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JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 1 Linfoma de hodgkin NEOPLASIAS LINFÓIDES → LINFOMAS ↳ São tumores que acometem as células do tecido linfoide (LB, LT e NK) ↳ Os linfomas acometem o tecido linfoide (ou linfático) e se origina nos órgãos e tecidos linfoides ↳ O linfoma de Hodgkin possui a presença de células gigantes neoplásicas de reed-sternberg que são superadas em número pelas células inflamatórias não neoplásicas. DEFINIÇÃO ↳ Grupo distinto de neoplasias caracterizadas pela presença de uma célula gigante tumoral originada das células B, a célula de reed-sternberg e suas variantes, imersas em um substrato de aspecto inflamatório ↳ Menos comum do que o linfoma de não Hodgkin ↳ Picos de incidência em adultos jovens, adultos maduros e em crianças ↳ mais comum em homens ↳ mais comum em crianças depois da LLA e das neoplasias cerebrais CÉLULAS DE REED-STERNBERG ↳ Células de reed-sternberg ↳ Célula binucleada com nucléolos grandes e eosinófilos dando o clássico aspecto de olho de coruja ↳ Citoplasma é abundante e eosinófilo ↳ Pode ocorrer exemplos de tri ou polinucleados ↳ Só as células de reed-sternberg são consideradas diagnósticas da doença de Hodgkin, seu encontro é obrigatório para fechar diagnóstico CÉLULAS DE HODGKIN ↳ O núcleo com nucléolo proeminente é igual ao das células de reed-sternberg ↳ As células são mononucleadas CLASSIFICAÇÃO ↳ O clássico tem associação EBV ↳ A predominância linfocítica naõ tem associação com EBV • caracterizado pela identificação de células gigantes binucleadas, com núcleolos grandes e eosinófilos dando o clássico aspecto de ''olho de coruja'' dentro de um ambiente inflamatório, denominadas de células de reed-sternberg LINFOMA DE HODGKIN CLASSICO LH 2 grupos classico reed-sternberg esclerose nodular celularidade mista ricos em linfócitos depleção de linfócitos predominância linfocítica LINFOMA DE HODGKIN CONCEITOS JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 2 • forma mais comum 60 - 70% • frequentemente igualmente em homens e mulheres • maior propensão de envolver linfonodos da cervical inferior, supraclaviculares e do mediastino • maioria dos pacientes são adolescentes ou jovens adultos • deposição de colágenos em faixas - nódulos circunscritos fibrose (escassa ou abundante) • prognóstico geral é excelente • célula lacular --> variante da célula reed- sternberg • com único núcleo multilobulado • muitos nucléolos pequenos • localizada em um espaço vazio criado pela retração do seu citoplasma • citoplasma claro • coloração pálida • circundada por linfócitos • imunofenótipo: CD15 e CD30 CLÁSSICO: ESCLEROSE NODULAR • 2° tipo mais commum de LH • pacientes >50 anos • 20-25% dos casos totais • células de reed-sternberg clássicas • maior tendencia de disseminação e também de associação a manifestações sistemicas quando comparado ao subtipo da esclerose nodular • imunofenótipo: identico ao tipo esclerose nodular --> CD15 e CD30 • suptipo mais associado ao EBV (70% dos casos com células RS infectadas) • prognóstico geralmente é bom • céluals de RS clássicas • circundada por eosinófilos, linfócitos e histiócitos • aspecto heterogêneo • fibrose difusa em rosinha claro CLÁSSICO: CELULARIDADE MISTA • pouco frequente • histologicamente apresenta proliferaçaõ nodular ou difusa de linfócitos pequenos em meio aos quais encontram-se células RS clássicas (seta verde) • células RS normalemnte mononucleadas • proliferação nodular ou difusa de linfócitos pequenos • associa-se a 40% com EBV • prognóstico bom e excelente • imunofenotipagem: CD15 CLÁSSICO: RICO EM LINFÓCITOS JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 3 ETIOPATOGÊNESE ↳ Os eventos que transformam essas células e alteram sua aparência e expressões genicas permanecem obscuros ↳ Uma das hipóteses indica o envolvimento do vírus Epstein – barr ↳ O EBV atinge linfócitos B no centro germinativo no linfonodo, o DNA do vírus é incorporado no genoma dos linfócitos e essa incorporação causa uma