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PROTEINAS-DE-FASE-AGUDA

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A RTIGO
FEVEREIRO | 2015
www.humbertoabrao.com.br /Laboratório Humberto Abrão
lação de mastócitos e conseqüente liberação de histami-
na, e opsoninas que induzem a opsonização de micror-
ganismos, facilitando a fagocitose.
Mediadores lipídicos: como tromboxanos, prosta-
glandinas e leucotrienos que participam do processo de 
vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. 
Em alguns casos, o processo inflamatório agudo não 
é completamente resolvido, levando à inflamação crôni-
ca, como é o caso de doenças auto-imunes ou infecções 
causadas por microrganismos que conseguem evadir da 
resposta imune. Esse tipo de inflamação acontece 
quando macrófagos e células T são constantemente 
ativados, levando ao seu acúmulo nos sítios da lesão e 
significativo dano tecidual. As citocinas liberadas pelos 
macrófagos cronicamente ativados, estimulam a prolife-
ração de fibroblastos, levando ao aumento da produção 
de colágeno que culmina na fibrose, característica das 
inflamações crônicas.
Entre as inúmeras manifestações sistêmicas da 
reação de fase aguda está a alteração nas concentra-
ções de várias proteínas plasmáticas, que são denomina-
das de "proteínas de fase aguda". Elas são definidas 
como proteínas de produção hepática que aumentam ou 
diminuem a sua concentração em pelo menos ��% nos 
primeiros � dias após o dano tecidual. As proteínas que 
apresentam elevação de seus valores séricos, como a 
proteína C reativa, substância amilóide A, haptoglobina e 
o fibrinogênio, são denominadas de proteínas de fase 
aguda positivas, enquanto as que apresentam redução 
destes valores, como a albumina, transferrina e a TTR 
(pré-albumina), são denominadas de proteínas de fase 
aguda negativas. A produção destas proteínas está sob 
a regulação de um grande número de citocinas : Interleu-
cinas (IL-6, IL-1, IL-11), TNFα, TGFβ, γ-interferon, Fator de 
Crescimento Epidermal e Fator Inibidor de Leucemia (LIF).
A ocorrência de diferentes condições fisiopatológicas 
pode implicar em diferentes perfis de liberação de citoci-
nas, com conseqüente diferentes padrões de elevação 
de proteínas de fase aguda. O reconhecimento destes 
diferentes padrões pode proporcionar aos clínicos uma 
importante ferramenta para auxiliar o diagnóstico e o 
acompanhamento das enfermidades inflamatórias.
As dosagens séricas das proteínas de fase aguda, 
denominadas também de "provas de atividade inflamató-
A reação de fase aguda é constituida por uma uma 
cascata complexa de alterações fisiológicas e metabóli-
cas (resposta inflamatória) que se inicia imediatamente 
após uma injúria tecidual, decorrente de uma infecção, 
reação alérgica ou imunológica, trauma mecânico ou 
térmico, neoplasia, isquemia ou procedimento cirúrgico.
A resposta inflamatória (inflamação) ocorre com o 
intuito de promover proteção aos tecidos, restringindo os 
danos no local da infecção/injúria ou podendo ter efeitos 
deletérios quando ocorrer de forma exacerbada. O dano 
tecidual ou endotelial promove uma resposta local, 
desencadeando vasodilatação e aumento da permeabili-
dade vascular, com extravasamento de leucócitos para 
os sitios inflamados (inicialmente neutrófilos e em fases 
mais tardias monócitos e linfócitos). Vários mediadores 
participam ativamente da resposta inflamatória: 
Citocinas: são proteínas de baixo peso molecular 
produzidas por diferentes tipos celulares do sistema 
imune, cuja produção é desencadeada quando as 
células são ativadas por diferentes estímulos como agen-
tes infecciosos, tumores ou estresse. Elas atuam na 
comunicação entre as células, promovendo a indução ou 
regulação da resposta imune. As Citocinas romovem 
efeitos locais, tais como indução da expressão de molé-
culas de adesão e de quimiocinas, facilitando a migração 
de leucócitos e de efeitos sistêmicos como a indução de 
proteínas de fase aguda, levando a presença de febre, 
uma resposta para promover um meio ótimo de funciona-
mento de enzimas e a estabilização de membranas 
celulares. Há indisposição e sonolência – processos que 
reduzem o consumo energético do organismo.
