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ED 2 Sistema reprodutor feminino

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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO				
Romário Pereira – Medicina - UFMA
Órgãos genitais femininos 
Os órgãos do sistema genital feminino incluem os ovários (gônadas femininas); as tubas uterinas; o útero; a vagina; e órgãos externos, que são coletivamente chamados de pudendo feminino (também conhecido como vulva). As glândulas mamárias são consideradas parte do tegumento e do sistema genital feminino.  
Ovários 
Os ovários, que são as gônadas femininas, são um par de glândulas semelhantes a amêndoas sem casca em tamanho e forma; são homólogas aos testículos. (Neste caso, homóloga significa que dois órgãos têm a mesma origem embrionária.) Os ovários produzem (1) gametas, os oócitos secundários que se desenvolvem em óvulos maduros após a fertilização, e (2) hormônios, incluindo a progesterona e os estrogênios (hormônios sexuais femininos), a inibina e a relaxina. 
Os ovários, um em cada lado do útero, descem até a margem da parte superior da cavidade pélvica durante o terceiro mês de desenvolvimento. Vários ligamentos os prendem em sua posição. O ligamento largo do útero, que é uma prega do peritônio parietal, se insere aos ovários por uma dobra de duas camadas de peritônio chamada de mesovário. O ligamento útero-ovárico ancora os ovários no útero, e o ligamento suspensor do ovário os insere na parede pélvica. Cada ovário contém um hilo, o ponto de entrada e saída para os vasos sanguíneos e nervos com os quais o mesovário está ligado.  
Histologia do ovário
Cada ovário consiste nas seguintes partes: 
O epitélio germinativo é uma camada de epitélio simples (prismático baixo ou escamoso) que recobre a superfície do ovário. Sabe-se agora que o termo epitélio germinativo em seres humanos não é correto, porque esta camada não dá origem aos óvulos; Descobriu-se recentemente que as células que produzem os óvulos surgem a partir do saco vitelino e migram para os ovários durante o desenvolvimento embrionário.
A túnica albugínea é uma cápsula esbranquiçada de tecido conjuntivo denso irregular localizada imediatamente profunda ao epitélio germinativo. 
O córtex do ovário é a região imediatamente profunda à túnica albugínea. Ele consiste em folículos ovarianos (descritos adiante) circundados por tecido conjuntivo denso irregular que contém fibras colágenas e células semelhantes a fibroblastos chamadas células estromais.
A medula do ovário é profunda ao córtex do ovário. É constituída por tecido conjuntivo mais frouxamente disposto e contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. 
Os folículos ovarianos estão no córtex e consistem em oócitos em várias fases de desenvolvimento, além das células que os circundam. Quando as células circundantes formam uma única camada, são chamadas células foliculares; mais tarde no desenvolvimento, quando se formam diversas camadas, elas são chamadas células granulosas. As células circundantes nutrem o oócito em desenvolvimento e começam a secretar estrogênios conforme o folículo cresce. 
O folículo maduro é um folículo grande, cheio de líquido, que está pronto para romper e expulsar seu oócito secundário, em um processo conhecido como ovulação.
O corpo lúteo contém os restos de um folículo maduro após a ovulação. O corpo lúteo produz progesterona, estrogênios, relaxina e inibina, até que se degenera em um tecido cicatricial fibroso chamado corpo albicante.
   
Tubas uterinas 
As mulheres têm duas tubas uterinas, que se estendem lateralmente a partir do útero. As tubas, que medem aproximadamente 10 cm de comprimento, encontram-se no interior das pregas do ligamento largo do útero. Elas fornecem uma via para os espermatozoides chegarem até o óvulo e transportam os oócitos secundários e óvulos fecundados dos ovários até o útero. A parte em forma de funil de cada tuba, chamada de infundíbulo da tuba uterina, está próxima do ovário, mas se abre para a cavidade pélvica. Ela termina em franjas de projeções digitiformes chamadas fímbrias da tuba uterina, que estão ligadas à extremidade lateral do ovário. 
Do infundíbulo, a tuba uterina se estende medialmente e, eventualmente, inferiormente, e se insere no ângulo lateral superior do útero. A ampola da tuba uterina é a sua parte mais larga e mais longa, constituindo os dois terços laterais do seu comprimento. O istmo da tuba uterina é a parte curta, estreita, mais medial e de paredes espessas, que se une ao útero. 
Histologicamente, as tubas uterinas são compostas por três camadas: túnica mucosa, túnica muscular e túnica serosa. A túnica mucosa é composta por epitélio e lâmina própria (tecido conjuntivo areolar). O epitélio contém células colunares ciliadas simples, que atuam como uma “esteira transportadora ciliar” que ajuda a mover um óvulo fertilizado (ou oócito secundário) do interior da tuba uterina em direção ao útero, e células não ciliadas chamadas células intercalares, que contêm microvilosidades e secretam um líquido que fornece nutrição para o óvulo. A camada do meio, a túnica muscular, é composta por um anel circular interno espesso de músculo liso e uma região externa fina de músculo liso longitudinal. As contrações peristálticas da túnica muscular e a ação ciliar da túnica mucosa ajudam a mover o oócito ou óvulo fertilizado para o útero. A camada exterior das tubas uterinas é uma membrana serosa, a túnica serosa. 
