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Capítulo 13 Solução Ideal e Propriedades Coligativas Profª Daniela Martins Fernandes de Oliveira Universidade estadual de Maringá Departamento de Química 1. Tipos de Soluções. Solução: “Mistura homogênea (constituída por uma única fase) de espécies químicas dispersas em escala molecular”. As soluções podem ser: 1. Gasosas Mistura de gases ou vapores. 2. Líquidas Sólido, líquido ou gás dissolvido em um líquido. 3. Sólidas -Gases dissolvidos em sólidos. Ex: H2 em Pd - Líquidos dissolvidos em sólidos. Ex: Hg em Au - Sólidos dissolvidos em sólidos. Ex: Cu em Au, Cu em Zn (latão) Soluções de 2 componentes: Binárias Soluções de 3 componentes: Ternárias Soluções de 4 componentes: Quaternárias Solvente: Constituinte presente em maior quantidade. Soluto: Constituinte presente em menor quantidade. Distinção Arbitrária (usual) 2. Definição de Solução Ideal A lei dos gases ideais é um exemplo importante de lei limite: quando P 0, gás real comporta-se idealmente. A observação do comportamento de soluções leva-nos a uma lei limite semelhante. Consideraremos uma solução composta de um solvente volátil e de um ou mais solutos não voláteis e examinaremos o equilíbrio entre a solução e seu vapor. Ao introduzirmos um líquido puro em um recipiente previamente evacuado, uma parte deste líquido irá vaporizar-se preenchendo o espaço acima da superfície do líquido com o vapor (T do sistema é mantida constante). Estabelecido o equilíbrio, a pressão apresentada pelo vapor é pº (pressão de vapor do líq puro). Se adicionarmos uma substância não volátil no líquido, observaremos que a pressão de vapor p acima da solução, no equilíbrio, será menor do que a do líquido puro. No líquido puro, a pressão pº é maior do que na solução (p). Sendo o soluto não volátil, o vapor consiste de solvente puro. Fig. 1 - Diminuição da pressão de vapor de um líquido por um soluto não volátil. p pºB B é soluto não volátil Ao adicionar mais soluto não volátil, mais a pressão de vapor do solvente decresce. Por que????? Fig. 2 – Pressão de vapor como função de x2. Um gráfico esquemático da pressão de vapor do solvente contra a fração molar de soluto não volátil (x2), é representado pela linha vermelha da Fig.2. Em x2=0, p=pº e quando x2 , p . O aspecto importante da Fig.2 é que a pressão de vapor da solução diluída (x2 0) aproxima-se da linha tracejada. Soluções concentradas podem apresentar desvios em relação à linha tracejada (acima ou abaixo). Essa linha tracejada representa o comportamento de uma solução ideal. Qualquer que seja a solução, a curva experimental se aproxima da teórica quanto mais diluída for a solução. Lei Limite Quanto mais diluída for uma solução, mais o seu comportamento se aproxima do comportamento de uma solução ideal!!!!! É outro exemplo de lei limite. Estabelece que “a pressão de vapor do solvente sobre uma solução é igual à pressão de vapor do solvente puro multiplicada pela fração molar de solvente na solução (pA = pAº xA)”. A equação do comportamento ideal é dada por: p = pº - pº x2 p = pº (1-x2), se x é a fração molar do solvente na solução: x + x2 = 1 x = 1- x2 p = x.pº (LEI DE RAOULT) Todas as soluções reais comportam-se idealmente quando a concentração do soluto se aproxima de zero. (de A puro até B puro) Se o componente B adicionado ao solvente A abaixa a pressão de vapor do solvente na solução, a eq. da lei de Raoult pode ser escrita em termos do ABAIXAMENTO RELATIVO DA PRESSÃO DE VAPOR. pA = pAº - pAº xB pA = (1 – xB) pAº , temos que xA+xB=1, ou seja, xA= 1-xB pA = xA . pAº Lei de Raoult Onde: xA é a fração molar do solvente na solução (Considerando A o solvente e B o soluto) Podemos calcular o abaixamento da pressão de vapor (pºA – pA): p = pAº - pA = pAº - xA pAº p = (1- xA) pAº p = xB pAº A diminuição da pressão de vapor é proporcional à fração molar de soluto (B), isto é, depende do nº de partículas de soluto presente na solução. AB B B nn nx Numa