estrangeiro 314 2.1. Discricionariedade na admissão do estrangeiro 314 2.2. Títulos de ingresso 314 2.2.1. Documentos de viagem 315 2.2.2. Vistos 316 2.2.3. Da entrada e do impedimento 319 2.2.4. Do registro 321 3. Deportação 322 4. Expulsão 325 4.1. A expulsão e o artigo 75 do Estatuto do Estrangeiro 330 5. Extradição 332 5.1. Noções gerais 333 5.2. Fundamento da extradição 335 5.3. Do exame do pedido de extradição: princípios e requisitos pertinentes 337 17 18 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRW /KDO - Paulo HenriqueGonçalves Portela 5.3.1. Princípio da identidade 338 5.3.2. Princípio da especialidade 342 5.4. Extradição e crimes políticos 343 5.5. Extradição de nacionais 345 5.6. Outras condições para o deferimento da extradição no Brasil 346 5.7. Da competência para a concessão da extradição no Brasil e do processo pertinente 350 5.8. Da entrega do extraditado 358 6. Entrega (surrender) ao Tribunal Penal Internacional (TPI) 361 7. Asilo e refugio 362 7.1. O asilo 362 7.2. O refugio 365 8. Direitos e deveres do estrangeiro 366 8.1. Condição jurídica do estrangeiro na Constituição Federal 367 8.2. Direitos e deveres do estrangeiro na Lei 6.815/80 369 8.3. Crimes previstos no Estatuto do Estrangeiro 371 9. O Estatuto da Igualdade Brasil-Portugal 371 10. Quadros sinóticos adicionais 373 11. Questões 375 CAPÍTULO X RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL 387 1. Conceito e fundamento 387 2. Características e classificação 390 3. Elementos essenciais 391 3.1. Ato ilícito 391 3.2. Imputabilidade 391 3.3. Dano 392 4. Responsabilidade por atos lícitos 392 5. Abuso de direito 393 6. Responsabilidade por atos do Estado, de funcionários e de revolucionários 394 7- Atos que excluem ou atenuam a responsabilidade internacional 395 8. Proteção diplomática 397 9. Dano e sua reparação 399 10. Esboço de Artigos sobre a Responsabilidade de Estados por Atos Ilícitos Internacionais 400 11. Questões 403 CAPÍTULO XI DIREITO INTERNACIONAL ECONÓMICO 407 1. Conceito 407 2. Ordem económica internacional: conceito e características 408 3. Aspectos gerais do Direito Internacional Económico 410 4. Principais organizações internacionais de Direito Internacional Económico 412 4.1. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) 413 4.2. Fundo Monetário Internacional (FMI) 414 4.3. Banco Mundial (BIRD) 415 4.4. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) 416 4.5. ONU e UNCTAD 417 5. Quadros sinóticos adicionais 418 6. Questões 419 SUMÁRIO CAPÍTULO XII DIREITO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL 423 1. Noções gerais 423 2. O sistema multilateral de comércio: a Organização Mundial do Comércio (OMC) 423 1.1. Histórico: o GATT 424 1.2. Funções 425 1.3. Princípios 426 1.4. Estrutura institucional e funcionamento 429 1.5. Solução de controvérsias 429 3. Principais acordos comerciais 431 3.1. Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT-1994) 432 3.2. Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS) 433 3.3 Acordo sobre Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS) 434 3.4. Acordo sobre Medidas de Investimento Relacionadas ao Comércio (TRIMS) 436 3.5. Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) 437 3.6. Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) 438 4. Quadros sinóticos adicionais 439 5. Questões 441 CAPÍTULO XIII DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE 445 1. Noções gerais 445 1.1. Princípios do Direito Internacional Ambiental 446 2. Histórico 447 3. Normas gerais do Direito Internacional do Meio Ambiente 448 3.1. Declaração de Estocolmo de 1972 448 3.2. Declaração do Rio de 1992 449 3.3. Agenda 21 451 4. Regulação de temas específicos no Direito Internacional do Meio Ambiente 452 4.1. Proteção da fauna, da flora e das florestas 452 4.2. Proteção do solo e desertificação 455 4.3. Antártida 455 4.4. Alimentos transgênicos e organismos geneticamente modificados: o Protocolo de Cartagena ... 456 4.5. Combate ao aquecimento global e à poluição atmosférica. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Protocolo de Quioto. Acordo de Paris. Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio 457 4.6. Poluição do mar e pesca 460 5. Direitos humanos e o meio ambiente 461 6. Comércio internacional e meio ambiente 463 7. A responsabilidade internacional por danos ao meio ambiente e a reparação do dano ecológico 465 8. Quadros sinóticos adicionais 465 9. Questões 467 CAPÍTULO XIV DIREITO INTERNACIONAL DO TRABALHO 469 1. Noções gerais 469 2. Evolução histórica 470 3. Organização Internacional do Trabalho (OIT) 471 3.1. Histórico 471 3.2. Noções gerais 472 19 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO -Paulo HenriqueGonçalves Portela 3.3. Estrutura e composição dos órgãos da OIT 475 3.3.1. Conferência Internacional do Trabalho e conferências regionais 476 3-3.2. Conselho de Administração 477 3.3.3. Repartição Internacional do Trabalho 477 4. Aplicação das normas de Direito Internacional do Trabalho 478 4.1. Procedimentos contenciosos: reclamação e queixa 478 4.2. Comissão de Peritos 479 4.3. Comité de Liberdade Sindical 481 5. Convenções e recomendações da OIT e sua aplicação no Brasil 482 6. Convenções internacionais sobre temas de interesse prioritário da OIT 485 6.1. Liberdade sindical e negociação coletiva 486 6.2 Trabalhos forçados 489 6.3. Discriminação 490 7. Normas internacionais de proteção da criança e do adolescente no trabalho 492 7.1. A proteção da criança e do adolescente no trabalho nos tratados de direitos humanos 493 7.2. Convenção 138 e Recomendação 146 sobre a Idade Mínima para Admissão no Emprego 494 7.3. Convenção 182 e Recomendação 190 sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil 497 8. Aplicação da lei trabalhista estrangeira:os princípios da lex loci executionis e do locus regit actum.A Lei 7.064/82. A extinção da Súmula 207. O princípio da norma mais favorável ao trabalhador 498 8.1. Regime de trabalho dos brasileiros contratados ou transferidos para prestar serviços no exterior (Lei 7.064/82) 500 8.2. Regime de trabalho de estrangeiros contratados no exterior para prestar serviços no Brasil 502 9. Competência da Justiça do Trabalho na área internacional 503 10. Organização Mundial do Comércio (OMC) e trabalho 504 10.1. Padrões trabalhistas mínimos 505 10.2. Dumping social 505 10.3. Cláusula social 506 10.4. Selo social 506 11. Livre circulação de trabalhadores: União Europeia, Nafta e MERCOSUL 507 11.1. União Europeia 508 11.2. NAFTA 509 11.3. MERCOSUL 509 12. Quadros sinóticos adicionais 510 13. Questões 512 CAPÍTULO XV DIREITO INTERNACIONAL PENAL E COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL NO CAMPO PENAL (DIREITO PENAL INTERNACIONAL) 533 1. Direito Internacional Penal e Direito Penal Internacional 533 1.1. Direito Internacional Penal 533 1.1.1. Conceito de crimes internacionais e sua evolução histórica 533 1.2. Direito Penal Internacional: a cooperação penal internacional 534 2. O Tribunal Penal Internacional (TPI) 535 2.1. Noções gerais 535 2.2. Estrutura 537 2.3. Estatuto de Roma: princípios 539 2.4. Competência rationae materiae doTribunal Penal Internacional: crimes da competência doTPI 542 2.4.1. Crimes de guerra 542 2.4.2. Crimes contra a humanidade 543 20 SUMARIO a 2.4.3. Agressão 543 2.4.4. Genocídio 544 2.5. Competência rationae loci, mtionaepersonae e rattonae temporis do Tribunal Penal Internacional .. 544 2.6. Persecução dos crimes de guerra: normas processuais 546 2.7. Decisões e sua natureza 548 2.8. Penas 548 2.9. O Tribunal Penal Internacional e o Brasil 550 3. Cooperação internacional em matéria penal (Direito Penal Internacional) 552 3.1. Tratados multilaterais em matéria de cooperação penal e processual penal 555 3.1.1. Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (Convenção de Mérida) 555 3.1.2. Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Conven¬ ção de Palermo) 556 3.1.3. Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes eSubstâncias Psicotrópicas 558 3.1.4. Protocolo contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito de Armas de Fogo, suas Peças, Com¬ ponentes e Munições 559 3.1.5. Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais 560 3.1.6. Convenções e tratados relativos ao processo penal 561 3.2. Tratados bilaterais em matéria de cooperação penal e processual penal 561 3.3. Lei 12.846/2013 562 4. Transferência de presos 564 5. Cooperação internacional no campo penal e arcabouço institucional: autoridades centrais e redes de cooperação entre órgãos dos Poderes Executivo e Judiciário e do Ministério Público. O auxílio direto 567 5.1. Autoridades centrais 567 5.2. Redes de cooperação entre órgãos dos Poderes Executivo e Judiciário e do Ministério Público.. 569 5.2.1. IberRED 570 5.2.2. Rede de Cooperação Jurídica e Judiciária Internacional dos Países de Língua Portu¬ guesa (Rede Judiciária da CPLP) 571 5.2.3. Rede Hemisférica de Intercâmbio de Informações para o Auxílio Jurídico Mútuo em Matéria Penal e de Extradição 572 5.3. Carta rogatória e auxílio direto 572 5.4. A homologação de sentenças penais para efeitos civis 578 6. O Pacto de São José e o seu impacto no processo penal brasileiro 579 7. Quadros adicionais 581 8. Questões 585 CAPÍTULO XVI DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL E PATRIMÓNIO COMUM DA HUMANIDADE.... 593 1. A disciplina dos espaços internacionais 593 2. Direito do mar, dos rios e das águas interiores. A navegação marítima 594 2.1. Mar territorial 595 2.2. Zona contígua 597 2.3. Plataforma continental e fundos marinhos 597 2.4. Zona económica exclusiva 598 2.5. Alto-mar 599 2.6. Direito Internacional da Navegação Marítima 600 2.7. Rios internacionais 601 2.8. Águas interiores 601 3. Zonas polares 602 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO-Paulo HenriqueGonçalves Portelara 4. O espaço aéreo: o Direito Internacional da Navegação Aérea 603 4.1. O espaço aéreo: princípios elementares 603 4.2. Normas convencionais 604 4.2.1. Nacionalidade das aeronaves 606 4.2.2. Tráfego aéreo 606 5. O espaço extra-atmosférico 607 6. Nota sobre a competência das autoridades judiciárias brasileiras no tocante ao domínio público inter¬ nacional 609 7. Património comum da humanidade 609 8. Quadros sinóticos 611 9. Questões 613 CAPÍTULO XVII SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS 619 1. Controvérsias internacionais 619 1.1. Mecanismos de solução de controvérsias internacionais: características 619 2. Meios de solução de controvérsias: o artigo 33 da Carta da ONU 620 3. Meios diplomáticos e políticos 621 3.1. Negociação 622 3.2. Inquérito 622 3.3. Consultas 623 3.4. Bons ofícios 623 3.5. Mediação 623 3.6. Conciliação 624 4. Meios semijudiciais: a arbitragem internacional 624 4.1. Noções gerais: os árbitros, o processo e o laudo arbitrai 624 5. Meios judiciais 626 5-1. Corte Internacional de Justiça 627 5.2. Outros tribunais 632 6. Meios coercitivos 633 7. Quadros sinóticos adicionais 634 8. Questões 635 CAPÍTULO XVIII DIREITO DE GUERRA E NEUTRALIDADE 643 1. A guerra 643 2. Noções gerais. Jus ad bellum e Jus in bello 644 3. A proscrição da guerra. Mecanismos de segurança coletiva e de manutenção da paz 645 4. Normas aplicáveis aos conflitos armados 647 4.1. Tratados referentes ao emprego de armas de alto potencial destrutivo 648 4.2. O Tribunal Penal Internacional (TPI) e a guerra 649 5. Neutralidade 650 6. Quadro sinótico adicional 650 7. Questões 651 PARTE II DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO CAPÍTULO I DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 655 1. Conceito e características 655 2. Objeto 657 SUMÁRIO 3. Denominação - 658 4. Fontes 658 4.1. Lei 659 4.2. Tratados 660 4.3. Notas acerca da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado 660 5. Diferenças em relação ao Direito Internacional Público 662 6. Questões 663 CAPÍTULO II APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO: CONFLITOS DE LEIS NO ESPAÇO E A NORMA DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 665 1. Introdução: a problemática dos conflitos de leis no espaço 665 2. Histórico 666 3. A norma de Direito Internacional Privado e sua estrutura 668 4. Regras de conexão: os objetos de conexão e elementos de conexão 669 4.1. Elementos de conexão: tipos 670 4.1.1. Estatuto pessoal: o domicílio (lex domicilii) 670 4.1.2. Estatuto pessoal: a nacionalidade 671 4.1.3. Lexfori 672 4.1.4. Lex rei sitae 672 4.1.5. Lex loci delicti comissi 673 4.1.6. Lex loci executionis/lex loci solutionis 673 4.1.7. Locus regit actum/lex loci contractusllugai de constituição da obrigação 673 4.1.8. Autonomia da vontade 674 4.1.9. Outros elementos 676 4.1.10. Breve nota sobre a constituição de pessoas jurídicas 676 5. Institutos básicos do Direito Internacional Privado 676 5.1. Qualificação 676 5.2. Ordem pública 677 5.3. Reenvio 678 5.4. Direito adquirido 678 6. Quadros sinóticos adicionais 679 7. Questões 680 CAPÍTULO III APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO E DIREITO PROCESSUAL CIVIL INTERNA¬ CIONAL. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 687 1. Noções gerais 687 2. Aplicação do Direito estrangeiro 687 2.1. Verificação e prova do conteúdo do Direito estrangeiro 688 2.2. Interpretação do Direito estrangeiro e sua incidência no caso concreto 690 2.3. Exceções à aplicação do Direito estrangeiro 691 3. Competência internacional 693 3.1. Noções gerais e princípios básicos 693 3.2. Competência da autoridade judiciária brasileira no plano internacional 695 3.2.1. Competência concorrente no CPC 1973 696 3.2.2. Competência exclusiva no CPC 1973 697 3.2.3. A competência internacional nos tratados 698 3.2.4. A competência internacional no CPC 2015 699 23 ................................................................ ·································································· ················································································································································ ··········································································································································· ................................................................................................................................... ............................................................................................................................................ ·•············································•········································ ............................................................................................................................................ ....................................................................................................................... ................................................................................................................. ....................................................................................................... ............................................................................................................................. ......................................................................................................................... ···································································································································· ..................................................................................................................... ·············································································································· ............................................................................................................................................ ............................................................................ ..................................................................................................................................... DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO -Paulo HenriqueGonçalves Portela 4. Litispendência internacional 701 5. A cláusula de eleição de foro estrangeiro 703 6. A prova de fatos ocorridos no exterior 705 7. Quadro sinótico adicional 705 8. Questões 706 CAPÍTULO IV COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 709 1. Noções gerais 709 1.1. A cooperação jurídica internacional e o Brasil 710 1.2. Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estran¬ geiros (“Convenção da Apostila”) 714 2. Cartas rogatórias 716 2.1. Cartas rogatórias no Brasil 717 2.1.1. Rogatórias enviadas pelo Brasil- rogatórias ativas 717 2.1.2. Rogatórias recebidas pelo Brasil — rogatórias passivas 720 2.1.3. Normas relativas às rogatórias nos tratados 728 3. Regime das provas 730 4. Cooperação internacional no campo cível e arcabouço institucional atual: autoridades centrais e redes de cooperação entre órgãos dos Poderes Executivo e Judiciário e do Ministério Público. O auxílio direto 731 4.1. Autoridades centrais 731 4.2. Redes de cooperação entre órgãos dos Poderes Executivo e Judiciário e do Ministério Público.. 732 4.2.1. IberRED-Rede Iberoamericana de Cooperação Judiciária 733 4.2.2. Rede de Cooperação Jurídica e Judiciária Internacional dos Países de Língua Portu¬ guesa (Rede Judiciária da CPLP) 734 5. Auxílio direto 735 6. Quadros sinóticos adicionais 738 7. Questões 741 CAPÍTULO V HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 745 1. Noções gerais 745 2. A homologação da sentença estrangeira no Brasil 748 2.1. Competência 748 2.2. Condições para a homologação de uma sentença estrangeira no Brasil 749 2.3. Processo 760 2.4. A homologação de sentenças penais para efeitos civis 762 2.5. A homologação nos tratados 763 3. Sentenças proferidas por tribunais internacionais 764 4. Quadros sinóticos adicionais 767 5. Questões 770 CAPÍTULO VI A ARBITRAGEM NO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 773 1. Noções gerais 773 2. A arbitragem e a lei brasileira: O CPC 2015 e a Lei 9.307/96 776 3. A arbitragem nos tratados 782 3.1. A arbitragem nos tratados de alcance global 782 24 SUMARIO 3.1.1. Protocolo relativo a Cláusulas de Arbitragem (Protocolo de Genebra) 782 3.1.2. Convenção sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras (Convenção de Nova Iorque) 783 3.2. A arbitragem nas Américas 784 3.2.1. Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional (Convenção do Panamá) 784 3.2.2. Convenção Interamericana sobre Eficácia Extraterritorial das Sentenças e Laudos Ar¬ bitrais Estrangeiros (Convenção de Montevideu) 784 3.3. A arbitragem no MERCOSUL 785 3.3.1. Acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do MERCOSUL (Acordo de Bue¬ nos Aires) 785 3.3.2. Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa (Protocolo de Las Lenas) 787 4. A homologação de laudos arbitrais estrangeiros no Direito interno brasileiro 787 4.1. A homologação de laudos arbitrais estrangeiros no CPC 2015 e na Lei 13.129/2015 790 5. Quadro sinótico adicional 791 6. Questões 791 CAPÍTULO VII DIREITO DE FAMÍLIA E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 795 1. O casamento no Direito Internacional Privado 795 1.1 A celebração do casamento de estrangeiros no Brasil e de brasileiros no exterior 795 1.1.1. O casamento consular. O divórcio consular 796 1.1.2. Do registro no Brasil do casamento celebrado no exterior 797 1.1.3. O divórcio consular 799 1.2. A constância e o fim do casamento no Direito Internacional Privado: normas aplicáveis 800 1.2.1. Normas aplicáveis ao divórcio. A homologação de divórcio decretado no exterior 801 1.2.2. Outros temas relevantes 803 2. A prestação transnacional de alimentos 803 2.1. Convenção de Nova Iorque sobre Cobrança de Alimentos no Estrangeiro 804 2.2. Convenção Interamericana sobre Obrigação Alimentar (Convenção de Montevideu) 807 3. Adoção internacional 808 4. Sequestro internacional de crianças: a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças (Convenção da Haia) 811 4.1. Nota acerca da competência para examinar ação de guarda relativa a criança trazida para o Brasil por genitor(a) brasileiro(a) 819 5. Quadros sinóticos adicionais 820 6. Questões 823 PARTE III DIREITOS HUMANOS CAPÍTULO I NOÇÕES GERAIS DE DIREITOS HUMANOS 833 1. Conceito e informações gerais 833 2. Fundamento 833 3. Características 834 3.1. Universalidade 834 3.2. Inerência 835 3.3. Transnacionalidade 835 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO -Paulo HenriqueGonçalves Portela 3.4. Historicidade e proibição do retrocesso 835 3.5. Indisponibilidade, inalienabilidade e irrenunciabilidade 835 3.6. Imprescritibilidade 835 3.7. Indivisibilidade, interdependência e complementariedade 836 3.8. Primazia da norma mais favorável 836 3.9. Caráter não exaustivo das listas de fatores de discriminação 837 4. Fontes 838 5. Evolução histórica 839 6. Classificação dos direitos humanos 841 6.1. Classificação tradicional: as gerações dos direitos humanos 842 6.2. Classificação conforme o Direito Internacional dos Direitos Humanos: as dimensões dos direi¬ tos humanos 844 7. Os direitos humanos como princípios gerais de Direito e como norma. Força vinculante dos direitos humanos 845 8. Questões 846 CAPÍTULO II DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS 851 1. Conceitos básicos 851 2. Evolução histórica 851 2.1. Antecedentes 852 2.2. AII Guerra Mundial e o surgimento da ONU 853 3. A internacionalização dos direitos humanos: fundamentos da proteção internacional dos direitos humanos 855 3.1. A relativização do conceito de soberania nacional absoluta 855 3.2. Mudança do papel do indivíduo no cenário internacional 856 4. Fontes do Direito Internacional dos Direitos Humanos. Natureza jurídica dos tratados de direitos humanos 857 5. Características do Direito Internacional dos Direitos Humanos 857 5.1. Universalidade e transnacionalidade 857 5.1.1. Breves notas acerca da controvérsia entre o universalismo e o relativismo cultural 858 5.2. Possibilidade de monitoramento internacional 859 5.3. Possibilidade de responsabilização internacional 859 5.4. Papel primordial dos Estados e subsidiariedade do sistema de proteção internacional dos direi¬ tos humanos. O esgotamento dos recursos internos 859 6. A aplicação dos tratados de direitos humanos em Estados federais 861 7. As reservas em tratados de direitos humanos 862 8. Os sistemas internacionais de proteção aos direitos humanos 862 9. Questões 863 CAPÍTULO III SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS (ONU) 867 1. Sistema global de direitos humanos e seus principais tratados 867 1.1. Carta das Nações Unidas (Carta da ONU) 868 1.2. Declaração Universal dos Direitos Humanos 868 1.3. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos 873 1.3.1. Segundo Protocolo Adicional ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políti¬ cos com vista à Abolição da Pena de Morte 877 1.4. Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais 878 1.5. Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio 880 26 , 1 ............................................................................................................................... SUMÁRIO s 1.6. Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial 881 1.7. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (Convenção CEDAW) 883 1.8. Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degra¬ dantes 885 1.9. Convenção sobre os Direitos da Criança e Protocolos Facultativos 887 1.9.1. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança referente à Venda de Crianças, à Prostituição Infantil e à Pornografia Infantil e Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo ao Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados 889 1.9.2. Regras Mínimas da ONU para Administração da Justiça da Infância e Juventude (Regras de Beijing), Regras Mínimas da ONU para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade (Diretrizes de Riade) e Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência Juvenil 890 1.10. Declaração e Programa de Ação de Viena (1993) 890 1.11. Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Presos 892 1.12. Protocolo de Prevenção, Supressão e Punição do Tráfico de Pessoas, especialmente Mulheres e Crianças, complementar à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Trans- nacional 895 1.13. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facul¬ tativo 896 1.14. Direitos humanos e comunidades tradicionais 898 1.14.1. Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas 899 1.14.2. Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indí¬ genas e Tribais 902 1.15. Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra Desaparecimentos For¬ çados 905 1.16. Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso 910 1.17. Convenção Internacional para a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e de suas Famílias 913 2. Mecanismos internacionais de monitoramento e proteção dos direitos humanos no sistema global: órgãos e instrumentos específicos 913 2.1. Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) 914 2.2. Conselho de Direitos Humanos (UNHRC/CDH) 915 2.3. Órgãos de tratados 916 2.3.1. Comité de Direitos Humanos e Protocolo Facultativo ao Pacto dos Direitos Civis e Políticos 918 2.3.2. Comité de Direitos Económicos, Sociais e Culturais 919 2.3.3. Comité para Eliminação da Discriminação Racial (CERD/CEDR) 924 2.3.4. Comité sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (Comité CEDAW) .... 925 2.3.5. Comité para os Direitos da Criança (CRC) 927 2.3.6. Comité contra a Tortura (CAT) e Subcomitê de Prevenção da Tortura e outros Trata¬ mentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes 930 2.3.7. Comité sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD) e Protocolo Faculta¬ tivo à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 931 2.3.8. Comité contra Desaparecimentos Forçados 933 2.4. Órgãos jurisdicionais 935 3. Quadros sinóticos 936 4. Questões 940 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO - Paulo HenriqueGonçalves Portela CAPÍTULO IV SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 959 1. Os sistemas regionais de proteção dos direitos humanos 959 1.1. O sistema interamericano 959 2. Sistema interamericano de Direitos Humanos e seus principais tratados 959 2.1. Carta da OEA e Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem 960 2.2. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José) 960 2.2.1. Protocolo de São Salvador (Protocolo adicional à Convenção Americana sobre Direi¬ tos Humanos em Matéria de Direitos Económicos, Sociais e Culturais) 966 2.3. Outros tratados do sistema interamericano 968 2.3.1. Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mu¬ lher (Convenção de Belém do Pará) 969 2.3.2. Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (Convenção da Guatemala) 970 2.3.3. Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas 971 3. Mecanismos de proteção do sistema interamericano 974 3.1. Comissão Interamericana de Direitos Humanos 974 3.2. Corte Interamericana de Direitos Humanos 981 3.2.1. Principais casos envolvendo o Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos.. 985 5- Questões 993 CAPÍTULO V A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DA PESSOA HUMANA:ÁREAS ESPECÍFICAS 1005 1. Direito Internacional Humanitário 1005 1.1. Histórico e principais convenções internacionais na matéria 1005 1.2. Noções gerais 1007 1.2.1. Princípios do Direito Humanitário 1008 1.3. Pessoal protegido 1009 1.4. Principais normas 1010 1.5. A aplicação do Direito Humanitário. Papel da ONU e da Cruz Vermelha. Outros órgãos 1011 1.5.1. O Movimento da Cruz Vermelha 1012 2. Direito Internacional dos Refugiados 1014 2.1. Noções gerais 1014 2.2. Normas internacionais de proteção aos refugiados. O princípio do non-refoulement 1015 2.3. Normas brasileiras de proteção aos refugiados: a Lei 9.474/97 1017 3. Quadros sinóticos 1020 4. Questões 1021 CAPÍTULO VI O DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURͬ DICO BRASILEIRO 1025 1. O princípio da primazia dos direitos humanos nas relações internacionais 1025 2. Incorporação dos tratados de direitos humanos ao ordenamento jurídico brasileiro: processo legisla¬ tivo de incorporação 1027 3. A aplicabilidade imediata das normas de tratados de direitos humanos 1030 4. Posição hierárquica dos tratados de direitos humanos e conflito com as normas internas 1032 4.1. Posição hierárquica dos tratados de direitos humanos aprovados fora do marco estabelecido pelo parágrafo 3o do artigo 5o da Constituição Federal 1033 4.1.1. Introdução: informações gerais acerca dos tratados internacionais de direitos huma¬ nos no Brasil 1033 28 SUMARIO 29 4.1.2. Da promulgação da Constituição Federal de 1988 até 2007: época em que os tratados de direitos humanos eram equiparados à lei ordinária 1035 4.1.3. A supralegalidade: atual entendimento majoritário 1036 4.1.4. Outros entendimentos:o caráter materialmente constitucional de todas as normas in¬ ternacionais de direitos humanos e o princípio da primazia da norma mais favorável . 1038 4.2. Tratados de direitos humanos celebrados nos termos do § 3o do artigo 5 o da Constituição Federal 1039 5. Aplicação do princípio da primazia da norma mais favorável à pessoa humana no Direito brasileiro... 1041 6. A denúncia de tratados de direitos humanos em face do Direito brasileiro 1043 7. A execução de decisões de tribunais internacionais de direitos humanos 1046 8. As normas do Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI) em face da Constituição Federal. O Brasil e a criação de um tribunal internacional dos direitos humanos 1047 9. Incidente de Deslocamento de Competência (IDC): a intervenção da Justiça Federal nas hipóteses de grave violação de direitos humanos 1049 10. III Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3): reflexos no âmbito do Direito Internacional dos Direitos Humanos 1052 11.0 papel da Defensoria Pública em postulações de indivíduos que vivem no Brasil junto aos órgãos internacionais de proteção aos direitos humanos. Os defensores públicos interamericanos 1053 12. Quadros sinóticos adicionais 1054 13. Questões 1054 PARTE IV DIREITO COMUNITÁRIO CAPÍTULO I NOÇÕES DE DIREITO DA INTEGRAÇÃO E DE DIREITO COMUNITÁRIO 1065 1. Introdução 1065 1.1. Noções gerais: integração económica e formação de blocos económicos 1065 1.2. Estágios da integração regional 1067 1.3. Direito da Integração 1068 2. Direito Comunitário 1069 2.1. Conceito 1069 2.2. Fontes 1071 2.3. Princípios 1071 2.3.1. Princípio da integração 1071 2.3.2. Aplicabilidade direta (imediata) e efeito direto 1072 2.3.3. Primazia 1072 2.3.4. Aplicação uniforme e harmonização 1073 2.3.5. Subsidiariedade 1073 3. Diferenças entre o Direito Comunitário e o Direito da Integração 1074 4. Questões 1075 CAPÍTULO II PRINCIPAIS BLOCOS REGIONAIS DE INTERESSE PARA O BRASIL: MERCOSUL, UNIÁO EUROPEIA, NAFTA EUNASUL 1077 1. Introdução 1077 2. MERCOSUL 1077 2.1. Histórico: ALALC, ALADI e as negociações Argentina-Brasil 1077 2.2. Constituição e objetivo 1079 2.3. Natureza jurídica 1082 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO-Paulo HenriqueGonçalves Portela30 2.4. Princípios 1082 2.5. Principais tratados 1083 2.6. Estrutura e funcionamento 1084 2.6.1. Conselho do Mercado Comum (CMC) 1084 2.6.2. Grupo Mercado Comum (GMC) 1085 2.6.3. Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) 1086 2.6.4. Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM) 1086 2.6.5. O Parlamento do MERCOSUL (PARLASUL) 1087 2.6.6. Foro Consultivo Económico-Social e outros órgãos 1088 2.7. O comércio intrabloco: linhas gerais 1088 2.8. As negociações e os acordos comerciais envolvendo o MERCOSUL 1089 2.9. Principais normas em matéria social. A ideia de livre circulação de trabalhadores no MERCO¬ SUL 1089 2.10. Direitos humanos no MERCOSUL 1091 2.11. Solução de controvérsias.O Protocolo de Olivos.OTribunal Permanente de Revisão do MER¬ COSUL 1092 2.11.1. Arbitragem no MERCOSUL 1096 2.12. Cooperação jurídica no MERCOSUL. O Protocolo de Las Lenas 1097 3. União Europeia 1100 3.1. Histórico 1100 3.2. Composição e adesão 1102 3.3. Estrutura institucional 1102 3.4. Funcionamento: principais políticas da União Europeia 1107 3.5. Principais normas no campo dos direitos humanos e em matéria social 1111 3.6. Retirada da União Europeia 1112 4. Outros mecanismos de integração regional 1113 4.1. NAFTA 1113 4.2. UNASUL 1114 4.3. Outros exemplos de mecanismos de integração regional 1115 5. Quadros sinóticos adicionais 1116 6. Questões 1120 ATUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL 1131 BIBLIOGRAFIA 1133 ············································•·································•····································· ·································································································································· ························································································· ................................................................................................................................ ................................................................................................. ·········································••·······•·•·•••··•·•··•····················•••··••····•·····•········•·····•••••·•··• PARTE I DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO CAPÍTULO I TEORIA GERAL DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 1. AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS OBSERVADAS SOB O PRISMA JU ¬ R ÍDICO As relações internacionais, entendidas como a teia de laços entre pessoas naturais e jurí¬ dicas que perpassam as fronteiras nacionais, caracterizam-se pela complexidade. Com efeito, o universo do relacionamento internacional, que, na percepção tradicional da doutrina, envolvia apenas os Estados, abrange na atualidade um rol variado de atores, que inclui também as organizações internacionais, as organizações não governamentais (ONGs), as empresas e os indivíduos, dentre outros. Tais atores, e os vínculos que os unem, formam a sociedade internacional, cuja dinâmica é pautada por diversos fatores, associados, por exemplo, à política, à economia, à geopolítica, ao poder militar, à cultura e, por fim, aos interesses, necessidades e ideais humanos. Um dos elementos que contribui para determinar a evolução da vida internacional é o Direito, especialmente o Direito Internacional Público, ramo da Ciência Jurídica que visa a regular as relações internacionais com vistas a permitir a convivência entre os membros da sociedade internacional e a realizar certos interesses e valores aos quais se confere importância em determinado momento histórico. De antemão, cabe afastar percepções sobre uma suposta capacidade do Direito Inter¬ nacional Público de resolver todos os problemas encontrados nas relações internacionais. É também necessário refutar conclusões referentes a uma aparente inutilidade do Direito Inter¬ nacional frente aos problemas mundiais, pelo fato de que algumas das questões que desafiam a humanidade ainda são tratadas de maneira alheia ou contrária aos preceitos jurídicos. A complexidade das relações internacionais indica que o tratamento dos problemas que transcendem as fronteiras de um Estado pode exigir a compreensão de fatores vinculados a outras áreas, como a política e a economia. Além disso, lembramos que o Direito, enquanto dever-ser, não deixa de existir em vista do eventual descumprimento de suas normas, fenô¬ meno que ocorre, aliás, em qualquer ramo do universo jurídico. Ademais, nenhuma forma de associação humana, ainda que rudimentar, pode prescindir de um mínimo de regras que permitam a coexistência entre seus membros. Por fim, ressaltamos que o Direito Internacional Público é também influenciado, em sua formação e aplicação, pelos fatores que dão forma à sociedade internacional. Portanto, seu estudo requer um breve exame das características da sociedade internacional, para que DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO- Paulo Henrique Gonçalves Portela34 ' possamos formar um entendimento mais preciso acerca da origem e do funcionamento da ordem jurídica internacional. 1.1. A sociedade internacional É comum o emprego indiscriminado dos termos “comunidade internacional” e “sociedade internacional”. Entretanto, a doutrina identifica diferenças entre as duas noções, as quais examinaremos em caráter meramente preliminar, não sem antes destacar o reduzido impacto prático do problema na vida internacional. A comunidade fundamenta-se em vínculos espontâneos e de caráter subjetivo, envolvendo identidade e laços culturais, emocionais, históricos, sociais, religiosos e familiares comuns. Caracteriza-se pela ausência de dominação, pela cumplicidade e pela identificação entre seus membros, cuja convivência é naturalmente harmónica. A sociedade apoia-se na vontade de seus integrantes, que decidiram se associar para atingir certos objetivos que compartilham. É marcada, portanto, pelo papel decisivo da vontade, como elemento que promove a aproximação entre seus membros, e pela existência de fins, que o grupo pretende alcançar. A maior parte da doutrina entende que ainda não há uma comunidade internacional, visto que o que uniria os Estados seriam seus interesses, não laços espontâneos e subjetivos, e pelo fato de ainda haver muitas diferenças entre os povos, dificultando a maior identificação entre as pessoas no mundo. Entretanto, já é possível defender a existência de uma comu¬ nidade internacional, à luz de problemas globais que se referem a todos os seres humanos, como a segurança alimentar, a proteção do meio ambiente, os desastres naturais, os direitos humanos e a paz1. Com isso, conceituamos a sociedade internacional como um conjunto de vínculos entre diversas pessoas e entidades interdependentes entre si, que coexistem por diversos motivos e que estabelecem relações que reclamam a devida disciplina2. A existência da sociedade internacional confunde-se com a história da humanidade. Decerto que nem sempre a sociedade internacional se revestiu de suas características atuais, o que leva parte da doutrina a defender que seu surgimento é fato mais recente. Em todo caso, a história demonstra que, desde tempos remotos, os povos vêm estabelecendo laços entre si, com o objetivo de concretizar projetos comuns. 1.2. Características da sociedade internacional Apontaremos a seguir algumas das características da sociedade internacional examinadas pela doutrina de Direito Internacional, sem prejuízo de que a convivência internacional, em vista de sua complexidade, se revista de outros traços peculiares, cujo estudo, porém, não cabe à Ciência Jurídica. 1. A respeito: MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito internacional público: parte geral, p. 10-11. DELL'OLMO, Floris- bal de Souza. Curso de direito internacional público, p. 2-3 2. Nesse sentido: PEREIRA, Bruno Yepes. Curso de direito internacional público, p. 3. Cap.I • TEORIA GERAL DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 35 A sociedade internacional é universal. Nesse sentido, abrange o mundo inteiro, ainda que o nível de integração de alguns de seus membros às suas dinâmicas não seja tão profundo. Com efeito, mesmo um Estado que adote uma política externa isolacionista deve, no mínimo, se relacionar com o Estado com o qual tem fronteira. A sociedade internacional é heterogénea. Integram-na atores que podem apresentar signi¬ ficativas diferenças entre si, de cunho económico, cultural etc. A maior ou menor hetero¬ geneidade influenciará decisivamente o processo de negociação e de aplicação das normas internacionais, que poderá ser mais ou menos complexo. Parte da doutrina defende que a sociedade internacional é interestatal, ou seja, que é composta meramente por Estados.3 Não abraçamos esse entendimento, superado desde que as organizações internacionais se firmaram como sujeitos de Direito Internacional e que não se sustenta diante da crescente participação direta de entes como empresas, ONGs e indivíduos nas relações internacionais. Em todo caso, partindo da premissa de que seus membros seriam apenas Estados, a sociedade internacional seria paritária, em vista da igualdade jurídica entre seus integrantes. Entretanto, a sociedade internacional é também marcada pela desigualdade de fato, corolário de sua própria heterogeneidade e do grande diferencial de poder entre os Estados, que ainda influencia os rumos das relações internacionais. A sociedade internacional é descentralizada. Nesse sentido, não há um poder central inter¬ nacional ou um governo mundial, mas vários centros de poder, como os próprios Estados e as organizações internacionais, não subordinados a qualquer autoridade maior. Com isso, Celso de Albuquerque Mello afirma que a sociedade internacional não possui uma organização insti¬ tucional.4 Ainda nesse sentido, podemos afirmar que a sociedade internacional é caracterizada não pela subordinação, mas sim pela coordenação de interesses entre seus membros, que vai permitir, como veremos, a definição das regras que regulam o convívio entre seus integrantes. 