Após a ovulação, os movimentos das fímbrias da tuba uterina produzem correntes locais, que circundam a superfície do folículo maduro imediatamente antes de ocorrer a ovulação. Estas correntes movem o oócito secundário ovulado da cavidade peritoneal para a tuba uterina. Um espermatozoide geralmente encontra e fertiliza um oócito secundário na ampola da tuba uterina, embora a fertilização na cavidade peritoneal não seja incomum. A fertilização pode ocorrer até aproximadamente 24 h após a ovulação. Algumas horas após a fertilização, os materiais nucleares do óvulo haploide e o espermatozoide se unem. O óvulo fertilizado diploide é agora chamado de zigoto e começa a sofrer divisões celulares enquanto se move em direção ao útero. Ele chega ao útero 6 a 7 dias após a ovulação. Os oócitos secundários não fertilizados se desintegram. 
Vasculatura dos ovários e tubas uterinas. As artérias ováricas originam-se da parte abdominal da aorta e descem ao longo da parede abdominal posterior. Na margem da pelve, elas cruzam sobre os vasos ilíacos externos e entram nos ligamentos suspensores. As veias ováricas que drenam o ovário formam um plexo pampiniforme de veias, no ligamento largo, próximo do ovário e da tuba uterina. As veias do plexo fundem-se para formar uma única veia ovárica, que deixa a pelve menor com a artéria ovárica. Os vasos linfáticos, provenientes do ovário, unem-se àqueles provenientes das tubas uterinas e do fundo do útero, à medida que sobem em direção aos linfonodos lombares (cavais/aórticos) direito e esquerdo. 
Inervação dos ovários e tubas uterinas. Os nervos descem ao longo dos vasos ováricos a partir do plexo ovárico e do plexo uterovaginal. Como os ovários e as tubas uterinas estão acima da linha de dor pélvica, as fibras de dor aferentes viscerais sobem retrogradamente com as fibras simpáticas do plexo ovárico e com os nervos esplâncnicos lombares, até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais T11-L1. As fibras reflexas aferentes viscerais acompanham as fibras parassimpáticas retrogradamente pelos plexos uterovaginal e hipogástrico inferior e pelos nervos esplâncnicos pélvicos, até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais S2-S4.
 
Útero 
O útero serve como parte da via para o espermatozoide depositado na vagina alcançar as tubas uterinas. É também o local da implantação de um óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante a gestação e trabalho de parto. Durante os ciclos reprodutivos, quando a implantação não ocorre, o útero é a fonte do fluxo menstrual. 
Anatomia do útero 
Situado entre a bexiga urinária e o reto, o útero tem o tamanho e o formato de uma pera invertida. Nas mulheres que nunca engravidaram(nuligestas), tem aproximadamente 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura. O útero é maior em mulheres que estiveram grávidas recentemente, e menor (atrofiado) quando os níveis de hormônios sexuais são baixos, como ocorre após a menopausa. As subdivisões anatômicas do útero incluem (1) uma parte em forma de cúpula superior às tubas uterinas chamada de fundo do útero, (2) uma parte central afilada chamada de corpo do útero e (3) uma parte inferior estreita chamada de colo do útero, que se abre para o interior da vagina. 
Entre o corpo do útero e o colo do útero está o istmo do útero, uma região de aproximadamente 1 cm de comprimento. O interior do corpo do útero é chamado de cavidade uterina, e o interior do colo do útero é chamado de canal do colo do útero. O canal do colo do útero se abre para a cavidade uterina no óstio histológico interno do útero e na vagina no óstio externo do útero. 
Normalmente, o corpo do útero se projeta anterior e superiormente ao longo da bexiga urinária em uma posição chamada anteflexão. O colo do útero se projeta inferior e posteriormente e penetra na parede anterior da vagina em um ângulo aproximadamente reto. 
 Vários ligamentos que são extensões do peritônio parietal ou cordões fibromusculares mantêm a posição do útero. O par de ligamentos largos do útero são pregas duplas de peritônio que fixam o útero em ambos os lados da cavidade pélvica. O par de ligamentos uterossacros, também extensões peritoneais, encontram-se em cada lado do reto e ligam o útero ao sacro. Os ligamentos transversos do colo estão localizados inferiormente às bases dos ligamentos largos e se estendem da parede pélvica ao colo do útero e vagina. Os ligamentos redondos são bandas de tecido conjuntivo fibroso entre as camadas do ligamento largo; estendem-se de um ponto no útero imediatamente inferior às tubas uterinas até uma parte dos lábios maiores do pudendo da genitália externa. 
Embora os ligamentos normalmente mantenham a posição de anteflexão do útero, também possibilitam movimentação suficiente de seu corpo útero, de modo que o útero pode tornar-se mal posicionado. A inclinação posterior do útero, chamada retroflexão, é uma variação inofensiva da posição normal do útero. Muitas vezes não há causa para esta condição, mas ela pode ocorrer após o parto. 
Histologia do útero 
Histologicamente, o útero é composto por três camadas de tecido: perimétrio, miométrio e endométrio. 
A camada exterior – o perimétrio ou túnica serosa – é parte do peritônio visceral; é composta por epitélio escamoso simples e tecido conjuntivo areolar. Lateralmente, torna-se o ligamento largo do útero. 
A camada intermediária do útero, o miométrio, é constituída por três camadas de fibras musculares lisas que são mais espessas na região do fundo e mais finas no colo do útero. A camada intermediária mais espessa é circular; as camadas interna e externa são longitudinais ou oblíquas. Durante o trabalho de parto e parto, as contrações coordenadas do miométrio em resposta à ocitocina da neurohipófise ajudam a expelir o feto do útero. 
A camada interna do útero, o endométrio, é bem vascularizada e tem três componentes: (1) uma camada mais interna composta por epitélio colunar simples (células ciliadas e secretoras) reveste o lúmen. (2) Um estroma endometrial subjacente é uma região muito espessa de lâmina própria (tecido conjuntivo areolar). (3) Glândulas uterinas se desenvolvem como invaginações do epitélio luminal e se estendem quase até o miométrio. O endométrio é dividido em duas camadas. O estrato funcional (camada funcional) reveste a cavidade uterina e descama durante a menstruação. A camada mais profunda, o estrato basal (lâmina basal), é permanente e dá origem a um novo estrato funcional após cada menstruação. 