solução que contém vários solutos não voláteis, o abaixamento da pressão de vapor depende da soma das frações molares dos vários solutos. Devemos notar que este abaixamento não depende dos tipos de solutos presentes. A pressão de vapor depende somente do número relativo de moléculas de soluto. Estando presentes vários solutos: p = pAº - pA = (x2 + x3+...) pAº pA = xA . pºA Lei de Raoult p = (1- xA) pAº (1 – xA) = xB + xC + xD +.... pAº - pA = (xB + xC +...)pAº p = i xi pAº Soma das frações molares de soluto A da pressão de vapor de A é proporcional à fração molar (quantidade) de soluto. Numa mistura gasosa, a razão entre a pressão parcial do vapor de água na mistura e a pressão de vapor da água pura na mesma temperatura é chamada de umidade relativa (UR). Sobre uma solução que obedece à lei de Raoult, a umidade relativa é igual à fração molar da água na solução. OH OH OH x p pRU 2 2 2´ º .. OHOHOH xpp 222 º Lei de Raoult OHOHOH xpp 22º2 Na prática....... Uma solução ideal pode ser constituída por componentes que contenham moléculas de forma e tamanho semelhantes e são mantidas na fase líquida por forças de natureza e intensidade semelhantes. Ex: benzeno/tolueno Fig.3. A pressão de vapor total e as pressões parciais de uma mistura binária ideal variam linearmente com as frações molares dos componentes. A Fig. 3 ilustra a Lei de Raoult para uma mistura de dois componentes A e B que forma uma solução ideal. A Fig. 4 mostra uma mistura de dois líquidos estruturalmente semelhantes (ex: benzeno e tolueno) que formam uma solução ideal, ou seja, uma solução que obedece à lei de Raoult em todo intervalo de concentração. Fig.4. Comportamento semelhante ao de uma solução binária ideal de dois líquidos semelhantes, benzeno e tolueno. Interpretação Molecular da Lei de Raoult A lei de Raoult pode ser compreendida em termos moleculares, levando em conta as velocidades com que as moléculas escapam do líquido e retornam para o mesmo. A lei reflete o fato de que um segundo componente na fase líquida reduz a velocidade com que as moléculas escapam da superfície do líquido para o vapor, mas não impedem seu retorno. A velocidade com que as moléculas de solvente A escapam da superfície do líquido é proporcional ao nº de moléculas na superfície, que por sua vez, é proporcional à fração molar de A: veloc. vaporização = kxA A velocidade com que as moléculas se condensam é proporcional à sua concentração na fase vapor, que por sua vez é proporcional à sua respectiva pressão parcial: veloc. condensação = k’pA No equilíbrio as veloc. de vaporização e condensação são iguais: k’pA=kxA . Vemos então que: AA xk kp ' P/ líq puro, xA=1 e k/k’= pºA : AAA xpp º 3. Potencial Químico na Solução Ideal A combinação da definição de solução líquida ideal (solução que obedece à lei de Raoult em todo intervalo de concentrações) com a condição geral de equilíbrio conduz a uma expressão analítica do potencial químico do solvente em uma solução ideal. Se o solvente A de uma solução estiver em equilíbrio com seu vapor, a exigência é que os potenciais químicos do solvente na solução e no vapor sejam iguais: vapor A sol A onde Asol é o potencial químico do solvente A na solução e Avapor é o potencial químico do solvente A puro no vapor. Como o vapor é solvente puro sob uma pressão p, e, assumindo que o vapor se comporta como gás ideal, a expressão de Avap é dada por: A vaporvapor A pRTA lnº A vapor A sol A pRT lnº Introduzindo na eq. acima a lei de Raoult, pA = xA .pºA e aplicando o logarítmo: AA vapor A sol A xRTpRT lnºlnº A(g) Substituindo na eq. acima: Se o solvente puro estivesse em equilíbrio com o vapor,a pressão seria pºA e a condição de equilíbrio seria: A liq A sol A xRT lnº onde A sol é o potencial químico do solvente na solução e ºAliq é o potencial químico do solvente líquido puro (T,P) e xA é a fração molar do solvente A na solução. AA vapor A sol A xRTpRT lnºlnº liq Aº Solução Ideal OBS: Essa equação é semelhante à sugerida