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O Supremo e as Taxas

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O Supremo e as Taxas 
 
1) O serviço de iluminação pública não 
pode ser remunerado mediante taxa 
(Súmula Vinculante 41) 
 
2) “A taxa cobrada exclusivamente em 
razão dos serviços públicos de coleta, 
remoção e tratamento ou destinação 
de lixo ou resíduos provenientes de 
imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.” 
(Súmula Vinculante 19) 
 
3) “Preços de serviços públicos e taxas 
não se confundem, porque estas, 
diferentemente daqueles, são 
compulsórias e têm sua cobrança 
condicionada à prévia autorização 
orçamentária, em relação à lei que as 
instituiu.” (Súmula 545) 
 
4) "É constitucional a taxa de fiscalização 
dos mercados de títulos e valores 
mobiliários instituída pela Lei 
7.940/1989." (Súmula 665) 
 
5) "O serviço de iluminação pública não 
pode ser remunerado mediante taxa." 
(Súmula 670) 
 
6) “Taxa de expediente. (...) 
Inconstitucionalidade. A emissão de guia 
de recolhimento de tributos é de interesse 
exclusivo da administração, sendo mero 
instrumento de arrecadação, não 
envolvendo a prestação de um serviço 
público ao contribuinte. Possui 
repercussão geral a questão 
constitucional suscitada no apelo 
extremo. Ratifica-se, no caso, a 
jurisprudência da Corte consolidada 
no sentido de ser inconstitucional a 
instituição e a cobrança de taxas por 
emissão ou remessa de carnês/guias 
de recolhimento de tributos.” (RE 
789.218-RG, rel. min. Dias Toffoli, 
julgamento em 17-4-2014, Plenário, DJE 
de 1º-8-2014, com repercussão geral.) 
 
 
7) “Taxa de Licença para Localização, 
Funcionamento e Instalação. Base de 
cálculo. Número de empregados. Dado 
insuficiente para aferir o efetivo poder de 
polícia. Art. 6º da Lei 9.670/1983. 
Inconstitucionalidade. Jurisprudência 
pacífica da Corte. A taxa é um tributo 
contraprestacional (vinculado) usado 
na remuneração de uma atividade 
específica, seja serviço ou exercício 
do poder de polícia e, por isso, não se 
atém a signos presuntivos de riqueza. 
As taxas comprometem-se tão 
somente com o custo do serviço 
específico e divisível que as motiva, ou 
com a atividade de polícia 
desenvolvida. A base de cálculo 
proposta no art. 6º da Lei 9.670/1983 
atinente à taxa de polícia se desvincula do 
maior ou menor trabalho ou atividade que 
o poder público se vê obrigado a 
desempenhar em decorrência da força 
econômica do contribuinte. O que se leva 
em conta, pois, não é a efetiva atividade 
do poder público, mas, simplesmente, um 
dado objetivo, meramente estimativo ou 
presuntivo de um ônus à administração 
pública. No tocante à base de cálculo 
questionada nos autos, é de se notar que, 
no RE 88.327/SP, rel. min. Décio Miranda 
(DJ de 28-9-1979), o Tribunal Pleno já 
havia assentado a ilegitimidade de taxas 
cobradas em razão do número de 
empregados. Essa jurisprudência vem 
sendo mantida de forma mansa e 
pacífica.” (RE 554.951, rel. min. Dias 
Toffoli, julgamento em 15-10-2013, 
Primeira Turma, DJE de 19-11-2013.) 
 
8) "Taxa e preço público diferem quanto 
à compulsoriedade de seu pagamento. 
A taxa é cobrada em razão de uma 
obrigação legal enquanto o preço 
público é de pagamento facultativo por 
quem pretende se beneficiar de um 
serviço prestado.” (RE 556.854, Rel. 
Min. Cármen Lúcia, julgamento em 30-6-
2011, Plenário, DJE de 11-10-2011.) 
Vide: ADI 447, Rel. Min. Octavio Gallotti, 
voto do Min. Carlos Velloso, julgamento 
em 5-6-1991, Plenário, DJ de 5-3-1993. 
 