Vasculatura do útero: Ramos da artéria ilíaca interna chamados artérias uterinas fornecem sangue para o útero. As artérias uterinas emitem ramos chamados artérias arqueadas que estão dispostas em formato circular no miométrio. Estas artérias se ramificam em artérias radiais, que penetram profundamente no miométrio. Pouco antes de os ramos entrarem no endométrio, eles se dividem em dois tipos de arteríolas: as arteríolas retas irrigam o estrato basal com os materiais necessários para regenerar o estrato funcional; as arteríolas espirais irrigam o estrato funcional e se alteram acentuadamente durante o ciclo menstrual. O sangue que deixa o útero é drenado pelas veias uterinas para as veias ilíacas internas. A substancial irrigação sanguínea do útero é essencial para possibilitar o crescimento de um novo estrato funcional após a menstruação, a implantação de um óvulo fertilizado e o desenvolvimento da placenta. 
Os vasos linfáticos do útero seguem três trajetos principais: A maioria dos vasos do fundo do útero e da parte superior do corpo do útero segue ao longo dos vasos ováricos até os linfonodos (cavais/aórticos) lombares; porém, alguns vasos seguem ao longo do ligamento redondo do útero até os linfonodos inguinais superficiais. Os vasos da maior parte do corpo do útero seguem por dentro do ligamento largo do útero até os linfonodos ilíacos externos. Os vasos do colo do útero seguem ao longo dos vasos uterinos, dentro dos ligamentos transversos do útero, até os linfonodos ilíacos internos, e ao longo dos ligamentos retouterinos até os linfonodos sacrais.
  
Vagina 
A vagina é um canal tubular fibromuscular de 10 cm de comprimento, alinhado com a túnica mucosa que se estende do exterior do corpo até o colo do útero. Ela é o receptáculo para o pênis durante a relação sexual, a saída para o fluxo menstrual e a via de passagem para o parto. Situada entre a bexiga urinária e o reto, a vagina é dirigida superior e posteriormente, onde se insere no útero. Um recesso chamado fórnice da vagina circunda a inserção vaginal ao colo do útero. Quando corretamente inserido, um diafragma contraceptivo se apoia no fórnice, onde é mantido cobrindo o colo do útero. A túnica mucosa da vagina é contínua com a do útero.
Histologicamente, consiste em epitélio escamoso estratificado não queratinizado e tecido conjuntivo areolar que se encontra em uma série de pregas transversais chamados rugas vaginais. As células dendríticas na túnica mucosa são células apresentadoras de antígeno. Infelizmente, também participam na transmissão de vírus – como por exemplo o HIV – para uma mulher durante a relação sexual com um homem infectado. 
A túnica mucosa da vagina contém grandes estoques de glicogênio, cuja decomposição produz ácidos orgânicos. O meio ácido resultante retarda o crescimento microbiano, mas também é prejudicial ao espermatozoide. Componentes alcalinos do sêmen, principalmente das glândulas seminais, elevam o pH do líquido na vagina e aumentam a viabilidade do espermatozoide. 
A túnica muscular é composta por uma camada circular externa e uma camada longitudinal interna de músculo liso, que pode se distender consideravelmente para acomodar o pênis durante a relação sexual e a criança durante o parto. 
A túnica adventícia, a camada superficial da vagina, é constituída por tecido conjuntivo areolar. Ela ancora a vagina aos órgãos adjacentes, como a uretra e a bexiga urinária anteriormente e o reto e o canal anal posteriormente. Uma fina prega de túnica mucosa vascularizada, chamada hímen, forma uma margem em torno da extremidade inferior da abertura vaginal para o exterior (o óstio da vagina), fechando-a parcialmente. Depois de sua ruptura, geralmente após a primeira relação sexual, permanecem apenas remanescentes do hímen. 
Vasculatura da vagina: As artérias que irrigam a parte superior da vagina derivam das artérias uterinas; as artérias que irrigam as partes média e inferior da vagina derivam das artérias vaginais e pudendas internas. As veias formam os plexos venosos vaginais ao longo das laterais da vagina e dentro da túnica mucosa da vagina. Essas veias comunicam-se com o plexo venoso uterino, bem como com o plexo uterovaginal, e drenam para as veias ilíacas internas por meioda veia uterina. Os vasos linfáticos vaginais drenam a partir da vagina, como se segue: Parte superior: para os linfonodos ilíacos internos e externos. Parte média: para os linfonodos ilíacos internos. Parte inferior: para os linfonodos sacrais e ilíacos comuns. Óstio externo: para os linfonodos inguinais superficiais.
