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Resumo - Direitos Humanos

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AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
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DIREITOS HUMANOS: CONCEITOS 
 
DIREITOS HUMANOS X DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
 
Os “direitos humanos” ou os “direitos 
fundamentais” formam o centro mais valioso 
dos direitos e se relacionam à vida, à liberdade, 
à propriedade, à segurança e à igualdade, com 
todos os seus desdobramentos. 
 
A expressão “direitos humanos” é utilizada pela 
Filosofia do Direito e ainda pelo Direito 
Internacional Público e Privado. Já os “direitos 
fundamentais” seriam os direitos humanos 
positivados em um sistema constitucional, 
analisados sob o enfoque do direito interno. 
 
DIREITOS X GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
“Direito”, em sua acepção clássica, seria a 
disposição meramente declaratória que 
imprime existência legal ao direito reconhecido. 
È a proteção ao bem, ao interesse tutelado 
pela norma jurídica configurando verdadeiro 
patrimônio jurídico. 
 
As “garantias”, por sua vez, traduzem-se no 
direito dos cidadãos de exigir dos poderes 
públicos a proteção de seus direitos. Servem 
para assegurar os direitos através da limitação 
do poder, possuindo caráter instrumental, 
atuando como mecanismos prestacionais na 
tutela dos direitos. Dividem-se em garantias 
gerais e específicas. 
 
DIREITOS HUMANOS: CARACTERÍSTICAS 
 
A) Relatividade. Os direitos fundamentais não 
são absolutos, pois podem ser relativizados 
diante de situações em conflito. Importante 
destacar que de acordo com a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos de 1948 
existiriam alguns direitos fundamentais que não 
poderiam em hipótese alguma ser 
desrespeitados, como por exemplo, a vedação 
à escravidão e à tortura, como abaixo 
transcrito: 
 
 
 
 
“Artigo IV Ninguém será mantido em 
escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico 
de escravos serão proibidos em todas as suas 
formas.” 
 
“Artigo V Ninguém será submetido à tortura, 
nem a tratamento ou castigo cruel, desumano 
ou degradante.” 
 
b) Complementariedade 
Os direitos fundamentais não são analisados 
sob o prisma isolado, pois estão numa relação 
de complementariedade, ou seja, os direitos 
sociais reforçam os direitos individuais, os 
direitos difusos ampliam as garantias para a 
tutela coletiva e é nessa simbiose que eles 
devem ser compreendidos e respeitados. 
 
c) Indisponibilidade 
Como não possuem natureza econômico-
financeira, o núcleo dos direitos fundamentais 
não poderá ser transacionado por inteiro, ainda 
que alguns aspectos concretos dos direitos 
fundamentais possam ser eventualmente 
passíveis de negociação, como nos contratos 
de reality show, por exemplo. 
 
d) Imprescritibilidade 
Os direitos fundamentais não estão sujeitos ao 
decurso do tempo, por isso se diz que são 
imprescritíveis. 
 
e) Universalidade 
Esta característica está em harmonia com o 
envolvimento dos países com a comunidade 
jurídica internacional depois da 2ª Guerra 
Mundial de uma maneira muito contundente e 
pode ser analisada sob dois enfoques. 
Inicialmente, a titularidade deverá proteger o 
maior número de destinatários, sem 
preconceitos de raça, cor, sexo, idade, 
nacionalidade ou condição social. Em segundo 
lugar, podemos falar na relativização do próprio 
conceito de soberania estatal, em prol da 
soberania do indivíduo. 
 
“Todos os seres humanos merecem igual 
respeito e proteção, a todo tempo e em 
todas as partes do mundo em que se 
encontrem” 
(Fábio Konder Comparato) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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f) Irrenunciabilidade 
Não há possibilidade de alguém renunciar ao 
núcleo do seu direito fundamental, esvaziando-
o por completo. Com isso o Estado estaria 
protegendo o indivíduo contra si mesmo, por 
exemplo, o Brasil garante a todos o direito 
fundamental à vida, mas não o direito à morte, 
proibindo a eutanásia. 
 
g) Historicidade 
Os direitos fundamentais não têm natureza 
definitiva, pois continuam sendo construídos ao 
longo da história e estão em constante 
processo de modificação. Enfrentaram guerras, 
morte, lutas e as gerações dos direitos 
fundamentais explicam justamente isso, o 
ganho pontual que os direitos foram recebendo 
ao longo da história. 
 
h) Abstratos 
Como os direitos fundamentais são do homem 
e não apenas de franceses ou ingleses, são 
abstratos. 
 