9) "O texto constitucional diferencia as 
taxas decorrentes do exercício do 
poder de polícia daquelas de utilização 
de serviços específicos e divisíveis, 
facultando apenas a estas a prestação 
 
 
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potencial do serviço público. A 
regularidade do exercício do poder de 
polícia é imprescindível para a 
cobrança da taxa de localização e 
fiscalização. À luz da jurisprudência 
deste STF, a existência do órgão 
administrativo não é condição para o 
reconhecimento da 
constitucionalidade da cobrança da 
taxa de localização e fiscalização, mas 
constitui um dos elementos admitidos 
para se inferir o efetivo exercício do 
poder de polícia, exigido 
constitucionalmente. Precedentes. (...) 
É constitucional taxa de renovação de 
funcionamento e localização 
municipal, desde que efetivo o 
exercício do poder de polícia, 
demonstrado pela existência de órgão 
e estrutura competentes para o 
respectivo exercício, tal como verificado 
na espécie quanto ao Município de Porto 
Velho/RO (...)." (RE 588.322, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgamento em 16-6-
2010, Plenário, DJE de 3-9-2010, com 
repercussão geral.) No mesmo sentido: 
AI 677.664-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgamento em 5-5-2009, Primeira Turma, 
DJE de 19-6-2009; AI 553.880-AgR, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, julgamento 
em 17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 
17-4-2009; RE 549.221–ED, voto do Rel. 
Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 
17-2-2009, Segunda Turma, DJE de 20-
3-2009. Vide: ARE 664.722, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, decisão monocrática, 
julgamento em 12-03-2012, DJE de 21-
03-2012; AI 707.357-ED, Rel. Min. Ellen 
Gracie, julgamento em 2-2-2010, 
Segunda Turma, DJE de 26-2-2010. 
 
10) “O Plenário do STF decidiu pela 
constitucionalidade da instituição da 
taxa de fiscalização, de localização e 
de funcionamento. RE 220.316/MG, 
Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de 26-6-2001.” 
(AI 707.357-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, 
julgamento em 2-2-2010, Segunda 
Turma, DJE de 26-2-2010.) No mesmo 
sentido: AI 763.559-AgR, Rel. Min. Eros 
Grau, julgamento em 2-2-2010, Segunda 
Turma, DJE de 26-2-2010. Vide: RE 
588.322, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgamento em 16-6-2010, Plenário, DJE 
de 3-9-2010, com repercussão geral. 
 
11) “Taxa de incêndio. Constitucionalidade. 
(...) É legítima a cobrança da Taxa 
cobrada em razão da prevenção de 
incêndios, porquanto instituída como 
contraprestação a serviço essencial, 
específico e divisível.” AI 677.891-AgR, 
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgamento em 17-3-2009, Primeira 
Turma, DJE de 17-4-2009. Vide: RE 
206.777, Rel. Min. Ilmar Galvão, 
julgamento em 25-2-1999, Plenário, DJ 
de 30-4-1999. 
 
12) “Taxa. Exercício do poder de polícia. (...) 
Este Tribunal tem orientação no sentido 
de que o exercício do poder de polícia 
é presumido em favor da 
Municipalidade. Precedente. Agravo 
regimental a que se nega provimento.” 
(RE 581.947-AgR, Rel. Min. Eros Grau, 
julgamento em 16-12-2008, Segunda 
Turma, DJE de 27-2-2009, com 
repercussão geral.) 
 
13) “Lei Estadual 12.986/1996. Violação do 
art. 167, IV, da CF. Não ocorrência. 
Preceito de lei estadual que destina 5% 
[cinco por cento] dos emolumentos 
cobrados pelas serventias extrajudiciais e 
não oficializadas ao Fundo Estadual de 
Reaparelhamento e Modernização do 
Poder Judiciário – FUNDESP não ofende 
o disposto no art. 167, IV, da CF. 
Precedentes. A norma constitucional 
veda a vinculação da receita dos 
impostos, não existindo, na 
Constituição, preceito análogo 
pertinente às taxas.” (RE 570.513-AgR, 
Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16-
12-2008, Segunda Turma, DJE de 27-2-
2009.) 
 