no Capítulo 11 para obter o de um gás ideal em uma mistura. O 2º termo dessa equação será sempre um nº negativo. Isso indica que o potencial químico do solvente A na solução é sempre menor que o potencial químico do solvente puro e essa diferença é dada por –RT lnxA. AAA xRT lnº AAA xRT lnº 4. Potencial Químico de um Soluto em uma Solução Binária Ideal – Aplicação da Equação de Gibbs-Duhem A equação de Gibbs-Duhem pode ser usada para calcular o do soluto a partir do do solvente num sistema binário ideal. A eq. de Gibbs-Duhem para um sistema binário, sendo A o solvente e B o soluto (à T e P constantes) fica: ABAB BBAA dnnd dndn )/( 0 Sendo, nA/nB = xA/xB, temos: A B A B dx xd Diferenciando a equação: e considerando a relação acima, podemos obter para o solvente: , de forma que dB se torna: A A A dxx RTd B A B A A A B x dxRT x xdx x RTd Sendo , de modo que dxA + dxB = 0 ou, dxA = -dxB,, então dB fica:1 BA xx B B B x dxRTd , integrando..... CxRT BB ln (onde A refere-se ao solvente e B refere-se ao soluto) AAA xRT lnº 0 i i i dn CxRT BB ln C é uma constante de integração, C= f(T,P) porque T e P são mantidas constantes nessas transformações. Se xB no líquido for aumentado até xB=1, o líquido torna-se soluto líquido puro e B = Bº. Substituindo esses valores na equação acima, encontramos que Bº= C e a equação fica: BBB xRT lnº Relaciona o potencial químico do soluto B na solução com o potencial químico do soluto B puro e com a fração molar do soluto na solução Como o do soluto e do solvente possuem a mesma forma analítica, o soluto comporta-se idealmente. Isto implica que no vapor acima da solução, a pressão parcial do soluto é dada pela lei de Raoult: ºBBB pxp Se o soluto for não volátil, pBº é muito pequena de modo que a equação anterior não pode ser comprovada experimentalmente. Neste caso o interesse é apenas acadêmico. 5. Propriedades Coligativas das Soluções “São propriedades que em soluções diluídas dependem unicamente da concentração de soluto na solução e não dependem da natureza do soluto”. “Quantidade e não Qualidade” Estas propriedades incluem: (1) Abaixamento da pressão de vapor ; (2) Abaixamento crioscópico ou abaixamento do ponto de solidificação; (3) Elevação ebulioscópica ou elevação do ponto de ebulição; (4) Pressão osmótica. Característica Comum: Não dependem da natureza do soluto e sim da relação entre o nº de moléculas do soluto e o nº de moléculas total presente. A sol A liq A A liq A sol A xRT xRT lnº lnº As propriedades coligativas estão relacionadas com a diminuição do do solvente na presença de um soluto não volátil. O diagrama de x T (Fig.5) ilustra claramente o abaixamento do potencial químico de um solvente em solução. A liq A sol A xRT lnº A ºA Vemos que potencial químico do solvente na solução é menor que o potencial químico do solvente puro. Fig.5. Propriedades Coligativas Em cada temperatura, o potencial químico do solvente diminui de –RT ln xA Aspectos Comuns das Propriedades Coligativas Todas as propriedades coligativas provêm da diminuição do potencial químico do solvente líquido causada pela presença de soluto. Para uma solução diluída ideal, a diminuição faz esse potencial passar de ºAliq para ºAliq + RT lnxA: - Não há nenhuma influência direta do soluto sobre o potencial químico do solvente na fase vapor ou do solvente na fase sólida, pois não existe soluto no vapor nem no sólido, de acordo com as hipóteses adotadas. - A redução do potencial químico do solvente implica que o equilíbrio líquido-vapor ocorra em temperaturas maiores (a Teb do solvente se eleva) e que o equilíbrio sólido-líquido ocorra em temperaturas menores (a temperatura de congelamento do solvente fica menor). A liq A sol A xRT lnº lnxA é negativo, pois xA 1 na presença de um soluto. Considerações: Este outro diagrama de x T (Fig. 6) ilustra o abaixamento crioscópico e a elevação ebulioscópica. Fig.6. Curvas de um solvente em solução ideal Sendo o soluto não volátil, ele não participa