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ESTADO DO MATO GROSSO SECRETÁRIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL III Digitalizado por: Ismael Alexandre da Silva Página 1 Equações Diferenciais Ordinárias de 1ª Ordem (EDO) Equação Diferencial: É a equação que envolve uma função incógnita e suas derivadas, ou seja, uma equação da forma: As equações diferenciais são classificadas de acordo com: Tipo: *Equação Diferencial Ordinária (EDO): A função incógnita depende de uma variável e, portanto, as derivadas são ordinárias. *Equação Diferencial Parcial (EDP): A função incógnita depende de mais de uma variável, neste caso as derivadas são parciais. Exemplo: Ordem: É dada pela ordem da derivada de mais alta ordem. Exemplo: Grau: É dado pelo grau da derivada de mais alta ordem, ou seja, é o maior dos expoentes a que está elevada a derivada de mais alta ordem. Exemplo: Linear ou não linear: As equações lineares são caracterizadas por duas propriedades: A variável dependente e todas as suas derivadas devem ser do primeiro grau. Todos os coeficientes são funções de (ou constantes). Exemplos: Solução para uma equação diferencial Resolver ou integrar uma equação diferencial significa encontrar todas as funções que substituídas conjuntamente com suas derivadas na equação diferencial dada, as verificam identicamente. Tais funções chamam-se soluções da equação diferencial. Exemplo 1: A função , são constantes arbitrárias, é solução da equação diferencial Pois, Substituindo em Exemplo 2: A função é solução da equação diferencial . Substituindo em Exemplo 3: Já a função não é função da equação diferencial . Pois, Substituindo na equação Tipos de soluções de uma Equação diferencial Forma analítica: É a forma tradicional onde a solução, uma solução explícita ou implícita, é encontrada pelo uso direto do Cálculo Diferencial e Integral. Forma numérica: Métodos numéricos são utilizados para aproximar soluções. As soluções analíticas podem ser do tipo: Solução geral: Contém tantas constantes arbitrárias quantas forem as unidades da ordem da equação. Exemplo: É solução geral de Solução particular: Se obtém atribuindo-se valores particulares para as constantes. Exemplo: Tomando e no exemplo anterior, temos solução particular de Solução singular: É uma solução desprovida de constantes arbitrárias e que não pode ser obtida da Solução Geral. Interpretação Geométrica da Solução de uma Equação Diferencial Do ponto de vista geométrico, a solução geral de uma equação diferencial ordinária representa uma família de curvas. Estas curvas chamam-se curvas integrais. Uma solução particular é representada por uma curva desta família. Exemplo: Seja , cuja solução geral é dada por Esta solução geral, nada mais é do que uma família de parábolas. O gráfico em azul representa , onde ; O gráfico em vermelho representa , onde ; O gráfico em verde representa , onde . Problema do Valor Inicial (PVI) Na resolução de equações diferenciais estamos interessados não somente nas soluções gerais, mas também naquelas que satisfazem uma condição inicial. Exemplo: Equações Diferenciais de Primeira Ordem Uma equação diferencial de primeira ordem é do tipo: Variáveis Separáveis É uma equação diferencial da forma: Fazendo Exemplo 1: Resolva: Solução: Integrando ambos os lados: Queremos encontrar y(x). Para isso, aplicamos a Exponencial de Euler em ambos os lados da igualdade. , onde k é uma constante Exemplo 2: Solução: Integrando ambos os lados, Aplicando o PVI: Equações Diferenciais de Primeira Ordem Lineares São equações da forma Obs.: Caso em que , a equação é chamada homogênea. 1º Caso: A equação homogênea Exemplo: Solução: Onde k é uma constante. 2º Caso: A equação não homogênea Se conseguíssemos escrever a equação como , o problema estaria resolvido, pois bastaria integrar. Mas não aparece como uma derivada de alguma expressão simples. Assim, procuramos uma função contínua e diferenciável, tal que se multiplicando ambos os lados da expressão obtemos uma equação equivalente (dizemos equivalente, pois toda solução de é também de ). de modo que o primeiro membro da equação seja derivada de alguma expressão simples. Observemos que Assim, Assim, a equação pode ser escrita Integrando ambos os lados da igualdade: Exemplo: Resolva a EDO: Solução: EDO, 1ª ordem, linear, não homogênea Procurando o fator integrante Multiplicando a EDO por Fazendo a integração de por partes, temos: Aplicando o PVI: Equações Exatas Uma equação diferencial ordinária escrita na forma: É dita exata se o primeiro membro da equação for uma diferencial exata de uma função , isto é, Neste caso a equação pode ser escrita como e mediante integração obtemos solução . Critério para uma diferencial exata: Comparando e , vemos que é diferencial exata se existe uma função tal que e então: Pelo Teorema de Schwartz como Assim, condição necessária para ser uma equação exata. Método de solução Dada uma equação Mostre que é exata, ou seja, Isto implica que tal que e Suponha e encontre f(x,y) integrando M(x,y) em relação a e considerando constante. Derive em relação a e supor . Finalmente integre o obtido em e substitua o resultado em . A solução Geral será: Exemplo 1 - Resolva Solução: A equação é exata. Existe tal que e e a solução . Suponha Integrando em relação à , considerando constante, obtemos: Agora derivando com relação a : Comparando com N: Integrando em relação a : Assim , logo a solução geral é dada por Exemplo 2 - Resolva a EDO: Solução: Integrando com relação a : Derivando com relação a : Comparando com N: Integrando em relação à : Assim, E a Solução Geral é dada por Se não for exata, podemos procurar uma função (fator integrante) tal que a EDO: seja exata, ou seja, Derivando, (EDP) Vamos estudar os casos onde depende apenas de uma variável. 1º Caso: Devemos ter dependendo apenas de . 2º Caso: Devemos ter dependendo apenas de . Exemplo 1: Ache o fator integrante da EDO e resolva: Solução: Verificando se a EDO é exata: A EDO não é exata. Procurando o fator integrante: Integrando ambos os lados, obtemos: (onde k é uma constante, neste caso não precisa) Multiplicando a EDO por Verificando se é exata: A EDO é exata. Integrando em relação a : Derivando relação a : Comparando com N Integrando, obtemos A solução geral é dada por Exemplo 2: Verifique se a EDO é exata. Caso contrário, encontre o fator integrante para torná-la exata e resolva. Solução: A EDO é exata. Integrando em relação a Derivando em relação a Comparando com N (integrando) Substituindo em A solução geral é dada por Solução: A EDO não é exata. Procurando o fator integrante: Multiplicando na EDO: A EDO é exata. Integrando em Derivando em Comparando com N (integrando) Substituindo em A solução geral é dada por Mudança de Variável Se a função a direita da equaçãopoder ser escrita em função da razão ou , então ela pode ser transformada em uma equação separável. Exemplo 1: Considere Solução: Dividindo por Fazendo a mudança de variável: Substituindo na Equação Assim, Multiplicando ambos os lados da igualdade por . Voltando em Como ·, então: Exemplo 2: Resolva a equação diferencial, fazendo a mudança de variável . Como Equação de Bernoulli É da forma: Se EDO, linear, não homogênea Se EDO, linear, homogênea Se EDO não linear Devemos eliminar depois da igualdade. Neste caso, dividimos por ambos os lados. Fazendo a mudança de variável Substituindo em Exemplo: Solução: Fazendo a mudança de variável: Substituindo em Caímos numa EDO linear e não homogênea. Devemos procurar o fator integrante . Agora, multiplicando em : Integrando: Como , substituindo obtemos:
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