14) “Com efeito, a Corte entende como 
específicos e divisíveis os serviços 
públicos de coleta, remoção e 
tratamento ou destinação de lixo ou 
resíduos provenientes de imóveis, 
desde que essas atividades sejam 
completamente dissociadas de outras 
serviços públicos de limpeza 
 
 
3 
realizados em benefício da população 
em geral (uti universi) e de forma 
indivisível,tais como os de 
conservação e limpeza de logradouros 
e bens públicos (praças, calçadas, 
vias, ruas, bueiros). Decorre daí que as 
taxas cobradas em razão 
exclusivamente dos serviços públicos 
de coleta, remoção e tratamento ou 
destinação de lixo ou resíduos 
provenientes de imóveis são 
constitucionais, ao passo que é 
inconstitucional a cobrança de valores 
tidos como taxa em razão de serviços 
de conservação e limpeza de 
logradouros e bens públicos.” (RE 
576.321-QO-RG, voto do Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 4-
12-2008, Plenário, DJE de 12-2-2008, 
com repercussão geral.) No mesmo 
sentido: AI 552.002-AgR, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgamento em 13-12-2011, 
Primeira Turma, DJE de 15-2-2012; AI 
559.973-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 21-9-2010, Segunda 
Turma, DJE de 22-10-2010; RE 571.241-
AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
julgamento em 20-4-2010, Segunda 
Turma, DJE de 4-6-2010; AI 521.533-
AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento 
em 15-12-2009, Plenário, DJE de 5-3-
2010; RE 524.045-AgR, Rel. Min. Cezar 
Peluso, julgamento em 8-9-2009, 
Segunda Turma, DJE de 9-10-2009; AI 
632.562-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgamento em 26-5-2009, Primeira 
Turma, DJE de 26-6-2009; AI 660.829-
AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento 
em 16-12-2008, Primeira Turma, DJE de 
20-3-2009; RE 510.336-AgR, Rel. Min. 
Eros Grau, julgamento em 17-4-2007, 
Segunda Turma DJ de 11-5-2007; RE 
256.588-ED-EDV, Rel. Min. Ellen Gracie, 
julgamento em 19-2-2003, Plenário, DJ 
de 3-10-2003; AI 245.539-AgR, Rel. Min. 
Ilmar Galvão, julgamento em 14-12-1999, 
Primeira Turma, DJ de 3-3-2000. Vide: 
RE 501.876-AgR, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 1º-2-2011, 
Primeira Turma, DJE de 23-2-2011. 
 
15) “Pacífica a jurisprudência desta Corte no 
sentido da impossibilidade de aplicação 
de efeitos ex nunc, nos termos do art. 27 
da Lei 9.868/1999, à declaração de 
inconstitucionalidade de legislação do 
Município do Rio de Janeiro que (...) 
instituiu a Taxa de Coleta de Lixo e 
Limpeza Pública (TCLLP) e a Taxa de 
Iluminação Pública (TIP).” (AI 651.389-
AgR, Rel. Min. Menezes Direito, 
julgamento em 10-6-2008, Primeira 
Turma, DJE de 8-8-2008.) No mesmo 
sentido: AI 672.163-AgR, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgamento em 31-5-2011, 
Primeira Turma, DJE de 17-8-2011; AI 
702.143-AgR-segundo, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgamento em 29-6-2010, 
Segunda Turma, DJE de 13-8-2010. Vide: 
AI 573.560-AgR, Rel. Min. Eros Grau, 
julgamento em 27-3-2007, Segunda 
Turma, DJ de 4-5-2007. 
 
16) “Lei Distrital 1.713, de 3-9-1997. Quadras 
residenciais do Plano Piloto da Asa Norte 
e da Asa Sul. Administração por 
prefeituras ou associações de moradores. 
Taxa de manutenção e conservação. 
Subdivisão do Distrito Federal. Fixação 
de obstáculos que dificultem o trânsito de 
veículos e pessoas. Bem de uso comum. 
Tombamento. Competência do Poder 
Executivo para estabelecer as restrições 
do direito de propriedade. Violação do 
disposto nos arts. 2º, 32 e 37, XXI, da 
Constituição do Brasil. A Lei 1.713 
autoriza a divisão do Distrito Federal em 
unidades relativamente autônomas, em 
afronta ao texto da Constituição do Brasil 
– art. 32 – que proíbe a subdivisão do 
Distrito Federal em Municípios. Afronta a 
Constituição do Brasil o preceito que 
permite que os serviços públicos sejam 
prestados por particulares, 
independentemente de licitação (art. 37, 
XXI, da CF/1988). Ninguém é obrigado a 
associar-se em ‘condomínios’ não 
regularmente instituídos. O art. 4º da lei 
possibilita a fixação de obstáculos a fim 
de dificultar a entrada e saída de veículos 
nos limites externos das quadras ou 
conjuntos. Violação do direito à 
circulação, que é a manifestação mais 
característica do direito de locomoção. A 
Administração não poderá impedir o 
trânsito de pessoas no que toca aos bens 
de uso comum. O tombamento é 
constituído mediante ato do Poder 
Executivo que estabelece o alcance da 
limitação ao direito de propriedade. 
 