da fase gasosa e por isso a curva do vapor em equilíbrio com a solução coincide com a curva do vapor puro. Considerando que a fase sólida contém apenas o solvente, sua curva também mantém-se a mesma. Como o líquido contém um soluto, o do solvente sofre um de –RTlnx a cada temperatura. O diagrama mostra que os pontos de interseção das curvas mudaram. Os novos pontos de fusão e ebulição foram designados por Tf’ e Tb’. Neste caso, o efeito do abaixamento do potencial químico do líquido tem um efeito maior sobre o ponto de congelamento do que sobre o ponto de ebulição , em virtude dos ângulos de interseção das retas. Quem é responsável por esse efeito???? Abaixamento da pressão de vapor de um solvente em uma mistura A origem molecular do abaixamento do potencial químico não é a energia de interação das partículas do soluto e do solvente, pois esse abaixamento ocorre também nas soluções ideais (onde Hmist =0). Se não é efeito da entalpia, é então efeito da entropia!!!!!!!! O solvente líquido puro tem uma entropia que reflete a desordem de suas moléculas. Sua pressão de vapor reflete a tendência de a solução atingir maior entropia, que pode ser alcançada com a vaporização do líquido formando um gás. Quando um soluto está presente, há uma contribuição adicional para a entropia do líquido, mesmo numa solução ideal. Como a entropia da solução já é maior que a do líquido puro, a tendência à formação de gás fica reduzida. A presença do soluto aparece como um abaixamento da pressão de vapor, e portanto, uma elevação do ponto de ebulição. Analogamente, a maior desordem da solução se opõe à tendência ao congelamento, diminuindo assim o ponto de congelamento. Fig.7. (a) Estrutura do líquido representada pelo reticulado ordenado. (b) O soluto presente está representado pelos quadrados escuros e caracteriza maior desordem no sistema, havendo uma diminuição da tendência da passagem para a fase de vapor. A pressão de vapor de um líquido puro é resultado de um equilíbrio entre o aumento da desordem, devido à vaporização. Pressão de vapor do solvente líquido puro Pressão de vapor do solvente na solução pA pAº O abaixamento crioscópico e a elevação ebulioscópica podem ser ilustrados no diagrama de fases do solvente (Fig.8). Quando se adiciona um soluto não volátil ao solvente líquido, a pressão de vapor do solvente é abaixada em todas as temperaturas. A 1 atm de pressão, os pontos de fusão e ebulição são dados pelas interseções das curvas de fusão e vaporização com a linha horizontal interrompida. Fig.8. Diagrama de fases de um solvente em solução ideal Os pontos de fusão e ebulição dependem do equilíbrio que se estabelece entre o solvente na solução e o solvente puro, sólido ou na fase vapor. É possível ainda um outro equilíbrio entre o solvente na solução e o solvente líquido puro. Este pode ser estabelecido por um aumento da pressão sobre a solução que seja suficiente para que o do solvente na solução atinja o valor do do solvente puro. Essa pressão adicionalnecessária para igualar esses é chamada pressão osmótica. Alteração nos Pontos de Fusão e Ebulição Abaixamento Crioscópico Considerando uma solução que está em equilíbrio com o solvente sólido puro (A), que se cristaliza a partir da solução ideal. A condição de equilíbrio requer que: A liq A soluç A sólido A xRTxPTPT lnº),,(),( A temperatura T mostrada na equação é a temperatura de equilíbrio, e portanto, o ponto de solidificação do solvente A na solução. T é função da pressão e de xA; sendo P = cte, T é função somente da fração molar do solvente na solução. Tratando-se de uma solução ideal: R S RT H RT G x RTRT x xRTPTPT fusfusfus A sólido A liq A liq A sólido A A A liq A sólido A ln ººln ln),(º),( Como T = f(xA), precisamos achar , derivando ambos os lados da equação acima com relação à T e usando a equação de Gibbs-Helmholtz. PA Tx )/( fusG 2 / 2 )/(1ln RT H T TG RdT xd fus THHelmholtzGibbs fusA 2ln T dT R H xd fusA Podemos rearranjar a equação