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Unidade VI Planejamento Urbano Ambiental e Espaços Livres

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Urbanização e 
Meio Ambiente
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dr. Vivian Fiori
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
• Introdução
• Gestão e Planejamento Urbano-Ambiental
• Planejamento Urbano no Brasil
• Estatuto da Cidade - Plano Diretor
• Áreas Verdes Urbanas
 · Discutir algumas concepções sobre planejamento urbano-ambiental 
no Brasil.
 · Analisar a questão dos espaços livres e áreas verdes nas cidades 
brasileiras.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade, abordaremos a temática da gestão e do planejamento 
ambiental e também da questão dos espaços livres e áreas verdes nas 
cidades brasileiras.
Procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complemen-
tar. Saber planejar é um diferencial importante na sua formação profissional.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais 
interativo possível é fundamental assistir à videoaula e realizar as ativida-
des propostas. Cada material disponibilizado é mais um elemento para 
seu aprendizado.
Bons estudos!
ORIENTAÇÕES
Planejamento Urbano-Ambiental 
e Espaços Livres
UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
Contextualização
É necessário distinguir gestão de planejamento urbano-ambiental. Usa-se muito 
o termo gestão atualmente, com expressões como gestão ambiental, de recursos 
humanos, urbana etc. Importante destacar que gestão refere-se ao período de 
administração pública ou de administração de uma determinada atividade numa 
instituição pública ou privada.
O planejamento é uma atividade para o futuro. Planejar questões urbano- 
-ambientais tem relação com o planejamento que se faz das atividades urbanas para 
o futuro.
Conforme diz Marcelo Lopes de Souza (2006a, 2006b), a expressão planeja-
mento vem de: planning, planung, planification, planeamento - vem do latim 
planus - o plano desta construção.
Planejar é prever a evolução de um problema ou situação e pensar as ações, 
estabelecer metas e diretrizes para as ações que serão realizadas, pois, conforme 
define o autor:
Não obstante, a pretendida (não por todos, felizmente) substituição 
de planejamento por gestão baseia-se em uma incompreensão da 
natureza dos termos envolvidos. Planejamento e gestão não são termos 
intercambiáveis, por possuírem referenciais temporais distintos e, por 
tabela, por se referirem a diferentes tipos de atividades. Até mesmo 
intuitivamente, planejar sempre remete ao futuro: planejar significa 
tentar prever a evolução de um fenômeno ou, para dizê-lo de modo 
menos comprometido com o pensamento convencional, tentar simular 
os desdobramentos de um processo, com o objetivo de melhor 
precaver-se contra prováveis problemas ou, inversamente, com o fito 
de melhor tirar partido de prováveis benefícios. De sua parte, gestão 
remete ao presente: gerir significa administrar uma situação dentro dos 
marcos dos recursos presentemente disponíveis e tendo em vista as 
necessidades imediatas. O planejamento é a preparação para a gestão 
futura, buscando-se evitar ou minimizar problemas e ampliar margens 
de manobras; e a gestão é a efetivação, ao menos em parte (pois o 
imprevisível e o indeterminado estão sempre presentes, o que torna a 
capacidade de improvisação e a flexibilidade sempre imprescindíveis), das 
condições que o planejamento feito no passado ajudou a construir. Longe 
de serem concorrentes ou intercambiáveis, planejamento e gestão são 
distintos e complementares (SOUZA, 2006b, p. 46).
Entretanto, planejar é uma atividade bastante complexa, pois envolve diferentes 
níveis de governo. É fundamental também observar algumas condições quando 
vamos fazer um planejamento, cujas situações serão explicitadas no texto teórico. 
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7
Introdução
Nesta unidade, vamos tratar de planejamento urbano-ambiental, dando ênfase 
às formas de planejamento no Brasil e também à importância dos espaços livres 
nas cidades brasileiras, principalmente às áreas verdes.
Gestão e Planejamento Urbano-Ambiental
Gestão urbana e ambiental refere-se à gestão da administração pública, princi-
palmente das políticas públicas implementadas pelos diferentes níveis de governo: 
federal, estadual e municipal sobre temáticas urbano-ambientais. 
Em alguns casos, as diretrizes e leis da política podem ser elaboradas no nível 
federal e sua gestão e prática ocorrerem no nível municipal ou estadual. No 
nível federal, tais políticas têm relação principalmente com o Ministério de Meio 
Ambiente (MMA) e Ministério das Cidades e, em muitas cidades de pequeno porte 
brasileiras, sequer há secretarias específicas para meio ambiente.
O conceito de planejamento relaciona-se com uma ação proposta mediante 
planos para o futuro. Envolve diagnóstico, no qual os problemas e potencialidades 
locais de uma determinada cidade são levantados e, ao mesmo tempo, propostas 
ações e metas para o futuro.
No Brasil, lamentavelmente, muitas prefeituras não realizam um planejamento 
a longo prazo, tampouco os governos estaduais que geralmente devem estar 
envolvidos em algumas temáticas ligadas à questão ambiental. Contudo, essas 
práticas precisam ser realizadas para que as cidades se organizem e possibilitem 
um modo de vida mais adequado e saudável aos seus moradores.