série de instabilidade genéticas na célula onde você tem 1. Hipermutações 2. Alterações genicas ↳ Derivado do processo de infecção incorporação do material genético do vírus nos linfócitos ↳ Essas modificações, alterações genéticas vão repercutir na morfologia da célula (por isso ela será gigante, núcleo diferente) ↳ Alguns marcadores começam a ser expressos (LMP-1) e essas células começam a ativar fator de transcrição do gene NF-kappaBETA ↳ Essas modificações levam a ativação desse gene ↳ Essa super ativação e expressão do NF-kappaB que leva o processo evitando a apoptose de células defeituosas, ou seja, vai favorecer mais o aparecimento de mutações que não serão corrigidas fazendo com que haja outras mutações que vão produzir e chegar as células de reed-sternberg. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ↳ Linfadenopatia na área cervical, axilar ou mediastinal ↳ Linfonodos indolor ↳ Maior consistência à palpação ↳ Menor motilidade ↳ Menor sensibilidade ↳ Maior tamanho • incomum menos de 5% • pior prognóstico • idosos • indivíduos com HIV • caracteriza-se por: • grandes numeros de células RS pleomórficas • escassez de linfócitos e abundancia das celulas de RS • depleção linfocitária • padrão de fibrose difusa • encontram-se células RS clássicas CLÁSSICA: DEPLEÇÃO DE LINFÓCITOS • ou linfocitária nodular • pode surgir em qualquer idade mas o pico é na 4° década • + frequente em homens • 5% dos casos de LH • variante linfo-histiocítica das céluials de RS • não tem associação com EBV • intensa proliferação de linfócitos pequenos com distribuição vagamente nodular, em meio aos quais se contram células linfocitico-histiocíticas (L&H) • célula linfo-histiocítica • núcleo delicado e multilobulado (célula em pipoca) - linfócitos e histiócitos • eosinófilos, neutrófilos, plasmócitos são raros ou ausentes • linfadenopatia cervical isolada ou axilar • prognóstico é excelente • imunofenótipo: CD20, BCL6 PREDOMINÂNCIA LINFOCÍTICA 2 GRUPOS DE SINTOMAS SINTOMAS A fadiga puridos SINTOMAS B clássicos perda de peso febre e prurido sudorese noturna JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 4 ↳ Alguns pacientes podem apresentar lesão por massa crescente, tosse ou estridor resultante de compressão traqueobrônquica por doença mediastinal ou dor óssea secundária ao envolvimento metastático ↳ Esse linfoma pode acometer extensamente a medula óssea e em alguns pacientes surgem anemia sintomática ou pancitopenia. o MACROSCOPIA ↳ Aumento de um único grupo de linfonodos LH clássico, as do tipo esclerose nodular e de celularidade mista Linfadenomegalia cervical Radiografia do tórax mostrando alargamento do mediastino por massa linfonodal o MICROSCOPIA ↳ O elemento constituinte essencial do linfoma de Hodgkin é a célula de reed-sternberg DIAGNÓSTICO ↳ Reconhecimento das células de reed-sternberg ou das células de Hodgkin (ou de ambas) ↳ A biópsia por punção aspirativa com agulha fina não é adequada para o diagnóstico. ↳ São necessárias biópsias abertas e coloração imuno- histoquímica padronizada para estabelecer com precisão o diagnóstico e determinar o subtipo histológico. o IMUNOFENÓTIPO ↳ Pode auxiliar na identificação do subtipo específico ↳ As células de reed-sternberg se coram positivas para 1. CD30 2. CD15 3. Fator de transcrição/proteína ativadora especifica de células B ESTADIAMENTO ↳ Tendencia de disseminação de maneira ordenada a partir de linfonodos inicialmente envolvidos ↳ O estadiamento de LH pode ser estabelecido pela utilização de exames de imagem e laboratoriais rapidamente acessíveis ↳ A avaliação deve começar com uma anamnese cuidados para pesquisar a presença de sinais indicadores de localização, como dor óssea, ou os sintomas constitucionais 1. Febre 2. Perda depeso 3. Sudorese noturna ↳ O histórico pode também revelar comorbidade que podem afetar a aplicação segura do tratamento planejado • O CD20 é um marcador em geral confiável de linhagem celular B que está positivo em cerca de 40% dos casos de LH clássico • normalmente apenas em uma