Quimiocinas: realizam quimiotaxia de leucócitos. As 
quimiocinas são pequenos polipeptídeos que fazem 
parte de um subgrupo de citocinas. Elas controlam a 
adesão, quimiotaxia e ativação de vários tipos de leucóci-
tos e desempenham papel fundamental na resposta 
inflamatória, recrutando células inflamatórias para o local 
da lesão. Também controlam e atuam em diversos 
processos biológicos como hematopoiese, angiogênese 
e metástase de tumores.
 Enzimas plasmáticas: como bradicinina e fibrino-
peptídeos, aumentam a permeabilidade vascular.
 Plasminina: degrada coágulos em produtos quimio-
táticos e ativa proteínas do sistema complemento e seus 
derivados, como anafilotoxinas, que induzem a degranu-
PROTEINAS DE FASE AGUDA 
Esse artigo objetiva realizar uma síntese sobre a cascata da resposta inflamatória aguda realizando 
também uma clara abordagem sobre as principais proteinas plasmáticas envolvidas nesse processo.
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. 
Em caso de dúvidas, consulte seu médico. 
A RTIGO
FEVEREIRO | 2015
PROTEÍNAS DE FASE AGUDA
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uma rápida elevação dos seus níveis, já observados a 
partir de � horas, atingindo um pico após �� horas, que 
pode chegar a ���� vezes os valores basais. A meia vida 
é curta (� a � horas), o que a faz aproximar-se do concei-
to de uma prova de fase aguda "ideal", e a torna muito 
atraente para o acompanhamento de processos inflama-
tórios agudos.
Pelo fato de apresentar elevações mais significativas 
nas infecções bacterianas (atingindo comumente valores 
superiores a ��� mg/L) do que nas infecções virais, este 
teste tem sido amplamente utilizado na prática clínica 
com a finalidade de decidir-se sobre o início de uma 
antibioticoterapia em um quadro infeccioso (se bacteria-
na ou viral) ainda não totalmente esclarecida. A literatura 
mostra inúmeros estudos da dosagem de PCR por méto-
dos quantitativos na distinção de meningite bacteriana x 
meningite viral, pneumonia bacteriana x pneumonia viral 
e artrite séptica x artrite reativa, com resultados que 
confirmam a sua eficácia. A PCR é considerada também 
um bom indicador de infecção bacteriana em pacientes 
de risco, nos quais a avaliação clínica de uma infecção é 
difícil de ser feita, como em recém nascidos e pacientes 
com LES (Lupus Eritematoso Sistêmico) em atividade, 
entre outros.
Nos pós-operatórios a persistência de níveis elevados 
de PCR ou a sua elevação secundária pode ser um 
indicador de complicações. Na clínica obstétrica a 
presença de níveis elevados de PCR em uma rotura de 
membrana amniótica, sugere infecção incipiente e 
constitui-se em indicação de antibióticoterapia.
 Valores discretamente elevados de PCR são observa-
dos na obesidade, tabagismo, diabetes, uremia, hiper-
tensão arterial, inatividade física, uso de anticoncepcio-
nais orais, distúrbios do sono, álcool, fadiga crônica, 
depressão, envelhecimento, doença periodontal, entre 
outras situações.
A PCR possui papel importante na aterogênese por 
ser um marcador de ativação endotelial e indutor de 
lesão vascular relacionada à inflamação, em especial em 
placas de ateroma. Pode ser utilizada como preditor de 
coronariopatias (angina e infarto do miocárdio) e AVC – 
Acidente Vascular Cerebral, por acelerar o processo de 
aterosclerose. A denominação de PCR hipersensível, ou 
ultrassensível, diz respeito a métodos que podem detec-
tar valores mais baixos do que os limites dos métodos 
usuais, ou seja, exames mais sensíveis, que já identifi-
quem alterações inflamatórias em pacientes aparente-
mente saudáveis ou com fatores de risco conhecidos, 
permitindo estimar o risco cardiovascular.ria", têm sido empregadas amplamente para o diagnósti-
co e acompanhamento de condições clínicas inflamató-
rias, como infecções e doenças auto-imunes. Esta utiliza-
ção foi incrementada nas últimas décadas com a evolu-
ção metodológica e hoje técnicas quantitativas, como a 
nefelometria e a turbidimetria, apresentam um ganho 
significativo na sensibilidade, substituíndo as técnicas de 
aglutinação, que apresentavam resultados apenas de 
forma qualitativa ou semi-quantitativa. 
