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Leucemia/Linfoma de Células T do Adulto Deisiane Ferreira Biomédica Residente 1º ano UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO HOSPITAL GETÚLIO VARGAS RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM URGÊNCIA, EMERGÊNCIA E TRAUMA RECIFE – PE 2018 Leucemia/Linfoma de Células T do Adulto Conhecida por ATLL Neoplasia de linfócitos T maduros Relacionada à infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I (HTLV-I). Risco de desenvolvimento é entre 3% e 5% Período de latência maior de 30 anos e idade média de inicio entre 50 e 60 anos (PERCHER et al, 2016) HTLV I HTLV I Isolado em 1980 Primeiro retrovírus humano Família Retroviridae Subfamília Orthoretrovirinae Gênero Deltaretrovirus Envelopado Capsídeo icosaédrico Genoma de RNA. (NAGAI et al., 2001; PROIETTI, 2002) Fonte (imagem): MARTINS, 2009 Gp46 Gp21 Formas de Transmissão do HTLV I (PERCHER et al, 2016) Fonte (imagens): medicinanews.com.br cmnddevip.com.br cacp.org.br dialogopsicoterapeutico.com.br correio.rac.com.br Mecanismos patogênicos do HTLV I Infecta linfócitos, monócitos e fibroblastos; porém possui tropismo maior pelos linfócitos CD4+ e CD8+ Desregulação do sistema imunológico aumento de citocinas (TNF-α, IFN-γ, IL-2, IL-5, IL-9, IL-10, IL-13, IL-15, IL-21) diminuição da resposta de células T maior frequência de infeções e enfermidades inflamatórias. (LIPOVETZKY; ARIAS; ABELDAÑO, 2017) Formas clínicas mais agressivas Síndrome tumoral linfoadenomegalias, lesões viscerais múltiplas (hepatoesplenomegalia e infiltração pulmonar), lesões de pele e lesões ósseas Geralmente imunodeficientes infecções oportunistas Sobrevida na maioria dos casos não ultrapassa 12 meses Formas clínicas do ATLL Aguda e Linfomatosa Fonte (imagens): LOAISA, 2018 nurselanalima.blogspot.com ebah.com.br (TOKURA; SAWADA; SHIMAUCHI, 2014) Ausência de massa tumoral Sintomas mais inconsistentes com tipo da doença maligna Sobrevida maior Na maioria dos casos o diagnóstico só é feito durante a agudização do quadro Formas clínicas do ATLL Crônica ou Smoldering (TOKURA; SAWADA; SHIMAUCHI, 2014) Diagnóstico do ATLL ELISA Não reagente Reagente Western blot Negativo Positivo Indeterminado PCR Negativo Positivo HTLV I HTLV II (SILVA et al., 2002) Fluxograma Diagnóstico do HTLV HTLV I HTLV II Diagnóstico do ATLL Linfócitos atípicos com acentuado pleomorfismo nuclear e polilobulados (flower cells) no sangue periférico Mielograma apresenta pequena infiltração de linfócitos convolutos anormais Biópsia confirmatória Imunofenotipagem: CD2, CD7, mCD3, CD5, CD4+/CD8- além de antígenos de ativação celular CD38, CD30+/-, HLADr e CD25+. Elevação do DHL e/ou cálcio séricos. Fonte (imagens): bloodjournal.org Bittencourt, 2008 (LIPOVETZKY; ARIAS; ABELDAÑO, 2017) Hipercalcemia Aumento da reabsorção óssea pelos osteoclastos Pode ser uma complicação fatal em pacientes com ATLL aguda. (SILVA et al., 2002) Diagnóstico do ATLL Tratamento do ATLL Quimioterapia indicada para formas agudas e linfomatosas - VCAP (vincristina, ciclofosfamida, doxorrubicina e prednisona) - AMP (doxorrubicina, ranimustina e prednisona) - VECP (vindesina, etopósido, carboplatino e prednisona) - CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona) INF-α + AZT Escolha para formas latentes e crônicas Fototerapia Lesões cutâneas Transplante de medula óssea alogênico ou Transplante de células estaminais de sangue periférico maior chance de remissão (LIPOVETZKY; ARIAS; ABELDAÑO, 2017) Tratamento do ATLL Redução de 50% ou mais das lesões e não aparecimento de novas Ausência de manifestações clínicas, microscópicas e radiográficas Menos de 5% de flower cell e linfócitos < 4000/mm³ Remissão Parcial Remissão Completa (LIPOVETZKY; ARIAS; ABELDAÑO, 2017) Caso Clínico Paciente RJN , masculino, 50 anos. Tontura, falta de apetite, fadiga muscular generalizada, astenia, perda de peso, tosse produtiva com secreção amarelada no período, constipação intestinal. Linfoadenomegalia em linfonodo cervical posterior a direita, não doloroso. Leucocitose (pico de 107.000/mm³), predomínio de linfócitos (vários apresentavam polimorfismo nuclear). Hipercalcemia Mielograma: Medula óssea hipercelular, 42% de linfócitos com pleomorfismo nuclear e 18% de linfoblastos. ELISA: Reagente para HTLV Western blot: Positivo para HTLV Referências Bibliográficas - LIPOVETZKY, J.; ARIAS, M.; ABELDAÑO, A. Leucemia/linfoma de células T del adulto. Asociación con el virus HTLV1. Dermatología Argentina. v.23, n.4, p.163-173, 2017. - MOXOTO, I. et al. Perfil sociodemográfico, epidemiológico e comportamental de mulheres infectadas pelo HTLV-1 em Salvador-Bahia, uma área endêmica para o HTLV. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. v.40, n.1, p.37-41, 2007. - NAGAI, M. et al. CD8(+) T cells are an in vivo reservoir for human T-cell lymphotropic virus type I. Blood. v.98, n.6, p.1858-1861, 2001. - PERCHER, F. et al. Mother-to-child transmission of HTLV- 1. Epidemiological aspects, mechanisms and determinants of Mother-to-child transmission. Viruses. v.8, n.2, 2016. - PROIETTI, A.B.F.C. et al. Infecção e doença pelos vírus linfotrópicos humanos de células T (HTLV-I/II) no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. v.35, n.5, p.499-508, 2002. Referências Bibliográficas PROIETTI, F.A. et al. Global epidemiology of HTLV-I infection and associated diseases. Oncogene. v.24, n.39, p.6058-6068, 2005. SILVA, F.A. et al. Leucemia-linfoma de células T do adulto no Brasil: epidemiologia, tratamento e aspectos controversos. Revista Brasileira de Cancerologia., v.48, n.4, p.585-595, 2002. SOARES, B.C.C.; PROIETTI, F.A.; PROIETTI, A.B.F.C. Os vírus linfotrópicos de células T humanos (HTLV) na última década (1990-2000) Aspectos epidemiológicos. Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 4, n.2, p.81-95, 2001. TOKURA, Y.; SAWADA, Y.; SHIMAUCHI, T. Skin manifestatons of adult T-cell leukemia/lymphoma: clinical, cytological and immunological features. J Dermatol. v.41, n.1, p.19-25, 2014. Obrigada
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