 
Inervação da vagina e do útero
 
A inervação da parte inferior da vagina é somática, proveniente do nervo perineal profundo, um ramo do nervo pudendo. A inervação da maior parte da vagina e de todo o útero, no entanto, é visceral. Os nervos são derivados do plexo nervoso uterovaginal, que segue com a artéria uterina, na junção da base do ligamento largo (peritoneal) com a parte superior do ligamento transverso do colo. O plexo uterovaginal é um dos plexos pélvicos que se estendem do plexo hipogástrico inferior até as vísceras pélvicas. Fibras simpáticas, parassimpáticas e aferentes viscerais passam através desse plexo. A inervação simpática origina-se nos segmentos torácicos inferiores da medula espinal e passa pelos nervos esplâncnicos lombares e pela série de plexos intermesentérico-hipogástrico-pélvicos. A inervação parassimpática origina-se nos segmentos S2-S4 da medula espinal e passa pelos nervos esplâncnicos pélvicos até o plexo hipogástrico inferior-uterovaginal. As fibras aferentes viscerais, que conduzem sensação de dor proveniente do fundo e do corpo do útero, seguem retrogradamente com as fibras simpáticas até os gânglios sensitivos dos nervos espinais torácicos inferiores-lombares superiores; aquelas provenientes da parte subperitoneal do colo do útero e da vagina (abaixo da linha de dor pélvica) seguem com as fibras parassimpáticas até os gânglios sensitivos dos nervos espinais S2-S4. Todas as fibras aferentes viscerais do útero e da vagina, não relacionadas com dor (aquelas que conduzem sensações inconscientes), também acompanham o último trajeto.
 
Pudendo feminino 
O termo pudendo feminino refere-se aos órgãos genitais externos da mulher. Os seguintes componentes fazem parte do pudendo feminino: 
Anteriormente às aberturas vaginal e uretral está o monte do púbis, uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pelos pubianos grossos que acolchoam a sínfise púbica 
Do monte do púbis, duas pregas de pele longitudinais, os lábios maiores do pudendo, se estendem inferiormente e posteriormente. Os lábios maiores do pudendo são recobertos por pelos pubianos e contêm tecido adiposo, glândulas sebáceas e glândulas sudoríferas apócrinas. Eles são homólogos ao escroto 
Medialmente aos lábios maiores do pudendo estão duas pregas de pele menores chamadas lábios menores do pudendo. Ao contrário dos lábios maiores do pudendo, os lábios menores do pudendo são desprovidos de pelos pubianos e gordura e têm poucas glândulas sudoríferas, mas contêm muitas glândulas sebáceas. Os lábios menores do pudendo são homólogos à parte esponjosa (peniana) da uretra 
O clitóris é uma pequena massa cilíndrica composta por dois pequenos corpos eréteis, os corpos cavernosos, e diversos nervos e vasos sanguíneos. O clitóris está localizado na junção anterior dos lábios menores do pudendo. Uma camada de pele chamada prepúcio do clitóris é formada no ponto em que os lábios menores do pudendo se unem e recobrem o corpo do clitóris. A parte exposta do clitóris é a glande do clitóris. O clitóris é homólogo à glande nos homens. Como a estrutura do sexo masculino, o clitóris é capaz de aumentar de tamanho à estimulação tátil e tem um papel na excitação sexual da mulher 
A região entre os lábios menores do pudendo é o vestíbulo da vagina. No interior do vestíbulo estão o hímen (se ainda existir), o óstio da vagina, o óstio externo da uretra e as aberturas dos ductos de várias glândulas. O vestíbulo da vagina é homólogo à parte membranácea da uretra nos homens. Em ambos os lados do óstio externo da uretra estão aberturas dos ductos das glândulas parauretrais. Estas glândulas secretam muco e estão embutidas na parede da uretra. As glândulas parauretrais são homólogas à próstata. Em ambos os lados do óstio da vagina propriamente dito estão as glândulas vestibulares maiores (glândulas de Bartholin), que se abrem por ductos em um sulco entre o hímen e os lábios menores do pudendo. Elas produzem algum muco durante a excitação sexual e as relações sexuais, que contribui para o muco cervical e fornece lubrificação. As glândulas vestibulares maiores são homólogas às glândulas bulbouretrais nos homens. Várias glândulas vestibulares menores também se abrem para o vestíbulo da vagina 
O bulbo do vestíbulo consiste em duas massas alongadas de tecido erétil imediatamente profundas aos lábios de cada lado do óstio da vagina. O bulbo do vestíbulo fica cheio de sangue durante a excitação sexual, estreitando o óstio da vagina e colocando pressão sobre o pênis durante a relação sexual. O bulbo do vestíbulo é homólogo ao corpo esponjoso e bulbo do pênis nos homens.
Vasculatura do pudendo feminino. (Fonte: Moore): O suprimento arterial para o pudendo feminino é proveniente das artérias pudendas externa e interna (Figura 3.50A e Tabela 3.10). A artéria pudenda interna irriga a maior parte da pele, os órgãos genitais externos e músculos do períneo. As artérias labiais e do clitóris são ramos da artéria pudenda interna (Figura 3.55A). As veias labiais são tributárias das veias pudendas internas e das veias acompanhantes. O ingurgitamento venoso durante a fase de excitação da resposta sexual provoca o aumento do tamanho e da consistência do clitóris e dos bulbos do vestíbulo. Como resultado, o clitóris se torna túrgido. O pudendo feminino contém uma rica rede de vasos linfáticos que seguem lateralmente para os linfonodos inguinais superficiais (Figura 3.55B). A glande do clitóris e a parte anterior dos lábios menores do pudendo também podem drenar para os linfonodos inguinais profundos ou para os linfonodos ilíacos internos. 	
Inervação do pudendo feminino. (Fonte: Moore): A face anterior do pudendo feminino é inervada pelos nervos labiais anteriores, derivados do nervo ilioinguinal e do ramo genital do nervo genitofemoral. A face posterior é inervada pelo ramo perineal do nervo cutâneo femoral posterior, lateralmente, e pelo nervo pudendo, centralmente. O nervo pudendo é o principal nervo do períneo. Seus nervos labiais posteriores inervam os lábios do pudendo; os ramos profundos e musculares inervam o óstio da vagina e os músculos superficiais do períneo; e o nervo dorsal do clitóris inerva os músculos profundos do períneo e fornecem sensibilidade ao clitóris (Figura 3.55A). O bulbo do vestíbulo e os corpos eréteis do clitóris recebem fibras parassimpáticas via nervos cavernosos do plexo uterovaginal. A estimulação parassimpática provoca o aumento da secreção vaginal, ereção do clitóris e ingurgitamento do tecido erétil nos bulbos do vestíbulo.