Classicamente as proteínas de fase aguda, têm sido 
utilizadas com as seguintes finalidades:
Discriminar entre enfermidades inflamatórias e não 
inflamatórias.
Discriminar condições clínicas de natureza inflamató-
ria que costumam apresentar distintos perfis de 
alterações de provas de fase aguda, e cuja distinção 
clínica comumente não é fácil: infecção viral x infec-
ção bacteriana; infecção x atividade de doença auto--
imune; infecção x rejeição de transplante.
Avaliar a extensão e atividade da inflamação e moni-
torizar o curso da doença e a resposta a intervenções 
terapêuticas. 
Além destas finalidades clássicas, nas últimas déca-
das, com a disponibilidade de metodologias mais sensí-
veis e o reconhecimento do papel fisiopatogênico do 
processo inflamatório em algumas outras condições, 
estas proteínas de fase aguda tem sido utilizadas com 
outras finalidades como na avaliação de risco cardiovas-
cular e no diagnóstico precoce de disfunção renal. Em 
seguida será realizada uma abordagem dos principais 
biomarcadores de atividade inflamatória que apresentam 
as maiores relevâncias na clínica médica. 
PCR- PROTEINA C REATIVA
A PCR é uma proteina sintetizada pelo fígado, consti-
tuida por � cadeias polipeptidicas identicas e peso mole-
cular de ��� KD sendo um dos marcadores de fase 
aguda mais sensíveis e utilizados para a inflamação. Sua 
função é ligar-se a patógenos e células lesadas e/ou 
apoptóticas e iniciar sua eliminação por meio da ativação 
do sistema complemento e de fagócitos (C 1q e Fcγ). Essas 
ligações e atrações celulares permitem considerá-la 
como uma opsonina. Também atua regulando a extensão 
e a intensidade da reação inflamatória. A PCR é um cons-
tituinte normal do soro humano, onde em condições 
normais, mantém concentrações inferiores a � mg/L.
Na vigência de um estímulo inflamatório apresenta 
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. 
Em caso de dúvidas, consulte seu médico. 
A RTIGO
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Por ser uma medida indireta, a determinação da VHS 
apresenta muitos interferentes: outras proteínas e subs-
tâncias não relacionadas à inflamação, o tamanho, 
número e forma das hemácias e também nas característi-
cas das próprias proteínas de fase aguda responsáveis 
pelo fenômeno. O fato de terem uma meia vida relativa-
mente longa, e que essas proteínas podem ser "consumi-
das" durante o processo patológico, afasta este método 
do conceito de "prova de atividade inflamatória ideal" e o 
torna pouco útil para o acompanhamento de enfermida-
des agudas, como sepsis, pneumonia ou meningite 
bacteriana.
FIBRINOGÊNIO
O fibrinogênio é uma das proteínas predominantes no 
plasma que desempenha papel fundamental na hemos-
tasia sendo um dos componentes que mais afeta o VHS. 
Nas reações inflamatórias, tem provável papel no reparo 
tecidual e na cicatrização.Trata-se de uma glicoproteina 
sintetizada no fígado, peso molecular ��� KD, meia vida 
de � a � dias, precursora do coágulo de fibrina. Uma vez 
formada a fibrina, estimula a adesão, a dispersão e a 
proliferação de células endoteliais.
Valores aumentados ocorrem em processos inflama-
tórios agudos ou crônicos, síndrome nefrótica, traumas, 
pós-operatórios, stress, neoplasias, gravidez, uso de 
contraceptivos orais, terapia com estrógenos e 
andrógenos.Cronicamente, o aumento do fibrinogênio 
tem sido reconhecido como um fator de risco para o 
desenvolvimento de tromboembolismo arterial.
Valores diminuidos ocorrem na afibrinogenemia/ 
hipofibrinogenemia hereditária, coagulação intravascular 
e doenças hepáticas.
HAPTOGLOBINA
A haptoglobina é sintetizada nos hepatócitos e células 
do sistema retículo endotelial e sua função é servir de 
ligante para a hemoglobina livre- esse complexo é remo-
vido do plasma pelos macrófagos, sendo a hemoglobina 
catabolisada pelo sistema monocítico fagocitário. 