minoria de células e com uma marcação fraca • em constrate, o LH de predominancia linfocítica nodular quase sempre é marcado fortemente positivo para CD20 e para os marcadores de células B especializadas CD79a e CD45, sendo negativo para CD30 e CD15 • o linfoma de grandes células anaplásico é positivo para CD30, mas negativo para CD15, CD20 e CD79a CD20 JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 5 ↳ O exame físico pode identificar linfadenopatia ou organomegalia ↳ Certos testes são requisitados apenas para manifestações específicas: ▪ Sintomas B ou leucócitos <4.000/mm³, Hb < 12 g/dL (mulheres) ou 13 g/dL (homens) ou plaquetas <125 x 103/mm³ → biópsia e aspirado de medula óssea ▪ Doença com estágio 1A ou 11A com envolvimento de linfonodo cervical (supra-hioide) → exame em ouvidos, nariz e garganta ↳ O sistema de Ann arbon com modificação cotswold categoriza os pacientes em quatro estágios. ↳ Os 3 primeiros indicam a extensão da doença linfonodal 1. Estágio 1 → única área nodal 2. Estágio 2 → duas ou mais áreas nodais, mas ainda em um lado do diafragma 3. Estágio 3 → doença nodal em ambos os lados do diafragma 4. Estágio 4 → reservado para doença extranodal, que para sentidos práticos é doença na medula óssea, pulmão, osso ou fígado. ↳ O LH em qualquer outro sítio extranodal deve induzir o questionamento do diagnóstico ou a procura de infecção por HIV TRATAMENTO ↳ Quimioterapia com ou sem radioterapia ↳ dependendo do estágio e de outros fatores de risco ↳ A quimio + radio é o tratamento padrão de LH nos estágios iniciais ↳ usada para doença em estágio avançado em alguns pacientes, como aqueles com doença volumosa ↳ Combinação de adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina (ABVD) • anamnese completa para a procura de sintomas B (febre, perda de peso e sudorese noturna) ou outros problemas sintomáticos sugerindo doença mais avançada • exame físico para linfadenopatia ou organomegalia • hemograma completo • creatina sérica, fosfatase alcalina, lactato desidrogenase, bilirrubina, eletroforese de proteinas (incluindo o nível de albumina sérica) • radiografia de tórax, incidencias posteroanterior e lateral • imagem por tomografia computadorizada de pescoço, tórax, abdome e pelve • tomografia por emissão de pósitrons com fludesoxiglicose associada a tomografia computadorizada (PET/TC) TESTES NECESSÁRIOS PARA ESTADIAMENTO JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 6 PIOR PROGNÓSTICO ↳ Sintomas B ↳ Idade avançada >45 anos ↳ Estágio avançado no momento de diagnóstico inicial ↳ Sexo masculino ↳ Albumina baixa ↳ VHS elevado ↳ Hemoglobina <10,5 g/dL ↳ Leucócitos >15.000/mm³ ↳ Linfócitos < 600/mm³ ↳ Perfil histopatológico de depleção de linfócitos e aumento do número de macrófagos associados a tumores COMPLICAÇÕES ↳ Cáries dentárias ↳ Hipotireoidismo ↳ Infertilidade ↳ Redução da imunidade contra infecções ↳ Neoplasias secundárias • não causa infertilidade ou danos às células-tronco • eficaz em pacientes com LH infectados pelo HIV ABVD • regime intensificado • composto por bleomicina, etoposídeo, doxorrubicina, ciclofosfamida, vincristina, procarbazina e prednisona • defendido por alguns como o novo padrão para tratamento do LH avançado no lugar do ABVD • estudos mostraram que esse tratamento comparado ao ABVD resulta em melhor controle inicial do tumor, mas o resultado clínico em longo prazo naõ difere significativamente entre os dois regimes • a taxa de complicações é maior • objetivo de curar é o mínimo de efeitos tóxicos ESQUEMA BEACOPP • anticorpo conjugado anti-cd30 brentuximabe vedotina e o anticorpo monoclonal anti-pd-1 nivolumabe ANTICORPO TA XA S D E CU RA 85 a 90% em estágio inicial 75% estágio III/V • leucemia mieloide aguda/mielodisplasia (BEACOPP) • linfoma não hodgkin • melanoma • sarcoma de tecido mole • adenocarcinoma • mama • tireoide • pulmão • estomago e esofago • carcinoma de células escamosas • pele • colo de útero • cabeça e pescoço NEOPLASIAS SECUNDÁRIAS
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