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SUBFILO CRUSTACEA Universidade Federal de Mato Grosso/CUR Instituto de Ciências Exatas e Naturais Curso: Ciências Biológicas Disciplina: Invertebrados II Professora: Luiza Silva Graner CARACTERÍSTICAS GERAIS Crustacea: Crusta (latim) – crosta ou pele grossa; Cutícula calcificada (carbonato de cálcio); Siris, caranguejos, camarões, cracas, lagostas, tatuzinhos-de- jardim, anfípodes, copépodos... 67.000 espécies descritas; Grupo popular de invertebrados devido a seu valor gastronômico; Possuem grande diversidade; Grande variação no tamanho: 100 µm a 4 m; Ambientes aquáticos e terrestres; Vida livre, comensais e parasitas; Animais mais abundantes e distribuídos nos oceanos. Macrocheira Kaempferi, caranguejo-aranha do Japão Stygotantulus stocki CLASSIFICAÇÃO Segundo Martin e Davis 2001: Classe Remipedia; Classe Cephalocarida Classe Branchiopoda: Classe Maxillopoda: Classe Malacostraca. CLASSIFICAÇÃO Segundo Ruppert et al., 2005: Crustacea 13 Classes: Remipedia; Cephalocarida; Anostraca; Phyllopoda; Malacostraca; Copepoda; Mystacocarida; Tantulocarida; Ascothoracida; Cirripedia; Ostracoda; Branchiura; Pentastomida; Superclasse Maxillopoda CLASSIFICAÇÃO Classes Remipedia e Cephalocarida: CLASSIFICAÇÃO Classes Anostraca e Phyllopoda: CLASSIFICAÇÃO Classe Malacostraca: Subclasse Phyllocarida: Ordem Leptostraca: Nebalia bipes CLASSIFICAÇÃO Classe Malacostraca: Subclasse Eumalacostraca: Ordem Stomatopoda: ex: Tamarutaca Ordem Euphausiacea: ex: Krill CLASSIFICAÇÃO Classe Malacostraca: Subclasse Eumalacostraca: Ordem Decapoda: Lagosta – Homarus americanus Camarão CLASSIFICAÇÃO Classe Malacostraca: Subclasse Eumalacostraca: Ordem Decapoda: Caranguejo Siri CLASSIFICAÇÃO Classe Malacostraca: Subclasse Eumalacostraca: Ordem Decapoda: CLASSIFICAÇÃO Classe Malacostraca: Subclasse Eumalacostraca: Ordem Decapoda: ErmitãoLagostim CLASSIFICAÇÃO Classe Malacostraca: Subclasse Eumalacostraca: Ordem Amphipoda e Isopoda. Tatuzinho-de-jardim Isopoda parasita - Cymothoa exigua Pulgas-da-praia Bathynomus giganteus CLASSIFICAÇÃO Classes Copepodo e Mystacocarida: CLASSIFICAÇÃO Classes Cirripedia e Ostracoda: CLASSIFICAÇÃO Classes Tantulocarida e Ascothoracida: CLASSIFICAÇÃO Classes Branchiura e Pentastomida: MORFOLOGIA Cabeça: Uniforme dentro do subfilo; 5 pares de apêndices. (antênulas) (antenas) (maxílulas)) Vista ventral Vista ventral-apêndices da cabeça de uma lagosta (antênula)) Particularidade de Crustacea MORFOLOGIA Tórax: Menos uniforme dentro do subfilo; Segmentos torácicos: Toracômeros; Apresentam segmentos distintos ou semelhantes; Variam na especialização regional, fusão, redução ou restrição no número de segmentos e etc; Toracômeros variam entre os grupos; Classe Malacostraca (lagostins, lagostas camarões...): Toracômeros são chamados de pereonitos e coletivamente de pereon; Apêndices são chamados de pereópodes; Pereópodes possuem diversas especializações: andar, nadar, trocas gasosas, alimentação e defesa; Maxilípedes: 3 toracômeros anteriores fundidos à cabeça; Peças bucais adicionais; Apêndices articulados: Birremes ou unirremes. Endopodito Endopodito Exopodito Dáctilo Própode Protopodito Protopodito Exopodito Epipoditos Epipoditos MORFOLOGIA Abdômen: Formado por muitos segmentos; Último segmento contém o télson, onde se localiza o ânus; Podem ou não conter apêndices, depende do grupo; Classe Malacostraca: Abdome é chamado de pléon; Segmentos são os pleonitos; Apêndices são os pleópodes: Usados para nadar; Urópodes: Último par de apêndices abdominais; Em conjunto com o télson formam o leque caudal. Pleópodes são exclusivos dos malacostracos e remipedios, e quase sempre birremes FISIOLOGIA - LOCOMOÇÃO Sedentários: Grupos com espécies ectoparasitas (isópodes e copépodos); Sésseis: Cirripédios; Natação: Pela movimentação dos apêndices: Movimentos semelhantes a remadas; Batimento metacronal (sentido posterior – anterior); Presença de cerdas; Filopódios: Epipoditos com forma larga e foliácea; Além da locomoção são usados nas trocas gasosas e osmorregulação. Endopodito Filopódio Cirripédio - Pollicipes