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Plano de Aula: LITIGIOSIDADE SOCIAL E O DIREITO ALEM DO ESTADO 
SOCIOLOGIA JURÍDICA - CCJ0269 
Título 
LITIGIOSIDADE SOCIAL E O DIREITO ALEM DO ESTADO 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
LITIGIOSIDADE SOCIAL E O DIREITO ALEM DO ESTADO 
 
Objetivos 
Objetivo 1 - Analisar a funcionalidade do direito na vida social ; 
Objetivo 2 - Identificar o direito como instrumento de controle social e compreender a norma jurídica como 
forma de prevenir e compor conflitos; 
Objetivo 3 - Compreender a importância dos meios alternativos de resolução dos conflitos. 
Objetivo 4 - Distinguir as possíveis fontes de produção social do direito nas concepções monista e 
pluralista do Direito. 
Estrutura do Conteúdo 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO DESTA AULA 
 
LITIGIOSIDADE SOCIAL E FORMAS DE COMPOSIÇÃO DE CONFLITOS 
 Critérios de composição dos conflitos 
 Formas de composição dos conflitos 
a) Critério de composição voluntária 
b) Critério autoritário 
c) Critério de composição jurídica 
FORMAS DE RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS 
a) Conciliação 
b) Renúncia 
c) Mediação 
d) Arbitragem 
e) Jurisdição 
MONISMO, PLURALISMO JURÍDICO E O DIREITO ALÉM DO ESTADO 
a) Escola Monista 
b) Escola Pluralista 
 O Pluralismo Jurídico 
 O Pluralismo comunitário- participativo 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS: 
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo da aula da semana, cabendo ao professor a dosagem do 
conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas de cada turma. 
Segue, a seguir, uma sugestão de leitura complementar ao texto do livro didático : 
 
Litigiosidade social e formas de composição de conflitos 
O direito é o modo mais formal do controle social formal. Sua função é a de socializador em última 
instância, pois, sua presença e sua atuação só se faz necessária quando já as anteriores barreiras que a 
sociedade ergue contra a conduta anti-social foram ultrapassadas, quando a conduta social já se apartou 
da tradição cultural, aprendida pela educação para, superando as condições de mera descortesia, simples 
imoralidade ou mesmo pecado, alcançar o nível mais grave do ilícito ou, tanto pior, do crime . 
Salvo se uma sociedade está em franca dissolução ou crise, concordam entre si os vários caminhos da 
socialização, e, se assim é, o indivíduo que adapta sua conduta aos princípios da tradição cultural 
herdados da convivência ou às normas do trato ou às normas morais e religiosas, em rigor não precisa 
conhecer o código penal, porquanto o que neste se exige é um mínimo daquilo que os sistemas 
normativos acima referidos impõem. Apenas, como o modo de impor as normas de trato e as normas 
morais é mais brando, é que existe o código penal: para punir de maneira inexorável a transgressão ao 
mínimo de normas éticas e imposições sociais proibitivas, aquelas de que, sob hipótese alguma pode a 
sociedade abrir mão. 
 
Assim, como instrumento de socialização em última instância, o direito cumpre um papel conservador do 
status quo, também, servindo a legitimar o poder político e a favorecer o seu domínio sobre a opinião 
pública. 
 