Fundamental perceber que não se tratam apenas de definições técnicas do que 
é o melhor para cidade, mas também de decisões políticas e de participação da 
população requerendo e cobrando os governantes para uma cidade planejada e 
com uma gestão que considere as questões ambientais.
Jan Bitoun comenta sobre as políticas territoriais no Brasil:
Nessa multiplicidade, aninham-se orientações diversas que expressam 
contradições quanto aos objetivos das políticas territoriais. Há embates 
em curso, implícitos ou explícitos, que podem ser identificados nos textos 
oficiais e nas posições dos sujeitos envolvidos na elaboração e implantação 
dessas políticas: os próprios ministérios, com suas tradições técnicas, 
alianças políticas, e suas relações com os Poderes Legislativo e Judiciário; 
os estados e municípios, com suas preocupações de financiamento e de 
legitimação pelas sociedades locais; as representações da sociedade civil 
em conferências, conselhos e instâncias participativas; o empresariado 
interessado no direcionamento dos investimentos públicos; a comunidade 
7
UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
acadêmica produtora de insumos para as citadas políticas. Tentar 
reconhecer como esses diversos interesses se organizam para defender 
as orientações de políticas territoriais é um grande desafio, sobretudo se 
considera que uma determinada orientação tomada na escala nacional 
pode ser profundamente modificada quando se “geograficiza” na escala 
local, em que o resultado das alianças pode ser bastante diferente 
(BITOUN, 2009, p. 21).
O autor enfatiza o papel dos diferentes atores sociais e os embates existentes 
entre eles em relação às questões de planejamento e gestão territorial, dos seus 
diversos interesses e formas de pensar. De um lado, por exemplo, estão os 
Ministérios e Secretarias envolvidos com a economia, buscando que as cidades 
cresçam e se tornem mais dinâmicas economicamente; de outro, está o Ministério 
de Meio Ambiente, cujo discurso diz que o crescimento econômico não pode se 
realizar sem o cumprimento das legislações e preocupações com o meio ambiente.
É comum, por exemplo, nas cidades haver casos sobre disputas devido às 
diferentes intencionalidades em relação à preservação ou não de uma determinada 
área verde, já que o interesse dos promotores imobiliários, muitas vezes, é auferir 
renda com esses espaços, em geral para a verticalização (construção de prédios).
Portanto, a definição de uma política pública é complexa e não depende 
apenas de normas e legislações,embora elas possam ser importantes, mas sim 
de como se realizam concretamente nas diferentes cidades brasileiras.
A primeira delas é a questão da multidimensionalidade das escalas, pois, o 
planejamento atua sobre diferentes escalas, sobretudo, hoje, com o processo de 
globalização. Embora, ao planejar, muitas vezes, exista a atuação mais direta da 
prefeitura, há também o nível do governo estadual, federal, bem como situações de 
municípios que se encontram em Regiões Metropolitanas.
Além disso, com o processo de globalização, as influências globais e crises 
mundiais são cada vez mais frequentes e acabam interferindo na existência das 
cidades, sobretudo nas grandes metrópoles.
Outro aspecto a ser considerado é que o mundo de hoje é marcado pelo sistema 
financeiro. Isso faz com que exista dificuldade de se pensar um território, cujo 
comando, além do próprio governo, se dá também por mecanismos econômicos, 
organizações e empresas que, muitas vezes, são globais. Portanto, como fazer um 
planejamento se há uma crise constante no território?
Existem novas formas organizacionais de empresas transnacionais, bem como 
do sistema financeiro global, assim como há a privatização do território, com o uso 
corporativo do território pelos grandes atores hegemônicos, caso, por exemplo, 
dos agentes imobiliários e das grandes empresas comerciais e industriais.
Isso faz com que, muitas vezes, as necessidades dessas empresas e desses 
atores hegemônicos se instalam no território como se fosse de interesse de toda 
população. Isso leva a uma condição na qual o planejamento acaba sendo feito, 
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9
cooptado pelos interesses do capitalismo e dos grandes agentes hegemônicos em 
detrimento dos interesses e usos sociais de toda população.
Outra questão importante é a dimensão política. Ao pensarmos o planejamento 
de uma cidade, devemos ter em vista que para além da prefeitura, existem também 
atuações do governo estadual e federal nesta cidade. Como exemplo, lembramos 
que existem rodovias federais, outras estaduais e outras municipais. Desse modo, 
ao pensar o planejamento, é fundamental que ele seja integrado nos diferentes 
níveis de governo.
Contudo, sabemos que, por uma questão política, esta atuação de forma inte-
grada, nem sempre se faz de forma adequada, já que existem diferentes intencio-
nalidades dos diferentes partidos políticos existentes, bem como, para além disso, 
existe também interesse do capitalismo, dos atores hegemônicos que, muitas vezes, 
apoiam os governos e, posteriormente, acabam ganhando benefícios pessoais em 
detrimento da maioria da população.
Em muitos casos, o planejamento é feito, bem como a própria gestão, sem que 
se tenha uma participação da população, nos diferentes setores e interesses da 
população, sejam reconhecidos na hora de se realizar o planejamento.
