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Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas Campi São José dos Campos – Dutra TERMODINÂMICA BÁSICA NOTA DE AULA 8 Balanço de Entropia para Sistemas Fechados. Balanço de Entropia para Volume de Controle. Balanço de Entropia para Sistemas Fechados A variação da entropia de um sistema fechado durante um processo é variação da entropia entropia líquida transferida entropia gerada dentro através da fronteira do sistema da fronteira do sistema pela transferência de calor Onde σ é a entropia produzida por irreversibilidades (geração de entropia) O primeiro termo do lado direito pode ser interpretado como a transferência de entropia associada à transferência de calor. O sinal da transferência de entropia segue a mesma convecção da utilizada para calor. A variação de entropia não depende apenas da transferência dela pela a fronteira, mas também de sua geração no sistema. Essa geração é devido as irreversibilidade presentes. Se a temperatura da fronteira é constante: Em termos de balanço de taxa de entropia, ou seja, a entropia no decorrer do tempo, temos: Para um processo adiabático (sem transferência de calor), o termo de transferência de entropia pela transferência de calor é nulo e a variação da entropia do sistema fechado torna-se igual à geração de entropia dentro da fronteira do sistema: Balanço de Entropia para Volumes de Controle A entropia, assim como a massa e a energia, é uma propriedade extensiva, pode ser transferida para dentro ou para fora de um volume de controle através do escoamento de matéria. A taxa de variação de entropia dentro do volume de controle durante um processo é: soma da taxa de transferência taxa líquida de transferência de de entropia através da fronteira entropia do volume controle do V.C. pela transferência de calor pelo fluxo de massa d SVC dt =∑ T Q´T T T +∑ e m´e . se−∑ s m´s . ss+σ´VC taxa de variação taxa líquida de transferência de taxa de geração de entropia dentro entropia para o volume controle de entropia dentro do V.C pelo fluxo de massa das fronteiras do V.C. devida às irreversibilidades onde o termo antes da igualdade representa a taxa de variação de entropia, o segundo e terceiro termos após a igualdade representam a entropia que acompanha o fluxo de massa. A maioria dos volumes de controle encontrados na prática, como turbinas, compressores, bocais, difusores, trocadores de calor, tubos e dutos, opera em regime permanente. Dessa forma temos para o balanço de massa: Já a taxa de energia em regime permanente é dada por: 0=Q´VC−W´VC+∑ e m´e .(he+ ve22 +g ze)−∑s m´s .(hs+ vs 2 2 +g zs) Com isso o balanço de entropia para regime permanente fica: 0=∑ T Q´T T T +∑ e m´e . se−∑ s m´s . ss+ σ´VC E se tivermos apenas 1 entrada e 1 saída (corrente única): 0=∑ T Q´T T T +m´ . ( s1−s2 )+σ´ VC No caso de um dispositivo adiabático de corrente única, o balanço de entropia pode ser simplificado ainda mais para: 0=m´. ( s1−s2 )+ σ´VC Exemplos 1) Uma massa de 2 kg de vapor superaquecido a 400°C e 600 kPa é resfriada a uma pressão constante, transmitindo calor de um cilindro até que o vapor seja completamente condensado. A vizinhança está a 25°C. Determine a produção de entropia em razão desse processo. Resposta: Estado 1: Vapor superaquecido, T = 400°C, P = 600 kPa Da tabela temos: Estado 2: Vapor saturado, P = 600 kPa Da tabela temos: 2) Você está projetando uma prensa que será acionada pelo trabalho gerado por uma turbina acoplada a uma linha de