 
4 
Incompetência do Poder Legislativo no 
que toca a essas restrições, pena de 
violação ao disposto no art. 2º da 
Constituição do Brasil. É incabível a 
delegação da execução de determinados 
serviços públicos às ‘Prefeituras’ das 
quadras, bem como a instituição de taxas 
remuneratórias, na medida em que essas 
‘Prefeituras’ não detêm capacidade 
tributária.” (ADI 1.706, Rel. Min. Eros 
Grau, julgamento em 9-4-2008, Plenário, 
DJE de 12-9-2008.) 
 
17) "Ação Direta de Inconstitucionalidade. 
Art. 3º, da Lei 7.940, de 20-12-1989, que 
considerou os auditores independentes 
como contribuintes da taxa de 
fiscalização dos mercados de títulos e 
valores mobiliários. Ausência de violação 
ao princípio da isonomia, haja vista o 
diploma legal em tela ter estabelecido 
valores específicos para cada faixa de 
contribuintes, sendo estes fixados 
segundo a capacidade contributiva de 
cada profissional. Taxa que corresponde 
ao poder de polícia exercido pela 
Comissão de Valores Mobiliários, nos 
termos da Lei 5.172, de 1966 – Código 
Tributário Nacional. Ação direta de 
inconstitucionalidade que se julga 
improcedente." (ADI 453, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgamento em 30-8-2006, 
Plenário, DJ de 16-3-2007.) 
 
18) “A hipótese de incidência da taxa é a 
fiscalização de atividades poluidoras e 
utilizadoras de recursos ambientais, 
exercida pelo IBAMA (Lei 6.938/1981, art. 
17-B, com a redação da Lei 10.165/2000). 
Tem-se, pois, taxa que remunera o 
exercício do poder de polícia do Estado. 
Não há invocar o argumento no sentido 
de que a taxa decorrente do poder de 
polícia fica ‘restrita aos contribuintes 
cujos estabelecimentos tivessem sido 
efetivamente visitados pela fiscalização’, 
por isso que, registra Sacha Calmon 
parecer, fl. 377 essa questão já foi 
resolvida, pela negativa, pelo STF, que 
deixou assentada em diversos julgados a 
suficiência da manutenção, pelo sujeito 
ativo, de órgão de controle em 
funcionamento (cf., inter plures, RE 
116.518 e RE 230.973). Andou bem a 
Suprema Corte brasileira em não aferrar-
se ao método antiquado da vistoria porta 
a porta, abrindo as portas do Direito às 
inovações tecnológicas que caracterizam 
a nossa era’. Destarte, os que exercem 
atividades de impacto ambiental 
tipificadas na lei sujeitam-se à 
fiscalização do IBAMA, pelo que são 
contribuintes da taxa decorrente dessa 
fiscalização, fiscalização que 
consubstancia, vale repetir, o poder de 
polícia estatal.” (RE 416.601, voto do Rel. 
Min. Carlos Velloso, julgamento em 10-8-
2005, Plenário, DJ de 30-9-2005.) No 
mesmo sentido: RE 603.513-AgR, rel. 
min. Dias Toffoli, julgamento em 28-8-
2012, Primeira Turma, DJE de 12-9-2012; 
RE 408.582-AgR, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgamento em 15-2-2011, 
Primeira Turma, DJE de 11-3-2011; RE 
627.449-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgamento em 8-2-2011, Primeira Turma, 
DJE de 2-3-2011; RE 361.009-AgR, Rel. 
Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 
31-8-2010, Segunda Turma, DJE de 12-
11-2010; AI 638.092-AgR, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-
3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-
2009. 
 