 
Períneo
O períneo é uma área em formato de diamante medial às coxas e nádegas tanto no sexo masculino quanto feminino. Ele contém os órgãos genitais externos e o ânus. O períneo é limitado anteriormente pela sínfise púbica, lateralmente pelas tuberosidades isquiáticas e posteriormente pelo cóccix. Uma linha transversal traçada entre as tuberosidades isquiáticas divide o períneo em uma região urogenital anterior que contém os órgãos genitais externos e uma região anal posterior que contém o ânus.
Glândulas mamárias
Cada mama é uma projeção hemisférica de tamanho variável anterior aos músculos peitoral maior e serrátil anterior, e ligada a eles por uma camada de fáscia composta por tecido conjuntivo denso irregular. 
Cada mama tem uma projeção pigmentada, a papila mamária, que tem uma série de aberturas pouco espaçadas de ductos chamados ductos lactíferos, dos quais emergem leite. A área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo é chamada aréola da mama; tem aspecto áspero, porque contém glândulas sebáceas modificadas. 
Faixas de tecido conjuntivo chamadas ligamentos suspensores da mama correm entre a pele e a fáscia e apoiam a mama. Essesligamentos tornam-se mais soltos com a idade ou com a tensão excessiva que pode ocorrer na prática prolongada de corrida ou atividade aeróbica de alto impacto. 
No interior de cada mama está uma glândula mamária, uma glândula sudorífera modificada que produz leite. A glândula mamária consiste em 15 a 20 lobos, ou compartimentos, separados por uma quantidade variável de tecido adiposo. Em cada lobo existem vários compartimentos menores chamados lóbulo, compostos por agrupamentos de glândulas secretoras de leite em forma de uva chamados de alvéolos, embutidos no tecido conjuntivo. 
A contração das células mioepiteliais em torno dos alvéolos ajuda a impulsionar o leite em direção às papilas mamárias. Quando está sendo produzido leite, ele passa dos alvéolos por vários túbulos secundários e, em seguida, para os ductos mamários. Próximo do mamilo, os ductos mamários se expandem discretamente para formar seios chamados seios lactíferos, onde um pouco de leite pode ser armazenado antes de ser drenado para um ducto lactífero. Cada ducto lactífero normalmente transporta leite de um dos lobos para o exterior. 
As funções das glândulas mamárias são a síntese, a secreção e a ejeção de leite; estas funções, chamadas de lactação, estão associadas à gestação e ao parto. A produção de leite é estimulada em grande parte pelo hormônio prolactina liberado pela adenohipófise, com contribuições da progesterona e dos estrogênios. A ejeção do leite é estimulada pela ocitocina, que é liberada pela neurohipófise em resposta à sucção do bebê na papila mamária da mãe. CORRELAÇÃO
Histologia do ovário imaturo e de um em processo de maturação dos folículos
Desenvolvimento inicial do ovário 
Ao fim do primeiro mês de vida embrionária, uma pequena população de células germinativas primordiais migra do saco vitelino até os primórdios gonadais, onde as gônadas estão começando a se desenvolver. Nas gônadas, no sexo feminino, essas células se dividem e se transformam nas ovogônias, que são equivalentes às espermatogônias do testículo. A divisão é tão intensa que, no segundo mês de vida intrauterina, há cerca de 600 mil ovogônias e, em torno do quinto mês, há mais de 7 milhões. A partir do terceiro mês, as ovogônias começam a entrar na prófase da primeira divisão meiótica, mas param na fase de diplóteno e não progridem para as outras fases da meiose. Essas células constituem os ovócitos primários (equivalentes aos espermatócitos primários) e são envolvidas por uma camada de células achatadas chamadas células foliculares. 
Antes do sétimo mês de gravidez a maioria das ovogônias se transformou em ovócitos primários; porém, muitos ovócitos primários são perdidos por um processo degenerativo chamado atresia. Como consequência, no período da puberdade o número de ovócitos existentes nos ovários é reduzido para aproximadamente 300 mil. A atresia continua pelo restante da vida reprodutiva da mulher, de modo que aos 40 a 45 anos restam aproximadamente oito mil ovócitos. Como geralmente só um ovócito é liberado pelos ovários em cada ciclo menstrual (a duração mais comum é em torno de 28 dias) e a vida reprodutiva dura de 30 a 40 anos, são liberados por uma mulher somente cerca de 450 ovócitos. Todos os outros degeneram por atresia. 
QUÍMICA DOS HORMÔNIOS SEXUAIS E SUAS AÇÕES (Fonte: Guyton)
Progestinas. 
Sem dúvida, a progestina mais importante é a progesterona. Entretanto, pequenas quantidades de outra progestina, a 17-a-hidroxiprogesterona, são secretadas em conjunto com a progesterona e têm, essencialmente, os mesmos efeitos. Contudo, para fins práticos, é razoável - normalmente considerar a progesterona como a progestina mais importante. Na mulher não grávida, geralmente a progesterona é secretada em quantidades significativas, apenas durante a segunda metade de cada ciclo ovariano, pelo corpo lúteo. Como veremos no Capítulo 83, grande quantidade de progesterona também é secretada pela placenta durante a gravidez, especialmente depois do quarto mês de gestação. 
Síntese de Estrogênios e Progestinas. 