pollicipes Remipédio - Speleonectes FISIOLOGIA - LOCOMOÇÃO Natação: Movimento das antênulas e cerdas (mistacocáridos e copépodos); Movimento de apêndices cefálicos (mistacocáridos) Utilização de apêndices em forma de remo (siris e isópodes); Contração da musculatura abdominal ventral e abertura do leque caudal: Malacóstracos com abdome bem desenvolvido; Movimento para trás → Reação de fuga; Caminhamento: Apêndices formados com artículos cilíndricos e robustos; A flexão e extensão dos apêndices puxam e empurram o crustáceo para frente. Cerdas Copépodos Siri Reação de fuga Mistacocáridos FISIOLOGIA - LOCOMOÇÃO Caminhamento: Caranguejos são os mais rápidos; Deslocam-se para trás e para os lados; Locomoções diferenciadas: Utilização das antenas (cladóceros); Apêndices cefálicos (mistacocáridos); Saltos realizados através da extensão dos urópodes (pulgas-da-praia); Movimento mede-palmo (anfípodes caprelídeos - Malacostraca); Cavadores; Migrações: Crustáceos planctônicos migram para águas profundas durante o dia e para a superfície durante a noite; Deslocamento conforme as marés; Migração em massa, ex: lagosta Panulirus argus. Anfípodes caprelídeos Caranguejo Cladócero FISIOLOGIA - ALIMENTAÇÃO Suspensívora: Partículas alimentares presas nas cerdas dos apêndices; Capturam partículas alimentares com os apêndices bucais; Cirros com cerdas (cracas); Utilização das cerdas nas antenas (tatuíras e ermitões); Detritívora: Removem detritos de grãos de areia com as peças bucais (copépodos e mistacocáridos); Misturam-se ao detrito para se alimentar; Carnívora: Captura de presas com os pereópodes (quelados ou subquelados) ou com os apêndices bucais, seguida de dilaceração, maceração ou corte para posterior ingestão; Presas: Outros crustáceos, poliquetos, moluscos, peixes e filhotes de tartarugas. Tatuíra - Eremita sp. Ermitão Cracas Cirros Mistacocáridos Predação de Typhlatya sp. por Procaris ascensionis Johngarthia lagostoma predando filhote de tartaruga FISIOLOGIA - ALIMENTAÇÃO Onivoria, herbívoria e saprofagia: Alimentam-se de fungos, líquens, algas, cascas de árvores e matéria animal ou vegetal em decomposição; Agarram-se a fonte de alimento para a retirada de pedaços; Isópodes alimentam-se das raízes áreas das árvores nos manguezais; Parasitismo: Ectoparasitas: Perfuram ou cortam a epiderme do hospedeiro e sugam os fluídos corporais; Endoparasitas: Invadem o corpo do hospedeiro e ramificam-se pelos tecidos, absorvendo os nutrientes de maneira direta; Alteram a morfologia, fisiologia e comportamento. Ex: Cirripédios (Rhizocephala(SO) – Maxillopoda(SC). Cymothoa exigua – Malacostraca(C) – Isopoda(O) Argulus sp. Piolho-de-peixe – Maxillopoda(SC) – Argulidea(O) Externa Rizocéfalo (Cirripedia) parasitando caranguejo FISIOLOGIA – SISTEMA DIGESTÓRIO Trato digestivo completo(boca – ânus); Porção anterior: Região curta; Faringe-esôfago estômago; Estômago: Câmaras ou regiões especializadas (armazenamento, trituração e seleção dos alimentos); Estômago nos Decapoda: Estômago cardíaco (trituração) e estômago pilórico (absorção); Porção média: Curto ou longo (depende do crustáceo); Cecos gástricos Glândula digestiva ou hepatopâncreas em Decapoda (digestão, absorção e reserva) Porção posterior: Curta; Ânus. Boca Intestino médio Glândula digestiva Intestino posterior Estômago Ânus FISIOLOGIA – CIRCULAÇÃO Coração ausente em alguns grupos de pequenos crustáceos (copépodos); Sistema circulatório padrão: Coração dorsal com óstios, inserido na cavidade pericárdica e com vasos que se abrem na hemocele; Coração: Generalizado: tubo longo com óstios; Variável conforme o grupo e a localização das estruturas para trocas gasosas; Vasos e órgãos acessórios pulsáteis: Variam com o tamanho do coração e do corpo do crustáceo; Sangue: Amebócitos e células explosivas (agente coagulante); Pigmentos do sangue: Hemoglobina (não-malacóstracos) e hemocianina (malacóstracos). Coração - crustáceo Circulação sanguínea FISIOLOGIA – TROCAS GASOSAS Alguns grupos de pequenos crustáceos realizam a troca gasosa por difusão (copépodos); Maioria possui brânquias; Brânquias variam na forma e localização