Como afirmamos anteriormente, planejar é pensar o futuro, é fazer um plano, é 
propor meta, diretrizes, é definir prioridades. Obviamente, também, para planejar, 
temos de reconhecer a necessidade da existência de recursos econômicos para a 
realização desse planejamento. Isso se faz a partir do orçamento.
Por isso, as crises mundiais que afetam, muitas vezes, os países também são 
fatores que acabam dificultando a existência de um planejamento eficaz.
Existem diferentes teorias e formas de pensar o planejamento, que serão 
discutidas a seguir:
Planejamento Pragmático
Existem diferentes formas de se pensar planejamento. Uma delas é conhecida 
como planejamento pragmático. Esta concepção parte do princípio que para 
planejar deve-se ter uma objetividade e uma neutralidade técnica.
Contudo, sabemos que o planejamento, bem como a gestão urbana são ações 
políticas, esta neutralidade, em geral, não existe.
Outro aspecto desta perspectiva é que, geralmente, ela se dá de uma forma a 
qual denominamos heteronomia, ou seja, o planejamento se faz sem que haja a 
participação da população e há uma definição técnica que decide e define como 
planejar e como atuar na cidade, numa ação impositiva- de cima para baixo.
Portanto, essa perspectiva de planejamento acaba sendo uma forma de centrali-
zação do poder, na qual costumeiramente há prioridade para a criação dos objetos, 
as normas e as leis do que para as relações sociais.
9
UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
Logo, é uma abordagem mais tecnocrática, na qual se dá importância da 
definição técnica de planejamento, sem que se observem as prioridades sociais ou 
o entendimento e interesse da população.
Conforme explica Marcelo Lopes de Souza sobre esta abordagem tecnocrática 
de gestão e planejamento:
Uma abordagem tecnocrática típica preconiza o primado dos “especia-
listas”, pretensamente neutros ou imparciais, a eles cabendo tanto a ela-
boração da proposta de intervenção quanto do diagnóstico que, muitas 
vezes, antecede a elaboração da proposta (ainda que o diagnóstico seja, 
frequentemente, superficial, e não considere a percepção e a vivência 
dos usuários dos espaços). Como já se viu, a proposta de intervenção 
é elaborada parcialmente com base no diagnóstico, mas é sobretudo 
condicionada por modelos normativos referentes à “cidade ideal” (sem 
contar, é evidente, as injunções políticas). Impermeável à participação 
popular ou, na melhor das hipóteses, reduzindo esta a uma participação 
despida de verdadeiro poder decisório (participação, por conseguinte, 
entre aspas), o tecnocratismo mostra-se presente de modo cristalino no 
Urbanismo modernista e no planejamento regulatório clássico em geral, 
mas não está ausente também de quase todas as outras concorrentes 
(SOUZA, 2006b, p. 182).
Deste modo, essa abordagem - mais comum no planejamento brasileiro, acaba 
por não fazer a relação entre os interesses da sociedade e a realização das etapas 
e ações, bem como o que vai ser prioritário para o planejamento de uma cidade.
Planejamento Crítico
Outra forma existente e corrente do pensamento do planejamento é o chamado 
planejamento crítico. Nele é fundamental a participação e conhecimento da 
população em relação ao planejamento.
Desse modo, existem assimetrias de acessos aos processos decisórios e 
informações. Quando afirmamos que existem assimetrias, estamos nos referindo 
ao fato de que poucos têm informações sobre o que acontece na sua própria 
cidade. Muitas vezes, as pessoas desconhecem por completo qual é o papel 
do prefeito, do governador, o papel das diversas secretarias existentes e ainda 
confundem os diferentes níveis de poder, por exemplo, o que é o governo 
estadual, federal e municipal.
Seja por ignorar estas informações ou por também não terem interesse em 
política, o fato é que as definições sobre o que é feito com o orçamento da cidade, 
como é feito o planejamento da cidade, pouco é conhecido pela população, com 
algumas exceções, entre elas algumas lideranças comunitárias que, muitas vezes, 
são informadas e também os atores hegemônicos que buscam se informar para 
que possam se aproveitar da melhor forma da gestão e do planejamento existente, 
conforme seus próprios interesses.
10
11
O autor Cornélius Castoriadis propõe que o planejamento seja autonomista, ou 
seja, que tenha participação da população nas decisões no planejamento, seja nas 
cidades ou em quaisquer outros tipos de planejamentos existentes.
Cabe-nos indagar: Por que certas obras são feitas enquanto outras não? Por que 
em certas partes da cidade há inúmeras obras sendo realizadas enquanto nas partes 
mais pobres essas mesmas obras não ocorrem?
É importante perceber que para além da dimensão técnica existe também a 
dimensão política por trás das decisões de como são feitas a gestão e o planejamento 
urbano no Brasil.
Desse modo, é fundamental considerar o conhecimento técnico dos consultores, 
dos engenheiros, dos geógrafos, dos arquitetos, entre outros técnicos que geralmentelidam e atuam na área de planejamento.