Prevenção e Composição de Conflitos 
 
A primeira e principal função social do direito é a de prevenir conflitos, posto que o conflito afeta o 
equilíbrio e a paz social. 
O direito previne conflitos valendo-se de um conveniente disciplinamento social, estabelecendo regras de 
conduta na sociedade, estabelecendo direitos e deveres. O direito é uma ciência social e como tal suas 
normas são regras de conduta destinadas a disciplinar o comportamento do indivíduo na sociedade, 
visando atender uma necessidade social. 
Quanto maior o relacionamento, quanto mais complexas as relações sociais, maior será a possibilidade 
de conflito, e, portanto, maior também a necessidade de disciplina e organização . 
A observância das normas previne muitas ocorrências, mas o conflito, por vezes é inevitável, tendo em 
vista que não obstante o esforço socializador da sociedade, nem todos os indivíduos se socializam inteira 
ou suficientemente e, não raro, não se submetem à disciplina imposta pelo direito . 
Uma vez instaurado o conflito, é necessário solucioná-lo. E aí está a Segunda grande função social do 
direito: compor conflitos. A maneira de solucionar conflitos é colocá-los na balança e determinar qual o 
que deve prevalecer e qual deve ser reprimido. Esse é o sentido de toda composição. 
Critérios de Composição 
Critério da Composição Voluntária ? é aquele que se estabelece pelo mútuo acordo das partes. Surgindo 
o conflito, as partes discutem entre si e o resolvem da melhor maneira possível, via de regra observando 
os seus deveres e obrigações estabelecidas pelas normas de direito. 
Segundo o professor Sergio Cavalieri (2010, p. 34), quanto à forma a composição voluntária pode ser: 
pura e mista. 
?A conciliação e a arbitragem não são, a rigor, formas puras de composição voluntária, uma vez que 
sempre contarão com a interferência de um terceiro ? o conciliador ou o árbitro. São, todavia, formas 
mistas que estimulam e valorizam a participação dos litigantes na composição do conflito?. 
Critério Autoritário ? por esse critério, cabe ao chefe do grupo o poder de compor os conflitos de 
interesses que ocorrem ente os indivíduos que se encontram sob sua autoridade. Tal critério foi muito 
usado nas sociedades antigas, nas modernas é ainda utilizado no meio familiar . 
Critério da Composição Jurídica - é sempre realizada mediante um critério previamente elaborado e 
enunciado, sendo aplicável a todos os casos que ocorrem a partir de então . 
Tem como características: a anterioridade, a publicidade e a universalidade. 
No que diz respeito à anterioridade, traço fundamental desse tipo de composição, significa dizer que o 
critério aplicado preexiste ao conflito. Vale dizer, deve ter sido elaborado antes para poder ser aplicado ao 
conflito que ocorrer depois . 
Em relação a publicidade significa que o critério de composição jurídica além da anterioridade exige 
também que tenha sido anunciado, revelado, declarado pela autoridade que o elaborou antes de sua 
aplicação. 
Por universalidade entende-se que o critério jurídico nunca pode ser destinado apenas para um 
determinado caso concreto, mas sim para todos os casos que se apresentarem com o mesmo tipo. 
Portanto, a composição jurídica tem que ser realizada mediante um critério anteriormente estabelecido e 
perfeitamente enunciado para conhecimento de todos, que atenda à universalidade dos casos que se 
apresentarem dentro do mesmo tipo. 
Sendo assim, as duas funções que o direito realiza na sociedade é a de prevenir conflitos que podem 
ocorrer tanto nas atividades de cooperação como nas atividades de concorrência. Isto ele faz através do 
adequado disciplinamento das relações sociais. A Segunda é a de compor conflitos, que acabam por 
ocorrer não obstante toda prevenção exercida pelo direito, e isto ela faz através do critério jurídico . 
Meios alternativos de composição de conflitos: conciliação, mediação e arbitragem 
Conciliação : A conciliação é Uma forma de resolução de controvérsias na relação de interesses 
administrada por um Conciliador investido de autoridade ou indicado pelas partes, a quem compete 
aproximá-las, controlar as negociações, aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar 
vantagens e desvantagens, objetivando sempre a composição do litígio pelas partes. 
A conciliação tem suas próprias características onde, além da administração do conflito por um terceiro 
neutro e imparcial, este mesmo conciliador tem o prerrogativa de poder sugerir um possível acordo, após 
uma criteriosa avaliação das vantagens e desvantagens que tal proposição traria a ambas as partes . 
 