19) "Taxa em razão do poder de polícia: a Lei 
mato-grossense 8.033/2003 instituiu taxa 
em razão do exercício do poder de 
polícia. Poder que assiste aos órgãos 
diretivos do Judiciário, notadamente no 
plano da vigilância, orientação e correição 
da atividade em causa, a teor do § 1º do 
art. 236 da Carta-cidadã. É constitucional 
adestinação do produto da arrecadação 
da taxa de fiscalização da atividade 
notarial e de registro a órgão público e ao 
próprio Poder Judiciário". (ADI 3.151, Rel. 
Min. Ayres Britto, julgamento em 8-6-
2005, Plenário, DJ de 28-4-2006.) 
 
20) "Taxa: correspondência entre o valor 
exigido e o custo da atividade estatal. A 
taxa, enquanto contraprestação a uma 
atividade do Poder Público, não pode 
superar a relação de razoável 
equivalência que deve existir entre o 
custo real da atuação estatal referida ao 
 
 
5 
contribuinte e o valor que o Estado pode 
exigir de cada contribuinte, considerados, 
para esse efeito, os elementos 
pertinentes às alíquotas e à base de 
cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, 
no entanto, ultrapassar o custo do serviço 
prestado ou posto à disposição do 
contribuinte, dando causa, assim, a uma 
situação de onerosidade excessiva, que 
descaracterize essa relação de 
equivalência entre os fatores referidos (o 
custo real do serviço, de um lado, e o 
valor exigido do contribuinte, de outro), 
configurar-se-á, então, quanto a essa 
modalidade de tributo, hipótese de ofensa 
à cláusula vedatória inscrita no art. 150, 
IV, da CF. Jurisprudência. Doutrina." (ADI 
2.551-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 2-4-2003, Plenário, DJ de 
20-4-2006.) 
 
21) “As custas, a taxa judiciária e os 
emolumentos constituem espécie 
tributária, são taxas, segundo a 
jurisprudência iterativa do Supremo 
Tribunal Federal. (...) Impossibilidade da 
destinação do produto da arrecadação, 
ou de parte deste, a instituições privadas, 
entidades de classe e Caixa de 
Assistência dos Advogados. Permiti-lo, 
importaria ofensa ao princípio da 
igualdade. Precedentes do STF.” (ADI 
1.145, Rel. Min. Carlos Velloso, 
julgamento em 3-10-2002, Plenário, DJ 
de 8-11-2002). Vide: MS 28.141, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 10-
2-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011; RE 
233.843, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
julgamento em 1º-12-2009, Segunda 
Turma, DJE de 18-12-2009. 
 
 
22) “Remuneração pela exploração de 
recursos minerais (…) não se tem, no 
caso, taxa, no seu exato sentido jurídico, 
mas preço público decorrente da 
exploração, pelo particular, de um bem da 
União (CF, art. 20, IX, art. 175 e §§).” (ADI 
2.586, Rel. Min. Carlos Velloso, 
julgamento em 16-5-2002, Plenário, DJ 
de 1º-8-2003.) 
 
23) "Dispositivo por meio do qual o Ministério 
do Meio Ambiente, sem lei que o 
autorizasse, instituiu taxa para inspeção 
de importações e exportações de 
produtos da indústria pesqueira, a ser 
cobrada pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA, com ofensa ao 
princípio da legalidade estrita, que 
disciplina o Direito Tributário." (ADI 2.247-
MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento 
em 13-9-2000, Plenário, DJ de 10-11-
2000.) No mesmo sentido: ADI 1.982-MC, 
Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 
15-4-1999, Plenário, DJ de 11-6-1999. 
 
24) “Taxa florestal. (…) Exação fiscal que 
serve de contrapartida ao exercício do 
poder de polícia, cujos elementos básicos 
se encontram definidos em lei, possuindo 
base de cálculo distinta da de outros 
impostos, qual seja, o custo estimado do 
serviço de fiscalização.” (RE 239.397, 
Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 21-
3-2000, Primeira Turma, DJ de 28-4-
2000.) 
 