Entretanto, para além do conhecimento técnico, é importante fazer uma mediação 
sobre o interesse do conhecimento da população, já que, muitas vezes, as obras são 
realizadas sem uma consulta prévia e nenhuma forma de participação popular, o que 
contraria, atualmente, algumas formas de gestão e planejamento no Brasil.
Estabelecendo Prioridades
Ao planejar, portanto, devem-se considerar quais são os usos já existentes no presente 
e prever mudanças no futuro, por exemplo: Para onde a cidade deve crescer? Quais 
são os lugares ou os bairros que merecem maior investimento? Quais diferentes usos 
deverão existir na cidade? Estas são algumas perguntas que, ao fazer planejamento, 
precisam ser respondidas.
Os investimentos, portanto, do poder público sobre o território, caso de infraestrutura, 
equipamentos viários, entre outros, precisam ser defi nidos e escolhidos conforme a 
prioridade. Quais são as áreas que carecem de maiores infraestruturas? Para aonde deve ir o 
dinheiro do orçamento? Como estão distribuídas as atividades como abastecimento de água 
e esgoto, a energia elétrica, as áreas verdes e espaços livres na cidade?
Ex
pl
or
Planejamento Urbano no Brasil
O planejamento urbano no Brasil já existe há tempos, principalmente a partir 
do final do século XIX, mas efetivamente, mesmo até hoje, muitas vezes, o que se 
faz é apenas a gestão, ou seja, o cotidiano das atividades administrativas públicas, 
mas, em geral, não se observa a necessidade de planejar a longo prazo.
Outro aspecto a ser destacado: planejamento não é só fazer diagnóstico (levan-
tamento dos problemas e potencialidades) e sim também pensar e definir as ações 
após este diagnóstico, levantando-se as prioridades, estabelecendo-se metas que 
sejam possíveis de serem alcançadas num determinado tempo.
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UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
Outro problema da gestão e planejamento no Brasil é o fato de não ter 
continuidade das políticas públicas. Muitas vezes, obras são inacabadas, prioridades 
são mudadas à medida que muda a gestão pública – em geral, no Brasil, isto ocorre 
a cada quatro anos (ou mais conforme a reeleição).
Com o processo de redemocratização do Brasil, pós 1985, e a criação da Nova 
Constituição Federal Brasileira, em 1988, a questão urbana passa novamente a ser 
tratada como prioridade. Após esse período, o governo federal criou o Ministério 
das Cidades que prioriza a definição de políticas públicas específicas para as cidades 
brasileiras, sobretudo as grandes cidades.
A seguir, vamos detalhar um pouco dessas políticas, explicando a Lei do Estatuto 
da Cidade (2001) e a necessidade de existência de Plano Diretor para algumas 
cidades brasileiras.
Estatuto da Cidade - Plano Diretor
O Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (BRASIL, 2001), 
preconiza a necessidade que regulamenta o artigo 182 e 183 da Constituição 
Federal, estabelecendo diretrizes gerais da política urbana brasileira.
Nesse Estatuto, tornado lei, estabelecem-se normas de ordem pública de 
interesse social para regular o uso da propriedade urbana em prol do bem 
coletivo, da segurança e o bem-estar dos cidadãos, bem como também se busca 
o equilíbrio ambiental.
Esta é uma política de ordenamento e do uso do solo, com caráter desenvolvi-
mentista e de planejamento urbano. Nessa legislação disponibilizada nos sites da 
Presidência da República e da Casa Civil, estabelece-se uma série de artigos, nos 
quais se propõem uma legislação de uso e ocupação do solo, do parcelamento e 
outros instrumentos jurídicos e urbanísticos.
A partir do Estatuto da Cidade, tornou-se obrigatório o Plano Diretor, ou seja, 
que os municípios criassem um plano de uso e ocupação do solo para as cidades.
No Brasil, o Plano Diretor é obrigatório para os municípios:
• Com mais de 20 mil habitantes;
• Pertencentes às Regiões Metropolitanas e às Aglomerações Urbanas;
• Integrantes de áreas de especial interesse turístico, segundo as definições dos 
Estados e do governo federal;
• Localizados em áreas de influência de empreendimentos ou atividades com 
significativo impacto ambiental na região ou no País, como usinas hidrelétricas, 
aeroportos, portos, grandes obras rodoviárias.
12
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O Plano Diretor é uma lei municipal que deve ser aprovada na Câmara Municipal 
e corresponde a uma política com regras de uso e ocupação do solo sobre o 
território municipal como um todo, não apenas na área urbana.
É um instrumento de política de desenvolvimento urbana e que deve ter 
por obrigação a participação popular. Deve, ainda, ser a parte integrante do 
planejamento municipal que é mais amplo, pois existem os planos setoriais, entre 
eles podemos citar: na área de educação, na área de saúde, do meio ambiente, da 
habitação, entre outros setores municipais.
Além desses planejamentos já existentes, as cidades são obrigadas também 
a fazer o Plano Diretor e a partir daí devem incorporar as propostas no Plano 
Plurianual e nas Diretrizes Orçamentárias, ou seja, o Plano Diretor não deve ser 
só um conjunto de ideias, mas deve constar nas diretrizes e orçamento da cidade.