Mediação: A Mediação é um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, onde um 
terceiro,neutro/imparcial, de confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e 
voluntariamente escolhido, intervém entre elas (partes) agindo como um ?facilitador?, um catalisador, que 
usando de habilidade e arte, leva as partes a encontrarem a solução para as suas pendências. Portanto, 
o Mediador não decide; quem decide são as partes. O Mediador utilizando habilidade e as técnicas da 
?arte de mediar?, leva as partes a decidirem. Melhor dizendo, é um meio alternativo de solução de 
controvérsias, em que um terceiro auxilia as partes a chegarem, por si próprias, a um acordo. Importante 
ressaltar que as partes são as detentoras do poder de decisão. O mediador jamais poderá decidir, pois 
age como um facilitador. 
O Mediador é um profissional treinado, qualificado, que conhece muito bem o universo das negociações e 
dos negociadores e domina a Arte da Mediação. 
Não há que se confundir Mediação e Conciliação que são atividades semelhantes, porém não iguais, 
especialmente na cultura brasileira. A Conciliação entre nós, normalmente é exercida por força de lei e 
compulsoriamente por servidor público que usa a autoridade de seu cargo para tentar promover a solução 
de controvérsias. 
Arbitragem: A arbitragem é uma forma de solução de conflitos, prevista em lei, que pode ser utilizada 
quando estamos diante de um impasse decorrente de um contrato. Para isso, as partes nomearão 
árbitros. 
Quem decide a controvérsia por arbitragem? 
Será um árbitro, ou vários árbitros, sempre em número ímpar escolhido pelas partes. O árbitro poderá ser 
qualquer pessoa maior de idade, no domínio de suas faculdades mentais e que tenha a confiança das 
partes. Também deverá ser independente e imparcial, isto é, não pode ter interesse no resultado da 
demanda e não pode estar vinculado a nenhuma das partes. 
Qual a lei que dispõe sobre arbitragem? 
No dia 26 de maio de 2015, foi sancionada a Lei 13.129 que dispõe sobre alterações a Lei de Arbitragem, 
Lei n. 9.307, de 1996, tendo sido publicada em 27 de maio de 2015, com vacatio legis de 60 (sessenta) 
dias. 
Promulgada há quase duas décadas, a Lei de Arbitragem, n. 9.307, de 1996, necessitou de 
aperfeiçoamento para atender as modificações da sociedade e para sua aplicação a outras formas de 
relações jurídicas, contribuindo para a redução de ações judiciais no Poder Judiciário, na medida em que 
carrega perspectiva de racionalidade para a jurisdição estatal, hoje assoberbada com o decantado volume 
de processos. 
Aplicação Prática Teórica 
 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica, envolvendo a 
compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado como fenômeno cultural e 
humano, precisa ser tomado como sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia 
utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber: 
 
CASO CONCRETO 
 
Ana Maria é moradora da comunidade Arraial da Felicidade, nos arredores do centro da cidade de 
Pirapojanga do Agreste. Desde a semana passada mudou a rotina de seus horários. Isto aconteceu 
porque depois que foi o chefe da ?boca? implantou o toque de recolher, ela só pode chegar em casa até 
as 10 da noite. Mas não reclama. Todo mês recebe cesta básica e vagabundo não se cria mais na 
comunidade. 
 
Percebe-se que na comunidade em que vive Ana Maria há um ?poder paralelo? ao do Estado impondo 
suas regras. Explique esse fenômeno com base na teoria pluralista do direito. 
 
QUESTOES OBJETIVAS 
 
1. Analise as proposições seguintes para verificar se são verdadeiras ou falsas e após assinale a 
alternativa correta: 
 
I- A doutrina monista se encontra mais próxima das teorias marxistas e positivistas. 
II- A sociedade brasileira sempre conviveu com sistemas distintos de direito, um oficial, do Estado, e 
outro, não oficial originado no interior da própria sociedade. 
III- Para a doutrina monista a principal fonte do direito é, depois da norma legislada, a norma não -estatal. 
 
a) V- V- V 
b) F- F- V 
c) V- V- F 
d) F- V- F 
e) F- F- F 
 
2. Que nome se dá à teoria que aponta a coexistência de vários sistemas jurídicos numa mesma 
sociedade, produzidos por múltiplos grupos de expressão? 
 
a) monismo jurídico 
b) função social 
d) fenômeno jurídico 
c) eficácia jurídica 
e) pluralismo jurídico

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