Quando a capacidade de ligação da hemoglobina à 
haptoglobina exceder, ocorrerá a hemoglonúria, devido à 
passagem da hemoglobina pelos glomérulos renais.É o 
marcador mais sensível de hemólise cujos níveis estão 
diminuidos nas hemoglobinopatias, anemia megaloblásti-
ca e anemia induzida por drogas.
Aumento da concentração de haptoglobina ocorre 
como uma reação de fase aguda (como queimaduras e 
síndrome nefrótica). Frequentemente, a haptoglobina 
ALFA � GLICOPROTEINA ÁCIDA
A α� glicoproteina ácida (oromucóide) é a principal 
constituinte do grupo das mucoproteínas, sendo 
composta por uma cadeia polipeptídica contendo ��� 
aminoácidos, peso molecular de ��KD, possuindo alta 
porcentagem de carboidratos e resíduos de ácido 
siálico, com elevada carga negativa e solubilidade em 
água. É sintetizada no fígado, porém granulócitos e 
monócitos podem contribuir para sua elevação no 
plasma em condições de sepsis.
Durante a fase aguda inflamatória, ela sofre mudança 
do padrão de glicosilação, o que altera sua função bioló-
gica. Ela tem atividade tanto pró como anti-inflamatória. 
Dentre suas funções estão a inibição da resposta quimio-
tática e da produção de superóxidos por neutrófilos, a 
inibição da agregação plaquetária e a indução da libera-
ção de citocinas de monócitos (IL-1β, IL-6, IL-12, TNF-α, 
IL-1Ra e receptor de TNF-α solúvel).
 A α� glicoproteina ácida possui um perfil cinético 
intermediário entre o fibrinogênio e a PCR, elevando-se 
�� horas após a injúria e permanecendo por � a � dias, 
com um aumento de � a � vezes os seus níveis séricos na 
vigência de um estímulo inflamatório. A dosagem da α� 
glicoproteína é utilizada principalmente no diagnóstico e 
acompanhamento clínico de doenças inflamatórias, 
como febre reumática (onde para alguns autores seria o 
melhor marcador para acompanhar a atividade de uma 
endocardite), artrite reumatóide, espondiloartropatias, 
LES, Polimiosite/Dermatomiosite. Níveis diminuidos 
podem ocorrer na desnutrição, síndrome nefrótica, 
terapia com estrógenos e na enteropatia perdedora de 
proteinas.Atualmente é indicada a substituição da dosa-
gem da mucoproteina pela α� glicoproteina ácida devido 
à maior especificidade e reprodutilibildade.
VHS- VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO
A VHS não representa a dosagem de uma substância 
específica. Ela é o resultado das alterações nas concen-
trações de várias proteínas plasmáticas, que devido a 
sua assimetria interferem na constante dielétrica do 
plasma, dissipando as cargas das superfícies das hemá-
cias, favorecendo a formação de "rouleaux" destas 
células e aumentando a sua velocidade de sedimenta-
ção. A proteína mais importante neste processo é o 
fibrinogênio, uma proteína de fase aguda, cuja concen-
tração aumenta em até � a � vezes nos processos 
inflamatórios agudos. As imunoglobulinas são outras 
proteínas que interferem neste fenômeno, tendo impor-
tância nos processos inflamatórios crônicos.
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. 
Em caso de dúvidas, consulte seu médico. 
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produção pode desempenhar papel relevante na 
progressão da AR, principalmente pela indução de 
enzimas que degradam a matriz extracelular.O controle 
da resposta de fase aguda e a resolução da inflamação, 
não só no que tange a função da SAA, requerem inibição 
de fatores de transcrição e transdução, formação de 
antagonistas ou falsos receptores, liberação de citocinas 
anti-inflamatórias e de glicocorticóides pelo organismo, 
para que se mantenha a homeostase. Infecções bacteria-
nas ou virais induzem uma elevação por vezes dramática 
da síntese de SAA e se a infecção se atenua ou o 
tratamento terapêutico oferece bons resultadps, isso logo 
se manifesta numa rápida diminuição na concentração 
dessa proteina. Já na inflamação crônica, a produção 
aumentada de SAA, associada à menor degradação, 
gera depósito tecidual e pode evoluir para amiloidose 
sistêmica do subtipo AA.