Observe, nas fórmulas químicas de estrogênios e progestinas, na Figura 82-7, que todos são esteroides sintetizados nos ovários, principalmente do colesterol derivado do sangue, mas também, de certa forma, da acetil coenzima A, cujas múltiplas moléculas podem se combinar, formando o núcleo esteroide apropriado. Durante a síntese, basicamente progesterona e androgênios (testosterona e androstenediona) são sintetizados primeiro; em seguida, durante a fase folicular do ciclo ovariano, antes que esses dois hormônios iniciais possam deixar os ovários, quase todos os androgênios e grande parte da progesterona são convertidos em estrogênios pela enzima aromatase, nas células da granulosa. Como as células da teca não têm aromatase, elas não podem converter androgênios em estrogênios. No entanto, os androgênios se difundem das células da teca para as células da granulosa adjacentes, onde são convertidos em estrogênios pela aromatase, cuja atividade é estimulada por FSH (Figura 82-8). Durante a fase lútea do ciclo, muito mais progesterona é formada do que pode ser totalmente convertida, o que responde pela grande secreção de progesterona no sangue circulante nesse momento. Além disso, cerca de 1/15 a mais de testosterona é secretado no plasma da mulher pelos ovários, do que é secretado no plasma masculino pelos testículos.
 
FUNÇÕES DOS ESTROÊNIOS - EFEITOS NAS CARACTERÍSTICAS SEXUAIS FEMININAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
Uma função primária dos estrogênios é causar proliferação celular e crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e outros tecidos relacionados com a reprodução. 
O Efeito dos Estrogênios no Útero e os Órgãos Sexuais Femininos Externos. 
Durante a infância, os estrogênios são secretados apenas em quantidades mínimas, mas, na puberdade, a quantidade secretada na mulher sob a influência dos hormônios gonadotrópicos hipofisários aumenta em 20 vezes ou mais. Nessa época, os órgãos sexuais femininos se alteram dos de criança para os de adulto. Os ovários, as trompas de Falópio, o útero e a vagina aumentam de tamanho várias vezes. Além do mais, a genitália externa aumenta, com depósito de gordura no monte pubiano e nos grandes lábios, além de aumento dos pequenos lábios. Além disso, os estrogênios alteram o epitélio vaginal do tipo cuboide para o tipo estratificado, considerado mais resistente a traumas e infecções do que o epitélio das células cuboides prépúberes. Infecções vaginais em crianças quase sempre podem ser curadas pela administração de estrogênios, simplesmente por causa da maior resistência do epitélio vaginal resultante. Durante os primeiros anos da puberdade, o tamanho do útero aumenta de duas a três vezes, porém mais importante do que o aumento no tamanho do útero são as alterações que ocorrem no endométrio uterino, sob a influência dos estrogênios. Eles causam proliferação acentuada do estroma endometrial e grande desenvolvimento das glândulas endometriais, que posteriormente ajudarão no fornecimento de nutrição ao óvulo implantado. Esses efeitos serão discutidos adiante, no Capítulo em conexão com o ciclo endometrial. 
Efeitos dos Estrogênios nas Trompas de Falópio. 
Os efeitos dos estrogênios no revestimento mucoso das trompas de Falópio são semelhantes aos efeitos no endométrio uterino. Os estrogênios fazem com que os tecidos glandulares desse revestimento proliferem; e, o mais importante, aumentam o número de células epiteliais ciliadas que revestem as trompas de Falópio. Além disso, a atividade dos cílios é consideravelmente intensificada. Esses cílios sempre batem na direção do útero, ajudando a propelir o óvulo fertilizado nessa direção. 
Efeito dos Estrogênios nas Mamas. 
As mamas primordiais de homens e mulheres são exatamente iguais. De fato, sob a influência de hormônios apropriados, a mama masculina, durante as primeiras 2 décadas de vida, pode se desenvolver o suficiente para produzir leite, da mesma maneira que as mamas femininas. Os estrogênios causam (1)desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas; (2) crescimento de um vasto sistema de duetos; e (3) depósito de gordura nas mamas. Os lóbulos e alvéolos das mamas se desenvolvem até certo ponto sob a influência apenas dos estrogênios, mas é a progesterona e a prolactina que determinam o crescimento e a função final dessas estruturas. Em suma, os estrogênios dão início ao crescimento das mamas e do aparato produtor de leite. Eles são ainda responsáveis pelo crescimento e pela aparência externa característicos da mama feminina adulta. Entretanto, não finalizam a tarefa de converter a mama em órgãos produtores de leite. 
Efeito dos Estrogênios no Esqueleto, 
Os estrogênios inibem a atividade osteoclástica nos ossos e, portanto, estimulam o crescimento ósseo. Como discutido no Capítulo 80, pelo menos parte desse efeito é devido à estimulação de osteoprotegerina, também chamada fator inibidor da osteoclastogênese, citocina que inibe a reabsorção óssea. Na puberdade, quando a mulher entra em seus anos reprodutivos, seu crescimento em altura torna-se rápido durante muitos anos. Entretanto, os estrogênios têm outro efeito potente no crescimento esquelético: causam a união das epífises com a haste dos ossos longos. Esse efeito do estrogênio na mulher é bem mais forte do que o efeito semelhante da testosterona no homem. Consequentemente, o crescimento da mulher geralmente cessa muitos anos antes do crescimento do homem. A mulher eunuca, desprovida da produção de estrogênio, geralmente cresce muitos centímetros a mais do que a mulher normal madura, porque suas epífises não se uniram no tempo normal. 
Osteoporose dos Ossos Causada por Deficiência de Estrogênio na Velhice. 