As principais funções do Plano Diretor devem ser:
• propiciar o crescimento e indicar as formas de crescimento da cidade;
• buscar garantir a legalização dos assentamentos irregulares e clandestinos;
• almejar a qualidade ambiental para o município.
Além disso, deve:
• buscar atender aos interesses de todos os cidadãos e não apenas alguns 
segmentos; e
• cumprir à risca o que está definido no Estatuto da Cidade, que é a sua princi-
pal legislação.
Desse modo, conforme diz o artigo n. 40 do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor 
é um componente do planejamento municipal e os seus instrumentos econômicos, 
tributários e financeiros deverão ser articulados para a implementação da política 
urbana que for definida no Plano Diretor.
Para realizar um Plano Diretor, é fundamental que exista uma equipe que 
pode ser formada pelos funcionários das secretarias municipais e também por 
consultorias especializadas, para a realização de uma leitura e um levantamento 
técnico do município.
Neste diagnóstico, devem-se evidenciar: os aspectos da ocupação do solo 
(diferentes usos da cidade), da geologia e dos aspectos físico-ambientais (relevo, 
vegetação, bacias hidrográficas, resíduos sólidos etc.), do transporte, da moradia, da 
questão jurídica, considerando-se também outras legislações e planos já existentes 
no município.
É fundamental considerar também outras legislações que tenham relação com as 
formas de ocupação da cidade ou outras formas de planejamento já pré-existentes, 
por exemplo, a Agenda 21, se houver, planos de comitês de bacias hidrográficas, 
planos para a preservação do patrimônio cultural e ambiental, planos de turismo, 
ou seja, todos os planos já existentes no município devem ser considerados ao se 
realizar o Plano Diretor.
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UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
Numa leitura comunitária da cidade, é fundamental que na discussão do Plano 
Diretor exista a participação popular, já que isso é lei, segundo o Estatuto da Cidade.
Desse modo, é fundamental que a população seja avisada por diferentes meios 
e mecanismos de divulgação para a participação, seja mediante jornais ou por 
panfletos, rádios, rádios comunitárias, entre outros.
Após a leitura técnica dos diferentes aspectos da cidade, bem como da 
participação da população, são realizadas reuniões para definição das prioridades 
e a organização e sistematização das informações definidas.
A leitura técnica deve ser feita a partir de informações e levantamentos feitos 
sobre os aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais do município. Devem 
ser sistematizados os dados por meio de mapas, informações sobre o município, 
bases de dados, mapas e fazer umaleitura e síntese dessas informações, caso, por 
exemplo, de diversos indicadores, tais como:
• Indicador de mobilidade e circulação (questão das vias, avenidas, estradas, 
meios de transporte existente etc.);
• Caracterização da população e a sua mobilidade na cidade;
• Quais são os bairros existentes, a densidade da população por bairro ou distrito, 
as condições de emprego e renda por distrito;
• O crescimento da população, onde está crescendo mais a população no 
município etc.;
• Os diferentes usos de ocupação do solo urbano e rural (tipos de ocupação, 
tipos de atividades existentes, áreas industriais, áreas desocupadas, áreas de 
cultivo agrícola);
• A infraestrutura urbana existente, rede de equipamentos (educação, cultura, 
esporte, saúde, meio ambiente etc.);
• As condições do meio físico (rede hídrica, bacia hidrográfica, vegetação e 
assim por diante.
Desse modo, mediante a leitura técnica e as reuniões empreendidas com a 
população, definem-se as prioridades para o município e observam-se no orçamento 
existente na cidade, essas prioridades.
Logo, é importante lembrar que o Plano Diretor é obrigatório para alguns 
tipos de cidades, bem como a participação popular também. Caso não exista essa 
participação, os munícipes podem fazer um documento reclamando no Ministério 
Público, da não observação do que consta na legislação do Estatuto da Cidade, ou 
seja, é necessário que exista essa participação popular.
14
15
Ao mesmo tempo, tudo que consta no Plano Diretor deverá considerar as 
leis existentes, caso, por exemplo, da Lei Orgânica Municipal (LOM), legislações 
ambientais, leis de parcelamento do solo, entre outras, para que se tenha 
correspondência entre o que está estabelecido nas leis e a existência deste plano.
É importante que o Plano Diretor considere alguns aspectos, caso da regulação 
do uso e do parcelamento do solo urbano, considera as desigualdades existentes 
na cidade e os diferentes grupos sociais sejam representados (INSTITUTO 
PÓLIS, 2005).
Para isso, é fundamental eleger alguns temas prioritários e não se podem 
confundir planejamentos setoriais, caso, por exemplo, planejamento da área de 
saúde com o plano diretor, que é um plano de uso e ocupação do solo.
No Plano Diretor, deve constar macrozoneamentos e os zoneamentos existentes 
para definição das prioridades e de que lugares da cidade devem crescer mais e 
quais aqueles que, por uma questão de lei, não permitem essa expansão urbana, 
caso, por exemplo, de legislações que não permitem ocupação em áreas, cuja lei 
ambiental de área de preservação permanente, por exemplo, ou ainda, a criação 
de Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM), macrozoneamento ambiental, 
entre outros mecanismos de preservação ou recuperação ambiental.
