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Orientação Profissional, 
Mercado de Trabalho 
e Ética
Ética no Trabalho
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Marcelo Marcondes de Mello
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
5
Nesta unidade, organizamos conteúdos para possibilitar a compreensão dos desafios sociais, 
da competitividade mercadológica e da aplicação da ética no trabalho. 
Será de grande valia o entendimento desses conceitos fundamentais para o convívio em nossa 
estrutura social, uma vez que poderão nos auxiliar a qualificar as organizações, bem como nos 
apoiar a sermos seletivos com os comportamentos e condutas manifestados no seio social. 
Recomendamos a leitura dos textos e a participação no debate dos temas propostos, para 
colocar em pauta questões importantes como ética profissional e empresarial. 
 · Os princípios éticos Indivíduo e sociedade disciplinar.
 · Abordagem ética na Gestão.
 · Desenvolvimento de estágios morais.
 · Valores contemporâneos e os dilemas éticos do mundo empresarial e social.
 · Razão, ética e organização na contemporaneidade.
Ética no Trabalho
 · Introdução
 · Conceito de Moral e Justiça
 · Ética Empresarial
 · Código de Conduta Ética
 · Ética e Responsabilidade Social
6
Unidade: Ética no Trabalho
Contextualização
Esta disciplina visa enfatizar a importância do exercício ético na sociedade, compreendendo 
que os seres humanos convivem socialmente e essa convivência resulta em questões culturais 
nas quais a ética está sempre presente. 
Observando o comportamento organizacional, podemos encontrar na filosofia uma 
ferramenta que nos dá um espectro crítico sobre o assunto e nos proporciona a pesquisa sobre 
as diferenças culturais, multiculturais e o entendimento das diferentes esferas da vida. Dessa 
maneira, podemos compreender como a sociedade se organiza em diversos grupos sociais e 
interagem em seu meio. 
7
Introdução
Entre os desafios da sociedade moderna, destacam-se aprender a tratar e limitar o 
entendimento e o alcance do que seja a Ética.
A palavra ética é de origem grega, derivada de Ethos, que nos remete a costumes e 
hábitos do ser humano vivendo em sociedade. 
A parte mais difícil da missão é saber como avaliar o comportamento humano nesta 
mesma sociedade.
É de nosso conhecimento que, no mundo, há várias sociedades agindo e convivendo de 
formas diferentes, com costumes, religiões, códigos de sobrevivência e convivência diversos. 
Fazer uma avaliação sobre o que é correto ou não vai muito além da nossa educação, da 
nossa cultura e da forma como enxergamos o mundo e a sociedade. É preciso conhecer 
como cada sociedade está ligada às suas próprias origens e à própria história.
Se observarmos a forma como a mulher é tratada em algumas sociedades islâmicas, 
sob o ponto de vista da nossa sociedade ocidental, não nos será possível entender como 
funcionam as regras do Islamismo. Quando, porém, analisamos sob os aspectos da sociedade 
deles, considerando seus conceitos religiosos e comportamentais, podemos entender um 
pouco mais sobre os tais tratamentos dados à mulher.
A ética se presta e nos auxilia a qualificar as organizações (empresa ética), as pessoas (sujeito 
ético) e os comportamentos (conduta e procedimentos éticos), no seio de uma sociedade.
Dessa maneira, podemos e devemos considerar que a ética de um indivíduo, grupo, 
empresa ou comunidade seria a manifestação visível, por meio de comportamentos, hábitos, 
práticas e costumes, de um conjunto de princípios, normas e valores que norteiam e dirigem 
a sua relação com o mundo.
Uma essencial condição para que o ser humano atinja seus objetivos é, sem dúvida, que 
ele se viva em sociedade. Vivendo só, o ser humano não seria capaz de conseguir a maioria 
de seus bens, atingir seus objetivos e atingir suas finalidades.
Assim, podemos concluir que a sociedade é uma comunidade, uma comunhão ou 
uma organização, em que alguns suprem o que falta aos outros e todos, conjuntamente, 
conseguem fazer o que nenhum, isoladamente, seria capaz de obter.
