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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – JOAÇABA ÁREA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA SÍNDROME DO X-FRÁGIL ALESSANDRA TONELLO E FERNANDA MERELLE FÁBIO JOSÉ DALLANORA JOAÇABA, 2014 Introdução: Nas seguintes paginas encontra-se informações sobre a síndrome X-frágil, os seus descobridores, sua forma de ocorrência, manifestação, freqüência com a qual ocorre, descrição detalhada dos aspectos físicos dos portadores, formas de tratamento e também algumas entidades de apoio que visam divulgar a doença que ainda é pouco conhecida. Será apresentado também a forma com que se faz o diagnóstico da doença, a forma do exame e o tipo de mutação que ocorre e seu gene causador. Síndrome do x- frágil Segundo Thompson (1993) é uma mutação com um padrão incomum de herança ligada ao X. É a forma hereditária mais comum de retardo mental moderado no sexo masculino, sendo superada apenas pela síndrome de Down. Descrita pela primeira vez 1943 por J.Purdon Martin e Julia Bell, que analisaram uma família de seis gerações mostrando que a deficiência mental passava de mães “saudáveis” (Aa), para filhos, porém não era passada para filhas. Em 1969 Leherke estabeleceu a relação com os genes ligados ao cromossomo X. Entretanto a síndrome ficou sendo chamada de Síndrome de Martin & Bell ou Síndrome do X-Frágil. Genótipo: A alteração genética ocorre apenas no cromossomo X, conseqüentemente a síndrome é de menor incidência e gravidade em mulheres, porque estas possuem dois cromossomos X, ou seja, um compensaria o outro afetado. O que não ocorre em homens, porque o par do cromossomo X no sexo masculino é o cromossomo Y, assim nestes os quadros da doença são mais severos e freqüentes. Além do mais, um homem portador do X-frágil casado com uma mulher normal, passará á todas as suas filhas a doença, porém nenhum dos seus filhos a terá. Ela é causada por uma expansão de trionucleotídios, ou seja, na repetição das bases – citosina / guanina / guanina – em um indivíduo normal ela ocorre cerca de 30 vezes, enquanto que em um portador da X-frágil ela ocorre de 55 a 800 vezes. Isto ocorre no primeiro exon (seqüência ativa de DNA que tem informação para a síntese de proteínas) do gene FRM-1, localizado na região Xq27.3 no cromossomo X. Pode haver intermediários da síndrome: Pré-mutação: o paciente é portador assintomático, pois ocorre entre 55 a 200 repetições de CGG. São transmitidas pelos homens as suas filhas sem haver novas mutações, entretanto quando passadas da mãe para as filhas tem grande chance de se tornar uma mutação completa; Mutação completa: o paciente é portador sintomático, porque há mais de 200 repetições de CGG. Para identificar a síndrome é realizada uma análise do gene FMR1 que é feita por PCR¹ e Southern blotting², usando-se a sonda StB12. 3 e digestão enzimática EcoR I/Eag I³. Deve-se ser coletados no mínimo 4 ml de sangue para a realização do exame, e não é necessário jejum. Manifestações e fenótipo: Recém- nascidos não apresentam indícios de aparência física, de forma semelhante a outros quadros clínicos, apresentam macrocefalia e hipotonia (baixo tônus muscular), podendo esta revelar-se, na falta de força para mamar. Nos primeiros anos, costuma manifestar-se por um atraso das funções psicomotoras, principalmente da linguagem, somado de: Convulsões e epilepsia; Hipotonia muscular; Otites médias freqüentes e recorrentes (podendo diminuir a acuidade auditiva e prejudicar também aquisição da fala) e sinusites; Filtro nasal longo; Lábio superior fino; Palato ogival muito alto ou fendido; Má oclusão dentária; Estrabismo ou miopia; Pálpebras caídas; Hiperextensibilidade dos