 
GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS 
DIREITOS 
(Manoel Gonçalves Ferreira Filho) 
 
a) Direitos de primeira geração 
Inauguram o movimento constitucionalista, 
fruto dos ideários iluministas do século XVIII. 
Os direitos defendidos nessa geração cuidam 
da proteção das liberdades públicas, civis e 
direitos políticos. Nesta fase, o Estado teria um 
dever de prestação negativa, isto é, um dever 
de nada fazer, a não ser respeitar as 
liberdades do homem. 
Seriam exemplos desses direitos: a vida, a 
liberdade de locomoção, a liberdade de 
opinião, a liberdade de expressão, à 
propriedade, ao voto, ao devido processo legal. 
 
b) Direitos de segunda dimensão 
Sob a inspiração principal do Tratado de 
Versalhes, de 1919, pelo qual se definiram as 
condições de paz entre os Aliados e a 
Alemanha e a criação da Organização 
Internacional do Trabalho – a OIT- nasce a 
denominada segunda dimensão de direitos 
fundamentais, que traz proteção aos direitos 
sociais, econômicos e 
culturais, onde do Estado não 
mais se exige uma abstenção, mas, ao 
contrário, impõe-se a sua intervenção. 
Nesse diapasão, seriam exemplos clássicos 
desses direitos: o direito à saúde, ao trabalho, 
à assistência social, à educação e o direito dos 
trabalhadores. 
 
c) Direitos de terceira dimensão 
Marcada pelo espírito de fraternidade ou 
solidariedade entre os povos com o fim da 
Segunda Guerra Mundial, a terceira geração 
representa a evolução dos direitos 
fundamentais para alcançar e proteger aqueles 
direitos decorrentes de uma sociedade já 
modernamente organizada, que se encontra 
envolvida em relações de diversas naturezas, 
especialmente aquelas relativas à 
industrialização e densa urbanização. 
Nesta perspectiva, são exemplos desses 
direitos: direito ao desenvolvimento, o direito à 
paz, o direito à comunicação, o direito à 
autodeterminação entre os povos e o direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 
 
POSIÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO 
SISTEMA NORMATIVO 
Fábio Konder Comparato) 
 
I - A Magna Carta, Inglaterra – 1215 
Principais disposições: 
Lança as bases do Tribunal do Júri, bem como 
o do paralelismo necessário entre delitos e 
penas; 
Respeito à propriedade privada contra os 
confiscos ou requisições decretados 
abusivamente pelo soberano ou seus oficiais; 
Nasce o princípio do devido processo legal, ao 
estabelecer que os homens livres devem ser 
julgados pelos seus pares e de acordo com a 
lei da terra; 
Estabelece a liberdade de ingresso e saída do 
país, bem como a livre locomoção dentro de 
suas fronteiras. 
 
II- Lei de Habeas Corpus (Habeas Corpus 
Act) – Inglaterra – 1679 
Principais destaques: 
A lei surgiu para efetivar regras processuais 
para a defesa em juízo do direito de ir e vir. 
Tornou-se a matriz de todas as outras ações 
que vieram a ser criadas posteriormente, para 
 
 
 
 
 
 
 
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a proteção de outras liberdades fundamentais, 
como o mandado de segurança, por exemplo. 
 
III - Declaração de Direitos (Bill of Rights) – 
Inglaterra – 1689 
O essencial do documento consistiu na 
instituição da separação de poderes, com a 
declaração de que o Parlamento é um órgão 
precipuamente encarregado de defender os 
súditos perante o Rei e cujo funcionamento não 
pode, pois, ficar sujeito ao arbítrio deste. 
Também fortaleceu a instituição do Júri, o 
direitode petição e a proibição de penas 
inusitadas ou cruéis. 
 
IV- A Declaração de Direitos Americana 
Principais destaques: 
 
A Declaração de Direitos de Virgínia (1776) 
Foi o primeiro documento político que 
reconheceu, a par da legitimidade da soberania 
popular, a existência de direitos inerentes a 
todo ser humano independentemente das 
diferenças de sexo, raça, religião, cultura ou 
posição social. 
Expressou os fundamentos do regime 
democrático ao reconhecer os direitos inatos 
de toda pessoa humana que não podiam ser 
alienados ou suprimidos por uma decisão 
política e ainda destacou a importância da 
soberania popular. 
Defesa da igualdade perante a lei 
A liberdade de imprensa como um dos grandes 
baluartes da liberdade 
 
V- As Declarações de Direitos Francesa 
Principais destaques: 
 
A Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão (1789) 
Defesa das liberdades individuais 
No campo penal, o princípio da legalidade e o 
da anterioridade da pena foram consagrados 
Garantia da propriedade privada contra 
expropriações abusivas 
Estrita legalidade na criação e cobrança de 
tributos 
 
 
 
 
 
A Declaração dos Direitos na Constituição 
de 1791 
Reforçou o caráter antiaristócrático e antifeudal 
do novo regime político 
Nacionalizou os bens pertencentes a 
eclesiásticos ou a congregações religiosas 
Reconheceu pela primeira vez na história a 
existência de direitos humanos de cunho social 
com a criação de um estabelecimento geral de 
Assistência Pública, para educar as crianças 
abandonadas, ajudar os enfermos pobres 
Estabeleceu que o Poder Legislativo não 
poderia fazer nenhuma lei que prejudicasse ou 
impedisse o exercício dos direitos naturais e 
civis garantidos pela Constituição 
 
VI - A Convenção de Genebra – 1864 
Principais destaques: 
Inaugura o direito humanitário, que veio a ser 
desenvolvido no século seguinte após as 
guerras mundiais 
Serviu como base para a criação, em 1880, da 
Comissão Internacional da Cruz Vermelha, 
mundialmente conhecida 
 
VII – A Constituição Mexicana – 1917 
Principais destaques: 
Proibição de reeleição do Presidente da 
República 
Garantias para as liberdades individuais e 
políticas 
Quebra do poderio da Igreja Católica 
Expansão do Sistema de educação pública 
Reforma agrária 
Proteção do trabalho assalariado 
A primeira Constituição a atribuir aos direitos 
trabalhistas a qualidade de direitos 
fundamentais 
 
VIII- A Constituição Alemã (Weimar) – 1919 
Principais destaques: 
Instituiu a primeira república alemã 
Igualdade jurídica entre marido e mulher 
Equiparou os filhos ilegítimos aos legítimos 
com relação à política social do Estado 
Proteção à família e à juventude 
Proteção à educação pública e aos direitos 
trabalhistas e previdenciários 
A função social da propriedade (“a propriedade 
obriga”) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IX- A Convenção Relativa ao Tratamento de 
Prisioneiros de Guerra – Genebra, 1929 
Principais destaques: 
Desenvolveu o conjunto das normas de 
proteção aos prisioneiros de guerra, 
assentadas na Convenção de 1864 e na 
Convenção de Haia de 1907 (sobre os 
prisioneiros de guerra marítima) 
Regula a captura, o cativeiro, a organização 
dos campos de prisioneiros, o trabalho dos 
prisioneiros de guerra e o fim dos cativeiros 
 
X- A Carta das Nações Unidas 
A Carta das Nações Unidas foi assinada em 
São Francisco, a 26 de junho de 1945, após o 
término da Conferência das Nações Unidas 
sobre Organização Internacional, entrando em 
vigor a 24 de outubro daquele mesmo ano. O 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça faz 
parte integrante da Carta. 
 
XI- A ONU 
A Organização das Nações Unidas é uma 
instituição internacional formada por 193 
Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra 
Mundial para manter a paz e a segurança no 
mundo, fomentar relações cordiais entre as 
nações, promover progresso social, melhores 
padrões de vida e direitos humanos. Os 
membros são unidos em torno da Carta da 
ONU, um tratado internacional que enuncia os 
direitos e deveres dos membros da 
comunidade internacional. 
As Nações Unidas são constituídas por seis 
órgãos principais: a Assembleia Geral, o 
Conselho de Segurança, o Conselho 
Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o 
Tribunal Internacional de Justiça e o 
Secretariado. Todos eles estão situados na 
sede da ONU, em Nova York, com exceção do 
Tribunal, que fica em Haia, na Holanda. 
Ligados à ONU há organismos especializados 
que trabalham em áreas tão diversas como 
saúde, agricultura, aviação civil, meteorologia e 
trabalho – por exemplo: OMS (Organização 
Mundial da Saúde), OIT (Organização 
Internacional do Trabalho), Banco Mundial e 
FMI (Fundo Monetário Internacional). Estes 
organismos especializados, juntamente com as 
Nações Unidas e outros programas e fundos 
(tais como o Fundo das Nações Unidas para a 
Infância, UNICEF), compõem o Sistema das 
Nações Unidas. 
 