Depois da menopausa, quase nenhum estrogênio é secretado pelos ovários. Essa deficiência leva a (1) uma maior atividade osteoclástica nos ossos; (2) diminuição da matriz óssea; e (3) menos depósito de cálcio e fosfato ósseos. Em algumas mulheres, esse efeito é extremamente grave, e a condição resultante é a osteoporose, descrita no Capítulo 80. Uma vez que a osteoporose pode enfraquecer muito os ossos e levar a fraturas ósseas, especialmente fratura das vértebras, muitas mulheres na pós-menopausa são tratadas profilaticamente com reposição de estrogênio para prevenir os efeitos osteoporóticos. 
Os Estrogênios Aumentam Ligeiramente o Depósito de Proteínas. 
Os estrogênios causam leve aumento de proteína corporal total, evidenciado por um ligeiro equilíbrio nitrogenado positivo, quando estrogênios são administrados. Esse efeito resulta, essencialmente, do efeito promotor do crescimento de estrogênio nos órgãos sexuais, ossos e alguns poucos tecidos do corpo. O maior depósito de proteínas causado pela testosterona é bem mais geral e, muitas vezes, mais potente do que o causado pelos estrogênios. 
Os Estrogênios Aumentam o Metabolismo Corporal e o Depósito de Gordura. 
Os estrogênios aumentam ligeiramente o metabolismo de todo o corpo, mas apenas cerca de um terço a mais que o aumento causado pelo hormônio sexual masculino testosterona. Causam também depósito de quantidades maiores de gordura nos tecidos subcutâneos. Por conseguinte, a porcentagem de gordura corporal no corpo da mulher é consideravelmente maior do que no corpo do homem, que contém mais proteína. Além do depósito de gordura nas mamas e nos tecidos subcutâneos, os estrogênios causam depósito de gordura nos glúteos e nas coxas, o que é característico da aparência feminina. 
Os Estrogênios Têm Pouco Efeito na Distribuição dos Pelos. 
Os estrogênios não afetam muito a distribuição de pelos. Entretanto, os pelos efetivamente se desenvolvem na região pubiana e nas axilas, após a puberdade. Os androgênios, formados em quantidades crescentes pelas glândulas adrenais femininas, após a puberdade, são os principais responsáveis por esse desenvolvimento de pelo. 
Efeito dos Estrogênios na Pele. 
Os estrogênios fazem com que a pele desenvolva textura macia e normalmente lisa, mas, mesmo assim, a pele da mulher é mais espessa que a da criança ou da mulher castrada. Além disso, os estrogênios fazem com que a pele se torne mais vascularizada, o que, muitas vezes, está associado à pele mais quente, promovendo também maior sangramento nos cortes superficiais do que se observa nos homens. 
Efeito dos Estrogênios no Equilíbrio Eletrolítico. 
A semelhança química entre hormônios estrogênicos e hormônios adrenocorticais já foi apontada. Os estrogênios, assim como a aldosterona e alguns outros hormônios adrenocorticais, causam retenção de sódio e água nos túbulos renais. Esse efeito dos estrogênios é, em geral, brando e só raramente tem significância, mas, durante a gravidez, a enorme formação de estrogênios pela placenta pode contribuir para a retenção de líquidos no corpo.
FUNÇÕES DA PROGESTERONA 
A Progesterona Promove Alterações Secretoras no útero. 
Uma função importante da progesterona é promover alterações secretoras no endométrio uterino, durante a última metade do ciclo sexual feminino mensal, preparando o útero para a implantação do óvulo fertilizado. Essa função será discutida adiante, em conexão com o ciclo endometrial do útero. Além desse efeito no endométrio, a progesterona diminui a frequência e a intensidade das contrações uterinas, ajudando, assim, a impedir a expulsão do óvulo implantado. 
Efeito da Progesterona nas Trompas de Falópio. 
A progesterona promove também aumento da secreção pelo revestimento mucoso das trompas de Falópio. Essas secreções são necessárias para nutrir o óvulo fertilizado e em divisão, enquanto ele passa pela trompa de Falópio, antes de se implantar no útero. 
Progesterona Promove o Desenvolvimento das Mamas. 
A progesterona promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos das mamas, fazendo com que as células alveolares proliferem, aumentem e adquiram natureza secretora. Entretanto, a progesterona não faz com que os alvéolos secretem leite; como será discutido no Capítulo 83, o leite só é secretado depois que a mama preparada é adicionalmente estimulada pela prolactina da hipófise anterior. A progesterona também faz com que as mamas inchem. Parte desse inchaço deve-se ao desenvolvimento secretor nos lóbulos e alvéolos, mas, em parte, resulta também do aumento de líquido no tecido.
 
FASES DO CICLO REPRODUTIVO FEMININO (Fonte: Tortora)
Fases: Menstrual, pré-ovulatória, ovulação e pós-ovulatória.
CICLO ENDOMETRIAL MENSAL E MENSTRUAÇÃO (Fonte: Guyton)
Associado à produção cíclica mensal de estrogênios e progesterona pelos ovários, temos um ciclo endometrial no revestimento do útero, que opera por meio dos seguintes estágios: (1) proliferação do endométrio uterino; (2) desenvolvimento de alterações secretoras no endométrio; e (3) descamação do endométrio, que conhecemos como menstruação. As diversas fases desse ciclo endometrial são mostradas na Figura 82-9. 
   
Fase Proliferativa (Fase Estrogênica) do Ciclo Endometrial Ocorrendo Antes da Ovulação. 