Alguns exemplos de temas prioritários poderiam ser: moradia digna para todos; 
a importância de se considerar o patrimônio ambiental e cultural ameaçado de 
degradação; as áreas com riscos ambientais e a expansão do município para as 
periferias, que muitas vezes ocorre de forma inadequada. Todos esses aspectos, 
portanto, precisam ser considerados.
A seguir, vamos aprofundar a temática sobre as áreas verdes urbanas e suas 
formas de planejar tais áreas nas cidades.
Áreas Verdes Urbanas
É comum, nas grandes cidades brasileiras, cada vez menos espaços livres para 
atividades de lazer para população, bem como de áreas verdes sejam praças, 
parques urbanos, caminhos verdes ou outros.
Em algumas cidades, há uma distribuição desigual destes equipamentos públicos, 
quando comparamos os espaços dos mais ricos e mais pobres das cidades.
15
UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
Parques e Áreas Verdes
Parque urbano é uma área verde com função ecológica, estética e de lazer, no entanto, com 
uma extensão maior que as praças e jardins públicos.
De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde 
de domínio público “o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, 
paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e 
ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização”. 
As áreas verdes urbanas são consideradas como o conjunto de áreas intraurbanas que 
apresentam cobertura vegetal, arbórea (nativa e introduzida), arbustiva ou rasteira 
(gramíneas) e que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida e o equilíbrio 
ambiental nas cidades. Essas áreas verdes estão presentes numa enorme variedade de 
situações: em áreas públicas; em áreas de preservação permanente (APP); nos canteiros 
centrais; nas praças, parques, florestas e unidades de conservação (UC) urbanas; nos jardins 
institucionais; e nos terrenos públicos não edificados.
Exemplos de áreas verdes urbanas: praças; parques urbanos; parques fluviais; parque 
balneário e esportivo; jardim botânico; jardim zoológico; alguns tipos de cemitérios; faixas 
de ligação entre áreas verdes.
Confira o texto na íntegra no link abaixo:
https://goo.gl/PZ8W9b.
Ex
pl
or
As áreas verdes são fundamentais tanto como possibilidade de lazer para a 
população da cidade quanto como fator ecológico que pode contribuir para a 
preservação de espécies da fauna e da flora. Elas podem existir enquanto unidade 
de conservação, criadas formalmente, considerando-se a legislação vigente pelo 
Sistema Nacional Unidades de Conservação (SNUC), e também como parques 
urbanos, parques lineares, praças, ruas arborizadas, caminhos e corredores verdes, 
entre outras.
Em geral, cabem aos níveis municipais e estaduais de governo a criação e 
manutenção de espaços livres e áreas verdes nas cidades brasileiras e as prefeituras 
ficam com a incumbência da manutenção da arborização em ruas e praças públicas.
Tais áreas verdes (vide figura 1), desde que em grandes espaços, cumprem um 
papel ecológico na cidade, pois podem auxiliar nas condições microclimáticas das 
cidades, melhorando o conforto térmico, bem como podem reduzir a poluição 
sonora, dependendo de como estão dispostas no espaço, poluição esta ocasionada, 
por exemplo, pelos veículos automotores em vias públicas ou por indústrias.
Desse modo, as áreas verdes em espaços urbanos podem contribuir principal-
mente para: melhoria das características microclimáticas mediante ampliação do 
conforto térmico, associado ao aumento da umidade do ar e à sombra; a proteção 
do solo e dos corpos hídricos; a proteção em relação ao vento e seu redireciona-
mento; o abrigo da fauna silvestre; a melhoria da infiltração da água, diminuindo o 
escoamento superficial; a estética e embelezamento das cidades; a diminuição da 
poluição do ar; a formação de barreiras sonoras e visuais, entre outros.
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É fundamental também que a população ajude a manter os espaços públicos e 
áreas verdes, pois existem casos, nos quais certos grupos ou indivíduos destroem tais 
equipamentos públicos ou espaços; afinal, não percebem a importância ecológica 
urbana das áreas verdes.
A cidade de Curitiba no Brasil, por exemplo, tem vários parques urbanos 
integrados à paisagem da cidade, tendo valor ecológico, estético e também de lazer 
para a população.
Figura 1 – Parque Urbano – Cidade de Piracicaba -SP
Fonte: Acervo da Conteudista
Contudo, é importante diferenciar os espaços verdes de grande porte, tais 
como praças e parques urbanos, dos elementos urbanísticos que contenham verde. 
Felisberto Cavalheiro et alli. (2003) aponta alguns critérios importantes para 
diferenciá-los:
Vegetação e solo permeável devem ocupar, pelo menos, 70% da área 
verde; devem servir à população, propiciando um uso e condições para 
recreação. Canteiros, pequenos jardins de ornamentação, rotatórias e 
arborização não podem ser considerados áreas verdes, mas sim “verde 
de acompanhamento viário”, que com as calçadas (sem separação totalem relação aos veículos) pertencem à categoria de espaços construídos ou 
espaços de integração urbana (CAVALHEIRO et alii, 1999, p. 7).
De qualquer forma, tais elementos urbanísticos, sejam de grande porte ou 
não, são importantes para estética e compõem as paisagens urbanas e devem 
ser preservados.