escoamento de vapor d’água. A figura abaixo fornece dados operacionais para este dispositivo que está bem isolado, em regime permanente, com vapor sendo admitido por uma abertura e descarregado por outra. No ponto 1 temos vapor saturado com pressão de 100 kPa e o ponto 2 encontra-se a uma pressão de 1 MPa e uma temperatura de 320°C. Desprezando os efeitos da energia cinética e potencial, determine: a) O sentido do escoamento, isto é, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, qualquer sentido ou não há escoamento. b) O trabalho em kJ/kg de vapor se houver escoamento. Resolução: a) 1 – Vapor saturado, 100 kPa, T = 99,62°C, h1 = 2675,46 kJ/kg, s1 = 7,3593 kJ/kg.K 2 – 1MPa, T = 320°C, vapor superaquecido, h2 = 3093,75 kJ/kg, s2 = 7,1941 kJ/kg.k Assumindo a entrada como 1 e 1 saída como 2 temos: ( ss−se )= σ m = (7,1941−7,3593 )=−0,1652 kJ kg .K Como σ m ≤0 , então o sentido é de 2 para 1, isto é, da direita para esquerda; b) 0=Q´VC−W´VC+∑ e m´e .(he+ ve22 +g ze)−∑s m´s .(hs+ vs 2 2 +g zs) regime permanente 0=−W´ V .C .+ m´. (h2−h1 )→ W´ V .C . m´ =(h2−h1 ) W´ V .C . m´ =(3093,75−2675,46 )=418,29 kJ kg 00000 3) O ar a 1,0 atm e 25°C passa por um compressor e é descarregado à pressão de 5,5 atm. Supondo que o ar se comporte como um gás ideal com CP = 0,24 kcal/kg.K, calcule sua temperatura final e o trabalho realizado se a vazão mássica de ar for de 20,0 kg/s e a compressão seja em estado estacionário, adiabática e reversível. Dados: Mar = 29 g/mol R = 8,314 J/mol.K. RESOLUÇÃO Dos balanços de massa e energia aplicados ao sistema (compressor e seu conteúdo), supondo operação em estado estacionário e compressão adiabática e desprezando as energias cinética e potencial, pode obter pelo balanço de energia que: W=Q→W´=Q´ W´ s=m´1.∆h=m´.CP .∆T=m´ .CP . (T2−T 1 ) Porém, T2 é desconhecida e Ws não pode ser determinado apenas com os balanços de massa e energia. Utilizando o balanço de entropia (apenas 1 entrada e 1 saída = corrente única), tem-se: 0=∑ T Q´T T T +m´ . ( s1−s2 )+σ´ VC Supondo que a compressão seja em estado estacionário, adiabática e reversível, tem-se: dS dt =0Q=0 σ´=0 m´1=m´2=m´ O balanço de entropia será: 0=m´. s1−m´ . s2→m´.s2=m´ . s1→s2= m´ . s1 m´ → s2=s1 Ou seja, a compressão é isentrópica. (∆S = 0) ∆ S=S2−S1=cp . ln T 2 T 1 −R . ln P2 P1 0=CP . ln T2 T1 −R . ln P2 P1 →CP . ln T 2 T 1 =R . ln P2 P1 → ln T2 T1 = R CP . ln P2 P1 → T2 T1 =(P2P1 ) R C P Como os dados do problema dão a capacidade calorífica em base mássica, temos que converter cp em base mássica para CP em base molar: CP = cp x Mar CP=0,24 kcal kg .K x 1000cal kcal x 4,186 J cal x 29 g mol x kg 1000g =29,13 J mol . K Isolando T2 na Equação, temos: T2=P1( P2P1 ) R c p=298,15 x( 5,51 ) 8,314 29,13=485K Finalmente, temos: W´ s=m´.CP . (T2−T 1 )=20 kg s x0,24 kcal kg . K x (485,00−298,15 )K=896,88 kcal s W´ s=896,88 kcal s x 4,186 kJ kcal =3750 kJ s =3750 kW 4) Uma turbina a vapor opera em regime permanente, expandindo 10 kg/s de vapor superaquecido a 8.000 kPa e 400 ºC. O vapor sai da turbina a 1.000 kPa e 200ºC. A turbina transfere calor para o meio ambiente a uma taxa de 5% da potência mecânica produzida. a) Determine a potência mecânica gerada pela turbina; b) calcule a taxa de produção de entropia no interior da turbina, considerando que a temperatura da superfície externa da turbina é 330 K. Resolução a) potência mecânica a partir da Primeira Lei da Termodinâmica para volumes de controle da tabela para 10 bar e 200 ºC → h1 = 2827,9 kJ/kg da tabela para 