25) “Taxas de lixo e sinistro. (…) Taxas 
legitimamente instituídas como 
contraprestação a serviços essenciais, 
específicos e divisíveis, referidos ao 
contribuinte a quem são prestados ou a 
cuja disposição são postos, não 
possuindo base de cálculo própria de 
imposto.” (RE 233.784, Rel. Min. Ilmar 
Galvão, julgamento em 12-11-1999, 
Prmeira Turma, DJ de 12-11-1999.) No 
mesmo sentido: RE 491.982-AgR, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, julgamento 
em 26-5-2009, Primeira Turma, DJE de 
26-6-2009; RE 396.996-AgR, Rel. Min. 
Joaquim Barbosa, julgamento em 10-3-
2009, Segunda Turma, DJE de 17-4-
2009; AI 431.836-AgR, Rel. Min. Carlos 
Velloso, julgamento em 17-6-2003, 
Segunda Turma, DJ de 1º-8-2003; AI 
552.033-AgR, Rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, julgamento em 17-10-2006, 
Primeira Turma, DJ de 10-11-2006. 
 
26) “Em face do art. 144, caput, V e parágrafo 
5º, da Constituição, sendo a segurança 
 
 
6 
pública, dever do Estado e direito de 
todos, exercida para a preservação da 
ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio, através, entre 
outras, da polícia militar, essa atividade 
do Estado só pode ser sustentada pelos 
impostos, e não por taxa, se for solicitada 
por particular para a sua segurança ou 
para a de terceiros, a título preventivo, 
ainda quando essa necessidade decorra 
de evento aberto ao público. Ademais, o 
fato gerador da taxa em questão não 
caracteriza sequer taxa em razão do 
exercício do poder de polícia, mas taxa 
pela utilização, efetiva ou potencial, de 
serviços públicos específicos e divisíveis, 
o que, em exame compatível com pedido 
de liminar, não é admissível em se 
tratando de segurança pública.” (ADI 
1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves, 
julgamento em 5-5-1999, Plenário, DJ de 
22-10-1999.) No mesmo sentido: RE 
536.639-AgR, rel. min. Cezar Peluso, 
julgamento em 7-8-2012, Segunda 
Turma, DJE de 29-8-2012; RE 269.374-
AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento 
em 2-8-2011, Segunda Turma, DJE de 
22-8-2011; ADI 2.424, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgamento em 1º-4-2004, 
Plenário, DJ de 18-6-2004. 
 
27) “Taxa de iluminação pública. (…) Tributo 
de exação inviável, posto ter por fato 
gerador serviço inespecífico, não 
mensurável, indivisível e insuscetível de 
ser referido a determinado contribuinte, a 
ser custeado por meio do produto da 
arrecadação dos impostos gerais.” (RE 
233.332, Rel. Min. Ilmar Galvão, 
julgamento em 10-3-1999, Plenário, DJ 
de 14-5-1999.) No mesmo sentido: AI 
479.587–AgR, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, julgamento em 3-3-2009, 
Segunda Turma, DJE de 20-3-2009. 
 
28) “Taxa Judiciária: sua legitimidade 
constitucional, admitindo-se que tome por 
base de cálculo o valor da causa ou da 
condenação, o que não basta para 
subtrair-lhe a natureza de taxa e 
convertê-la em imposto: precedentes 
(ADI 948/GO, 9-11-1995, Rezek; ADI 
1.772-MC/MG, 15-4-1998, Velloso).” (ADI 
1.926-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 
julgamento em 19-4-1999, Plenário, DJ 
de 10-9-1999.) No mesmo sentido: ADI 
2.078, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgamento em 17-3-2011, Plenário, DJE 
de 13-4-2011; ADI 3.826, Rel. Min. Eros 
Grau, julgamento em 12-5-2010, 
Plenário, DJE de 20-8-2010; AI 564.642-
AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgamento em 30-6-2009, Primeira 
Turma, DJE de 21-8-2009; ADI 2.655, 
Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 9-
3-2004, Plenário, DJ de 26-3-2004. Vide: 
ADI 1.378-MC, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 30-11-1995, Plenário, DJ 
de 30-5-1997. 
 