INTERLEUCINA – � (IL-�)
A Interleucina-� (IL-�) é uma proteina que atua como 
uma citocina pró-inflamatória e uma miocina 
anti-inflamatória sendo produzida pelas células do 
sistema imune (células T e macrófagos) para estimular a 
resposta imune durante a infecção e depois do trauma, 
especialmente em queimaduras ou outros danos aos 
tecidos.Ela possui ação multifuncional e pleiotrópica tais 
como: proliferação e diferenciação de células – B para 
produção de anticorpos, atua em conjunto com o IL-� 
para induzir a proliferação de precursores hematopoiéti-
cos, possui papel importante ao nível do hipotálamo na 
regulação da temperatura corporal, atua sobre as células 
endoteliais induzindo a secreção de IL-� e TNFα. A 
dosagem da IL-� é útil na avaliação de indivíduos com 
condições inflamatórias, tais como, lupus e outras desor-
dens auto-imunes, artrite reumatóide, leucemias (alguns 
tipos), septcemia, diabetes e doenças cardiovasculares.
PROCALCITONINA:
A Pró-Calcitonina (ProCT) é um pro-peptídeo 
(hormonalmente inativo), peso molecular de ��,� KD, 
precursor da calcitonina, produzido no fígado e em 
monócitos (local de síntese em condições de resposta 
inflamatória sistêmica). Após a injúria tecidual apresenta 
uma rápida elevação (início com � a � horas), atingindo 
um plateau após �� horas. Em indivíduos normais é 
encontrado em níveis baixos (< �,� ng/mL). Em infecções 
virais apresenta pequenas elevações geralmente, em 
torno de �,� ng/mL. No entanto em infecções bacterianas 
invasivas pode atingir valores até superiores a ���� 
ng/mL. Esta disparidade tem levado alguns autores a 
considerar esta proteína de fase aguda um "marcador 
SORO AMILÓIDE - A (SSA)
A SAA é também uma pentraxina como a PCR e 
possui três isoformas, porém somente duas delas são 
proteínas de fase aguda (SAA aguda) e a outra é consti-
tutiva. O maior local de produção é o fígado possuindo 
meia vida curta e características muito semelhantes às 
da PCR: baixos níveis basais, rápida resposta e grande 
elevação (até ���� vezes) como resposta a processos 
inflamatórios infecciosos e não infecciosos.
Tem função de defesa, atuando na quimiotaxia de 
neutrófilos, monócitos e linfócitos T; catalisa atividade da 
fosfolipase A� secretória, facilitando a ação da PCR; tem 
função reparadora tecidual, induzindo a formação de 
metaloproteinases, colagenase e estromelisina. Como a 
PCR, também atua na opsonização de células apoptóti-
cas, ligando-se especificamente à fosfatidiletanolamina e 
ativando a via clássica do complemento. Os ligantes das 
pentraxinas incluem lipídeos e polissacarídeos microbia-
nos, componentes de matriz e antígenos nucleares 
expostos durante a morte celular. As principais citocinas 
envolvidas na indução da SAA aguda são a IL-�, o TNF-α 
e a IL-�. É o marcador mais sensível da inflamação aguda 
e correlaciona-se bem com atividade clínica em AR 
(Artrite Reumatóide). A estimulação crônica de sua 
está aumentada em processos inflamatórios e de destrui-
ção tissular e em neoplasias. Em tumores renais, também 
pode atingir níveis muito elevados Uma resposta de fase 
aguda pode ser confirmada e monitorizada através de 
outros ensaios, como a proteína C-reativa.
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. 
Em caso de dúvidas, consulte seu médico. 
A RTIGO
FEVEREIRO | 2015
PROTEÍNAS DE FASE AGUDA
Dr. Cláudio Maciel
Coordenador do Departamento de Bioquímica
Referências:
BILATE, A. M.; Temas de Reumatologia Clínica. Curso Básico Atualizado de 
Imunologia para o Reumatologista: inflamação, citocinas, proteínas de fase 
aguda e implicações terapêutica. ����; � ed. v.�.
A. Myron Johnson. Aminoacids, Peptides and Proteins. , M.D. Pag ���-���. 
TIETZ Textbook of CLINICAL CHEMISTRY and MOLECULAR DIAGNOSTICS. 
Burtis, Ashwood, Bruns Fourth Edition ����.