No início de cada ciclo mensal, grande parte do endométrio foi descamada pela menstruação. Após a menstruação, permanece apenas uma pequena camada de estroma endometrial, e as únicas células epiteliais restantes são as localizadas nas porções remanescentes profundas das glândulas e criptas do endométrio. Sob a influência dos estrogênios, secretados em grande quantidade pelo ovário, durante a primeira parte do ciclo ovariano mensal, as células do estroma e as células epiteliais proliferam rapidamente. 
A superfície endometrial é reepitelizada de 4 a 7 dias após o início da menstruação. Em seguida, durante a próxima semana e meia, antes de ocorrer a ovulação, a espessura do endométrio aumenta bastante, devido ao crescente número de células estromais e ao crescimento progressivo das glândulas endometriais e novos vasos sanguíneos no endométrio. Na época da ovulação, o endométrio tem de 3 a 5 milímetros de espessura. As glândulas endometriais, especialmente as da região cervical, secretam um muco fino e pegajoso.Os filamentos de muco efetivamente se alinham ao longo da extensão do canal cervical, formando canais que ajudam a guiar o espermatozoide na direção correta da vagina até o útero. 
Fase Secretora (Fase Progestacional) do Ciclo Endometrial Ocorrendo Após a Ovulação. 
Durante grande parte da última metade do ciclo mensal, depois de ter ocorrido a ovulação, a progesterona e o estrogênio são secretados em grande quantidade pelo corpo lúteo. Os estrogênios causam leve proliferação celular adicional do endométrio durante essa fase do ciclo, enquanto a progesterona causa inchaço e desenvolvimento secretor acentuados do endométrio. As glândulas aumentam em tortuosidade, e um excesso de substâncias secretoras se acumula nas células epiteliais glandulares. Além disso, o citoplasma das células estromais aumenta; depósitos de lipídios e glicogênio aumentam bastante nas células estromais; e o fornecimento sanguíneo ao endométrio aumenta ainda mais, em proporção ao desenvolvimento da atividade secretora, e os vasos sanguíneos ficam muito tortuosos. No pico da fase secretora, cerca de uma semana depois da ovulação, o endométrio tem espessura de 5 a 6 milimetros. 
A finalidade geral dessas mudanças endometriais é produzir endométrio altamente secretor que contenha grande quantidade de nutrientes armazenados, para prover condições apropriadas à implantação do óvulo fertilizado, durante a última metade do ciclo mensal. A partir do momento em que o óvulo fertilizado chega à cavidade uterina, vindo da trompa de Falópio (o que ocorre 3 a 4 dias depois da ovulação), até o momento em que o óvulo se implanta (7 a 9 dias depois da ovulação), as secreções uterinas, chamadas "leite uterino", fornecem nutrição ao óvulo em suas divisões iniciais. Em seguida, quando o óvulo se implanta no endométrio, as células trofoblásticas, na superfície do ovo implantado (no estágio de blastocisto), começam a digerir o endométrio e absorver as substâncias endometriais armazenadas, disponibilizando, assim, grandes quantidades de nutrientes para o embrião recém-implantado. 
Menstruação. 
Se o óvulo não for fertilizado, cerca de dois dias antes do final do ciclo mensal, o corpo lúteo no ovário subitamente involui e a secreção dos hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona) diminui, como mostrado na Figura 82-4. Segue-se a menstruação. A menstruação é causada pela redução de estrogênio e progesterona, especialmente da progesterona, no final do ciclo ovariano mensal. O primeiro efeito é a redução da estimulação das células endometriais por esses dois hormônios, seguida rapidamente pela involução do endométrio para cerca de 65% da sua espessura prévia. Em seguida, durante as 24 horas que precedem o surgimento da menstruação, os vasos sanguíneos tortuosos, que levam às camadas mucosas do endométrio, ficam vasoespásticos, supostamente devido a algum efeito da involução, como a liberação de material vasoconstritor - possivelmente um dos tipos vasoconstritores das prostaglandinas, presentes em abundância nessa época. 
O vasoespasmo, a diminuição dos nutrientes ao endométrio e a perda de estimulação hormonal desencadeiam necrose no endométrio, especialmente dos vasos sanguíneos. Consequentemente, o sangue primeiro penetra a camada vascular do endométrio, e as áreas hemorrágicas crescem rapidamente durante um período de 24 a 36 horas. Gradativamente, as camadas externas necróticas do endométrio se separam do útero, em locais de hemorragia, até que, em cerca de 48 horas depois de surgir a menstruação, todas as camadas superficiais do endométrio tenham descamado. A massa de tecido descamado e sangue na cavidade uterina mais os efeitos contráteis das prostaglandinas ou de outras substâncias no descamado em degeneração agem em conjunto, dando início a contrações que expelem os conteúdos uterinos. 
Durante a menstruação normal, aproximadamente 40 mililitros de sangue e mais 35 mililitros de líquido seroso são eliminados. Normalmente, o líquido menstrual não coagula porque uma fibrinolisina é liberada em conjunto com o material endometrial necrótico. Se houver sangramento excessivo da superfície uterina, a quantidade de fibrinolisina pode não ser suficiente para evitar a coagulação. A presença de coágulos durante a menstruação, muitas vezes, representa evidência clínica de doença uterina. Quatro a 7 dias após o início da menstruação, a perda de sangue cessa, porque, nesse momento, o endométrio já se reepitalizou. 
Leucorreia Durante a Menstruação. 
Durante a menstruação, grandes quantidades de leucócitos são liberadas em conjunto com o material necrótico e o sangue. É provável que alguma substância liberada pela necrose endometrial cause tal eliminação de leucócitos. Como resultado desses leucócitos e, possivelmente, de outros fatores, o útero é muito resistente às infecções durante a menstruação, muito embora as superfícies endometriais estejam desprotegidas. Essa resistência à infeção apresenta um importante efeito protetor.

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