anterior de forma adequada para integrá-la: Integrando de xA =1 (ln xA=0; quando T = T0, temperatura de fusão de A puro) até xA ≠ 1 (quando o ponto de fusão é T): 20 0 ln T dT R H xd T T fusx A A Considerando Hfus constante no intervalo de temperatura de T0 a T, a equação fica: 0 11ln TTR H x fusA Para solução que se comporta idealmente Plotando lnxA contra 1/T, o coef angular fornecerá (-Hfus/R) e o coef, linear, fornecerá o valor de 1/T0 . Se a solução for diluída, a relação entre o ponto de solidificação e a composição da solução pode ser simplificada consideravelmente. BA xx 1 )1(lnln BA xx xB 1 ..... 3 1 2 1 32 BBB xxx desprezíveisBA xx ln e 2 00 0 0 . 11 T T TT TT TT 0 11ln TTR H x fusA 0 11 TTR H x fusB Bff fus Bf ffus B xKT H RTxT T T R H x 2 0 2 0 Reescrevendo, Kf é a constante crioscópica. T é o abaixamento crioscópico, T0-T. A partir de: Como T ≈ To : Kf é característica do solvente. Unidade Kf: KKg/mol Quando a solução é diluída (xB 1), a fração molar de B, xB é proporcional à sua molalidade: (nº mols de B /massa de A em Kg) Uma vez conhecida a Kf de um solvente, o abaixamento crioscópico pode ser usado para determinar a massa molar de um soluto através de uma técnica conhecida como crioscopia. Tabela 13.2 Castellan (Kf p/ vários solventes). Quanto maior Kf, maior o T, aumentando a facilidade e a precisão da medida. Massa Molar do Soluto A fB B mT Km MM 1000 Exercício 13.6 (Castellan) Elevação do Ponto de Ebulição O equilíbrio heterogêneo que interessa quando se considera a ebulição é o equilíbrio entre o solvente no vapor e o solvente na solução a 1 atm. A condição de equilíbrio é dada por: R S RT H RT G x RT G RT x xRTPTPT vapvapvap A vap liq A vap A A A liq A vapor A ln ºln ln),(º),( Assim como no caso do abaixamento crioscópico, vamos encontrar a variação de composição com a variação resultante do ponto de ebulição. Derivamos ambos os lados em relação à temperatura e usamos a eq. de Gibbs-Helmholtz. 2/ /(1ln THHelmholtzGibbs vapA T TG RdT xd T T vap x A dTT H R xd A 0 2 0 1ln Integrando.... 0 11)1ln( TTR H x vapB Sendo xA= 1- xB, podemos escrever : 0 11ln TTR H x vapA Admitindo agora que xB 1, podemos considerar que ln (1-xB) -xB : Consequentemente obtemos: 2 00 0 0 . 11 T T TT TT TT TTR H x vapB 11 0 Finalmente, como T T0, segue-se também que: Assim, obtemos a equação da elevação ebulioscópica: Beb xKT onde, vap eb H RTK 2 0 Unidade: KKg/mol 2 0T T R H x vapB BebKT M Molalidade de B. BA B eb MMm mKT .1000. A elevação ebulioscópica é usada para determinar a massa molar de um soluto da mesma maneira como se faz no abaixamento crioscópico. O valor de T depende das propriedades do solvente e as maiores elevações ocorrerão com solventes que tem valor elevado de Keb. Quanto mais elevado o ponto de ebulição do solvente, maior Keb. Por que para um mesmo solvente Kf Keb??? vap eb H RTK 2 0 fus f H RTK 2 0 MM(g/mol) 78 152 94 18 Resolver exercício 4 da lista. Solubilidade Ideal Embora a solubilidade não seja uma propriedade coligativa (pois varia com a natureza do soluto), ela pode ser estimada considerando os mesmos parâmetros que temos considerado até aqui. Quando um soluto sólido fica em contato com um solvente ocorre sua dissolução até que a solução esteja saturada. A saturação é um equilíbrio entre o soluto não dissolvido e o soluto dissolvido na solução saturada. Portanto, numa solução saturada o potencial químico do soluto sólido puro (Bsolido) é igual ao potencial químico do soluto B em solução (Bsol). A condição de equilíbrio é que o B seja o mesmo em ambas as fases: sólido B soluç B BxPT ),,( xB é a fração molar do soluto na solução saturada, ou seja, é a solubilidade do soluto expressa em termos de sua fração molar. Se a solução for ideal: B liqsolido B xRTPTPT B ln),(º),( Bº (T,P) é o potencial químico do soluto B líquido puro. Essa eq. é semelhante à desenvolvida para o abaixamento crioscópico, no entanto, agora nos referimos ao soluto B e não ao solvente A. Podemos