8
Unidade: Ética no Trabalho
 Conceito de Moral e Justiça
Se a ética pode ser entendida como a forma com que os indivíduos se comportam na sociedade, 
a moral deve ser entendida como a forma que a sociedade percebe este e seus atos perante ela.
O conceito de justiça, ou seja, o que o indivíduo considera justo ou não justo, está direta e 
intimamente ligado às suas convicções pessoais e sobre o que ele entende por certo ou errado.
Um exemplo clássico que mistura o entendimento e a praticidade dos dois conceitos é dado 
na seguinte situação: um filho que entende ser justo matar o homem que assassinou a sua mãe. 
Essa atitude é proibida e ilegal na sociedade brasileira, que não permite que se “faça justiça com 
as próprias mãos”. Assim, dentro do espaço íntimo de um filho que se encontra nessa situação, 
pode ser considerada por ele como “justa” atitude. A própria expressão “fazer justiça com as 
próprias mãos” já tem em si mesma o conceito de justiça que descrevemos.
É possível identificar padrões morais estabelecidos em épocas distintas na mesma sociedade. 
À medida que a sociedade muda (sem falar em conceito de evolução) ou até mesmo se globaliza, 
segue mudando os seus conceitos morais. Há algumas décadas, na sociedade brasileira, como 
em outras culturas, havia procedimentos e comportamentos vistos como imorais como, por 
exemplo, o divórcio e a maternidade de solteiras. Atualmente, a sociedade em geral entende 
como normal esse tipo de circunstância que passou a ser um assunto totalmente livre e discutido 
em meios televisivos, entre amigos e nas famílias.
O comportamento moral não está baseado em reflexões, mas sim nos costumes da sociedade, 
considerando lugar e tempo.
A moral é normalmente um caminho mais poderoso do que simplesmente a lei para reger o 
comportamento humano. Em muitas situações, é mais fácil desrespeitar uma lei, para agir de 
acordo com a moral, do que infringir a moral para proceder de acordo com uma lei.
Dando fundamento a qualquer decisão que tomamos, na vida profissional ou particular, 
moral e justiça estarão sempre presentes orientando os nossos valores morais. 
Diante do conceito de ética que já descrevemos e do conceito de moral disposto, concluímos 
que a moral baseia-se no comportamento da sociedade e a ética baseia-se a partir da reflexão 
desse comportamento, as quais, em conjunto, certamente criam normas universais com fins a 
estabelecer as melhores ações.
Ética Empresarial
Ética empresarial pode ser definida como o comportamento da pessoa jurídica de Direito 
Público (empresas públicas) ou de Direito Privado, quando ambas agem em conformidade com 
os princípios morais e éticos considerados aceitáveis pela sociedade, ou seja, quando elas agem 
de acordo com as regras éticas originadas do senso comum de uma sociedade.
9
Esse comportamento ético e moral é o que a sociedade espera. A empresa tem obrigação 
de proceder com ética em todos os seus relacionamentos, que inclui, entre outros participantes, 
clientes, fornecedores, empregados, concorrentes e governo.
É importante lembrar que toda empresa tem o dever ético de cumprir a lei e respeitar os costumes.
Segundo o autor Manhães Moreira (apud COTRIM, 2008, p. 228), são razões para a 
empresa ser ética:
 · custos menores, pois não faz pagamentos irregulares ou imorais, como o “suborno”;
 · possibilidade de avaliar com precisão o desempenho da sua estrutura;
 · legitimidade moral para exigir comportamento ético dos empregados;
 · geração de lucro livre de contingências; por exemplo, condenações por procedimentos indevidos;
 · obtenção de respeito dos parceiros comerciais; 
 · cumprimento do dever inerente à responsabilidade social da organização.
Código de Conduta Ética
O Código de Ética é, por assim dizer, um instrumentoque tenciona buscar a realização e a 
satisfação dos princípios, visão e missão da empresa. Ele também se presta a orientar e disciplinar 
as ações de seus funcionários e colaboradores além de explicitar a postura social da empresa 
diante dos diferentes públicos com os quais interagem, como clientes, fornecedores e público em 
geral. É vitalmente importante que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a quem 
o Código se dirige e encontre sustentação na direção da empresa de maneira que até o último 
empregado contratado tenha a responsabilidade de vivenciá-lo e praticá-lo constantemente.
