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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA Rudolf Mateus de Jesus Specht PLANO DE AULA 01: DIREITO CIVIL II – INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Salvador, 2019 1. Definição de Obrigação: Podemos definir obrigação a partir da definição de Justiniano, que diz originalmente que: “obligatio est juris vinculum quo necessitate adstringimur alicujus solvendae rei, secundim nostrae civitatis jura.”. (JUSTINIANO, Livro 3º, Título XIII). Ao traduzirmos para a língua portuguesa: “A obrigação é um vínculo jurídico que nos obriga a pagar alguma coisa, ou seja, a fazer ou deixar de fazer alguma coisa”. Antes de partimos para a interpretação do entendimento de Justiniano, cabe pontuar a seguir algumas considerações e antecipações. 2. Considerações e antecipações: Credor: é o sujeito ativo da obrigação, sendo aquele que tem interesse na prestação da obrigação. Também é conhecido como titular do crédito, no âmbito jurídico também é conhecido como Accipiens. Devedor: é o sujeito passivo da obrigação, sendo aquele que tem o dever na prestação da obrigação. Também é conhecido como titular do débito, no âmbito jurídico também é conhecido como Solvens. Destino: a obrigação nasce com o destino de ser paga, não nascendo para ser permanente. Adimplemento: cumprimento de uma obrigação. Adimplir: ato de cumprir a obrigação. Inadimplemento: não cumprimento de uma obrigação. Mora: atraso de pagamento. Quando o devedor não paga e quando o credor não quer receber no tempo, lugar e forma estabelecida (nos termos do artigo 394, do Código Civil). Com esse entendimento de Justiniano, podemos identificar 3 (três) características das obrigações. 3. Características das Obrigações: Relação Jurídica: existe uma relação jurídica, regulamentada por lei que obriga alguém (devedor) a pagar algo para outro alguém (credor), contudo, esse alguém que tem o dever jurídico de pagar, pode pagar ou deixar de pagar, no caso de não pagar, cabe ao credor cobrar a prestação do devedor. Exemplo: João (Devedor) é obrigado pelo Código Civil a pagar algo para Maria (Credora), contudo, João pode pagar ou não. Caso João pague, a obrigação extingue-se, agora, caso João não pague, cabe a Maria cobrar em juízo a prestação que lhe é devida. Caráter transitório: conforme escrito na parte do destino em considerações e antecipações, a obrigação nasce destinada a alcançar o seu fim e extinguir-se, visto que não existe obrigação permanente, sendo uma das principais características que distingue o Direito das Obrigações dos Direitos Reais. Nos Direitos das Obrigações o caráter é transitório e nos Direitos Reais o caráter é permanente. Cunho patrimonial: muitos juristas gostam de definir a característica do cunho patrimonial pela expressão “prestação pessoal econômica” e podemos nos apropriar dessa expressão. Em virtude de que apenas o devedor (ora solvens) é obrigado ao cumprimento da prestação e com seu patrimônio, cabendo ser salientado, porque no Direito Romano o patrimônio da família também poderia responder pela dívida, inclusive, levando à escravidão dos membros familiares, situação conhecida como Nexum, finalizada pela Lex Poetelia-Papiria. 4. Obrigação Positiva X Obrigação Negativa: O jurista e civilista Sílvio de Salvo Venosa pontua a prestação realizada pelo devedor em favor do credor em dois aspectos, sendo o primeiro o aspecto da Obrigação Positiva que consiste em fazer algo, onde o autor dá o exemplo da compra e venda, onde o vendedor entregará a coisa e o comprador pagará com dinheiro. E o segundo, sob o aspecto da Obrigação Negativa que consiste em não fazer algo, onde o autor dá o exemplo em que dois vizinhos limítrofes comprometem-se em não levantar muro entre seus dois imóveis. (VENOSA, Silvio de Salvo. p. 26). 5. Diferença entre: Direitos Obrigacional (jus ad rem) X Direitos Reais (ius in re) Direito Obrigacional-> A pessoa responde Direitos Reais -> A coisa responde Direito Obrigacional -> Inter partes (entre as partes) Direitos Reais -> Erga omnes (todos) Direito Obrigacional -> Ilimitado / Numerus apertus Direitos Reais -> Limitado / Numerus clausus Direito Obrigacional -> caráter transitório Direitos Reais -> caráter permanente Direito Obrigacional -> cooperativo, em virtude da cooperação entre o devedor e o credor Direitos Reais -> o titular exerce seu poder sobre a coisa objeto imediatamente Finalizamos por a nossa primeira aula sobre Direito Civil II, o famoso Direito Obrigacional. Espero que tenham gostado do material e que deixem seu like para me incentivar a continuar produzindo mais materiais. ;) Produzido pelo aluno: Rudolf Mateus de Jesus Specht
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