FONSECA, A. S. Provas de Atividade Inflamatória: como solicitar e como 
interpretar. Disponível em: <http://www.centrodepatologia.com.br>. Acesso 
em �� de dez. de ����.
http://www.mayomedicallaboratories.com. Acesso em �� de dez. de ����.
http://www.fleury.com.br. Acesso em �� de dez. de ����.
http://labtestsonline.org/. Acesso em �� de dez. de ����.
www.humbertoabrao.com.br /Laboratório Humberto Abrão
melanoma maligno, tumores de linhagem germinativa, 
necrose hepática aguda e hemocromatose. Entretanto, 
nessas condições, raramente seus níveis se encontram 
acima de �.��� µg/L.
NGAL
A NGAL (neutrophil gelatinase-associated lipocalin) é 
um biomarcador precoce de insuficiência renal aguda 
(IRA). Esta proteína, de �� KD é ligada covalentemente à 
uma gelatinase em neutrófilos, e se encontra expressa 
em baixas concentrações em tecidos de indivíduos 
normais (rins, traquéia, pulmões, estômago e colo). Ela é 
tipicamente pequena e caracterizada por sua habilidade 
de ligar-se a moléculas hidrofóbicas, podendo exercer 
atividade bacteriostática.
A expressão renal de NGAL eleva-se drasticamente 
quando há lesão das células tubulares renais devido a 
uma variedade de etiologias, sendo liberada tanto na 
urina quanto no plasma. Sua concentração aumenta em 
um curto intervalo de tempo (cerca de duas horas do 
evento causador da lesão ou �� a �� horas antes das 
alterações nos níveis séricos de creatinina), o que coloca 
esse marcador como o mais precoce e sensível para 
lesões renais agudas.
Estes achados motivaram a realização de diversos 
estudos clínicos para determinar o papel do NGAL como 
biomarcador de IRA em diferentes condições. Nestes 
estudos, os níveis de NGAL tanto na urina, como no 
plasma, se mostraram como marcadores preditivos 
precoces de IRA em diferentes condições: transplante 
renal, bypass cardiopulmonar, síndrome hemolítico--
urêmica e nefrite lúpica. 
ideal" para sepsis bacteriana. Vários estudos têm eviden-
ciado a utilidade deste marcador para a distinção entre 
infecções bacterianas e virais em programas de urgência 
como marcador de prognóstico em quadros septicêmi-
cos. Em suma a dosagem da ProCT é utl nas seguintes 
condições:
Diagnóstico de bacteremia e septicemia em adultos e 
crianças (incluindo recém-nascidos);
Diagnóstico de comprometimento renal na infecção 
do trato urinário em crianças;
Diagnóstico de infecção bacteriana em doentes 
neutropénicos;
Diagnóstico, estratificação de risco e monitoramento 
de choque séptico;
Diagnóstico da infecção sistêmica secundária 
pós-cirurgia, e em ferimentos graves, queimaduras e 
falência múltipla de órgãos;
Diagnóstico diferencial da meningite bacteriana x 
viral;
Diagnóstico diferencial da pneumonia bacteriana x 
viral; 
Monitoramento da resposta terapêutica à terapia 
antibacteriana.
FERRITINA
A ferritina é uma macromolécula de elevado peso 
molecular (aproximadamente ��� KD) encontrada em 
todas as células, especialmente nas envolvidas na sínte-
se e no metabolismo do ferro, onde atua como uma reser-
va (hepatócitos e células reticuloendoteliais). A ferritina 
também está presente no soro em quantidades diminu-
tas, refletindo as reservas de ferro emindivíduos 
normais.
 Uma única molécula pode abrigar até ���� átomos 
de ferro, sendo que em condições normais, isso pode 
representar ��% do ferro total encontrado no corpo. Além 
disso, ela pode ser encontrada sob a forma de vários 
isômeros. A molécula não ligada ao ferro é denominada 
apoferritina.
Sua concentração aumenta em resposta a infecções, 
traumatismos e inflamações agudas. A elevação ocorre 
nas �� a �� horas iniciais, com um pico no terceiro dia, e 
se mantém por algumas semanas.Atualmente, além da 
sua importância na avaliação da cinética do ferro, a ferriti-
na tem sido utilizada com preditor de parto prematuro, de 
gravidade da síndrome do estresse respiratório agudo, 
trauma cranioencefálico e preditor de doenças cardio-
vasculares, assim como a PCR. Pode estar elevada em 
casos de leucemias agudas e crônicas, neuroblastoma, 
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. 
Em caso de dúvidas, consulte seu médico.

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