O Código de Ética formaliza um padrão de conduta considerado adequado para uma 
empresa. Quando uma empresa decide adotar uma postura ética em seus relacionamentos, é 
importante que essa decisão conste de um documento interno que normalmente é chamado de 
Código de Ética ou Código de Conduta.
As pessoas que trabalham em uma empresa têm formações culturais, intelectuais e científicas 
distintas além de experiências sociais e opiniões diversas quanto aos fatos da vida. Entretanto, o 
Código de Ética tem a dura tarefa de padronizar e formalizar o entendimento sobre organização 
empresarial, incluindo o comportamento de seus empregados em seus diversos relacionamentos 
e em suas operações, evitando que os julgamentos subjetivos atrapalhem, deturpem, impeçam 
ou diminuam a aplicação plena dos princípios. 
Pode-se considerar, dentre outras, algumas formas para que a organização cumpra e obedeça 
ao Código de Ética estabelecido. São elas:
 · treinamento dos conceitos constantes do Código;
 · sistema de revisão e verificação do efetivo cumprimento das normas do Código de Ética;
 · criação de um canal de comunicação destinado a receber e a processar relatos sobre 
eventuais violações às normas traçadas no Código de Ética.
10
Unidade: Ética no Trabalho
A consciência ética das empresas, percebidas através de seus gestores, cresce a cada dia, 
como se percebe pela grande quantidade de causas submetidas à justiça. Essas causas mostram 
em todos os relacionamentos da empresa, a sociedade espera e quer obediência às leis.
Nestes tempos modernos o profissional brasileiro está vivenciando uma experiência sem 
precedentes ao participar no mundo dos negócios nessa nova era que podemos denominar 
“Era Ética”.
O Código de Ética, segundo já destacamos, formaliza-se numa espécie de documento da 
empresa, seus padrões éticos e morais, desta maneira criando as regras de condutas.
Srour (2008, p. 232) apresenta uma lista de alguns temas normalmente encontrados nos 
códigos de ética, no Brasil:
 · relacionamento com clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores; prestadores de 
serviços e distribuidores;
* relacionamentos com autoridades governamentais, órgãos reguladores, mídia, concorrentes, 
sindicatos, comunidades locais, terceiro Setor e associações empresariais;
 · conflitos de interesse entre os vários públicos;
 · regulamentação da troca de presentes, gratificações, favores, cortesias, brindes, convites 
de fornecedores ou clientes;
 · observância às leis vigentes;
 · segurança e confidencialidade das informações não públicas, em especial a informação 
privilegiada;
 · teor dos balanços, das demonstrações financeiras e dos relatórios da diretoria endereçados 
aos acionistas, e seu nível de transparência;
 · propriedade intelectual dos bens simbólicos, patentes ou marcas;
 · espionagem econômica ou industrial versus pesquisas tecnológicas e uso do benchmarking 
e da inteligência competitiva;
 · postura diante do trabalho infantil e do trabalho forçado;
 · formação de lobbies ou tráfico de influência; legislação trabalhista e empresarial
 · formação de cartéis e participação em associações empresariais;
 · contribuição para campanhas eleitorais;
 · prestação de serviços profissionais por parte dos colaboradores a fornecedores, 
prestadores de serviços, clientes ou concorrentes;
 · respeito aos direitos do consumidor;
 · relação com o meio ambiente: uso de energia, água e papel; consumo de recursos 
naturais; poluição do ar; disposição final de resíduos;
 · uso do tempo de trabalho para assuntos pessoais;
 · uso do nome da empresa para obter vantagens pessoais;
 · discriminação das pessoas em função de gênero, etnia, raça, religião, classe social, idade, 
11
orientação sexual, incapacidade física ou qualquer outro atributo, e regulação de sua 
seleção e promoção (questão da diversidade social);
 · assédio moral e assédio sexual;
 · segurança no trabalho com adequação dos locais de trabalho e dos equipamentos para 
prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
 · uso de drogas ilícitas, ingestão de bebidas alcoólicas e prática de jogos de azar;
 · porte de armas;
 · relações de apadrinhamento (nepotismo, favoritismo, paternalismo, compadrio, amizade) 
e contratação de parentes ou amigos como colaboradores ou como terceiros;
 · troca de informações com concorrentes, fornecedores e clientes;
 · adoção de critérios objetivos e justos na contratação e no pagamento dos fornecedores 
ou prestadores de serviços, para afastar qualquer favorecimento;
 · existência de interesses financeiros ou vínculos de qualquer espécie com empresa que 
mantenha negócios com a organização, para não ensejar suspeita de favorecimento.