29) "Taxas de limpeza pública e de 
segurança. Leis municipais (...). Acórdão 
que os declarou inexigíveis. (...). Decisão 
que se acha em conformidade com a 
orientação jurisprudencial do STF no que 
tange (...) à taxa de limpeza urbana (...), 
exigida com ofensa ao art. 145, II e § 2º, 
da CF, porquanto a título de remuneração 
de serviço prestado uti universi e tendo 
por base de cálculo fatores que 
concorrem para formação da base de 
cálculo do IPTU. Declaração da 
inconstitucionalidade dos dispositivos 
enumerados, alusivos à taxa de limpeza 
urbana. Pechas que não viciam a taxade 
segurança, corretamente exigida para 
cobrir despesas com manutenção dos 
serviços de prevenção e extinção de 
incêndios." (RE 206.777, Rel. Min. Ilmar 
Galvão, julgamento em 25-2-1999, 
Plenário, DJ de 30-4-1999.) No mesmo 
sentido: AI 848.281-AgR, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 20-
9-2011, Segunda Turma, DJE de 4-10-
2011; RE 433.335-AgR, Rel. Min. 
Joaquim Barbosa, julgamento em 3-3-
2009, Segunda Turma, DJE de 20-3-
2009. Vide: AI 677.891-AgR, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-
3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-
2009. 
 
30) “Lei 5.607, de 31-5-1990, do Estado de 
Mato Grosso, que atribui em favor da 
OAB, Seção daquele Estado, parcela de 
custas processuais. Exercendo a OAB, 
 
 
7 
federal ou estadual, serviço público, por 
se tratar de pessoa jurídica de direito 
público (autarquia), e serviço esse que 
está ligado à prestação jurisdicional pela 
fiscalização da profissão de advogado 
que, segundo a parte inicial do art. 133 da 
Constituição, é indispensável à 
administração da justiça, não tem 
relevância, de plano, a fundamentação 
jurídica da argüição de 
inconstitucionalidade da lei em causa no 
sentido de que o serviço por ela prestado 
não se vincula à prestação jurisdicional, 
desvirtuando-se, assim, a finalidade das 
custas judiciais, como taxa que são.” (ADI 
1.707-MC, Rel. Min. Moreira Alves, 
julgamento em 1º-7-1998, Plenário, DJ de 
16-10-1998.) 
 
31) “Taxa. Localização e funcionamento 
de estabelecimento industrial e 
comercial. Base de cálculo. Número de 
empregados. Não se coaduna com a 
natureza do tributo o cálculo a partir do 
número de empregados.” (RE 202.393, 
Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2-
9-1997, Segunda Turma, DJ de 24-10-
1997.) No mesmo sentido: RE 614.246-
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento 
em 7-2-2012, Primeira Turma, DJE de 15-
3-2012. 
 
32) “A jurisprudência do STF firmou 
orientação no sentido de que as custas 
judiciais e os emolumentos 
concernentes aos serviços notariais e 
registrais possuem natureza tributária, 
qualificando-se como taxas 
remuneratórias de serviços públicos, 
sujeitando-se, em consequência, quer 
no que concerne à sua instituição e 
majoração, quer no que se refere à sua 
exigibilidade, ao regime jurídico-
constitucional pertinente a essa 
especial modalidade de tributo 
vinculado, notadamente aos princípios 
fundamentais que proclamam, dentre 
outras, as garantias essenciais (a) da 
reserva de competência impositiva, (b) 
da legalidade, (c) da isonomia e (d) da 
anterioridade.” (ADI 1.378-MC, Rel. Min. 
Celso de Mello, julgamento em 30-11-
1995, Plenário, DJ de 30-5-1997.) No 
mesmo sentido: ADI 3.260, Rel. Min. Eros 
Grau, julgamento em 29-3-2007, 
Plenário, DJ de 29-6-2007. Vide: ADI 
1.926-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 
julgamento em 19-4-1999, Plenário, DJ 
de 10-9-1999. 
 