1.3. A globalização e o sistema normativo internacional A melhor compreensão do Direito Internacional requer um breve exame do conceito de “globalização”, frequentemente usado para definir o atual momento da sociedade interna¬ cional. De emprego impreciso e indiscriminado, especialmente no fim do século passado, a noção de globalização é objeto de ampla polêmica em várias áreas do conhecimento, pelo que sua análise detida foge ao objeto deste livro. Definimos a globalização como um processo de progressivo aprofundamento da integração entre as várias partes do mundo, especialmente nos campos político, económico, social e cultural, com vistas a formar um espaço internacional comum, dentro do qual bens, serviços e pessoas circulem da maneira mais desimpedida possível. A rigor, a globalização é fenômeno recorrente na história da humanidade, experimentando momentos de maior intensidade, como as Grandes Navegações, a Revolução Industrial e a 3. A t ítulo de exemplo: DELL'OLMO, Florisbal de Souza. Curso de direito internacional público, p. 3. 4. MELLO, Celso D. de Albuquerque: Curso de direito internacional público, v.1, p. 56-57. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO -Paulo HenriqueGonçalves Portelaa década de noventa do final do século passado, após o fim da Guerra Fria. Na acepção mais comum na contemporaneidade, refere-se ao forte incremento no ritmo da integração da economia mundial nos últimos anos. A globalização na atualidade sustenta-se em fenômenos como o vigoroso desenvolvimento ocorrido no campo da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que inclui a franca difusão de suas ferramentas, disponibilizadas para um número cada vez maior de pessoas. Fundamenta-se também na ampla propagação e adoção de valores comuns nos campos político e económico em vários Estados, como o Estado Democrático de Direito e a economia de mercado. Algumas das características da globalização no presente são: o aumento nos fluxos de comércio internacional e de investimento estrangeiro direto (IED); o acirramento da concor¬ rência no mercado internacional; a maior interdependência entre os países; a expansão dos blocos regionais; e a redefinição do papel do Estado e de noções como a de soberania estatal. Entretanto, com a maior ênfase da política internacional em questões de segurança, após os atentados de 11 de setembro de 2001, e com a crise económica vivida no fim da primeira década do século XXI, observa-se relativo arrefecimento nas ações voltadas a promover a formação de um grande mercado mundial, afetando iniciativas ligadas ao livre comércio e à integração regional, por exemplo. Com isso, percebe-se inclusive uma redução do emprego da palavra “globalização”. Em todo caso, houve mudanças significativas no mundo nos últimos anos, com reflexos no Direito Internacional. De fato, as normas internacionais vêm tratando de um rol cada vez mais diverso de matérias, que variam de temas tradicionais, como as relações comerciais, a questões às quais se atribui maior relevância na atualidade, como o meio ambiente. As neces¬ sidades de regulamentação de uma sociedade internacional mais dinâmica vêm ensejando o aparecimento de novas modalidades normativas mais flexíveis, como o soft law. Por fim, entendemos que os Estados limitam cada vez mais sua soberania, ampliando sua submissão a um número crescente de tratados e de órgãos internacionais encarregados de assegurar a aplicação das normas internacionais. Quadro 1. Diferenças entre as noções de sociedade internacional e de comunidade internacional SOCIEDADE INTERNACIONAL COMUNIDADE INTERNACIONAL Aproximação e vínculos intencionais Aproximação e vínculos espontâ neos Aproximação pela vontade Aproximação por laços culturais, religiosos, lingu ísticos etc. Objetivos comuns Identidade comum Possibilidade de dominação Ausência de dominação Interesses Cumplicidade entre os membros Quadro 2. Características da sociedade internacional Universalidade Heterogeneidade Caráter interestatal (contestado por parte da doutrina ) Cap. I • TEORIA GERAL DO DIREITO INTERNACIONAL PÚ BLICO Quadro 2. Características da sociedade internacional Descentralização: não possui organização institucional superior aos Estados Coordenação Caráter paritá rio: igualdade jurídica entre seus membros Desigualdade de fato 2. CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO A formulação do conceito de Direito Internacional Público normalmente parte da concepção que se adote no tocante à composição da sociedade internacional. Cabe lembrar que, onde houver sociedade, deverá haver normas voltadas a regular a convivência entre seus membros, dentro da máxima ubi societas, ibi jus. Nesse sentido, o Direito é fenômeno presente também na sociedade internacional, pautando as relações entre seus integrantes e visando, fundamentalmente, a permitir sua coexistência, no marco de determinados valores que os próprios atores internacionais decidiram resguardar. O entendimento clássico é o de que a sociedade internacional é formada apenas por Estados soberanos, noção vinculada à Paz de Vestfália, celebrada no século XVII, quando o ente estatal se estabeleceu como detentor do monopólio da administração da dinâmica das relações internacionais da sociedade que governava. A partir do século XX, as organizações internacionais também passaram a ser vistas como parte da ordem internacional. Formou-se, assim, uma visão do Direito Internacional Público como voltado apenas à regulamentação do relacionamento entre os Estados e os organismos internacionais, ou somente dos entes estatais entre si, visto que, na realidade, as próprias organizações internacionais são criadas e compostas por Estados. Entretanto, a atual dinâmica das relações internacionais vem alterando o entendimento tradicional acerca da composição da sociedade internacional. Com efeito, uma das marcas do mundo de hoje é a participação direta de sujeitos como as empresas e os indivíduos na seara internacional, muitas vezes agindo independentemente de qualquer envolvimento dos Estados. Ao mesmo tempo, o atual contexto internacional veio a tornar evidente a necessidade de que os entes estatais e os organismos internacionais atuem conjuntamente no tocante a temas que têm impacto direto sobre a vida das pessoas e que, por sua complexidade, magnitude e capacidade de gerar efeitos em mais de uma parte do mundo, exigem a cooperação internacional, como a manutenção da paz, a promoção dos direitos humanos e a proteção do meio ambiente. Com isso, o Direito Internacional Público passa a tutelar não só os vínculos estabelecidos entre Estados e organizações internacionais, como também uma ampla gama de questões de interesse direto de outros atores sociais, como os indivíduos. No entanto, esse fenômeno ainda é relativamente recente. Com isso, no esforço de concei¬ tuar o Direito Internacional Público, a doutrina oscila entre uma visão tradicional e uma perspectiva que considere o novo quadro das relações internacionais. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO - Paulo Henrique Gonçalves Portela38 Um conceito clássico do Direito Internacional Público é o de Alberto do Amaral Júnior, que o define como o ramo do Direito que “tem sido tradicionalmente entendido como o conjunto das regras escritas e náo escritas que regula o comportamento dos Estados”, lembrando que essa concepção remonta à Paz de Vestfália, que “consolidou o sistema moderno dos Estados”.5 Na mesma linha, Francisco Rezek alude a um “sistema jurídico autónomo, onde se ordenam as relações entre os Estados soberanos”.6 Os contornos da sociedade internacional moderna aparecem no conceito de Celso de Albuquerque Mello, que afirma que o Direito Internacional Público é “o conjunto de normas que regula as relações externas dos atores que compõem a sociedade internacional. Tais pessoas internacionais são as seguintes: Estados, organizações internacionais, o homem etc.”