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UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
É interessante a existência de espaços livres com áreas verdes para que exista 
possibilidade de infiltração da água, minimizando o impacto das chuvas e a 
possibilidade de enchentes. Entre essas práticas, podemos citar as calçadas com 
espaços verdes (vide figura 2), bem como os jardins em casas, condomínios de 
prédios residências ou comerciais.
Figura 2 – Calçada Verde
Fonte: istock/getty images
Em relação à arborização, é fundamental considerar alguns aspectos técnicos-
paisagísticos, entre os quais destacamos a arborização de vias públicas e de parques 
e jardins.
Arborização de Vias Públicas
 A arborização de vias públicas (ruas e avenidas) pode ser em calçadas, bem 
como em canteiros que separam ruas e avenidas. É importante que no entorno das 
árvores plantadas exista uma área permeável, que pode ser um canteiro, ou um 
piso que facilite a drenagem.
O espaço ideal, desde que possível de ser implantado, é para árvores de copa 
pequena 2 m² (diâmetro de 4m) e de 3m² para árvores de copa grande.
É fundamental considerar a norma técnica (NBR 9050/94) que define que o 
espaço livre mínimo para pedestres deve ser de 1,20m. As calçadas devem ter piso 
com texturas antiderrapantes, guias rebaixadas para carros e pedestres, bem como 
área de passeio para transeuntes.
Além disso, em espaços livres, é necessário considerar a norma do Decreto nº 
5.296/04 que regulamenta as Leis n° 10.048/00 e n° 10.098/00 que estabelecem 
as normas gerais e os critérios de acessibilidade de pessoas com deficiência.
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Em áreas de passeio com menos de 1,50 m, o ideal é não ter plantio de árvores. 
Se a área de passeio for maior de 2,50 m, então, poderão ser plantadas árvores ou 
arbustos de pequeno-médio porte chegando em torno de 12 m de altura.
Em geral, nas calçadas, o tipo ideal de porte das espécies é de pequeno porte, 
de 2 a 5 m, que não tenham raízes grandes e nem espinhos, além de flores que 
possam entupir bueiros. É interessante, sempre que possível, que se busquem 
espécies arbustivas ou arbóreas regionais.
A escolha correta da espécie a ser plantada, conforme as condições do meio 
circundante, pode facilitar a questão da manutenção e poda da árvore, principalmente 
considerando-se a rede elétrica que no Brasil quase sempre é exposta e fica no alto.
Conforme exemplo da tabela 1, a seguir, é necessário considerar a distância 
das espécies, conforme o porte delas, em relação às placas de identificação 
que houver na rua-avenida, dos postes, das instalações subterrâneas (gás, água, 
telecomunicações etc.), mobiliário urbano (bancas, cabines telefônicas, entre 
outros), galerias e esquinas, além de outras situações e equipamentos urbanos.
Tabela 1 – Distância Conforme Características das Espécies
Tabela de Distanciamento Características da Espécie
Distância Mínima em Relação a: Pequeno Porte Médio Porte Grande Porte
Esquina (referenciada ao ponto de encontro dos 
alinhamentos dos lotes da quadra em que se situa) 5,00 m 5,00 m 5,00 m
Iluminação Pública (1) (1) (1) e (2)
Postes 3,00 m 4,00 m 5,00 m (2)
Placas de identificação e sinalizações (3) (3) (3)
Equipamentos de segurança (hidrantes) 1,00 m 2,00 m 3,00 m
Instalações subterrâneas (gás, água, energia, 
telecomunicações, esgoto, drenagem) 1,00 m 1,00 m 1,00 m
Ramais de ligações subterrâneas 1,00 m 3,00 m 3,00 m
Mobiliário urbano (bancas, cabines, guaritas, telefones) 2,00 m 2,00 m 3,00 m
Galerias 1,00 m 1,00 m 1,00 m
Caixas de inspeção (boca-de-lobo, boca-de-leão, poço-
de-visita, bueiros, caixas de passagem. 2,00 m 2,00 m 3,00 m
Fachadas de edificação 2,40 m 2,40 m 3,00 m
Guia rebaixada, gárgula, borda de faixa de pedestre. 1,00 m 2,00 m 1,5 R (5)
Transformadores 5,00 m 8,00 m 12,00 m
Espécies arbóreas 5,00 (4) 8,00 (4) 12,00 (4)
(1) Evitar interferências com cone de iluminação.
(2) Sempre que necessário, a copa de árvores de grande porte deverá ser conduzida (precocemente), através do trato 
cultural adequado, acima das fiações aéreas e da iluminação pública.
(3) A visão dos usuários não deverá ser obstruída.
(4) Caso as espécies arbóreas sejam diferentes, poderá ser adotada a média aritmética.
(5) Uma vez e meia o raio da circunferência circunscrita à base do tronco da árvore, quando adulta, medida em metros.
Fonte: PMSP, 2005, p. 17.