conforme o grupo; A eficiência das brânquias depende de um fluxo de água; Fluxo criado por apêndices ou pelos escafognatito (Decapoda) Câmaras branquiais: recobrem as brânquias e protegem contra dessecação (espécies semiterrestres); Outras estruturas para trocas gasosas: Superfícies vascularizadas nas câmaras branquiais; Discos membranosos nas pernas de caranguejos; Tatuzinhos-de-jardim: Terrestres; Pseudotraquéias. Tipos de brânquias Corrente de ventilação de água na câmara branquial Pseudotraquéias FISIOLOGIA – EXCREÇÃO Excretam amônia; Órgãos excretores: Glândulas antenais (glândulas verdes) e glândulas maxilares. FISIOLOGIA – SISTEMA NERVOSO Cérebro: Três gânglios fundidos: Protocérebro: nervos ópticos Deutocérebro: nervos antenulares Tritocérebro: liga-se ao esôfago, gânglio subesofágico, nervos antenais, nervos sensoriais e cordão nervoso; Cordão Nervoso: Ventral; Grupos primitivos: Gânglios ficam separados em cada segmento ao longo do cordão nervoso; Grupos mais derivados: Fusão de gânglios ao longo do cordão nervoso; Fusão varia também conforme a morfologia do animal. FISIOLOGIA – ÓRGÃOS DO SENTIDO Cerdas quimio e mecanorreceptoras espalhadas pelo corpo e pelos apêndices; Estetos nas antenas ou peças bucais (quimiorreceptores); Estatocisto (posição e movimento do corpo); Fotorreceptores: Olhos simples medianos ou olho naupliar (ocelos): Captam a direção e a intensidade da luz; Olhos compostos: Sésseis ou pedunculados; Formados pelos omatídeos; Formação de imagens; Olho composto pedunculado Olho composto Esteto na antena de uma lagosta Estatocisto nos urópodes de um misidáceo FISIOLOGIA – REPRODUÇÃO Maioria é dióica, mas alguns grupos apresentam o hermafroditismo; Partenogênese; Androdioicia (ausência de fêmeas): Macho e indivíduos hermafroditas; Rara; Sistema reprodutivo: Machos: Gônadas, poros genitais, pênis e gonópodes (apêndices abdominais modificados para a transferência dos espermatozóides; Fêmeas: Gonóporos, ovidutos e receptáculos seminais; Comportamentos de corte; Maioria faz cópula e fertilização interna; Dimorfismo sexual Incubam os ovos até o momento da eclosão. Eulimnadia texana ♂ Uca cumulanta – chama-maré Cópula caranguejos Ovissaco de um copépodo Ovos presos nos pleópodes de um Anomura ♀ ♂ FISIOLOGIA – DESENVOLVIMENTO Larva náuplio: Comum a todos os crustáceos; 3 Somitos, cada um portando um par de apêndices; Desenvolvimento pode ser direto ou indireto Direto: larva náuplio ocorre dentro do ovo (náuplio embrionário) dando origem a jovens; Indireto: vários estágios e variedade de larvas. FISIOLOGIA – CRESCIMENTO Estrutura do exoesqueleto: Epicutícula: Mais externa, sem quitina, com proteínas, lipídios e sais de cálcio; Procutícula: Formada pela exocuticula e endocutícula, ambas compostas por quitina, microfibrilas de proteína e sais de cálcio; A endocutícula é ainda dividida em camada calcária e camada membranosa (nesta última não há sais de cálcio); Epiderme ou hipoderme: Camada de células com intensa atividade secretora, pois secreta a epicuticula, a procuticula e o fluido da muda. FISIOLOGIA – CRESCIMENTO Órgão X : Hormônio Inibidor da muda; Produzido por grupo de células neurossecretoras (medulla terminalis) do cérebro localizadas no pedúnculo ocular; Órgãos Y: Hormônio de muda; Equivalente ao hormônio ecdisona (insetos); Localizados próximos a alguns músculos das mandíbulas; Estímulos ambientais: temperatura, comprimento do dia, umidade (terrestres). Microcrustáceos: Copépodes, cladóceros e o krill, com papel fundamental nas teias alimentares: Fitoplâncton (algas unicelulares – produtores primários) ↓ Zooplâncton – consumidores primários ↓ Outros animais – consumidores secundários IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA Caranguejos - ciclagem de nutrientes e biomonitoramento de poluentes em manguezais. Bioindicadores Misidáceo CamarãoLagostim Microcrustáceos: Daphinia spp: Encontrada em água doce; Usado como bioindicador para determinar a presença de agroquímicos no ambiente. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA Alimentação humana
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