 · posicionamento com relação à concorrência desleal;
 · difusão interna de fofocas ou rumores maliciosos;
 · privacidade dos colaboradores;
 · direito de associação dos colaboradores a sindicatos, igrejas, associações, partidos 
políticos ou organizações voluntárias; I
 · restrição do fumo a locais ao ar livre ou a áreas reservadas.
 · proibição da comercialização interna de produtos ou serviços por colaboradores;
 · cuidado com bens e recursos da empresa, para que não ocorram danos, manejos 
inadequados, desperdícios, perdas, furtos ou retiradas sem prévia autorização;
 · utilização dos equipamentos e das instalações da empresa para uso pessoal dos 
colaboradores ou para assuntos políticos, sindicais ou religiosos;
 · proteção da confidencialidade dos registros pessoais que ficam restritos a quem tem 
necessidade funcional de conhecê-los, salvo exceções legais.
Portanto, pode-se dizer que administrar a ética dentro de uma empresa é gerir o alinhamento 
do comportamento dos seus colaboradores com um conjunto de normas que consideramos 
indispensáveis e que formam a base da cultura desejada para a corporação.
O que se busca com essa chamada “Era Ética”, assim denominada por vários doutrinadores, 
é estabelecer o orgulho de ser honesto, orgulho este que será mostrado por empresários, 
acionistas, administradores, empregados e parceiros das organizações.
O respeito aos Códigos de Ética depende da vontade de cada um dos envolvidos na 
organização, além de conhecer, seguir e tornar conhecidos os princípios éticos, exigindo de 
todos a sua observância.
12
Unidade: Ética no Trabalho
Ética e Responsabilidade Social
A Comunicação Empresarial 
Uma nova realidade está presente no ambiente empresarial, na qual claramente se nota um 
movimento pela ética. Uma nova postura das empresas exige uma redefinição da comunicação 
empresarial e, por consequência, a atuação da área de Relações Públicas. Preocupar-se com 
questões sociais e éticas é o novo desafio à comunicação empresarial.
No mundo corporativo, as empresas se preocupam em resgatar valores éticos e também em 
desenvolver ações ligadas às questões sociais. A mídia de negócios, os dirigentes de empresas, 
os livros e as palestras frequentemente têm dado ênfase na importância da ética empresarial e 
da responsabilidade social como fatores de ganhos competitivos para as empresas.
Quando questionamos as causas desta preocupação com a ética e a responsabilidade social 
nas empresas, obrigatoriamente somos remetidos aocenário que vivenciamos. Atualmente, a 
sociedade espera das empresas uma atuação mais responsável e o consumidor tem tomado 
consciência dos seus direitos. Assim, as empresas se veem comprometidas com uma nova 
postura que evidencia as suas preocupações com questões sociais (responsabilidade social) 
e com a ética. Nesse sentido, essa nova postura significa uma nova forma de atuação das 
Relações Públicas, em todos os níveis e áreas de atuação. Fica evidente a importância de a 
comunicação das organizações considerar esse novo ambiente corporativo.
Ética e responsabilidade social no novo cenário empresarial
O mundo dos negócios tem dimensões cada vez mais complexas somando-se a isso a 
globalização, as inovações tecnológicas e a informação veloz. Esse conjunto apresenta-se como 
desafios aos executivos, empreendedores e empresários uma vez que muda comportamentos, 
decisões e posturas no que se refere à posição de suas empresas diante da sociedade.
Segundo Kunsch (1999, p.74), “é exatamente no âmbito desses cenários mutantes e 
complexos que as organizações operam, lutam para se manter e para cumprir sua missão e 
visão e para cultivar seus valores [...].”