dedos, especialmente das mãos; Escolioses; Pés planos ou "chatos"; Peito escavado; Alterações no aparelho cardiovascular: prolapso da válvula mitra ou leve dilatação da aorta ascendente; Pele fina e suave nas mãos. Durante a infância geralmente são grandes, mas quando adultos ficam menores que o esperado, havendo uma desaceleração do crescimento. Nos indivíduos do sexo feminino, heterozigotos (Aa), as manifestações são semelhantes às dos indivíduos do sexo masculino, entretanto mais leves: Têm maior freqüência de transtornos de ansiedade; Podem ter orelhas proeminentes e outras características físicas das pessoas com a síndrome; 50 % das portadoras têm retardo mental; Na ausência de retardo, podem existir déficits em habilidades visuo-espaciais e matemáticas; 25% das portadoras de pré- mutação terá insuficiência ovariana prematura, em torno dos 40 anos; Boas habilidades verbais. Estudos têm revelado que as mulheres levemente afetadas − principalmente se forem mães de filhos também afetados − tendem a sofrer de instabilidade de humor, ansiedade, depressão e com dificuldades nas relações interpessoais. As demais características físicas se desenvolvem e se tornam mais perceptíveis na puberdade, como: Orelhas compridas e proeminentes (abano), freqüentemente de implantação baixa; Macrocefalia; Testa alta e proeminente; Mandíbula grande, podendo haver prognatismo; Macrorquidia (testículos aumentados): 25% maior do que o normal para idade. As características comportamentais também são marcantes no portador da X- frágil: Retardo mental: podendo variar de leve a profundo, sendo geralmente mais grave em homens (QI em torno de 40) e podendo piorar ao longo do tempo; Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; Apresentam linguagem peculiar: fala rápida, ritmo desordenado, dispraxia oral volume alto, habilidade sintática preservada, dificuldade na relação semântica (temporal, seqüencial conceitual, inferências) e uso freqüente de frases automáticas; Prejuízos visuo-preceptuais: facilidade em captar informações visuais do ambiente, mas com tendência a manter-se no nível indiferenciado de percepção; Fixação em detalhes visuais irrelevantes e dissociados de um todo com significado; Movimentos estereotipados: principalmente nas mãos, ações repetitivas de mexer em determinados objetos, bater, morder as próprias mãos; Humor instável: oscilando de amigável a "birrento", ou mesmo agressivo (verbal e fisicamente), intermediado por explosões de raiva (pior entre adolescentes do sexo masculino); Hiperatividade; Contudo os X-frágeis gozam de boa saúde, e outros aspectos positivos relevantes como: Excelente memória; Facilidade em identificar logotipos e sinais gráficos; Geralmente tem bom vocabulário; Facilidade para cópia; Habilidade para leitura; Uso de jargões e frases de efeito; Boa capacidade imitativa de sons; Habilidade para aprender por imitação visual, chegando a resolver problemas práticos e concretos. Freqüência: Estima-se que ocorra entre 1caso em 1.000 nascimentos a 1 caso em 1.500nascimentos entre pessoas do sexo masculino, e aproximadamente 1 caso em 2.000 nascimentos a 1 caso em 3.000 nascimentos de pessoas do sexo feminino que mostram sinais clínicos. Tratamento: Não há tratamento especifico para a síndrome de Martin & Bell, a base de medicamentos, por exemplo, deve-se fazer acompanhamento médico, fonoaudiólogo, terapêutico e fisioterápico, auxiliando no melhor desempenho do afetado e buscando a menor dependência deste. Como pessoas portadoras da síndrome tendem a imitar, é imprescindível que os profissionais e os familiares destas pessoas sejam modelos adequados. Além de se sentem bem quando é estabelecida e cumprida uma rotina. Segundo a