.7 No mesmo sentido, Valério Mazzuoli o conceitua como um “sistema de normas jurídicas que visa a disciplinar e a regulamentar as atividades exteriores da sociedade dos Estados (e também, modernamente, das organizações internacionais e ainda do próprio indivíduo)”.8 Uma noção que concilia as perspectivas tradicional e contemporânea é apresentada por Geraldo Eulálio do Nascimento e Silva e Hildebrando Accioly, para os quais o Direito Internacional Público é “o conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas dos Estados e, subsidiariamente, as das demais pessoas internacionais, como determinadas organizações, e dos indivíduos”.9 Tal definição traduz a percepção de parte da doutrina de que certas pessoas só têm direitos e obrigações na ordem internacional porque os Estados o permitiram. Há conceitos de Direito Internacional Público que não se preocupam com a compo¬ sição da sociedade internacional, como aquele formulado por Dinh, Dailler e Pellet, que se referem ao Direito Internacional como “o direito aplicável à sociedade internacional”.10 Philippe Manin, citado por Ricardo Seitenfus,11 faz alusão ao “conjunto de regras que se aplicam às relações internacionais e que não se fundam no direito de um Estado”. Guido Fernando Silva Soares apresenta uma noção que sintetiza os conflitos entre concep¬ ções clássicas e conceitos modernos: “O Direito Internacional Público, de uma perspectiva tradicional, poderia ser definido como um sistema de normas e princípios jurídicos que regula as relações entre os Estados. Na atualidade, contudo, tal definição é por demais estreita, uma vez que não contempla um dos grandes destinatários de suas normas, a pessoa humana, nem situações particulares de outros sujeitos de Direito Internacional Público, que não são Estados”12. De nossa parte, e em vista de todas as concepções apresentadas anteriormente, especial¬ mente as mais atuais, definimos o Direito Internacional Público como o ramo do Direito que 5. AMARAL J Ú NIOR, Alberto do. Manual do candidato : direito internacional, p. 75. 6. REZEK, Francisco. Direito internacional público, p. 3. 7. MELLO, Celso D. de Albuquerque: Curso de direito internacional público, p. 77. 8. MAZZUOLI, Valério. Direito internacional público : parte geral, p. 9. 9. SILVA, Geraldo Eulá lio do Nascimento e, ACCIOLY, Hildebrando. Manual de direito internacional público, p. 7. 10. DINH, Nguyen Quoc; PELLET, Alain; DAILLER, Patrick. Direito internacional público, p. 29. 11. SEITENFUS, Ricardo. Introdução ao direito internacional público, p. 27. 12. SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público, p. 21. Cap.I • TEORIA GERAL DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 39 visa a regular as relações internacionais e a tutelar temas de interesse internacional, norteando a convivência entre os membros da sociedade internacional, que incluem náo só os Estados e as organizações internacionais, mas também outras pessoas e entes como os indivíduos, as empresas e as organizações não governamentais (ONGs), dentre outros. Quadro 3. Elementos do conceito de Direito Internacional Público Estados ENTENDIMENTO CLÁSSICO Atores Organizações internacionais Matéria a regular Relações interinstitucionais, envolvendo Estados e organizações inter¬ nacionais ENTENDIMENTO MODERNO Atores Estados Organizações internacionais Indiv íduo Empresas, especialmente as transnacionais e aquelas com negócios internacionais Organizações não governamentais Matérias a regular Relações entre Estados e organizações internacionais Cooperação internacional Relações entre qualquer ator internacional envolvendo temas de inte¬ resse global 3. TERMINOLOGIA O termo “Direito Internacional” foi empregado pela primeira vez em 1780, pelo inglês Jeremy Bentham, em sua obra An Introduction to the Principles of Moral and Legislation, com o intuito de diferenciar o Direito que cuida das relações entre os Estados, também desig¬ nados em inglês como nations, do Direito nacional (National Law) e do Direito municipal (Municipal Law). Posteriormente, por influência francesa, foi incluído o termo “público”, aludindo ao interesse geral da matéria regulada pelo Direito Internacional, bem como para distingui-lo do Direito Internacional Privado, ramo do Direito cujo objeto principal é definir qual a ordem jurídica, nacional ou estrangeira, aplicável aos conflitos de leis no espaço em relações privadas com conexão internacional. A expressão é criticada por parte da doutrina, visto que a palavra nation também significa “nação”, noção que não se confunde com a de “Estado”. Entretanto, a denominação “Direito Internacional” é de uso corrente na atualidade. Em todo caso, ainda há autores que se referem ao Direito Internacional como “Direito das Gentes”, tradução literal do jus gentium do Direito Romano e que predominava até o século XVIII, ou jus inter gentes, expressão cunhada no século XV por Francisco de Vitória, que significaria “Direito entre Estados”.13 É comum a referência ao Direito Internacional Público (e também ao próprio Direito Internacional Privado) simplesmente como “Direito Internacional”, embora haja diferenças importantes no tocante ao objeto das duas disciplinas. 13. DINH, Nguyen Quoc; PELLET, Alain; DAILLER, Patrick. Direito internacional público, p. 47. DIREITO INTERNACIONAL PÚ BLICO E PRIVADO - Paulo Henrique Gonçalves Portela Quadro 4. Terminologia PREDOMINANTE: Direito Internacional Pú blico (Ben- tham -1780) OUTRAS: Direito das Gentes, Direito Internacional e jus inter gentes 4. OBJETO Tradicionalmente, o objeto do Direito Internacional restringia-se a limitar as competên¬ cias de Estados e de organizações internacionais, conferindo-lhes direitos e impondo-lhes obrigações, com vistas a reduzir a anarquia na sociedade internacional, ainda marcada pela inexistência de um poder mundial superior a todos os Estados e pelo fenômeno da coorde¬ nação de interesses, e não da subordinação. Na atualidade, o objeto do Direito Internacional vem-se ampliando, passando a incluir também a regulamentação da cooperação internacional, pautando o modo pelo qual os Estados, as organizações internacionais e outros atores deverão proceder para atingir objetivos comuns, normalmente ligados a problemas globais, como a proteção do meio ambiente, ou a interesses regionais, a exemplo da integração regional. Como os problemas tratados dentro das iniciativas de cooperação internacional muitas vezes referem-se a matérias também reguladas pelos ordenamentos internos dos Estados, pode-se afirmar que o Direito Internacional inclui como objeto conferir tutela adicional a questões cuja importância transcende as fronteiras estatais, como os direitos humanos e o meio ambiente, disciplinando a forma pela qual todos os integrantes da sociedade interna¬ cional, inclusive os indivíduos, deverão conduzir seus comportamentos com vistas a alcançar objetivos de interesse internacional. O objeto do Direito Internacional é sintetizado por Alberto do Amaral Júnior, que afirma que “Desde as suas origens, o Direito Internacional Público cumpre duas funções básicas: reduzir a anarquia por meio de normas de conduta que permitam o estabelecimento de relações ordenadas entre os Estados soberanos e satisfazer as necessidades e interesses dos membros da comunidade internacional”.14 Ainda nesse sentido, Ricardo Seitenfus lembra que a Corte Internacional de Justiça proclamou que o Direito Internacional Público “constitui fator de organização da sociedade que atende a duas missões bem mais amplas: a redução da anarquia nas relações internacionais e a satisfação de interesses comuns entre os Estados”15. Quadro 5. Objeto do Direito Internacional Público Reduzir a anarquia na sociedade internacional e delimitar as competências de seus membros Regular a cooperação internacional Conferir tutela adicional a bens jur ídicos aos quais a sociedade internacional decidiu atribuir importâ ncia Satisfazer interesses comuns dos Estados 5. FUNDAMENTO DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO O estudo do fundamento do Direito Internacional Público visa a determinar o motivo pelo qual as normas internacionais são obrigatórias. 