O atual ambiente corporativo aponta dois aspectos que podemos considerar paradoxais: 
- o aumento da produtividade em razão de novas tecnologias e da disseminação de novos 
conhecimentos. Isso motiva as empresas a investirem mais em novos processos de gestão em 
busca de vantagens competitivas.
- o aumento nas disparidades e desigualdades sociais, as quais levam todos à reflexão sobre 
o sistema econômico, social e ambiental.
É possível perceber uma preocupação em estabelecer padrões de ética e responsabilidade 
social em suas atividades, quando se olha e analisa o cenário de mudanças e de transformações 
sociais, econômicas e tecnológicas, pelo qual são submetidas as empresas.
13
Ashley (2002, p.50) afirma: “parece lícito afirmar, que hoje em dia as organizações precisam 
estar atentas não só a suas responsabilidades econômicas e legais, mas também as suas 
responsabilidades éticas, morais e sociais”.
Nos últimos anos, esses conceitos têm sido incorporados à vida das empresas na tentativa de 
se estabelecer relações de harmonia entre o lucro e a sua atuação diante de seus públicos, de 
seus stakeholders.
O surgimento da ética na gestão
Ashley (2002, p.50) afirma: “parece lícito afirmar, que hoje em dia as organizações precisam 
estar atentas não só a suas responsabilidades econômicas e legais, mas também a suas 
responsabilidades éticas, morais e sociais”. Valls (1996) destaca que se trata de um procedimento 
didático, pois na vida real não nos deparamos com questões éticas separadamente. Para fins de 
análise em nossos estudos, nosso interesse é a ética no contexto corporativo. Porém, antes de 
reflexões sobre a ética nas empresas, é necessário e oportuno definir ética como ciência.
Como ciência a ética diferencia-se de outras áreas do saber; porém, alguns problemas éticos 
podem ser vistos e estudados sob a luz de outros saberes, a exemplo da psicologia. Quando 
somos confrontados com situações práticas, percebemos várias dimensões da ética e, assim, ao 
analisarmos os fenômenos, devemos entendê-los sob vários ângulos.
Quando nos damos conta de que a ética estuda os costumes, podemos concluir que os 
valores éticos podem se transformar, assim como também acontece na sociedade que se 
modifica. Evidentemente, é desnecessário lembrar que a ética não mostra e estuda apenas os 
costumes, pois se trata de uma reflexão teórica com validade universal.
Alguns consideram que comportamento ético é somente um comportamento adequado 
e ajustado aos costumes em vigor, mas isso é um equívoco e, acima de tudo, uma visão 
excessivamente simplificada. “Não são apenas os costumes que variam, mas também os valores 
que os acompanham, as próprias normas concretas, os próprios ideais, a própria sabedoria, de 
um povo a outro.” Valls (1996, p.13). 
As preocupações no estudo da ética estão acima das variações dos costumes, da formulação 
de princípios. Segundo Valls (1996, pagina 16), “Uma boa teoria ética deveria atender à 
pretensão de universalidade, ainda que simultaneamente capaz de explicar as variações de 
comportamento, características das diferentes formações culturais e históricas”.
Kant considerava que deveríamos encontrar a ética de validade universal sustentada na 
igualdade entre os seres humanos, centrando as questões éticas na obrigação moral entendendo, 
portanto, que os conteúdos éticos nunca são dados do exterior, o que nos leva a entender que esta 
moral está relacionada com a racionalidade do sujeito e não somente com aspectos exteriores 
a exemplo de leis, costumes e tradições. Com essa concepção imagina-se ter procedimentos 
práticos que possam se tornar universalizáveis, ou seja, princípios que possam valer para 
todos. Hegel relaciona a ética à história e à política, visto que a ação ética do ser humano 
concretiza-se dentro de certa sociedade política e de um momento histórico. Como se vê, há 
vários enfoques filosóficos sobre a ética. De fato, as várias contribuições ao estudo da ética são 
consideradas, principalmente, aos costumes exteriores e com a atitude individual e subjetiva do 
14
Unidade: Ética no Trabalho
sujeito. Considerando-se as atuais tendências, vemos valorizada posição da liberdade como um 
ideal ético. Outra aponta a ética nas relações sociais, tendo como ideal ético a ideia de uma vida 
social mais justa. 