escrever que: 0 11ln TTR H x fusB Hfus é o calor de fusão do soluto puro e T0 é o ponto de solidificação do soluto puro. Essa equação exprime a lei da solubilidade ideal. De acordo com essa lei, a solubilidade de uma substância é a mesma em todos os solventes com os quais forma uma solução ideal. A solubilidade de uma substância em uma solução ideal, depende somente das propriedades dessa substância. A Fig.9 representa a eq. acima que exprime a lei da solubilidade ideal. Vemos que a solubilidade de B diminui exponencialmente quando T diminui a partir de T0 (temperatura de fusão do soluto puro). Baixo ponto de fusão (T0fus) e baixo calor latente de fusão (Hf) favorecem a solubilidade de um dado soluto. A solubilidade de uma substância é a mesma em todos os solventes com os quais essa substância forma uma solução ideal. 0 11 TTR H B fus ex A lei da solubilidade ideal não pode ser considerada em temperaturas afastadas do ponto de fusão do sólido, pois considerar que Hfus é independente da temperatura seria incorreto. Não deve ser considerada também para soluções onde existem ligações de hidrogênio entre solvente e soluto. A lei da solubilidade ideal falha por não explicar a razão de diferentes solubilidades de um soluto em diferentes solventes. Fig. 9. Variação da solubilidade (fração molar do soluto em uma solução saturada) com a temperatura (T* é a temperatura de congelamento do soluto). As curvas estão identificadas pelos valores de Hfus/RT*.A Fig.9 mostra que a solubilidade de B diminui exponencialmente quando T diminui a partir de Tfus (Tº). Mostra também que os solutos com ponto de fusão elevados e entalpias de fusão grandes são pouco solúveis em temperaturas normais. Exercício Solubilidade Ideal. Pressão Osmótica Osmose é a passagem espontânea de um solvente puro para uma solução através de uma membrana semipermeável , isto é, por uma membrana permeável ao solvente mas não ao soluto (Fig.10). Fig. 10. Ilustração do equilíbrio envolvido no cálculo da pressão osmótica () entre o solvente A puro e o solvente A na solução. A Pressão Osmótica () é a pressão que deve ser aplicada à solução para impedir a passagem do solvente através da membrana semipermeável. Exemplos Osmose: -Transporte de fluidos através das membranas das células, a diálise. -Osmometria que é a determinação da massa molar pela medida da pressão osmótica. - Osmose Reversa que é usada na extração de sal da água do mar. Por que essa passagem de solvente ocorre espontaneamente??????? Pressão Osmótica Pressão Osmótica Na montagem esquemática representada na Fig.11, a pressão oposta é provocada pela coluna de solução gerada pela própria osmose. O equilíbrio é atingido quando a pressão hidrostática da coluna de solução coincide com a pressão osmótica. A pressão hidrostática resultante da diferença de níveis da solução na coluna e do solvente puro é a pressão osmótica da solução. Fig. 11. Representação da pressão osmótica. O aumento de volume da solução o qual resultou na ascensão de seu nível foi causado pela penetração de solvente na solução através da membrana. Quando o sistema alcança o equilíbrio, a solução a qualquer profundidade abaixo do solvente puro está submetida a um excesso de pressão hidrostática devido à maior altura do nível de solução no tubo. É preciso então encontrar a relação entre essa diferença de pressão e a concentração da solução. Pressão Osmótica A análise termodinâmica da osmose baseia-se na igualdade do potencial químico do solvente em ambos os lados da membrana semipermeável e em qualquer profundidade do béquer, uma vez atingido o equilíbrio. Fig.11. Representação da pressão osmótica. O potencial químico do solvente diminui devido à presença de soluto, mas volta a seu valor anterior (solvente puro) pela aplicação de pressão. Essa igualdade implica que para soluções diluídas a pressão osmótica é dada pela equação de van’t Hoff. No lado do solvente puro, o potencial químico do solvente, que está sob