14. AMARAL J Ú NIOR, Alberto do. Manual do candidato: direito internacional, p. 79. 15. SEITENFUS, Ricardo. Introdução ao direito internacional público, p. 23. Cap.I • TEORIA GERAL DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 41 O fundamento do Direito Internacional é objeto de debates doutrinários, que se concen¬ tram principalmente ao redor de duas teorias: a voluntarista e a objetivista. O voluntarismo é uma corrente doutrinária de caráter subjetivista, cujo elemento central é a vontade dos sujeitos de Direito Internacional. Para o voluntarismo, os Estados e organizações internacionais devem observar as normas internacionais porque expressaram livremente sua concordância em fazê-lo, de forma expressa (por meio de tratados) ou tácita (pela aceitação generalizada de um costume). O Direito Internacional, portanto, repousa no consentimento dos Estados. É também chamado de “corrente positivista”. A doutrina desenvolveu várias vertentes do voluntarismo, que são as seguintes: • autolimitação da vontade (GeorgJellinek): o Estado, por sua própria vontade, submete- -se às normas internacionais e limita sua soberania; • vontade coletiva (Heinrich Triepel): o Direito Internacional nasce não da vontade de um ente estatal, mas da conjunção das vontades unânimes de vários Estados, formando uma só vontade coletiva; • consentimento das nações (Hall e Oppenheim): o fundamento do Direito das Gentes é a vontade da maioria dos Estados de um grupo, exercida de maneira livre e sem vícios, mas sem a exigência de unanimidade; • delegação do Direito interno (ou do “Direito estatal externo”, de Max Wenzel), para a qual o fundamento do Direito Internacional é encontrado no próprio ordenamento nacional dos entes estatais. O objetivismo sustenta que a obrigatoriedade do Direito Internacional decorre da exis¬ tência de valores, princípios ou regras que se revestem de uma importância tal que delas pode depender, objetivamente, o bom desenvolvimento e a própria existência da sociedade internacional. Nesse sentido, tais normas, que surgem a partir da própria dinâmica da socie¬ dade internacional e que existem independentemente da vontade dos sujeitos de Direito Internacional, colocam-se acima da vontade dos Estados e devem, portanto, pautar as relações internacionais, devendo ser respeitadas por todos. O objetivismo também inclui vertentes teóricas, como as seguintes: • jusnaturalismo (teoria do Direito Natural): as normas internacionais impõem-se natu¬ ralmente, por terem fundamento na própria natureza humana, tendo origem divina ou sendo baseadas na razão; • teorias sociológicas do Direito: a norma internacional tem origem em fato social que se impõe aos indivíduos; • teoria da norma-base de Kelsen: o fundamento do Direito Internacional é a norma hipotética fundamental, da qual decorrem todas as demais, inclusive as do Direito interno, até porque não haveria diferença entre normas internacionais e internas; • direitos fundamentais dos Estados: o Direito Internacional fundamenta-se no fato de os Estados possuírem direitos que lhe são inerentes e que são oponíveis em relação a terceiros. DIREITO INTERNACIONAL PÚ BLICO E PRIVADO -Paulo HenriqueGonçalves Portela A doutrina voluntarista é criticada por condicionar toda a regulamentação internacional, inclusive a concernente a matérias de grande importância para a humanidade, à mera vontade dos Estados, normalmente vinculada a inúmeros condicionamentos. A doutrina objetivista, por outro lado, ao minimizar o papel da vontade dos atores internacionais na criação das normas internacionais, coloca também em risco a própria convivência internacional, ao faci¬ litar o surgimento de normas que podem não corresponder aos anseios legítimos dos povos. As críticas a tais correntes levaram à formulação de uma teoria, elaborada por Dionísio Anzilotti, que fundamenta o Direito Internacional na regra pacta sunt servanda. Para esse autor, o Direito Internacional é obrigatório por conter normas importantes para o desenvol¬ vimento da sociedade internacional, mas que ainda dependem da vontade do Estado para existir. Ademais, a partir do momento em que os Estados expressem seu consentimento em cumprir certas normas internacionais, devem fazê-lo de boa-fé. Entendemos que o fundamento do Direito Internacional efetivamente inclui elementos voluntaristas e objetivistas. Nesse sentido, os Estados obrigam-se a cumprir as normas inter¬ nacionais com as quais consentiram. Entretanto, o exercício da vontade estatal não pode violar o jus cogens, conjunto de preceitos entendidos como imperativos e que, por sua importância, limitam essa vontade, nos termos da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969 (art. 53), que determina que é nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma de Direito Internacional aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo como preceito do qual nenhuma derrogação é permitida. Quadro 6. Fundamento do Direito Internacional: voluntarismo e objetivismo VOLUNTARISMO OBJETIVISMO Caráter subjetivo Caráter objetivo Papel central da vontade Irrelevâ ncia da vontade A norma é obrigatória pela concordância livre dos Estados A norma é obrigatória pelo caráter de primazia que na ¬ turalmente assume Quadro 7. Voluntarismo e objetivismo: vertentes VOLUNTARISMO OBJETIVISMO Autolimitação da vontade (Jellinek) Teoria do Direito Natural ( jusnaturalismo) Vontade coletiva (Triepel ) Teorias sociológicas do Direito Consentimento das nações (Hall e Oppenheim) Teoria da norma-base (Kelsen ) Delegação do Direito interno Direitos fundamentais dos Estados 6. O ORDENAMENTO JUR ÍDICO INTERNACIONAL Há teorias que negam a existência de um Direito Internacional. Os negadores teóricos alegam que as normas internacionais têm natureza meramente moral e de pura cortesia, e que seria impossível haver uma ordem jurídica internacional Cap.I • TEORIA GERAL DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO enquanto não existir uma sociedade mundial organizada. Os negadores práticos ora afirmam que os Estados atuam unicamente em função de seus interesses, ora que as relações inter¬ nacionais são baseadas apenas na força ou, ainda, que a ordem jurídica internacional carece de coercitividade. Por fim, há quem afirme que o Direito das Gentes não tem relevância e utilidade, visto que, na convivência internacional, acabariam prevalecendo apenas os inte¬ resses dos Estados, que se impõem segundo os respectivos diferenciais de poder, ficando a eventual aplicação das normas internacionais vinculada a considerações de caráter político, econômicq, militar etc. Não avançaremos no exame de tais ideias, porque não temos dúvida acerca do caráter jurídico do Direito Internacional. Com efeito, não é difícil verificar que existe um orde¬ namento jurídico internacional, formado por um conjunto de preceitos voltados a regular as condutas dos membros da sociedade internacional e o tratamento de temas de interesse global. Assim como os demais preceitos jurídicos, as normas internacionais são obrigatórias e, com frequência, contemplam expressamente a possibilidade de sanções no caso de seu descumprimento. Entretanto, é certo que o Direito Internacional apresenta algumas peculiaridades em relação ao Direito interno, as quais analisaremos a seguir. 6.1. Características do Direito Internacional Público O Direito Internacional é fortemente marcado pela dicotomia entre a relativizaçáo da soberania nacional e a manutenção de sua importância. Com efeito, o Direito das Gentes efetivamente implica nova concepção de poder soberano, não mais entendido como absoluto, mas sim sujeito a limites demarcados juridicamente, ideia, aliás, consentânea com o espírito do Estado de Direito. Desse modo, no momento em que um ente estatal celebra um tratado ou se submete à competência
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