Valls (1996) chama a atenção ao fato de que falar de ética significa falar da liberdade, uma 
vez que a ética lembra normas e responsabilidade. Entretanto, cabe ressaltar: 
“[...] a norma nos diz como devemos agir. E se devemos agir de tal modo, é porque (ao menos 
teoricamente) também podemos não agir deste modo. Isto é: se devemos obedecer, é porque 
podemos desobedecer, somos capazes de desobedecer à norma ou ao preceito.” Valls (1996, p.48).
Segundo Valls (1996), nos nossos dias, os grandes problemas éticos encontram-se em três 
grupos (família, sociedade civil e Estado). Fazer surgir a consciência eticamente crítica no ser 
humano é o desafio que pode nos ajudar a ter uma vida mais ética e, por consequência, mais 
livre e mais humana.
Ética no universo corporativo
Ética nos negócios tornou-se presente no universo corporativo como não poderia deixar de 
acontecer. Não se trata somente de uma preocupação de alguns executivos e líderes, mas sim de 
todas as pessoas que compõem uma corporação. São muitas as razões para o aparecimento de 
empresas que têm entre suas preocupações o interesse de promover e aplicar a ética no seu cotidiano.
Muitos são os motivos que têm promovido a ética no ambiente empresarial e entre eles se 
destacam os custos dos escândalos e das ações judiciais, o que, via de regra, terminam em 
perda de confiança na reputação da empresa, multas elevadas, desconfiança e desmotivação 
de colaboradores, entre outras coisas.
Nash (1993, p. 3) afirma que “[...] a ética e os negócios têm parecido, com frequência, se não 
completamente contraditórios, pelo menos extremamente distantes.”. Afirmando isso, a autora 
coloca em dúvida a opinião daqueles que defendem que a noção de integridade nas empresas 
é atingível, mas deixam os dilemas éticos a cargo da consciência de cada um. Para que se 
analise a ética no mundo empresarial, precisamos, em primeiro plano, entender sua dimensão 
nas empresas. Segundo Nash (1993, p.06): 
Ética dos negócios é o estudo da forma pelo qual normas morais pessoais se 
aplicam às atividades e aos objetivos da empresa comercial. Não se trata de um 
padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto dos negócios cria 
seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral que atua como um gerente 
desse sistema. (NASH, 1993, p.06).
Algumas ferramentas de gestão empresarial podem melhorar a capacidadede ganhos de 
competitividade, a chamada vantagem competitiva. Os que estudam o assunto destacam a ética 
como outro fator importante para garantir a tal competitividade da empresa. Tansey (1995, p. 
104) afirma: “Ter padrões éticos significa ter bons negócios em longo prazo. Existem estudos 
indicando a veracidade dessa afirmativa. Na maioria das vezes, contudo, as empresas reagem a 
situações de curto prazo.”. 
15
Ainda segundo Tansey, empresas realmente empenhadas em melhorar os padrões de conduta 
ética em seu relacionamento com clientes, fornecedores, funcionários e governantes, terminam 
conquistando a confiança deles. A ética proporciona lucro às empresas, afirma ela. 
A empresa é considerada ética se cumprir todos os compromissos éticos que tiver. Vale dizer 
que agir de forma honesta com todos aqueles que têm algum tipo de relacionamento com ela. 
Estão envolvidos neste grupo os clientes, os fornecedores, os sócios, os funcionários, o governo 
e a comunidade como um todo. (TANSEY, 1995, p.100).
Se a finalidade é garantir empresas com compromisso ético no relacionamento com seus 
públicos, devemos refletir a seguinte colocação de Tansey (1995):
A alta administração da empresa deve estar consciente de que a forma de 
atuação da empresa para fora, para o mercado, terá reflexos internos. Em outras 
palavras, não se pode exigir conduta ética dos funcionários se a empresa está 
viciada em procedimentos condenáveis. Os padrões éticos da companhia são a 
base do comportamento dos funcionários. (TANSEY, 1995, p.100).
Entre as situações que podem perturbar a ética nas organizações, há a burocracia 
intrínseca em si própria. Burocracia demais atrapalha. A quantidade de regras, normas, 
regulações, leis e instruções é bastante farta e pode acontecer de a empresa não conseguir 
cumprir algumas, ou cometer erros. 