33) “A taxa, espécie de tributo vinculado, 
tendo em vista o critério jurídico do 
aspecto material do fato gerador, que 
Geraldo Ataliba denomina de hipóteses 
de incidência (Hipótese de incidência 
tributária, Ed. Rev. dos Tribs. 4. ed., 1991, 
p. 128 et seq.), ou é de polícia, 
decorrente do exercício do poder de 
polícia, ou é de serviço, resultante da 
utilização, efetiva ou potencial, de 
serviços públicos específicos e 
divisíveis, prestados ao contribuinte 
ou postos a sua disposição (CF, art. 
145, II). A materialidade do fato gerador 
da taxa, ou de sua hipótese de incidência, 
é, ‘sempre e necessariamente um fato 
produzido pelo Estado, na esfera jurídica 
do próprio Estado, em referibilidade ao 
administrado’ (Geraldo Ataliba, Sistema 
Trib. na Constituição de 1988, Rev. de 
Dir. Trib., 51/140), ou ‘uma atuação 
estatal diretamente referida ao 
contribuinte’, que ‘pode consistir ou num 
serviço público ou num ato de polícia’ 
(Roque Antônio Carrazza, Curso de Dir. 
Const. Tributário, Ed. R.T., 2. ed., 1991, 
p. 243). As taxas de polícia, conforme 
mencionamos, decorrem do exercício do 
poder de polícia, conceituado este no art. 
78 do CTN, e as de serviço, de um serviço 
público prestado ao contribuinte, serviço 
público específico e divisível (CF, art. 145, 
II). Os serviços públicos, ensina Roque 
Carrazza, ‘se dividem em gerais e 
específicos’, certo que os primeiros, ou 
gerais, ‘são os prestados uti universi, isto 
é, indistintamente a todos os cidadãos’, 
alcançando ‘a comunidade, como um 
todo considerada, beneficiando número 
indeterminado (ou, pelo menos, 
indeterminável) de pessoas.’ (Ob. cit., p. 
243). Esses serviços não constituem fato 
gerador de taxa, não podem, portanto, ser 
custeados por meio de taxa, mas pelos 
impostos. ‘Já os serviços específicos’, 
acrescenta Carrazza, ‘são os prestados 
ut singuli. Referem-se a uma pessoa ou a 
um número determinado (ou, pelo menos, 
 
 
8 
determinável, de pessoas). São de 
utilização individual e mensurável. 
Gozam, portanto, de divisibilidade, é 
dizer, da possibilidade de avaliar-se a 
utilização efetiva ou potencial, 
individualmente considerada’. (Ob. e loc. 
cits.). Noutras palavras, o serviço ‘é 
específico quando possa ser separado 
em unidades autônomas de 
intervenção da autoridade, ou de sua 
utilidade, ou de necessidade pública, 
que o justificou: p. ex., a existência do 
corpo de bombeiros para o risco 
potencial de fogo’; e ‘é divisível 
quando possa funcionar em condições 
tais que se apure a utilização individual 
pelo usuário: – a expedição de 
certidões, a concessão de porte de 
armas, a aferição dos pesos e 
medidas, etc.’ (Aliomar Beleeiro, Direito 
Trib. Brasileiro, Forense, l0. ed., p. 353-
354). O serviço público, pois, que dá 
ensejo ao nascimento da taxa, há de ser 
um serviço específico e divisível. A sua 
utilização, pelo contribuinte, ou é efetiva 
ou é potencial, vale dizer, ou o serviço 
público é prestado ao contribuinte ou é 
posto à disposição deste. (...) Concedo 
que há serviços públicos que somente 
podem ser remunerados mediante taxa. 
Do acórdão do RE 89.876/RJ, relatado 
pelo eminente Min. Moreira Alves (RTJ 
98/230) e da conferência que S. Exa. 
proferiu no ‘X Simpósio Nacional de 
Direito Tributário’ (...) penso que 
podemos extrair as seguintes conclusões, 
com pequenas alterações em relação ao 
pensamento do eminente Min. Moreira 
Alves: os serviços públicos poderiam ser 
classificados assim: 1) serviços públicos 
propriamente estatais, em cuja prestação 
o Estado atue no exercício de sua 
soberania, visualizada esta sob o ponto 
de vista interno e externo: esses serviços 
são indelegáveis, porque somente o 
Estado pode prestá-los. São 
remunerados, por isso mesmo, mediante 
taxa, mas o particular pode, de regra, 
optar por sua utilização ou não. (...) 2) 
Serviços públicos essenciais ao interesse 
público: são serviços prestados no 
interesse da comunidade. São 
remunerados mediante taxa. (...) 3) 
Serviços públicos não essenciais e 
que, não utilizados, disso não resulta 
dano ou prejuízo para a comunidade 
ou para o interesse público. Esses 
serviços são, de regra, delegáveis, vale 
dizer, podem ser concedidos e podem ser 
remunerados mediante preço público. 
Exemplo: o serviço postal, os serviços 
telefônicos, telegráficos, de distribuição 
de energia elétrica, de gás, etc.” (ADI 447, 
Rel. Min. Octavio Gallotti, voto do Min. 
Carlos Velloso, julgamento em 5-6-1991, 
Plenário, DJ de 5-3-1993.)

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