Órgãos da ONU 
 
a) A Assembleia Geral 
A Assembleia Geral da ONU é o principal 
órgão deliberativo da ONU. É lá que todos os 
Estados-Membros da Organização (193 
países) se reúnem para discutir os assuntos 
que afetam a vida de todos os habitantes do 
planeta. Na Assembleia Geral, todos os países 
têm direito a um voto, ou seja, existe total 
igualdade entre todos seus membros. 
Assuntos em pauta: paz e segurança, 
aprovação de novos membros, questões de 
orçamento, desarmamento, cooperação 
internacional em todas as áreas, direitos 
humanos, etc. As resoluções – votadas e 
aprovadas – da Assembleia Geral funcionam 
como recomendações e não são obrigatórias. 
As principais funções da Assembleia são: 
Discutir e fazer recomendações sobre todos os 
assuntos em pauta na ONU; 
Discutir questões ligadas a conflitos militares – 
com exceção daqueles na pauta do Conselho 
de Segurança; 
Discutir formas e meios para melhorar as 
condições de vida das crianças, dos jovens e 
das mulheres; 
Discutir assuntos ligados ao desenvolvimento 
sustentável, meio ambiente e direitos 
humanos; 
Decidir as contribuições dos Estados-Membros 
e como estas contribuições devem ser gastas; 
Eleger os novos Secretários-Gerais da 
Organização. 
 
b) O Conselho de Segurança 
O Conselho de Segurança é o órgão da ONU 
responsável pela paz e segurança 
internacionais. Ele é formado por 15 membros: 
cinco permanentes, que possuem o direito a 
veto – Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, 
França e China – e dez membros não-
permanentes, eleitos pela Assembleia Geral 
por dois anos. 
Este é o único órgão da ONU que tem poder 
decisório, isto é, todos os membros das 
Nações Unidas devem aceitar e cumprir as 
decisões do Conselho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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c) O Conselho Econômico e Social 
O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é 
o órgão coordenador do trabalho econômico e 
social da ONU, das Agências Especializadas e 
das demais instituições integrantes do Sistema 
das Nações Unidas. O Conselho formula 
recomendações e inicia atividades 
relacionadas com o desenvolvimento, comércio 
internacional, industrialização, recursos 
naturais, direitos humanos, condição da 
mulher, população, ciência e tecnologia, 
prevenção do crime, bem-estar social e muitas 
outras questões econômicas e sociais. 
 
d) O Conselho de Tutela 
Segundo a Carta, cabia ao Conselho de Tutela 
a supervisão da administração dos territórios 
sob regime de tutela internacional. As 
principais metas desse regime de tutela 
consistiam em promover o progresso dos 
habitantes dos territórios e desenvolver 
condições para a progressiva independência e 
estabelecimento de um governo próprio. 
Os objetivos do Conselho de Tutela foram tãoamplamente atingidos que os territórios 
inicialmente sob esse regime – em sua maioria 
países da África – alcançaram, ao longo dos 
últimos anos, sua independência. Tanto assim 
que em 19 de novembro de 1994, o Conselho 
de Tutela suspendeu suas atividades, após 
quase meio século de luta em favor da 
autodeterminação dos povos. 
A decisão foi tomada após o encerramento do 
acordo de tutela sobre o território de Palau, no 
Pacífico. Palau, último território do mundo que 
ainda era tutelado pela ONU, tornou-se então 
um Estado soberano, membro das Nações 
Unidas. 
 
e) A Corte Internacional de Justiça 
A Corte Internacional de Justiça, com sede em 
Haia (Holanda), é o principal órgão judiciário 
das Nações Unidas. Todos os países que 
fazem parte do Estatuto da Corte – que é parte 
da Carta das Nações Unidas – podem recorrer 
a ela. Somente países, nunca indivíduos, 
podem pedir pareceres à Corte Internacional 
de Justiça. 
Além disso, a Assembleia Geral e o Conselho 
de Segurança podem solicitar à Corte 
pareceres sobre quaisquer questões jurídicas, 
assim como os outros órgãos 
das Nações Unidas. 
A Corte Internacional de Justiça se compõe de 
quinze juízes chamados “membros” da Corte. 
São eleitos pela Assembleia Geral e pelo 
Conselho de Segurança em escrutínios 
separados. 
 
f) O Secretariado 
O Secretariado presta serviço a outros órgãos 
das Nações Unidas e administra os programas 
e políticas que elaboram. Seu chefe é o 
Secretário-Geral, que é nomeado pela 
Assembleia Geral, seguindo recomendação do 
Conselho de Segurança. Cerca de 16 mil 
pessoas trabalham para o Secretariado nos 
mais diversos lugares do mundo. 
 