pressão p é ºA(T,P). No lado da solução, o potencial químico do solvente é abaixado pela presença de soluto que reduz a fração molar do solvente de 1 para xA. No entanto, o potencial químico de A é elevado pela maior pressão (p + ) que a solução sofre. No equilíbrio, o potencial químico de A é o mesmo nos dois lados da membrana e podemos escrever: ),,(),(º A soluç A liq A xpTTp Pressão Osmótica A presença do soluto manifesta-se de uma maneira já bastante conhecida: A soluç A liq A xRTpTpT ln),(),(º ),,(),(º A soluç A liq A xpTTp Precisamos expressar o do solvente sob pressão (p+) em termos do do solvente sob pressão p. A partir da eq. fundamental, d = -SdT + VdP, vimos que sob T=cte, chegamos à dº = Vº dp. Integrando obtemos: dpVpTpT p p liq A soluç A º),(º),( (1) (2) (3) Reescrevendo então a eq.(2), fica: 0lnº A p p xRTdpV (4) Considerando Vº, o volume molar do solvente puro incompressível, então ele não varia com a pressão e pode sair da integral: ºln VxRT A (5) Relação entre a pressão osmótica e a fraçãomolar do solvente na solução admitindo-se que a solução é ideal e o solvente incompressível. Pressão Osmótica Sendo uma solução diluída, ln xA pode ser substituído por ln (1-xB) e podemos considerar xB 1, assim, ln(1-xB) -xB, então, a partir da eq. (5) podemos escrever: A eq. (8) é a Equação de van’t Hoff para Pressão Osmótica. ºln VxRT A (5) º)1ln( VxRT B ºVxRT B nV RTn V RTx BB (6) (7) Sendo V.n V, podemos reescrever a eq. (7) RTc V RTnB (8) Onde c (mol/m 3) é a concentração molar do soluto na solução. Pressão Osmótica (8) Na eq. de van’t Hoff, nB é o nº de mols de soluto. As moléculas de soluto dispersas no solvente encontram-se em situação análoga às moléculas de gás dispersas num espaço vazio. O solvente é análogo a este espaço vazio existente entre as moléculas de gás. Na Fig. 12, mostrada a seguir, a membrana encontra-se presa a um pistão móvel. O solvente difunde-se através da membrana e o pistão é empurrado para cima. A situação é comparável à expansão livre de um gás no vácuo. Se o volume da solução é dobrado nessa experiência, a diluição reduz a pressão osmótica final à metade de seu valor original, assim como a pressão do gás seria reduzida à metade se dobrássemos seu volume ocupado. Analogia entre a eq. de van’t Hoff e a lei do gás ideal RTc V RTnB A pressão osmótica é proporcional à conc. molar da solução: a conc. molar da solução, a pressão osmótica. idealgás V nRTP Fig. 12. Analogia da pressão osmótica com a lei do gás ideal. Pressão Osmótica Apesar da analogia, é enganoso considerar a pressão osmótica como sendo uma espécie de pressão exercida pelo soluto. A osmose (passagem do solvente através da membrana) ocorre devido à diferença dos potenciais químicos nos dois lados da membrana. O tipo de membrana não importa, basta ser permeável somente ao solvente e a natureza do soluto também não importa, basta que este não atravesse a membrana. RTc V nc B V, c Pressão Osmótica Medida da Pressão Osmótica É útil para determinação de massas molares de substâncias pouco solúveis no solvente ou que possuam massas molares elevadas, como as proteínas, polímeros e colóides. Numa determinação de massa molar, se MB for a massa molar do soluto dissolvido no volume V, então: V RTmM VM RTm B B B B onde mB é a massa de soluto dissolvida no volume V A osmose desempenha um papel significativo para o funcionamento dos organismos. As paredes da célula permitem a entrada de água e em consequência disso, quando a célula é imersa em água pura, suas paredes se rompem ou ficam delgadas permitindo que os solutos existentes no interior da célula escapem (plasmólise). Por outro lado, se a célula for imersa em uma solução concentrada de sal, a água da célula flui para a solução salina mais concentrada e a célula contrai. Uma concentração salina de concentração tal que a célula nela imersa nem se rompa e nem se encolha é denominada de solução isotônica.
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