Axfra (Associação X- frágil do Brasil) na Síndrome do X Frágil prevenção é o melhor tratamento. Axfra: Associação X-frágil do Brasil,é uma sociedade beneficente, que não visa lucros, fundada por pais e familiares de portadores da síndrome. Tem por objetivo social divulgar e promover o intercambio de informações com relação à síndrome. A diretoria é formada por Lucia Pimenta e Martha Carvalho. Associação Catarinense da síndrome do X-Frágil– A-X-FRA (SC): Formado por pais, profissionais e amigos dos portadores da síndrome, é uma entidade filantrópica fundada em 2001, visando divulgar a temática aumentando as investigações a cerca da doença e oferecer apoio e orientações aos portadores e aos familiares. Localizada na Rua Alves de Brito, 346 – Centro – Florianópolis / SC – 88015- 440 Fone / E-mail: (48) 3223 0229/ 9668 7805/ xfragilsc@gmail.com Responsável: Letícia Haubert (Presidente) e Ingrid Tremel Barbato Conclusão: A síndrome X-frágil atinge, majoritariamente, homens por estes terem somente um cromossomo X, é considerada uma síndrome moderada, pois os portadores conseguem ter uma vida social “tranqüila”. Ainda pouco conhecida é muitas vezes confundida com o autismo, é a segunda causa de transtornos genéticos hereditários. O tratamento é à base de acompanhamento médico para controlar e minimizar os efeitos da síndrome. Com o intuito de divulgar e buscar informações relevantes da síndrome, foi desenvolvida uma sociedade brasileira de apoio as X-frágeis e aos seus familiares, a Axfra. Somando, compartilhando e acrescentando este é o lema da Axfra. Bibliografia: BARAITSER,Michael,Atlas colorido de síndromes da mal formação congênita.São Paulo: Manole Ltda, 1998 BOGLIOLO,Luigi, Bogiolo patologia.Rio de Janeiro: Guanabarra Koogan,2006 LÜCKMANN, Luiz Carlos, Diretrizes para elaboração de trabalhos científicos. Joaçaba: Unoesc, 2008 NUSSBAUM, Robert L. Thompson & Thompson, genética na medicina. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008 THOMPSON, Margaret W.,Thompson & Thompson, genética na medicina. Rio de Janeiro: Guanabarra Koogan, 1993 Ana Carmen Bastos, Psicopedagoga – Síndrome X-frágil, acesso em Maio de 2014 URL: http://sites.google.com/site/anabastospsicopedagoga/sindrome-do-x-fragil Associação Catarinense da Síndrome do X-frágil, acesso em Maio de 2014 URL: http://www.xfragilsc.com.br/ Axfra Associação X-frágil do Brasil, acesso em Maio de 2014 URL: http:// www.xfragil.org.br/ Ballone GJ- Síndrome do X-frágil, acesso em Maio de 2014 URL: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=26 Dicionário da Saúde, acesso em Junho de2014 URL: http://www.fleury.com.br/revista/dicionarios/doencas/Pages/sindrome-do- x-fragil.aspx Dicionário de Síndromes, acesso em Maio de 2014 URL: http://dicionariodesindromes. blogspot.com.br/2010/03/sindrome-do-x- fragil.html Anexos: Imagem 1: meninos com a síndrome X frágil Fonte: Atlas colorido de sindromes da mal formação congênita, 1998 Imagem 2: cromossomo X-frágil Fonte: http://pauloliberalesso.wordpress.com 2011 Imagem 3: Heredrograma de simulação do aparecimento da X Fonte: http://amigonerd.net, 2008 Imagem 1: meninos com a síndrome X- Fonte: Atlas colorido de sindromes da mal frágil http://pauloliberalesso.wordpress.com, Imagem 4: Logotipo da Associação X do Brasil Fonte: http://www.artsbrasil.org.br Imagem 5 : cartaz mostrando o dia da concientização do X-frágil Fonte:http://agenciaal.alesc.sc.gov.br, 2009 Imagem 3: Heredrograma de simulação do aparecimento da X-frágil , 2008 Imagem 4: Logotipo da Associação X-frágil Fonte: http://www.artsbrasil.org.br Imagem 5 : cartaz mostrando o dia da Fonte:http://agenciaal.alesc.sc.gov.br, 2009
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