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UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
É essencial haver um planejamento sobre como será realizada a arborização da 
cidade, desde sua implantação até sua manutenção. Definindo-se as normas, os 
tipos ou características das espécies a serem plantadas, as formas de relação com 
outras atividades tais como as redes de gás, de energia elétrica e água que podem 
interferir nos espaços verdes, conforme aponta a tabela 1.
Manejo da Arborização
Para o correto manejo da arborização, é necessária e muito importante a disponibilidade 
de informações do número e qualidade das árvores existentes no local de interesse, seja 
um canteiro, uma rua, um bairro ou uma cidade inteira. Para tanto, duas ações devem ser 
adotadas: realizar um inventário da arborização existente para que se conheça o patrimônio 
arbóreo com o qual se está trabalhando e uma avaliação do sistema de manejo da 
arborização utilizado. Estes diagnósticos deverão indicar:
• Distribuição quantitativa e qualitativa da arborização existente.
• Existência de espaços livres para novos plantios.
• Avaliação das demandas e tecnologias empregadas na manutenção – plantio, poda, 
supressão, destoca e controle sanitário.
• Avaliação do sistema de manutenção – rotina, programas e resposta às solicitações.
• Avaliação das prioridades de acordo com as necessidades.
• Avaliação do volume e da distribuição do trabalho e dos recursos necessários.
• Avaliação da satisfação da população – tempo de atendimento e qualidade do serviço.
Confira o texto na íntegra no link abaixo:
https://goo.gl/xCzsQL
Ex
pl
or
Parques e Jardins
Em espaços livres como parques e jardins, é importante ter uma variedade de 
espécies, tanto arbóreas quanto arbustivas e herbáceas. Além disso, que tenha 
diversidade em relação ao tipo de época do florescimento e frutificação, de 
tamanho, e dos aromas agradáveis.
A biodiversidade diminui a possibilidade de perda por pragas. É interessante que 
se busquem espécies de copas grandes para o sombreamento; que sejam nativas 
da flora do Brasil e mais resistentes ao ataque de pragas e doenças; evitar-se as de 
baixa resistência, que tenham frutos ou flores venenosas ou que causem alergia; 
equilibrar-se o uso de espécies caducifólias com perenes, levando em conta no caso 
de espécies caducifólias a presença de calhas e bueiros.
Existem outras tantas práticas importantes que podem tornar as cidades 
brasileiras melhores. Para isso, é essencial que se cumpram as legislações existentes, 
bem como exista uma participação mais efetiva da população na manutenção, 
fiscalização e cobrança das políticas urbano-ambientais, para que as cidades possam 
proporcionar melhor qualidade de vida a todos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Plano diretor de São Paulo propõe melhorar Problemas de Moradia e Transporte
Rede Globo. Bom Dia Brasil. 06/01/2015.
https://goo.gl/RYJT5V
 Leitura
Plano Diretor Participativo: Guia para Elaboração pelos Municípios e Cidadãos
BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Plano diretor participativo: guia para ela-
boração pelos Municípios e cidadãos. Brasília: Ministériodas Cidades, Confea, 2005.
https://goo.gl/hjAkMj
Plano Diretor: Participar é um Direito
INSTITUTO PÓLIS. Plano Diretor: participar é um direito. São Paulo: Editora do 
Instituto Pólis, 2005.
https://goo.gl/E22TGk
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UNIDADE Planejamento Urbano-Ambiental e Espaços Livres
Referências
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para reflexão. In: Desenvolvimento e Cidades no Brasil. Contribuições para o Debate 
sobre as Políticas Territoriais / Jan Bitoun... [et al.]; organizadores Jan Bitoun; Lívia 
Miranda. Recife: FASE: Observatório das Metrópoles, 2009, p. 17-44.
BRASIL. Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001. Brasília, Presidência da 
República- Casa Civil. 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm. Acesso em 20/05/2010.
CAVALHEIRO, F.; NUCCI, J.C; GUZZO, P.; ROCHA, Y.T. Proposição de 
terminologia para o verde urbano. Rio de Janeiro, Boletim Informativo da SBAU 
(Sociedade Brasileira de Arborização Urbana), ano VII, n. 3 - Jul/ago/set de 1999.
COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS (CEMIG). Manual de arbori- 
zação. Belo Horizonte: Cemig / Fundação Biodiversitas, 2011. Disponível em: 
http://www.cemig.com.br/sites/imprensa/ptbr/Documents/Manual_Arborizacao 
_Cemig_Biodiversitas.pdf. Acesso em 10/01/2016.
INSTITUTO PÓLIS. Plano Diretor: participar é um direito. São Paulo: Editora do 
Instituto Pólis, 2005. Disponível em: http://www.polis.org.br/uploads/959/959.
pdf. Acesso em 10/05/2010.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Parques e Áreas Verdes. Brasília. 
Disponível em: https://goo.gl/PZ8W9b.
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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (PMSP). Manual técnico 
e arborização urbana. São Paulo: Secretaria Municipal do Verde e do Meio 
Ambiente, 2005.
SOUZA, Marcelo Lopes de. A prisão e a ágora: reflexões em torno da 
democratização do planejamento e da gestão das cidades. Rio de Janeiro: Bertrand 
Brasil, 2006a.
SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao 
planejamento e à gestão urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006b.
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Outros materiais