80 bar e 440 ºC → interpolando h2 = 3246,1 kJ/kg b) taxa de produção de entropia fazendo o balanço da Segunda Lei da Termodinâmica da tabela para 10 bar e 200 ºC → s1 = 6.694 kJ/kg.K da tabela para 80 bar e 440 ºC → interpolando s2 = 6,519 kJ/kg.K 0,05. W´ = 199,1 kW Processos Isentrópicos Eficiência Isentrópica em Turbinas, Bombas, Bocais e Compressores. Processos IsentrópicosO termo isentrópico significa entropia constante. Eficiência de Dispositivos com Escoamento em Regime Permanente Irreversibilidades são inerentes de todos os processos reais, Portanto inicialmente analisaremos os dispositivos com escoamento em regime permanente e adiabático como um processo isentrópico. O parâmetro que expressa quantitativamente o quão eficiente um dispositivo real se aproxima de um dispositivo idealizado é a eficiência isentrópica ou adiabática. Eficiência Isentrópica em Turbinas: O estado do fluido que está sendo admitido na turbina e a pressão são fixos. A transferência de calor entre a turbina e sua vizinhança é desprezada, assim como os efeitos das energias cinética e potencial. Assim os balanços de massa e energia se reduzem a: 0=Q´VC−W´VC+∑ e m´e .(he+ ve22 +g ze)−∑s m´s .(hs+ vs 2 2 +g zs) W´VC=∑ e m´e . (he )−∑ s m´ s. (hs ) Como o regime é permanente m´e=m´s=m´ W´VC=m´. (he−hs ) 00000 W´ VC m´ = (he−hs ) A geração de entropia é dada por: σ´ m´ =( ss−se ) Na ausência de irreversibilidades, isto é, numa expansão isentrópica através de uma turbina temos: ( W´VCm´ )s=he−hss onde o subscrito S significa que o processo ou a propriedade é isentrópica. Logo, a eficiência isentrópica é a razão entre o trabalho resultante real da turbina e o trabalho resultante que seria alcançado se o processo entre o estado de entrada e a pressão de saída fosse isentrópico. ηT= W r W s ≅ he−hsr he−hss onde o subscrito r significa que o processo ou a propriedade é real. Eficiência Isentrópica em Compressores e Bombas: O estado do fluido que está sendo admitido no compressor e a pressão são fixos. A transferência de calor com a vizinhança é desprezível, assim como os efeitos das energias cinética e potencial. Assim os balanços de massa e energia se reduzem a: −W´VC m´ =(hs−he ) Na ausência de irreversibilidades, isto é, numa expansão isentrópica através de uma turbina temos: (−W´ VCm´ )s=hs−hes Portanto a eficiência é a razão entre o trabalho necessário para elevar a pressão de um gás até um valor especificado de forma isentrópica e o trabalho de compressão real. ηC= W s W r ≅ hs−hes hs−her →COMPRESSOR ηB= W s W r = ϑ (P s−Pe ) hs−her →BOMBA Eficiência Isentrópica em Bocais: É a razão entre a energia cinética real do fluido na saída do bocal e a energia cinética na saída de um bocal isentrópico para o mesmo estado de entrada e pressão de saída. ηBOCAL= V 2 2 r V 2 2 s ≅ (he−hs )r (he−hs )s Exemplos 1) A eficiência de turbinas, compressores, bombas e bocais é uma variável de fundamental importância para a elaboração de um projeto. Sem essa informação sub ou superdimensionamentos podem acarretar prejuízos incalculáveis, principalmente porque algumas indústrias utilizam equipamentos de grande porte que podem custar milhares de dólares. Para um bom dimensionamento de um projeto industrial, determine a eficiência isentrópica de uma turbina que opera com vapor d’água a 500°C e 1000 kPa, em regime permanente, e é expandido até 10 kPa. A vazão mássica é de 1,8 kg/s e a potência desenvolvida vale 1700 kW. As perdas de calor e os efeitos de energia cinética e potencial