As corporações precisam estar em alerta, cuidando sempre para que haja condições e 
espaço para a ética. No atual estágio do capitalismo em andamento no Brasil, podemos 
estar na direção de um novo formato de trabalho. Nesse formato, a ética aparece como fator 
de relevância nas práticas empresariais e também como condicionante de competitividade, 
por impregnar mais confiabilidade aos processos decisórios tão constantes no cotidiano de 
executivos e gestores. Os valores não tangíveis das empresas que é o que podemos chamar 
de talentos, de processos internos específicos, marcas registradas, ou não, e os níveis de 
relacionamento podem, em muitos casos, constituir valor maior do que bens tangíveis 
como edifícios, máquinas e equipamentos. Esses valores dependem bastante e de forma 
importante dos atributos morais de uma empresa. A responsabilidade social tem papel 
vital e nitidamente importante com relação a esses bens chamados de intangíveis pelas 
empresas. Usando como exemplo, pode-se lembrar de que as relações com a população, 
principalmente a mais próxima, devem seguir padrões éticos, para estimular o compromisso 
social das organizações.
A área de Relações Públicas de uma empresa tem a missão de estabelecer o relacionamento 
da organização com seus públicos fundamentados na ética. Considera-se que um diretor, 
ou gerente, de uma empresa não é uma entidade moral independente. Devemos vê-lo 
como um líder direta e indiretamente responsável pelo comportamento de colaboradores e 
da própria empresa. Cumprir essa responsabilidade deve exigir, no mínimo, investigação e 
posição aberta e clara da empresa aos aspectos éticos da atividade dela, desde a estratégia 
escolhida para as ações que se seguirão rotinas administrativas e contábeis, passando pela 
posição que oriente os aspectos de responsabilidade social.
16
Unidade: Ética no Trabalho
Material Complementar
 
 
 
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A Firma (1993) é um filme de suspense norte-americano dirigido por Sydney 
Pollack. O roteiro é baseado romance A Firma de John Grisham. O enredo discute a 
questão ética profissional e demonstra os limites humanos na consciência social.
MATTAR NETO, J. M. Filosofia e Ética na Administração. 2ªed. São Paulo: 
Saraiva, 2012.
A obra propõe o diálogo entre a filosofia, a ética e a administração, aprofundando 
questões complexas para direcionar à reflexão sobre o mundo dos negócios e sobre a 
sociedade em geral. 
17
Referências
ASHLEY, P. A. (coord.). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: 
Saraiva, 2002.
GRAJEW, O. Por um mundo mais seguro. Guia da boa cidadania corporativa – parte 
integrante da revista exame. São Paulo: 754, 2001.
HENRIQUES, M.S.; NETO, J. A. S. Comunicação e mobilização social: estratégias de 
atuação das organizações do terceiro setor na área da comunicação. In Anais do XXIV Congresso 
Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2001. Campo Grande/MS. Intercom, 2001(CD ROM).
GUERRA, S. A ética ajuda a ser competitivo. Revista Exame, s/r, 1995.
KUNSCH, M. Gestão integrada da comunicação organizacional e os desafios da sociedade 
contemporânea. Revista Comunicação e Sociedade/UMESP, Nº 32, 2º semestre, 1999.
NASH, L. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron Books, 1993.
NETO, F. M.; FROES, C. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. 
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.
PINTO, C. C. Valor ou modismo? Guia da boa cidadania corporativa – parte integrante da 
revista exame. São Paulo: 754, 2001. 
RIES, A.; TROUT, J. Posicionamento: a batalha pela sua mente. São Paulo: Pioneira, 1999.
SCHIFFMAN, L.; KANUK, L. L. Comportamento do consumidor. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
SILVA, R. M. A. Organizações socialmente responsáveis também estão preparadas 
para a sustentabilidade dos negócios que afetam o mundo empresarial, integrando-
se na vida comunitária. Disponível em http://www.aberje.com.br/revista. Acesso em 20/02/11.
TANSEY, L. (entrevistada por Clayton Netz). Exame Entrevista. Dezembro, 1995.
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Unidade: Ética no Trabalho
Anotações
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