XII- A Declaração Universal dos Direitos 
Humanos – 1948 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
é um dos documentos básicos das Nações 
Unidas e foi assinada em 10 de dezembro de 
1948. Nela, são enumerados os direitos que 
todos os seres humanos possuem. 
“Todos os seres humanos nascem livres e 
iguais em dignidade e direitos. São dotados 
de razão e consciência e devem agir em 
relação uns aos outros com espírito de 
fraternidade.” 
Art. I 
 
XIII- Os Pactos Internacionais de Direitos 
Humanos – 1966 
Em 16 de dezembro de 1966, a Assembleia 
Geral das Nações Unidas adotou dois pactos 
internacionais de direitos humanos que 
desenvolvera, pormenorizadamente o conteúdo 
da Declaração Universal de 1948: 
 
Pacto Internacional sobre Direitos Civis e 
Políticos 
 
Pacto Internacional sobre Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais 
 
O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e 
Políticos 
 
Principais destaques: 
Consagra o direito à autodeterminação dos 
povos 
Assenta o princípio da igualdade essencial de 
todos os seres humanos 
 
 
 
 
 
 
 
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Não se admite regressões com relação aos 
direitos fundamentais 
Vedação à tortura, penas cruéis, aos 
tratamentos desumanos ou degradantes 
Vedação à escravidão 
Princípio do livre acesso ao Poder Judiciário 
Reconhece o direito de reunião 
Criou o Comitê de Direitos Humanos 
 
Pacto Internacional sobre Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais 
 
Proteção das classes ou grupos sociais 
desfavorecidos contra a dominação 
socioeconômica exercida pela minoria rica e 
poderosa 
Proteção ao trabalho e à previdência social 
Direito à moradia 
Direito à saúde 
Desafios para a sua concretização 
Não criou nenhum órgão de fiscalização e 
controle 
 
XIV - A Convenção Americana de Direitos 
Humanos – 1969 
 Aprovada na Conferência de São José da 
Costa Rica em 22 de novembro de 1969, a 
Convenção reproduz a maior parte das 
declarações de direitos constantes do Pacto 
Internacional de Direitos Civis e Políticos 
Principais destaques: 
Proteção do direito à vida desde o momento da 
concepção 
Prisão Civil apenas ao devedor de alimentos* 
Liberdade de atividade empresarial em matéria 
de imprensa, rádio e televisão 
Defesa do direito ao nome 
Vedação a todas as formas de exploração do 
homem pelo homem 
 
XV - A Humanidade no Século XXI: A 
Grande Opção 
“Ainda é tempo de mudar de rota e navegar 
rumo à salvação. Na fímbria do horizonte já 
luzem os primeiros sinais da aurora. É a 
esperança de uma nova vida que renasce. 
A chama da liberdade, da igualdade e da 
solidariedade haverá de iluminar e inflamar a 
Terra inteira.” 
(Fábio Konder Comparato) 
 
 
UNIVERSALISMO X RELATIVISMO 
CULTURAL 
 
O Sistema Internacional de Proteção aos 
Direitos Humanos 
 
O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
 
NO DIREITO BRASILEIRO 
 
O marco inicial do processo de incorporação de 
tratados internacionais de direitos humanos 
pelo Direito Brasileiro foi a ratificação, em 
1989, da Convenção contra a Tortura e Outros 
Tratamentos Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes. 
 
Assim, a partir da Carta de 1988 foram 
ratificados pelo Brasil: 
a) a Convenção Interamericana para Prevenir e 
Punir a Tortura, em 20 de julho de 1989; 
b) a Convenção sobre os Direitos da Criança, 
em 24 de setembro de 1990; 
c) o Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos, em 24 de janeiro de 1992; 
d) o Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais, em 24 de 
janeiro de 1992; 
e) a Convenção Americana de Direitos 
Humanos, em 25 de setembro de 1992; 
f) a Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, 
em 27 de novembro de 1995. 
 
Enfatize-se que a Constituição brasileira de 
1988, como marco jurídico da 
institucionalização dos direitos humanos e da 
transição democrática no país, ineditamente, 
consagra o primado do respeito aos direitos 
humanos como paradigma propugnado para a 
ordem internacional. 
 
Este princípio invoca a abertura da ordem 
jurídica brasileira ao sistema internacional de 
proteção dos direitos humanos e, ao mesmo 
tempo, exige uma nova interpretação de 
princípios tradicionais como a soberania 
nacional e a não intervenção, impondo a 
flexibilização e relativização destes valores.

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