podem ser desprezados. Determine a eficiência isentrópica da turbina. Resolução: Da tabela de vapor superaquecido a 500°C e 1000 kPa temos: h1 = 3478,44 kJ/kg e s1 = 7,7621 kJ/kgK Isentrópico s1 = s2s Da tabela de água saturada: sl = 0,6492 kJ/kgK e sv = 8,1501 kJ/kgK s2 s=(1−x2 ). sL+x2. sV→7,7621=(1−x2 ) .0,6492+x2 .8,1501 x2=0,9483 hl = 191,81 kJ/kg e hv = 2584,63 kJ/kg h2 s=(1−x2 ) .hL+x2 . hV= (1−0,9483 ) .191,81+0,9483 x .2584,63 h2 s=2460,92 kJ kg ηT= W´ t (W´ t )s = W´ t m´ . (h1−h2 s ) = 1700 1,8x (3478,44−2460,92 ) =0,9282ou 92,82 2) Vapor d’água é admitido em um bocal que opera em regime permanente a p 1 = 140 lbf/in2 e T1 = 600°F com uma velocidade de 100 ft/s. A pressão e a temperatura de descarga são p2 = 40 lbf/in2 e T2 = 350°F. Não ocorre transferência de calor significativa entre o bocal e sua vizinhança, e as variações de energia potencial entre a entrada e a saída podem ser desprezadas. Determine a eficiência do bocal. Resolução: 0=Q´VC−W´VC+∑ 1 m´1.(h1+V 122 +g z1)−∑s m´2 .(h2+V 2 2 2 +g z2) 0=m´1 .(h1+ v122 )−m´s .(h2+ v2 2 2 )→m´ s.(h2+ v2 2 2 )=m´1.(h1+ v1 2 2 ) m´1=m´2=m´→regime permanente (h2+ v222 )=m´m´ (h1+ v1 2 2 )→v2 2 2 =h1−h2+ v1 2 2 Da tabela temos que h1 = 1326,4 Btu/lb, s1 = 1,7191 Btu/lb°R, h2 = 1211,8 Btu/lb v2 2 2 =(1326,4−1211,8 ) Btu lb + 1002( ft2s2 ) 2.( 32.2 x lb. fts21 lbf ) .( 778 ft .lbf1Btu ) =114,8 Btu lb Interpolando para p = 40 lbf/in2, s2s = s1 = 1,7191 Btu/lb°R, resulta em h2s = 1202,3 Btu/lb ( v222 )s=(1326,4−1202,3 ) Btulb + 1002( ft2s2 ) 2.( 32.2 x lb . fts21 lbf ).( 778 ft . lbf1 Btu ) =124,3 Btu lb ηBOCAL= V 2 2 r V 2 2 s =114,8 124,3 =0,924ou92,4 3) Um compressor adiabático admite ar a 1bar e 300K, operando em regime permanente. O fluxo de ar comprimido é 1kg/s. A pressão de saída é 3 bar. A eficiência isentrópica do compressor é 0,80 e a constante Rar = 0,287 kJ/kg.K a) Determine a temperatura de saída do ar se o processo fosse isentrópico; b) determine a temperatura real de saída do ar; c) determine a potência consumida pelo compressor; d) calcule a taxa de produção de entropia no compressor. Resolução Se o processo fosse isentrópico teríamos, usando a tabela de gases para o ar: 0 00 0 Como o estado (1) está definido com T1 = 300 K, tem-se h1 = 300,19 kJ/kg e P1r = 1,3860 P2 P1 = Pr2 Pr1 =1 3 →Pr2=3 x Pr1=3 x1,3860≅4,158 Estado 2 → P2r = 4,158. Com P2r obtêm-se da Tabela, por interpolação h2s = 411,26 kJ/kg e T2s = 410,14 K a) temperatura de saída do ar se o processo fosse isentrópico → T2s = 410,14 K c) potência consumida: pela Primeira Lei da Termodinâmica: W´ s=m´ . (h1−h2 )=m´. (h1−h2 s )=1 kg s x(300,19 kJkg−411,26 kJkg )=−111,07 kJs =−111,07 kW ηC= W´ s W´ r →W´ r= W´ s ηC =−111,07 kW 0,8 =−138,84 kW b) determine a temperatura real de saída do ar; W´ r=−138,84 kW=−138,84 kJ s →W r= W´ r m´ = −138,84 kJ s 1 kg s =−138,84 kJ kg W r=(h1−h2 )→h2=h1−W r=300,19−(−138,84 )→h2=439,03 kJ kg Com h2r = 439,03 kJ/kg obtêm-se da Tabela, por interpolação T2r = 437,5 K d) pelo balanço de Segunda Lei e utilizando a tabela de gases para o ar: s1 = 1,702 kJ/kg.K Por interpolação para T2 = 437,5 encontra-se s2 = 2,082 kJ/kg.K No caso de um dispositivo adiabático de corrente única, o balanço de entropia pode ser simplificado ainda mais para: 0=m´. ( s1−s2 )+ σ´VC→σ´VC=m´ . (s2−s1 ) s2−s1=0=sT 2 0 −sT 1 0 −R . ln(P2P1 ) σ´VC=m´.[ sT 20 −sT 10 −R . ln( P2P1 )]=1 kgs x [2,082−1,702−0,287. ln( 31 )] σ´VC=1 kg s x0,065 kJ kg .K =0,065 kW K
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